Castelo Minori - O Lado Sombr...

By AmandaMartins596

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------Atenção! Esse é o segundo livro da história Castelo Minori------ Diana nunca imaginou que a cor de seu... More

⇜Prólogo⇝
Capítulo 1 - Na Estrada Novamente.
Capítulo 2 - Imortalidade.
Capítulo 3 - Pedido de Ajuda Inesperado.
Capítulo 4 - Desavenças.
Capítulo 5 - Despedidas ao Luar.
Capítulo 6 - Uma Proposta Arriscada.
Capítulo 7 - Três Nunca é Demais...
Capítulo 8 - Boas Vindas Não Tão Boas...
Aesthetics dos Personagens
Capítulo 9 - O Guardião da Lótus?
Capítulo 10 - Os Três Anciões.
Capítulo 11 - Visitas Inesperadas.
Capítulo 12 - O Início de uma Guerra.
Capítulo 14 - Arco de Fogo.
Capítulo 15 - Segredos.
Capítulo 16 - Perigos nas Sombras.
Personagens
Capítulo 17 - Vermelho como o Sangue.
Capítulo 18 - A Grande Fera Marinha...
Capítulo 19 - Ajoelhe-se!
Oi S2
🎀 Grupo no Whatsapp 🎀

Capítulo 13 - "Aquela que não devia existir".

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By AmandaMartins596

*Magnus narrando*

Enquanto seguíamos nosso destino predefinido pela Elizabeth, removi minha gravata e a joguei no banco traseiro que já se encontrava meu casaco, desabotoei dois botões de minha camisa e tentei ficar o mais confortável possível no banco da frente. John dirigia atentamente, ele dificilmente desviava seu olhar da estrada, e ignorava todos os portais que encontrávamos pelo caminho. Depois de tantos anos, esse era o único momento em que eu passe tanto tempo assim ao lado dele, nós crescemos juntos no castelo, John era uns dos meus melhores amigos naqueles tempos, bom, ele ainda é. Por passar tanto tempo trabalhando e quase sempre estando dentro da minha sala, eu quase não o via.

Movi minha mão na direção do meu braço esquerdo e levantei um pouco a manga de minha camisa revelando um belo bracelete dourado, fiquei o alisando levemente enquanto pensava sobre seu significado. John notou o que eu havia feito e logo perguntou sobre.

- Você ainda o usa? Você sempre está dentro daquela sala e quando o vejo, sempre está usando um casaco longo - brincou.

Sorri brevemente e o cobri com a manga da camisa - Ainda preciso dele, John. Mesmo depois de todos esses anos de treinamento e convívio naquele castelo. Meu poder ainda... pode acabar machucando alguém. Não estou falando isso por trauma se é o que pensou, ainda sou o único que possui tal poder. Todos os alunos que possui algum poder elemental como a água, eletricidade, vento... eles precisam usar seus poderes pelo menos três vezes por semana, pois, se ele se acumular, podem acabar se machucando ou machucando alguém ao seu redor. Nosso corpo suporta uma quantidade de poder exata, se ele ultrapassa esse limite, você libera esse poder instantaneamente, prejudicando todos ao redor e a si mesmo.

Suspirei e continuei - Agora, imagine o que eu posso fazer se isso acontecer comigo. Ter o poder de controlar todos os elementos é um peso muito grande. O bracelete me ajuda a controlar, ele foi criado especialmente para mim. Assim como a Lizzy criou o bracelete para o Leônidas. Mas... naquele dia, se eu tivesse o removido, talvez a Red estaria ao meu lado.

- Não tinha como prever aquilo, meu amigo - disse John.

- Ela sempre esteve um passo a minha frente, ela observava tudo, sempre vendo a bondade em todos - sorri de uma forma triste e continuei. - Ela viu o que eu ia fazer, ela sabia que eu morreria de qualquer forma se eu removesse o bracelete. Meu corpo estava fraco, ele não aguentaria a pressão do meu poder ao libera-lo por completo, mas eu conseguiria derrotar o Dragor, eu o levaria comigo.

- Dependendo do que acontecer de agora em diante, continue então a viver, viva por ela Magnus, quando a hora chegar, não faça nada precipitado - disse John ao me olhar de uma forma séria.

Cerrei os punhos e o respondi - Claro.

