The Stripper - Jenlisa

By KimKyoko_

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

1° Capítulo - Duas vidas
2° Capítulo - Voltando a Miami
3° Capítulo - The Stripper
4° Capítulo - Nova presidência
5° Capítulo - Primeiro dia
6° Capítulo - Mais tempo juntas
7° Capítulo - The dance
8° Capítulo - Beijo
9° Capítulo - Perdendo o controle
10° Capítulo - Le café
11° Capítulo - Doce ilusão
12° Capítulo - Confusão
13° Capítulo - Ensaio
14° Capítulo - Show particular
15° Capítulo - Jogo perverso
16° Capítulo - Chegada inesperável
17° Capítulo - Reencontro
18° Capítulo - Conhecendo a família
19° Capítulo - Apenas Jennie e Lalisa
20° Capítulo - Gosto de você
21° Capítulo - Uma dança
22° Capítulo - Voltando a dura realidade
23° Capítulo - O troco
24° Capítulo - Perdidas
25° Capítulo - Arrisque-se
26° Capítulo - Fuck you all the time
27° Capítulo - Caminhos cruzados
28° Capítulo - Você é minha!
29° Capítulo - Uma nova aliança
30° Capítulo - Eu amo você
31° Capítulo - Hora de jogar
32° Capítulo - A descoberta
33° Capítulo - Confronto
34° Capítulo - Turbilhão de sentimentos
35° Capítulo - Caindo em tentação
36° Capítulo - Negociação
38° Capítulo - Baile de máscaras
39° Capítulo - Pedidos
40° Capítulo - Questão de conhecer
41° Capítulo - Quem manda nesse jogo?
42° Capítulo - Tudo vai dar certo
43° Capítulo - Mentir sim ou não?
44° Capítulo - Surpresa
45° Capítulo - O vôo
46° Capítulo - Segredos
47° Capítulo - Último pedido
48° Capítulo - Decisão
49° Capítulo - The Lap dance
50° Capítulo - Xeque-Mate
51° Capítulo - Estratégia
52° Capítulo - A nova era
53° Capítulo - Acerto de contas
54° Capítulo - A perda
55° Capítulo - Para sempre minha
56° Capítulo - O casamento
57° Capítulo (Final) - O poder
Epílogo - A Família
Epílogo - Dois lados
Epílogo - Dear Stripper

37° Capítulo - Coisas do passado

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By KimKyoko_

Lalisa Manoban's Point of view.

- Então, srta. Moon, qual é a sua proposta? – fui direta.

A mulher respirou fundo e sorriu cínica.

- Eu quero comprar a Manoban Industry.

Por alguns instantes eu imaginei ter ouvido errado, ou fantasiado aquelas palavras vindas de sua boca. Mas não, Moon Byul-ie havia mesmo me feito aquela proposta. Eu respirei fundo, ainda fitando a mulher e pensando na situação de poucos minutos atrás. Olhei para Jennie que sabia o que aquela proposta havia causado em mim. Com delicadeza, seus dedos finos repousaram sobre minha mão em um carinho rápido, quase imperceptível, de quem pedisse calma.

- E então, Sra. Manoban? O que nos diz?

Brian, um dos acionistas da Moon, perguntou nitidamente empolgado. Em sua pose de empresário importante, no qual verdadeiramente ele não era, apenas mais um encostado.

- Deixe ela pensa, Brian. Não precisamos de uma resposta imediata, Lalisa.

Moonbyul falou calmamente com um triunfante sorriso no rosto, que estava direcionado à Jennie.

- Posso lhe fazer uma pergunta, Srta. Moon? – soltei quase cortante.

- Sim, claro.

Eu sorri de forma sarcástica, sobre os olhos temerosos de Jennie.

- Ao passar em frente à minha empresa, ou ao entrar aqui, você viu algum tipo de placa ou documento de que queremos vender?

- Não, não vi nenhum. Mas apenas...

- Certo. – interrompi. – Não consigo entender então. De onde a srta. tirou uma ideia tão absurda? Acha mesmo que venderia a melhor empresa do ramo imobiliário para você?

Os acionistas presentes se entreolharam exaltados. Moonbyul arqueou uma das sobrancelhas e sorriu cínica em minha direção.

- Desculpe, mas não vejo a ideia como tão absurda. Moon está subindo nas pesquisas e praticamente se equiparando à Manoban Industry. Tenho dinheiro suficiente para comprar sua empresa, Sra. Manoban. E fazê-la um império bem maior.