John sempre foi de poucas palavras, mas sempre que eu queria fazer algo que ia contra as regras, ele me seguia. Gostávamos de sair a noite e ir para a ponte, só para vermos as ninfas da água dançarem sobre ela. Dragor e Cloud chegavam atrasados porque sua função era pegar alguma bebida na adega do castelo, mesmo o Cloud sendo do contra. Ficávamos lá por horas, conversando e vendo as estrelas...

Dragor foi apagado, ele não conseguiu vencer a escuridão, se houvesse um jeito de trazer aqueles tempos outra vez, eu faria sem pensar duas vezes. Eu queria ver nós quatros juntos outra vez, observando as estrelas e vendo as pequenas ninfas dançarem.

Quatro adolescentes que guardavam sua inocência com um copo de vinho.

*Elizabeth narrando*

Quando eu era pequena, costumava chorar muito, por qualquer coisa. De um pequeno aranhão em meu corpo e ao ver um filhote atirado no chão ao cair de seu ninho. Achava que ao ter aceitado ser quem eu sou, sessaria meus choros, me daria mais força. Mas acabei aprendendo da pior maneira que isso só aumentaria. Eu era só uma criança quando disse sim.

A imortalidade me fez ver pessoas importantes morrendo, me fez ver suas mortes antes que acontecessem. A divindade mentiu para mim quando disse que isso seria uma benção, um poder puro e gracioso.

Ele, na maioria das vezes, só me trouxe dor.

Minha irmã sempre se manteve forte, nunca em toda a minha longa vida, vi a Anna chorar. Nunca presenciei uma lágrima cair de seu rosto pálido. Ela era uma pessoa que eu mais admirava em toda a minha vida. Eu queria ser ela. Eu queria ter sua determinação, o seu jeito de pensar sobre o mundo... Mas hoje, eu a vi cair.

Pela primeira vez... eu a vi chorar. E eu não estava ao seu lado para abraça-la como ela fazia comigo quando eramos crianças. E ela finalmente despertou, mostrou quem ela era só para proteger o castelo. Mas teve suas consequências.

Nunca imaginei que ela sentiria o mesmo que eu, que seu coração fosse partido. Anna descobriu o amor, e o tempo o tomou cedo demais. Para alguém fechada como ela, deve ter a machucado mais que eu. Tenho medo que seu lado impulsivo faça alguma coisa. Espero que sua força a ajude a superar isso, que acabe controlando as sombras de seu coração partido.

- Anna... não faça nada precipitado... - disse baixinho enquanto observava as nuvens.

Ao longe, no rumo da floresta, eu já podia ver minha visão se tornando realidade. E bem a minha frente, os alunos se aproximavam lentamente, com expressões confusas e até um pouco apavoradas, elas podiam ver as arvores ao longe se movimentarem, até seria normal se a causa fosse o vento, mas não havia vento algum.

Com minhas mãos para trás, observei Cloud vindo em minha direção com sua expressão séria como sempre.

- Eles estão aqui como pediu, o que está acontecendo, Elizabeth?

Olhei na direção da minha barreira e o respondi - Vou prepara-los para a guerra.

- Elizabeth... o que você está tramando? - Cloud perguntou ao dar um passo a minha frente.

- Para trás, Cloud! Essas crianças precisam se preparar para a guerra, poucas ficaram e se ainda estão aqui, eu preciso alerta-las, preciso eu mesma treina-las!

Um grande urro veio da floresta enquanto as arvores dançavam atrás de nós, o chão se estremecia a cada passo que vinha dela. Os alunos se encolheram ao ver o Ogro aparecer diante de nós, com seus dois grandes punhos fechados, ele bateu na barreira e soltou mais uma vez seu urro estrondante.

- Eu não sei se todos vocês ficaram porque seria "divertido", ou apenas uma piada que uma guerra poderia acontecer, mas já está acontecendo. O Castelo Magistralium já foi atacado duas vezes, essa é a nossa primeira. Havia dois motivos para treinar vocês - fiquei de costas para o Ogro que insistia em bater em minha barreira e olhei para cada um dos alunos. - O primeiro motivo era para que o mundo não soubesse da existência de vocês. Segundo, se tivessem seu auto controle, não afetaria a ordem do mundo. Vocês todos já pararam para pensar no que aconteceria se as pessoas normais soubessem do seus poderes?