Arrogante e prepotente, como sempre. Eu ri de sua resposta, sem um pingo de humor, causando certa surpresa em todos ali. O clima não estava dos melhores, todos perceberam rapidamente os olhares fuzilantes entre nós.

- Ah, srta. Moonbyul, nessas ocasiões, vejo sua imaturidade no campo dos negócios. Moon ainda não chegou ao nível de minha empresa, que é uma multinacional das mais bem sucedidas atualmente, dinheiro não compra nome e experiência, que por sinal, tenho bastante. Mas não se preocupe, eu tenho dinheiro suficiente também, para comprar a sua e a de qualquer um que vier aqui.

- Cheia de si, não é, Lalisa? Não tem medo que tudo dê errado?

Provocou descaradamente.

- Tenho as pessoas certas comigo. Não vai dar nada errado.

Falei rapidamente, segurando na pequena mão de Jennie que me fitou um tanto nervosa. Moonbyul olhou nosso contato e sorriu.

- Vamos ver até quando as pessoas certas vão estar com você.

Eu estava contando internamente de um até cem, controlando todos os impulsos animalescos que gritavam para que eu tirasse aquela mulher provocadora de minha empresa pelos cabelos. Mas eu não agiria assim, eu aprendi muito bem como sair sempre por cima. O único problema é que nesse quesito, Moonbyul também era experiente.

- Parcerias boas nunca dão errado.

- Sim, claro. Mas, tem certeza que não quer um tempo para pensar melhor? Temos uma maravilhosa proposta, não é, Brian?

- Sim, senhora, avaliamos tudo e...

Eu já estava impaciente, eu não suportava nenhuma daquelas pessoas ali. Tirando Jennie, é claro, a única que me transmitia calma. Eu respirei fundo para então dizer.

- Chega! – soltei forte, fazendo minha voz ecoar em toda sala. Os olhares pousaram sobre mim assustados. - Ninguém avalia a Manoban Industry. Ela não está à venda hoje, nem amanhã e nem nunca. Entenderam?

- Lalisa...

Ouvi a voz suave de Jennie perto de mim.

- Não precisa se alterar, Manoban. São apenas negócios. – Moonbyul falou.

- Negócios que não me interessam nenhum pouco. Eu não vou deixar o nível de minha empresa cair ao vendê-la para você. Isso aqui é muito mais que dinheiro, srta. Moon. Agora peço licença a todos. A reunião está encerrada.

- Lalisa... - Lorenzo interrompeu.

- Eu disse que a reunião está encerrada, Lorenzo!

Os integrantes da mesa começaram a se levantar rapidamente, todos muito exaltados devido às minhas palavras durante toda a reunião. Lorenzo soltou um de seus falsos sorrisos recepcionando aos acionistas da Moon, que começaram a esvaziar a sala de reunião.

- Jennie?

Eu fechei os olhos ouvindo a voz de Moonbyul ainda na sala.

- Venho aqui de novo para lhe ver, temos que conversar!

Eu me virei na direção da mulher que escancarava um enorme sorriso em direção a coreana ao meu lado. Jennie apenas assentiu com um breve sorriso. E, então, Moonbyul soltou uma piscada de canto para então se retirar. Deixando-nos sozinhas.

- Vou arrumar os relatórios para passar ao financeiro.

- Tudo bem, não vá embora sem antes falar comigo. Temos uma coisa séria pra conversar, Srta. Kim.

Jennie respirou fundo e assentiu.

Jennie Kim's Point of view.

Depois da reunião com a Moon, Lalisa ficou o tempo todo trancafiada em sua sala. Não saía e não falava com ninguém. A irritação e o mau humor eram notados a quilômetros de distância. Eu só ainda não sabia o real motivo. Será que a proposta de compra para sua empresa havia a irritado tanto assim? Talvez sim. A Manoban Industry tinha um valor muito mais do que comercial para Lalisa. Comandar algo que foi construído por seu pai, era um dever que a mesma jamais poderia abandonar.

- Jennie você está no mundo da lua? Será que o beijo de Lalisa no elevador hoje cedo ainda está fazendo efeito? – Jisoo falou enquanto batia palmas em minha frente.

- Não seja idiota, Kim. Estava só pensando.

- Sério? Eu não esperava por aquela reação.

Jisoo falou sentando na cadeira ao meu lado. Estávamos todas na sala de Chaeyoung revisando alguns documentos importantes que Lalisa havia solicitado.

- Nem eu. Nunca imaginei que Lalisa beijaria você na nossa frente. – a loira falou enquanto escrevia em sua agenda.

- Ela fez aquilo pra fazer a Jennie calar a boca. Você precisava ter visto a cara de espanto da Chaeyoung quando Lalisa te agarrou.

Eu ri.

- Foi?

- Sim, nossa ela ficou aterrorizada. – Jisoo falou gargalhando.

- Jisoo! Eu só não esperava! A Sra. Manoban não é de fazer essas coisas. Elas quase se engoliram em nossa frente.

Eu não conseguia não rir da maneira exaltada que Chaeyoung falava.

- Parem as duas, eu estava muito brava.

- Mas se acalmou rapidinho, não é? O que será que aquela mulher tem meu Deus?

- Ela ao menos explicou o fato de ter te deixado sozinha, Jen? - perguntou a loira ignorando a pergunta de Jisoo.

Eu assenti enquanto digitava os relatórios no computador de Chaeyoung.

- Minnie ligou bem cedo para ela, pedindo que a buscasse no aeroporto. Lalisa disse que não quis me acordar.

- Own! Veja, Jisoo, que fofo as duas!

- Chaeyoung...

- Sério, Jen, isso foi bem fofo da parte dela.

- Pelo menos vocês estão bem! Hoje à noite tem sexo selvagem!

- Jesus Cristo... não escute isso! – exclamou Chaeyoung rapidamente.

- O quê? Park não se faça de virgem. Você também transa!

- Jisoo! – Chaeyoung e eu falamos de uma só vez.

- Estou mentindo?

- Não vou ficar falando de minhas intimidades. – Chaeyoung falou séria.

- Você precisa se soltar mais, Jungkook vai querer diversificar. Já experimentou alguns acessórios?

- Deus! Você está louca? Anda lendo demais aqueles seus livros eróticos! Cheio de situações pecaminosas.

- Cinquenta Tons de Cinza é a moda agora... espera! Como sabe as situações Park?

Chaeyoung piscou algumas vezes em nervosismo.

- Você estava lendo!

- O quê? Óbvio que não! Eu não podia aguentar!

Chaeyoung e Jisoo eram minha diversão diária.

- Estava sim, por isso encontrei no seu quarto! Você está lendo livros eróticos! Na sua igreja permitem isso?

A loira andou de um lado para o outro agoniada.

- Eu não estava lendo a porcaria de seu livro, apenas estava aberto e por pura curiosidade, vi uma parte muito forte.

- Mentir também é pecado, Park! Melhor assumir que estava lendo o livro. Me diz, você gostou? Christian Grey é maravilhoso, não é? Nossa, ia amar aquele homem.

- Misericórdia, ele bate na moça!

- Viu? Eu disse que ela estava lendo!

- Eu n-não, não vou discutir com você! – Chaeyoung falou virando-se, provocando uma boa risada em nós duas.

- Acho que vou emprestar para Jin.

- Ele ia gostar! – falei rindo.

- Claro que iria. Não quer emprestar à Lalisa?

- Ela não precisa disso amiga.

- Imagino, depois da última vez que você chegou em casa com cara de quem foi estuprada...

- Aquilo foi apenas uma discussão.

- Quero minhas discussões terminando assim.

- Jennie?

Virei-me em direção da porta vendo Minnie entrar.

- Olá, Minnie!

- Srta. Manoban. – Jisoo falou sorrindo.

- Ah! Essas aqui são minhas melhores amigas, Jisoo e Chaeyoung.

Falei apresentando ambas que Minnie cuidou de tratar perfeitamente bem.

- Muito prazer, meninas.

- Está precisando de alguma coisa, Minnie?

- Não, só vim lhe perguntar se sabe o que houve com Lalisa. Ela está bufando e com um mau humor contagiante.

- A reunião não foi muito legal para ela.

- O que houve?

- Vieram com uma proposta de comprar a Manoban Industry.

- Oh, céus, Lalisa tem o mesmo temperamento de meu pai. Eu já o vi muito irritado quando fizeram a mesma proposta para ele!

- Imagino, Lalisa não gostou nada.

- Quem veio com essa proposta, Jendeukie? – Jisoo perguntou sentando novamente ao meu lado, cedendo o outro espaço para Minnie.

- Moon Enterprise.

- Agora entendo. Concorrência! Muita ousadia deles vir até aqui com isso. – resmungou Jisoo.

- Eles sempre quiseram isso! Desde muito tempo. – Minnie falou rapidamente

– Mas enfim, já que são amigas de Jennie, gostaria de convidá-las para minha festa de aniversário na Tailândia esse final de semana. Não aceito "não" como resposta desde já.

- Oh, srta. Manoban, eu não sei... - Chaeyoung começou a falar.