- Teriam medo ou nos chamariam de aberrações - disse Aisha ficando a frente de todos os alunos. - Mas ao mesmo tempo fariam de nós suas armas.

Sorri para ela e assenti com a cabeça - Aisha está certa, seriamos suas armas perfeitas. Então imaginem mais uma coisa, como seria o mundo se isso acontecesse, como seria a vida no planeta terra? - olhei em direção as flores e continuei. - Não haveria mais cor, só a destruição. É para isso que eu e minha irmã existimos, para proteger vocês e manter o equilíbrio certo. Chegou a hora de todos trabalharem juntos para impedir que isso aconteça, está na hora de sair da sombra de seus professores. Mostrem a mim do que vocês são capazes!

Os Dominadores do Vento começaram a flutuar no céu, os dois Dominadores do comprimento ficaram atrás de todos e aumentaram seus tamanhos, colocaram suas grandes mãos ao chão e mandaram os alunos que estavam na aula de arco e flecha subirem. Dominadores da força tomaram a frente enquanto se entreolhavam ao estralarem seus dedos. E os demais ativaram seus poderes ficando no meio.

Aisha ficou ao lado dos Dominadores da Força e enquanto se transformava em um leopardo ela disse - É hora de morfar! Vou aranhar você todinho.

Eu observei a Ária colocando sua mão no rosto e o balançando em negação ao ver a amiga.

- Professores, fiquem para trás, eles precisam fazer isso sem ajuda de vocês, não precisam se preocupar, apenas confiem em mim.

- Confiamos em você - disse a professora Maya ao fazer gestos para que eles se afastassem dos alunos.

- Muito bem, vou deixar que o Ogro passe pela barreira, não precisam se preocupar, vou estar aqui para ajuda-los se for preciso. Mas creio que isso não será necessário. Ao tirarmos esse Ogro das mãos do Dragor, será melhor para todos nós. Ao acabar minha contagem, ataquem, entendidos?

- SIM! - gritaram os alunos.

- 3... - sai do caminho deles e continuei - 2... - olhei para todos e depois voltei para o Ogro com minha mão estendida em sua direção.

- Preparem-se! U... - uma figura que veio da floreste rapidamente pulou em cima do Ogro e agarrou seu pescoço por trás, ele lutou relutante enquanto ela erguia uma lança com sua outra mão, em questão de segundos ela mirou em sua cabeça e a enfiou com facilidade, fazendo o Ogro parar de mover e cair ao chão já sem vida.

Abismada enquanto a observava, ela jogou seus curtos cabelos negros para trás e retirou sua lança, fez um breve movimento para retirar o sangue que havia em sua lança e depois a prendeu em suas costas.

Fiquei em sua direção ainda espantada - Não... Não era para isso acontecer... - fechei meus olhos enquanto pressionava minhas têmporas e depois os abri. - Você... você não está em nenhum dos meus livros, você é alguém que não deveria existir!

Pela primeira vez em minha vida fiz essa pergunta para alguém...

- Quem é você?

Ela olhou para cada um com um olhar misterioso e depois o fixou em mim, sua pele era pálida e seus olhos azuis fazia qualquer um ficar hipnotizado por ela - Sou chamada de Tenebris, Tenebris Rose.

Perdi meu folego por alguns segundos ao me afastar alguns passos da minha barreira, minha cabeça latejava enquanto olhava em sua direção. "Alguém que não devia existir..." disse mais uma vez em minha mente. Essa garota... era impossível.

- Sou a filha de Red Rose, e estou aqui para me juntar a vocês nesta guerra - continuou ela.

- Elizabeth... o que está acontecendo? - disse Cloud ao ficar do meu lado. - Como... como ela pode ser filha da Red?

- Você não é o único que está surpreso, Cloud - disse de uma maneira séria ainda a observando. - Explique-se por favor, Tenebris.

- Eu queria me revelar a vocês, mas eu não me atrevi a interromper as belas falas da Oráculo, mas eu acabei mudando o plano dela ao matar o Ogro. Peço perdão a todos - disse ela ao fazer um reverência graciosa. - Mas eu creio que eles terão essa oportunidade futuramente. Agora sobre a minha presença, ela foi ocultada pela divindade que protege a floresta, ele é chamado de Hab e ele é meu avô. Nem mesmo você conseguiria me notar.