- Sem "não", srta! Amigas de Jennie são minhas amigas também.

- Festa sempre é bem-vinda! – Jisoo falou animada.

- Não deixe elas faltarem, ok, Jen? – Minnie falou levantando-se da cadeira onde estava.

- Deixe comigo, Minnie, não vou deixar.

- Bom meninas, vou indo. Tenho que avisar a Jin para ir também. Aquele chato me mata se eu não chamá-lo.

- Veja que maravilha, Jisoo! – falei me virando para Jisoo que para minha surpresa corou.

Minnie sorriu maliciosa.

- Perdi algo?

- Jisoo e Seokjin têm um rolo.

- Melhor ainda, quero os dois em minha festa! Pegue mais um convite, Chaeyoung, para um acompanhante. Imagino que Jennie nem precisa de um convite extra.

A garota falou me fitando diretamente.

- Você acha?

- Claro, sua acompanhante já vai estar lá. E, falando nela, está te esperando nesse exato momento.

Minnie falou soltando uma rápida piscada para sair da sala.

- Volte para casa com as roupas no corpo.

Eu ri ao ouvir o comentário malicioso de Jisoo, e segui em direção a sala de Lalisa.

Lalisa Manoban's Point of view.

- Mandou me chamar, Sra. Manoban?

Ouvi a voz suave de Jennie inundar o ambiente.

Eu tomei mais um gole do uísque e assenti.

- Sim, entre e feche a porta com a chave, Srta. Kim.

Jennie me olhou por alguns segundos ainda processando minha ordem, mas logo tratou de obedecer entrando em minha sala, fechando a porta para caminhar em minha direção.

- Sente-se. Precisamos conversar.

A morena rapidamente se acomodou em uma das poltronas à minha frente, me fitando com a pura curiosidade de saber o que eu queria. Eu não me apressei, terminei meu copo de uísque que me acompanhou desde o fim da reunião.

- Acho que sabe o que vamos conversar, não é?

A mulher respirou fundo, cruzando as curtas pernas que estavam apertadinhas dentro de sua calça social preta.

- Não exatamente...

Eu sorri de canto, sentindo meu corpo vibrar de raiva.

- Vou ser bem direta com você, Srta. Kim. O que tem com a Moonbyul?

A morena franziu o cenho em confusão e sorriu.

- Eu não tenho nada com ela.

- De onde a conhece?

- Pra quê tantas perguntas?

- Apenas responda.

Jennie levantou de seu lugar.

- Não vejo necessidade. – falou ela em desafio.

Eu rapidamente me levantei de minha cadeira, caminhando em sua direção, deixando nossos corpos a poucos centímetros um do outro. Eu podia sentir o corpo da morena à minha frente, tenso, sem nem sequer tocá-lo.

- Responda-me.

Falei olhando no fundo daqueles olhos castanhos.

- A conheço há muito tempo, o que não vem ao caso. Sei que está irritada com a proposta que ela fez a você, mas...

- Não é exatamente com a proposta que estou irritada.

Interrompi Jennie que se calou, segurando a respiração.

- Quero saber o que aconteceu entre vocês, aquela abusada só faltou lhe engolir com os olhos! – soltei brava.

- Está com ciúmes, Lalisa? – a morena falou com um sorriso perverso de canto, tentando recuar.

Eu segurei firme em seu braço e puxei para perto novamente.

- Não me provoque, srta. Kim. Responda.

O olhar de Jennie desceu de meus olhos, até minha mão que segurava seu braço com força.

- Quer mesmo saber?

Eu fiquei calada, deixando que a mesma apenas encontrasse a resposta em meu olhar furioso.

- Moonbyul foi minha primeira namorada, Lalisa. Satisfeita?

Semicerrei os olhos em direção à mulher processando aquela informação que me deixou completamente surpresa, confesso que aquilo me inundou com uma sensação incômoda. Imaginar Jennie e Moonbyul não havia sido nada agradável. Moonbyul sempre bateu de frente comigo no campo dos negócios, e pensar que a mesma agora queria entrar numa batalha no campo emocional era difícil. Eu controlei minha raiva naquele instante, eu sabia que não devia me irritar com Jennie. Afinal, o que a mulher fez antes de mim, não era problema meu. Mas daqui para frente seria.

- Está brincando comigo, não é?

- Não, namoramos no tempo do colégio, mas nada muito forte.

- Como? – disse da maneira mais surpresa que pude.

- Isso mesmo que você ouviu, Lalisa! Moonbyul foi minha primeira namorada. Nem sei se podemos chamar isso de namoro, éramos apenas curiosas em relação às mulheres. – ela disse de forma cínica repetindo as mesmas palavras.