- Eu sempre me peguntei... como a Red teve coragem de se sacrificar com você dentro do ventre dela - disse Maitê enquanto se aproximava lentamente em minha direção. - Seu pai era o amor da vida dela eu até entendo, mas ela estava gravida de você, então, ela não perderia somente sua vida, mas perderia você também.

- Minha mãe me entregou a terra no momento em que ela tomou sua decisão, nunca em sua vida ela pensou em me sacrificar também para salvar a vida do meu pai - respondeu ela enquanto olhava em direção ao chão. - Fiquei em uma espécie de casulo em baixo da terra, como se eu fosse uma Dríade. E me comportei como uma até que eu tivesse idade suficiente para me virar sozinha. Me tornei uma filha da terra... filha de uma ninfa... e de um humano.

- Me admira que Hab deixou você se juntar a nós - disse ao me aproximar dela.

- Ele não queria isso, de fato. Mas há sangue humano em mim, então essa guerra também é minha - disse ela ao apoiar sua mão em minha barreira. - Ele está com medo de acabar me perdendo também, sou o único resquício que restou de sua filha.

Encostei na mão dela pela barreira e disse - Eu posso sentir, consigo vê-la em você. - atravessei minha mão na barreira e puxei a Tenebris para dentro do castelo. - Você é bem vinda aqui, Tenebris Rose, filha de Red Rose e Magnus Vollaty.

Ela sorriu e disse - Obrigada, grande Oráculo.

- Pode me chamar de Lizzy! - disse ao piscar para ela. - Não precisa ser formal comigo.

- Muito bem, Lizzy... - disse ela ainda sorrindo.

- Finalmente! - disse Morgana ao surgir de repente ao nosso redor. - Morgana estava cansada de esperar a visita da Tenny!

- Morgana? - disse ao voltar a ficar confusa. - Você sabia?

- É claro que a Morgana sabia, Morgana escondeu da Lizzy e de todos porque estava proibida de contar. Foi Morgana que viu ela crescer. E viu também a Red colocar sua semente no solo - disse ela um pouco encolhida. - Morgana pede desculpas por ocultar você deste fato. Na verdade a Morgana pensava que a Lizzy sabia, já que é a Oráculo.

- Não, parece que não é todas as coisas que eu consigo ver - brinquei. - Mas está tudo bem, não precisa se desculpar.

- Oh! Morgana reparou agora que você está na sua forma verdadeira, Morgana gosta mais quando você, é você de verdade. Se é que consegue entender o que a Morgana quis dizer...

- Eu entendi - disse indo em sua direção e depois acariciei sua cabeça cheio de folhas, e ao acariciar fui notando algumas em amarelo, ela sorriu ao perceber que eu as tinha visto.

- Está ficando difícil escondê-las - disse ela em um tom baixinho.

- Mas você ainda continua linda - disse ao me abaixar para abraça-la. - Já está perto?

- Morgana acredita que sim - disse ela ao corresponder meu abraço. - Mas a Morgana já esta em paz, fiz tudo o que me foi dito.

- Elizabeth, já posso mandar os alunos de volta as suas aulas? - disse Cloud ao se aproximar. - E... está tudo bem com a Morgana?

Me afastei dela lentamente e o respondi - Sim, já pode manda-los de volta. E quanto a Morgana, ela está bem sim.

Eles nos olhou de forma enigmática e então se virou em direção ao alunos - Muito bem, todos já podem voltar, nada de lutas hoje.

- Cloud... - disse chamando sua atenção.

- Sim? - disse ele se virando em minha direção.

- Você está no comando enquanto o Magnus estiver fora.

Ele sorriu e disse - Eu sempre fico, e quanto a Tenebris?

- Não se preocupe, eu cuidarei dela, você pode ir.

Ele assentiu com a cabeça e foi logo atrás dos alunos.

Tenebris ficou olhando eles voltarem e disse - Meu pai não está no castelo?

- Não, mas você o verá em breve, não se preocupe.