- Porque nunca me disse que já tinha namorado a Moonbyul?

- Não vi motivos para isso. Apenas histórias do passado, que não teve a menor importância para mim.

Eu neguei com a cabeça em pura frustração.

- Histórias do passado que veio à tona agora, não é? Ela parece ter gostado muito do que viu. Ela te chamou de Jennie Ruby Jane, ela sabe sobre sua vida? – soltei de forma sarcástica.

- Sim! Moonbyul sabe, há um tempo atrás nos encontramos e acabamos relembrando os velhos tempos, contando como tudo estava. Mas já faz uns bons anos.

- Eu não gostei disso, srta. Kim. Eu não quero você perto daquela mulher!

- Você me excita com esses ciúmes, sabia? – a mulher perguntou provocadora.

Eu bufei raivosa.

- Eu não estou com ciúmes. Faça-me o favor!

Jennie sorriu, mordendo os lábios, fazendo uma carinha de santa, no qual ela não tinha nada.

- Não? Nem um pouco?

- Não, Jennie! Não tenho ciúmes. Eu só não gosto daquela mulher, é arrogante, prepotente e cínica.

- Ah, Lalisa, vamos lá, né? Pense! Faz anos que não vejo a menina... bom, menina ela já não é faz tempo. – Jennie falava com a mesma admiração que tinha percebido hoje cedo.

- Vejo que reparou muito bem na ''menina''. – se ela queria cinismo, ela teria.

- Sim, Lalisa. Eu reparei muito bem. Moonbyul está maravilhosa, não é mesmo? Fica mais bela a cada dia. – ela disse tão perto dos meus lábios.

- Se ela é tão maravilhosa, porque não vai atrás dela?! – falei séria.

- Quer que eu vá?

Perguntou fingindo inocência.

Eu olhei no fundo de seus olhos castanhos flamejantes, sentindo um leve tremor tomar conta de meu corpo. Jennie tinha o poder indescritível sobre mim. Com poucas palavras e ações, a coreana acionava todos meus sentidos e instintos, quase me fazendo perder o controle.

- Não, quero você sem roupa na minha mesa agora.

Puxei a morena pela cintura mais para perto com a minha mão livre e colei nossos corpos, tirando minha mão do braço dela para prosseguir para seus sedosos cabelos escuros.

- Porquê tenho a impressão que estar perto dessa mesa te deixa mais safada, Lalisa?

Suas palavras saíram ousadas por aqueles lábios molhados e macios. Nossas respirações se misturavam e eu me sentia atraída por aquela mulher de uma forma inimaginável.

- Porque nessa mesa eu posso fazer o que eu quiser com você... – puxei seus cabelos para trás de maneira que seu pescoço ficasse à mostra pra mim.

Comecei a distribuir beijos molhados e pequenas mordidas pela região e fui subindo até chegar a sua orelha.

-... E aqui dentro, sou a Sra. Manoban, sua chefe. Trate-me como tal, e faça o que eu mando. Fui clara, srta. Kim? – terminei dando uma pequena mordida em seu lóbulo, fazendo a morena arfar. – Tire minha blusa.

-Oh! Sim... Sra. Manoban. – Jennie disse entre uma respiração descompassada, passando suas mãos pela minha blusa, abrindo os botões de forma rápida e desajeitada.

Fui guiando Jennie até sentir ela encostar na mesa. Desci minha mão da cintura dela até à coxa, onde a levantei fazendo sentar-se à mesa. Não parando os beijos por seu pescoço, minha língua se movia audaciosa por seu ponto de pulso, fazendo a morena soltar gemidos baixos.

- Você não sabe o quão maravilhosa fica gemendo desse jeito pra mim.

Parei os beijos apenas para olhar Jennie daquele jeito sexy e com o olhar cheio de desejo apenas com alguns beijos e provocações.

- Minha vontade é de te fazer gemer a noite toda bem aqui nessa mesa...

Poderia sentir Jennie aos pouco se entregando, enquanto suas mãos adentravam minha blusa já sem nenhum botão impedindo indo de encontro ao meu seio ainda coberto pelo sutiã de renda preta.

-... Te fazer minha quantas vezes forem necessárias para você entender de uma vez por toda quem manda nesse império.

E, como que num surto, Jennie colocou suas mãos no meu ombro me parando.

- Oh! Que pena. Vai ter que ficar pra outro dia isso. – ela disse se desvencilhando de meus braços e descendo da mesa.