Ela assentiu com a cabeça e depois a abaixou, segurou firme suas pequenas mãos e disse - Eu sempre quis conhece-lo, mas Hab sempre me impedia. Ele não gosta muito dele. Ele fala que vocês humanos, poluíram a floresta dele.

Suspirei e disse - Entendo, mas... ele sabe o que realmente está acontecendo, não é?

- Sabe, ele tem ouvidos em todos os lugares da floresta e ao redor dela - respondeu ela enquanto me olhava nos olhos.

- Então, você também sabe? - disse olhando diretamente em seus olhos.

Sua expressão ficou triste e ela disse - Sim, sei que minha mãe pode acabar voltando. Mas eu entendo que não será ela de verdade. Algo maligno vai estar no comando.

- E você está pronta para isso?

Ela olhou em direção a floresta e respondeu - Eu preciso estar, por ela e pelo meu pai. Que coisas horríveis estão tentando fazer com ela. É compreensível a raiva que Hab sente pelos humanos.

- Mas não são todos que são assim, Tenebris.

- Eu... eu sei. Sei que vocês são diferentes, mas eu não consigo aceitar o que fizeram com minha mãe. Eu não a conheci, mas de certa forma eu mantenho sua imagem dentro de mim. Acho que foi ela que fez isso, ela me deixou sua imagem naquele dia. Para que eu me lembrasse dela.

- Você quer vingança?

- Vingança corrói e destrói a alma, eu não desejo isso para mim - respondeu ela de forma séria. - Quero apenas proteger o mundo onde nasci. E o Dragor está o ameaçando, então contra ele eu devo lutar, lutar ao lado de vocês.

- Você é mesmo filha de Red Rose - disse enquanto um sorriso se formava. - Sua mãe ficaria orgulhosa de você.

Seus olhos lacrimejaram e ela começou a sorrir - Obrigada, Lizzy.

*Mikael narrando*

Estávamos conversando no salão quando ouvimos passos apressados no corredor e algumas vozes alteradas. A porta foi aperta bruscamente com um chute pela Violete, ela tinha uma expressão furiosa e estava ofegante.

- Como ousa fazer isso comigo, DRAGOR!

- Diminua seu tom de voz, Violete! - alertou seu irmão Carlos que estava ao seu lado.

- Não se intrometa! - disse ela o empurrando para longe dela. - Está me ouvindo? DRAGOR!

- Como? - disse ele se virando lentamente em sua direção.

- Você mentiu para mim sobre a Annabeth! Eu fui obrigada a fugir! Se tem uma coisa que eu odeio... É FUGIR!

Ele deu um breve sorriso e ajeitou o seu casaco negro, verificou suas luvas e colocou uma de suas mechas de cabelo atrás de sua orelha - Você andou pelos meus corredores aos berros, chutou a porta do meu salão, alterou sua voz na minha presença e me chama de mentiroso só porque você não conseguiu lidar com uma simples ordem. Pensei que você tinha dito que era a mais forte entre todos os outros... - Ele disse tudo de uma forma calma que fez até o meu coração pular, quando ele agia assim, era quando ele estava prestes a dar o bote em alguém.

- Me culpar pela sua incapacidade de concluir uma simples missão, faz de você uma pessoa muito fraca, Violete. Não saber reconhecer sua própria culpa, faz de você uma pessoa horrível, não acha? - continuou ele de uma forma sarcástica. - Você sempre fala para os quatro cantos o quanto você é mais forte que todos, inclusive eu. Por isso eu a dei esta missão, já que você seria a única que conseguiria, não acha?

Eu a vi soar frio após sua ultima frase, mas mesmo assim ela continuou sua postura e o atacou mais uma vez.

- Sim! Eu admito, sou mesmo mais forte que você, e nada o que você fizer vai me assustar! Você sempre manda alguém fazer algo, nunca é você que vai! Por isso, EU sou mais forte que você!

- Violete! Pare com isso! - alertou mais uma vez seu irmão.

Ela o ignorou e continuou - Se eu quisesse, poderia o matar agora mesmo!

Ele sorriu mais uma vez e estendeu seus braços para os lados - Por que não tenta?

- Meu lorde... - disse e ele fez um gesto para que eu não intrometesse.