- O quê? Aonde você vai, Jennie? – perguntei confusa e excitada.

- Não, não, não, não, senhora, aqui você é minha chefe. É, Srta. Kim para você. Então me trate como tal. – ela disse de uma maneira única, eu conhecia aquele jeito, era Ruby Jane.

- Pois então, Srta. Kim, posso saber aonde vai? Ainda não acabamos nossa conversa.

-Sim, Sra. Manoban acredito que realmente não acabamos nada do que chegamos a começar. E não será aqui que vamos terminar.

Jennie ia se aproximando de mim enquanto dizia as palavras. Ela parou à minha frente e subiu suas mãos por minha camisa aberta e completamente amarrotada. E foi fechando-os a cada palavra com um olhar cínico.

- E onde iremos terminar? – sussurrei.

- No mesmo lugar que começamos. –cinismo, puro cinismo.

- Que... – ia terminar mais ela me cortou.

- Hoje é dia de Ruby Jane. – a maldita soltou uma piscadela pra mim.

Quanta ousadia. Ela ia saindo, quando peguei em seu braço novamente.

- E você acha que eu irei permitir que você volte àquele lugar?

- Eu não acho, Lalisa. E nem tenho que depender de sua "permissão". – ela puxou seu braço de maneira rude.

- Sim, você precisa. Sabe que sem mim naquele lugar não é a mesma coisa. E eu me recuso a te deixar entrar lá. Com, ou sem mim, você não vai.

Nos olhos da morena eu via o fogo. E não era um fogo bom. Ou talvez fosse.

- Escuta aqui, Lalisa, eu não preciso de você e nem de ninguém. Se você não quiser ir, ótimo. Tenho muitas pessoas que matariam para estar no seu lugar. Posso muito bem arrumar alguém que irá saber apreciar muito bem o que você está negando. – eu sabia que ela estava se referindo à Moonbyul. Ela dizia cada palavra de maneira raivosa e firme.

– Eu vou e acabou. Você não é minha dona. No meu império mando eu. Se aqui é você quem manda, lá nem tente dar uma de rainha. Sua coroa fica aqui. Passar bem.

- Jennie...

Tarde demais. Ela já fechava a porta atrás de si, me deixando completamente sozinha.

- Mas que porra! – soltei repassando tudo que tinha acabado de acontecer.

Me apoiei na mesa, respirando fundo. Pedindo que meu corpo voltasse ao normal. Eu não sabia exatamente o que estava sentindo. Uma mistura de raiva, ciúmes, amor e tesão. Seja lá que mais havia, aquilo estava me enlouquecendo. As imagens de Moonbyul abraçando Jennie se recriavam em minha cabeça cada vez mais forte. Pensar que, a qualquer momento, eu poderia perder a morena para Moon, me agoniava. Mas eu não perderia, se eu estava acostumada a alguma coisa nessa vida, isso seria ganhar.

Jennie Kim's Point of view.

Saí do prédio querendo matar Lalisa. Mas que diabos ela tinha que ser tão complicada? Que ódio! É claro que Ruby Jane não dançaria hoje, mas eu precisava falar com Soyeon e não consegui evitar de provocar Lalisa.

Parei em frente à calçada pegando o primeiro táxi que vi pela frente. 

- Para a Imperium. – foi tudo que disse, e bastou para aquele homem saber pra onde estava indo.

Conhecia aquelas ruas como a palma da mão. Tentei não pensar o caminho todo em Lalisa e na sua ausência hoje à noite. Aquela maldita iria me pagar se não aparecesse lá hoje. Será que ela resistiria à Ruby Jane? Pensava enquanto já chegava à grande rua movimentada como sempre.

Pedi para ele me deixar na porta dos fundos, e assim o homem o fez.

- Obrigada. - dissse entregando o dinheiro.

Saí do carro debaixo de um forte vento. Parecia que ia chover, e talvez realmente chovesse. Droga!

Bati na porta e logo o segurança abriu pra mim.

- Srta. Jane, irá dançar hoje? – o homem gigante perguntou me cumprimentando de maneira educada.

- Não, Max. Estou aqui apenas para falar com Soyeon. – o homem assentiu e me deu passagem.

Entrei passando por todas as portas, inclusive pela minha, e subi o lance de escadas onde eu sabia exatamente onde me levaria. Já se podia ouvir a batida forte que vinha do andar de baixo.

Parei de frente para a porta que me separava da mulher... Mas porque eu não conseguia entrar? Resolvi ignorar meus sinais e bati na porta.

- Entra! – a voz da mulher ecoou por meus ouvidos e empurrei a porta.