Vendo ela se encolhendo em fúria, eu vi uma vibração forte se formando ao redor de seu corpo, então no momento em que ela tentou fazer algo, as sombras negras do Dragor a atacaram e a pressionaram contra a parede, sua boca foi totalmente preenchida por elas, fazendo ela ficar totalmente imobilizada e sem conseguir falar uma única palavra.

Dragor abaixou seus braços e se divertiu ao vê-la totalmente imobilizada - Eu também ouvi que seu poder é maior que o meu - começou ele enquanto andava elegantemente pelo salão. - Sabe, eu aturei por muito tempo o seu jeitinho mimado. Deixei para trás todas as coisas que chegavam ao meu ouvido, alertas sobre você. "Ela ainda é só uma criança" eu pensava, nunca imaginei que uma dia você iria precisar de uma lição.

Ele fez um movimento com a mão e ela foi atirada contra a parede ao seu lado - Eu realmente estou decepcionado com seu modo de agora. E eu lhe dei uma missão tão simples... Eu não disse para causar uma confusão, nem nada - ele fez o mesmo movimento e ela voltou para a posição anterior em que estava. - Você é alguém que não pode se jogar fora, não agora...

Carlos correu em sua direção e se ajoelhou diante ao Dragor - Por favor, lorde Dragor, não a mate! É como você disse, é só uma criança ainda, ela não sabe o que faz, perdoe a insolência dela, prometo que ela não se comportará assim outra vez...

Dragor o olhou de uma foma fria e então olhou em direção a Violete - Viu como o seu irmão tem bons modos, pequena Violete?! Deixarei você viver hoje por causa dele, e claro que se você reconhecer o que fez.

Ele removeu as sombras que estavam em sua boca e ela começou a tossir, ao recuperar um pouco do seu folego ela o respondeu - Eu... eu errei, agi como uma criança, perdoe-me, meu lorde. Eu nunca... nunca mais... agirei de tal forma... outra vez.

- Boa garota... Agora implore-me pela sua vida - disse ele enquanto se divertia ao assisti-la.

- Por favor... poupe minha vida... Meu lorde... - disse ela enquanto o sangue escorria pelo seu rosto pálido. - Eu não devia agir assim diante você, eu deveria... ser grata por apenas... estar diante a sua presença, por ter a oportunidade... de servi-lo. Então... mais uma vez... por favor, poupe minha vida... meu senhor.

Ela tremia muito sua cabeça enquanto falava, Dragor se divertiu muito vendo-a. Ele fez um gesto com as mãos e as sombras que a prendiam todo o seu corpo foi voltando lentamente para ele, ela caiu no chão bastante fraca e seu irmão foi socorre-la rapidamente.

- Posso leva-la, meu lorde? - perguntou Carlos ao pega-la no colo.

Ele olhou para mim e disse - Ajude-o com isso, mande alguém cuidar dos ferimentos dela, ela não me servirá de nada estando assim. Espero mesmo que sua irmã tenha aprendido sua lição, Carlos.

- Eu posso o assegurar que sim, meu lorde - respondeu ele de cabeça baixa.

- Podem ir.

- Como quiser, meu lorde - fiz uma breve reverência e fui em direção a porta. - Vamos, me siga.

Carlos assentiu com a cabeça e me seguiu apressadamente com sua irmã em seus braços. Há apenas uma regra que todos que estão com o Dragor devem cumprir. Nunca desafie-o, ou enfrentará sua fúria.

*Diana narrando*

Continuamos seguindo nosso caminho com a mesma atmosfera de sempre. Eduardo se mantinha distante de nós e Nilf ficava ao seu lado, as vezes ela vinha até nós para perguntar se estávamos bem e então voltava a ficar ao lado dele.

Ainda era difícil para mim achar que ela tinha um lado ruim, mesmo sabendo de seu dom da manipulação. Se ela tivesse o usando ou não, não daria para perceber.

- Parem - disse Eduardo de repente. - Conseguem ver aquelas algas enormes? Há um portal escondido nelas, vai nos levar direto para a metade do nosso percurso até a caverna. Mas há um porém... ele só funciona na ida, assim que o atravessarmos, ele irá sumir atrás de nós.

- Pelo menos vamos ser mais rápidos - comentou Luke.

- Nossa, como esse humano é inteligente, não é mesmo? - Eduardo disse sarcasticamente.