- Ora, ora... O bom filho à casa torna! Cansou de ser cachorrinha da empresária, Ruby Jane? O que veio fazer aqui, não é dia de Ruby Jane hoje. – seu tom de voz era puro sarcasmo.

- Vamos lá, Soyeon! Pare de implicância.

- Espera. ''Implicância''? Não entendi. – se fez de desentendida.

- Sim, Soyeon. É nítido que você não gosta de Lalisa, mas não precisa ficar falando dela desse jeito.

- Ruby Jane, por acaso ela te jogou algum feitiço? Ou ela é realmente boa no que faz? – podia sentir certo nojo na voz dela.

- Soyeon, não vim aqui para falar de minha vida pessoal.

- Desde... 

- Ainda não acabei. – disse cortando a mulher, que me olhou com certa raiva.

- Certo.

- Eu vim aqui para lhe pedir desculpas pela última vez. Eu creio que isso não acontecerá novamente.

- Ah, claro que você iria vir aqui pedir desculpas pela sua amada. Me fez passar um papel ridículo na frente do Kai.

- Escuta, eu vim pedir desculpas por ter saído daquele jeito, mas não pela atitude dela. Sei bem que ela exagerou, mas você pediu por isso.

- Como é que é? Eu pedi por isso? Você deve estar brincando! – ela disse se levantando de sua cadeira, indo até o bar de seu escritório.

- Sim, Soyeon. Você sabe muito bem do que eu estou falando! Estou falando do seu amigo coreano. O que queria com aquilo?

Ela se virou em minha direção me fitando como se eu tivesse falado alguma besteira. Seus olhos acusativos quase me fizeram recuar.

- Por Deus, era só um amigo. Queria apenas que vocês se conhecessem. – a loira tomou um gole de sua bebida e voltou sua atenção para a grande janela de vidro atrás dela.

- Não foi o que pareceu. – eu disse indo até ela, e parando ao seu lado, o movimento lá embaixo só crescia.

Ficamos alguns minutos apenas observando as pessoas que transitavam pelo local, como se estivessem em seu próprio paraíso.

Ela se virou pra mim e segurou minha mão.

- Jennie... – ela era uma das únicas que sabia meu verdadeiro nome ali dentro. - Você sabe que não foi minha intenção. Eu jamais iria te comparar a uma puta. Não queria que achasse que eu estava te vendendo. Sabe que você é minha joia neste lugar, e nunca lhe faria algum mal.

Seus olhos me transmitiam sinceridade, o mesmo olhar que ela estava na primeira vez que nos encontramos.

- Eu sei, Soyeon. Só não faça mais isso! Eu não me sinto bem com essas situações. - segurei sua mão de volta. – Tenta lembrar que agora eu estou tentando começar algo com Lalisa, já é difícil o suficiente pra ela aceitar que eu trabalho aqui. Não me apresente mais ninguém. Facilita pra mim. – soltei uma piscadela pra ela, e logo um sorriso nasceu em seus lábios.

- O que eu não faço por você, Ruby Jane? Só se certifique de que ela não te tire de seu império. Eu ficaria muito magoada com a sua saída, sabe que você é como se fosse uma filha para mim.

- Ela não faria isso, posso te garantir.  Ruby Jane, não deixará seu império tão cedo. Fique tranquila. Eu não posso ser ingrata com você depois de tudo. – soltei sua mão pegando o copo da sua outra mão e dei um último gole em sua bebida.

- Com certeza não faria. – ela disse, mais pra ela do que pra mim, voltando seu olhar para a grande vidraça.

- Muito bem, Ruby Jane, bem que você poderia me dar um belo pedido de desculpas dançando hoje a noite. O que acha?

- Hoje não, Soyeon.

- Ela virá hoje?

- Eu não sei.

- Boa sorte. – ela disse levantando seu copo em minha direção.

Saí de sua sala, descendo as escadas indo até meu camarim, queria pegar minhas roupas que esqueci ali noite passada. Entrei e fechei a porta atrás de mim. Olhei-me no espelho e vi Ruby Jane. Sim, ali era o meu império. Ali era o meu lugar. Lalisa não poderia simplesmente negar uma parte minha.

Falando em Lalisa, será que ela viria? Minha mente se recusava a parar de pensar nisso. Eu preciso que ela venha, preciso dos toques dela hoje à noite.

Virei para o espelho e peguei minha máscara que estava na bancada. Meus dedos tocavam seus detalhes e eu não via minha vida sem aquela máscara. 

Resolvi esperar ali mesmo, enquanto Lalisa não apareceria. Se meus sentidos estivessem certo, ela apareceria ali logo que soubesse que Ruby Jane não dançaria.

[...]

40 minutos se passaram e eu não podia acreditar. Ela não veio. Onde eu estava com a cabeça quando coloquei esperanças?

Meus pensamentos foram cortados por um trovão. E eu dei um pulo do sofá no qual estava.

- Ahh, essa não, não acredito que está chovendo! Puta que pariu... eu nem trouxe nada para me proteger da chuva. Maldita hora!

O céu parecia desabar lá fora, e eu certamente estava encrencada.

Mas não poderia ficar ali pra sempre. Eu teria que encarar a chuva e abusar de minha pouca sorte. Resolvi que ia embora assim mesmo. Peguei minha bolsa, deixei a máscara na bancada e fui em direção à porta e antes de fechar olhei pra trás.

Definitivamente, ali era meu lugar.

O segurança já não se encontrava mais ali e eu já estava vendo que minha sorte se esgotou naquele momento. Abri e a porta vendo só a chuva do lado de fora. Tomei coragem e a fechei atrás de mim. Não tinha volta, tinha que ir agora.

Peguei impulso e saí andando rápido. Meu corpo se chocou com uma pessoa que vinha na direção contraria a mim. Só não cai porque seus braços me seguraram. Quando levantei meus olhos dei de cara com ela. Ela estava ali, esperando por mim. Eu sabia que ela viria.

Ficamos nos encarando por alguns minutos, debaixo daquela chuva forte. 

- O que está fazendo aqui? – engoli em seco.

- Eu não deixaria você sozinha aqui, Jennie. – Lalisa falou de forma protetora.

- Obrigada por ter vindo.

- Não quer sair da chuva? – ela, por fim, disse, apenas assenti e a deixei me guiar.

Ela nos levou até o carro dela e destravou as portas. Eu entrei e me acomodei no banco, esperando a loira entrar. Assim que ela entrou, eu ia começar a falar quando ela falou primeiro.

- Quero saber onde você pretende chegar com esse seu joguinho, Jennie... – ela disse tirando seu terninho.

- Lalisa, eu... - a loita me cortou.

- Imagine minha frustração quando soube que você não dançaria. Ou que simplesmente tinha aparecido aqui hoje? – seu jeito prepotente e arrogante me causava arrepios, e ela sabia. Maldita! Ela me fitou com seu olhar que indicava perigo.

Ela estava tão sexy. Sua blusa branca estava completamente molhada e transparente, me dando uma vista perfeita de seus seios apertados pelo sutiã de renda, o sutiã que eu estava louca pra tirar mais cedo. Sua calça preta estava justa em seu corpo, e seu terninho ensopado já estava bem longe de atrapalhar minha visão.

Eu queria ter forças para recusar ela, eu queria poder ficar longe. Mas ela não me deixava escolha. Então decidi que iria provocá-la, da mesma maneira que eu sabia que ela estava me provocando.

- Eu sabia que não iria resistir a vir aqui hoje, Lalisa. – eu disse me livrando de meu sobretudo, o jogando no banco de trás.

- Sabia? – ela disse ficando de frente pra mim no banco, olhando para cada movimento que eu fazia.

- Sim, eu sabia, Lalisa.

- Então porque mesmo assim, decidiu me provocar?

- Porque eu gosto de testar seus limites. – terminei a frase como que num sussurro, mordendo meu lábio em seguida.

O olhar de Lalisa pousou em meus lábios e eu sabia que eu a tinha fisgado. Fiquei de frente pra ela também e me aproximei levando minha mão por seu braço, sentindo ela se arrepiar aos meus toques.

- Lalisa, eu preciso de você...– disse bem próxima de seus lábios e, quase que encostando, terminei a frase. – Eu não quero que tudo termine mal.

E quase que num estalo, senti suas mãos no meu pescoço, nos aproximando mais. Ela me colocou no seu colo com uma perna de cada lado e uma de suas mãos foi pra minha cintura. Enquanto nossas testas estavam encostadas.

- Eu não queria me apaixonar... não queria precisar de ninguém, na verdade eu não queria nada. Mas aí você apareceu... e olha só. Eu quis tudo. – ela sussurrou contra meus lábios, para logo tomá-los em um beijo apaixonado.

Lalisa estava ali, ela mesmo depois de tudo, foi atrás de Ruby Jane... foi atrás de mim.

- Eu te amo, Manoban.

- Eu também te amo, Kim.

A chuva caia lá fora, e todas as incertezas estavam caindo com ela.

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