- Nossa, para um príncipe, lhe faltou bons modos, não é mesmo? - disse Erick o imitando.

- Vamos, Ed... Seja mais gentil - disse Nilf o empurrando levemente em direção às algas. - Mas a partir de agora teremos que tomar muito cuidado, certo Ed?

- Sim, nosso caminho começará a ficar mais perigoso - disse ele enquanto abria caminho entre as algas. - Venham logo, atravessem... - ele olhou em nossa direção e o fixou em Erick - Se não tiverem morrendo de medo.

Erick o encarou de volta e foi em nossa frente, seguimos ele e atravessamos o portal. Ao ficar do outro lado, eu me vi em um lugar totalmente diferente e principalmente escuro. Quase não se dava para ver minhas próprias mãos.

- Estão todos aqui? - Nilf perguntou.

Todos nós dissemos que sim, estávamos em uma espécie de caverna.

- O portal te leva direto para dentro de uma caverna, o lado ruim é que você não enxerga muito bem - disse Eduardo.

- Acho que posso fazer algo a respeito - disse a eles. - Vai ser um pouco estranho, espero que não estejam muito perto de mim.

Esperei alguns segundos e preenchi todo o meu corpo com descargas elétricas, eu parecia um farol humano mas pelo menos conseguia iluminar todo o local.

- Uau... Você está brilhando muito, Diana - disse Luke. - Seu segundo poder é realmente incrível, mas é como você disse, é melhor ficarmos distante.

Olhei na direção do Eduardo e ele parecia hipnotizado, depois ele desviou seu olhar em mim e limpou a garganta como se tivesse algo preso.

- Vá na frente, humana estranha - disse ele fazendo alguns gestos com suas mãos para mim enquanto olhava de lado.

- De nada! - disse a ele, então comecei a nadar em frente. As vezes a caverna havia algumas curvas e outras vezes tínhamos pouco espaço, mas havia algo que chamava minha atenção. Raízes pequenas e esverdeadas, bom, algumas partes eram maiores.

Era uma caverna escura cheio de raízes, mas... essas raízes vinham de onde?

Quanto mais nós seguiamos nosso caminho pela caverna, mais grossas elas ficavam, eu deduzia que a saída estava próxima. Ao observarmos uma luz a nossa frente, meu poder elétrico já não era mais preciso, Eduardo me ultrapassou assim que eu o desativei, saímos com um pouco de dificuldade da caverna por conta das raízes enormes que bloqueavam a saída.

- Nilf... consegue sentir? - Eduardo disse ao olhar assustado ao redor.

- Sim, onde estão os peixes? Está silêncioso demais - disse ela fazendo o mesmo. - E que são essas raízes, Ed?

Ele se aproximou de uma delas e passou a mão em uma que parecia estar ferida, como se tivesse sido mordida, depois ele nadou um pouco para cima para olhar o local melhor e fez uma expressão assustada.

- Parece que nossos guardas nem  conseguiram chegar perto da caverna da Lótus... Vejam! - disse ele ao apontar em uma direção.

Nadamos até ele e olhamos na direção em que apontava. Várias armaduras e armas estavam espalhadas por todo o local, parecia um cemitério de vários guerreiros.

- É por esse motivo que eles nunca voltaram, eles nem ao menos conseguiram chegar em seu destino - disse Eduardo enquanto voltava para perto novamente das raízes. - Olhe, Nilf, não há somente uma ferida nas raízes, são várias.

- Sim, e ela parece que se regenera, veja essa parte, está mais clara que o resto - disse Nilf enquanto a acariciava.

- Há algo dentro das raízes - disse ele enquanto fazia pressão, então algo viscoso saiu dela em uma das feridas, rapidamente ele saiu de perto com um olhar espantoso. - Fiquem longe delas!

- O que está acontecendo? - perguntou Luke um pouco assustado.

- Ed, o que foi? - disse Nilf ficando ao seu lado.

- Eu não acredito... Nilf, essas raízes... estão vindo direto da caverna da Lótus, são as raízes da Lótus! - disse ele enquanto olhava ao nosso redor de forma assustada. - E nós não estamos sozinhos.

Notas da Autora: Olá leitores e escritores, gostou do capítulo? Se gostou deixe seu voto e comente o que você está achando da história. Beijos e até logo.

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