Taehyung pov.
Era domingo e eu estava na casa de minha mãe. Tinha vindo tomar café da manhã com ela, mas a minha real intenção em estar aqui, era saber o que ela tinha achado de Hoseok. Eu não pretendia questiona-la diretamente sobre ele, e eu sabia que ela daria um jeito de me deixar saber qual tinha sido sua impressão dele.
Durante todo o tempo em que estávamos na mesa do café, ela não parava de me mandar alguns sorrisos com uma expressão enigmática.
Ela sabia! Se antes ela tinha alguma dúvida, agora ela com certeza sabia.
James tinha levado as meninas para brincar em um parque que tinha aqui no condomínio deles e eu estava agora na cozinha de minha mãe, a ajudando a lavar a louça que tínhamos sujado no café.
- O Hoseok é um bom garoto, não é? - Ela começou de maneira sutil, pegando um copo no escorredor de louças e secando com o pano que estava em sua mão, em seguida, guardou o mesmo no armário.
Ela estava vestida em uma calça jeans e uma regata vermelha. Mesmo estando simples, minha mãe era deslumbrante. Uma mulher linda e admirável.
- Você gostou dele? - Perguntei, pegando de dentro da pia um prato e o ensaboando, enxaguando em seguida e colocando no escorredor para que ela secasse.
E era assim, bastava o nome de Hoseok entrar na conversa que meu corpo reagia imediatamente. Meu estômago se revirava em um loop gostoso, era uma sensação semelhante a andar de montanha russa.
Talvez Hoseok fosse isso mesmo. Ele era minha montanha russa particular. A parte mais interessante do meu parque de diversões.
Mas ele não era um brinquedo. Ele era uma daquelas aventuras que eu estava disposto a enfrentar, a correr riscos. E sabia que seria a coisa mais certa a fazer na minha vida.
- Sim, gostei. Ele é encantador. - A forma como ela dizia sobre ele, me deixava muito feliz. Mas isso já era algo pelo qual eu esperava. Hoseok era realmente encantador. Não tinha como minha mãe não ama-lo e se render aos seus pés.
Era isso que Jung Hoseok fazia.
Ele tinha as pessoas na suas mãos.
E sabe qual é a parte mais engraçada disso tudo? É que ele não sabia disso. Ele não era conhecedor da beleza que tinha.
Ele não sabia que a cada vez que ele sorria, meu coração se aquecia. A cada vez que ele ria, meu estômago gelava ( da forma mais prazerosa possível ). Ele não sabia que ele era meu último pensamento antes de cair no sono, ou o primeiro quando meus olhos se abriam pela manhã.
Talvez ele não soubesse dessas coisas. Mas eu iria me certificar de deixá-lo saber.
Eu não tinha percebido que me perdi pensando nos pequenos detalhes de Hoseok, até que minha mãe bateu com o pano molhado em minha cabeça, me fazendo olhar para ela com uma cara de bravo, passando as mãos pela testa para tirar dali o pouco de água que tinha ficado no local.
- Mas que porr- E antes que eu pudesse concluir a frase e soltar um palavrão, fui atingido novamente pelo pano, fazendo com que mais água ficasse em minha testa e eu a olhasse de forma realmente brava agora.
- Palavrões são proibidos Taehyung. - Ela me repreendeu. - Eu ainda sou sua mãe, okay? Solte um desses na minha frente que eu vou ser obrigada a te mandar para uma visita com o dentista. - Me ameaçou, me fazendo lembrar de quando era mais novo e deixava algum tipo de palavrão escapar em sua frente e ela me dizia: "fale isso de novo e eu quebro todos os seus dentes", me dando um tapa dolorido na boca em seguida apenas para que eu levasse sua ameaça a sério.
Pois é, dona Sunhee não gostava muito de palavrões.
- Me desculpe. - Pedi, me virando para a pia e revirando os olhos, sem que ela pudesse ver, é claro! Eu achava isso desnecessário, já que eu tenho vinte e seis anos nas costas, mas mesmo assim a obedecia. Eu tinha juízo, afinal.
- Agora me responde! - Exigiu minha mãe, me fazendo olhar novamente em sua direção, não entendendo o que ela gostaria que eu a respondesse.
- Sobre? - Questionei de volta, já que não fazia ideia do que ela estava falando.
- Sobre o Hoseok. - Largou o pano em cima da pia e foi até a mesa, arrastando uma cadeira e se sentando, virando o corpo em minha direção.
- Hoseok? O que tem ele? - Me virei novamente para a pia e dei minha atenção ao resto dos copos e pratos que eu lavava.
- Taehyung, veja bem, eu sou sua mãe e não tô querendo te expor aqui, mas você não está me ajudando muito. - Ao ouvir suas palavras, larguei a bucha cheia de sabão dentro da pia e lavei as mãos para tirar a espuma que tinha ali, fechando a torneira e indo até a mesa também, me sentando de frente a cadeira que ela estava.
- Como assim, mãe? - Ficava um pouco difícil acompanhar o que ela falava quando eu não estava entendendo muito bem. E eu não era como se eu fosse simplesmente chegar nela e dizer; "Hey, eu não sei do que você está falando, eu tava distraído demais pensando no quão apaixonado eu estou pelo Hoseok e não te ouvi me perguntar sobre ele."
Nope.
Não mesmo.
- Vocês estão tendo alguma coisa? - Foi direta na pergunta, me fazendo pensar por uns segundos sobre qual resposta eu deveria dar.
Veja bem, agindo assim, pode até parecer eu esteja com vergonha de admitir para minha mãe que estamos tendo algo. Mas essa não era a verdade. Eu só tinha medo. Eu não sabia qual era a vontade de Hoseok, se ele ia se sentir bem de alguém sabendo sobre nós. O bem estar dele era o que me importava e vinha em primeiro lugar, eu notei sua apreensão quando ele me perguntou se minha mãe sabia de algo. Talvez ele não quer que ninguém sabia sobre nós e, por mais que eu queira gritar para aquela cidade inteira que eu tenho o garoto mais lindo de todos ao meu lado, eu não sabia se essa era também a sua vontade.
- Somos amigos, eu já te disse. - Decidi negar por enquanto. Eu teria uma conversa com ele, iria descobrir qual seu ponto sobre isso, e só aí eu iria contar a minha mãe que estamos juntos.
- Amigos? - Acenei positivamente com a cabeça. - Eu estou de dando uma chance de me contar, filho. - Ela insistiu, me fazendo soltar um suspiro.
- Somos amigos, apenas isso. - Eu nunca fui um bom mentiroso.
- Amigos não se olham como vocês se olham, Taehyung. - Ela apoiou as mãos em cima da mesa, soltando um suspiro apaixonado.
- Mãe! - Eu não sabia muito bem como sair daquela situação. Eu não gostava de mentir pra minha mãe e nem de omitir nada dela, mas eu não podia simplesmente contar a ela sem consultar ao Hoseok antes. Eu não tinha esse direito. - Já disse, amigos. Somos a-m-i-g-o-s. - Falei a palavra pausadamente, para tentar faze-la entender.
- Okay Taehyung! Eu juro que não queria que fosse dessa forma. - Ela começou, ajustando a postura na cadeira e fazendo que eu instintivamente arrumasse a minha também. - A última chance. Vocês estão tendo algo?
Me mantive quieto, olhando para ela de forma quase assustada.
Ela pegou um elástico que estava em seu pulso e começou a enrolar o cabelo, fazendo um coque meio desleixado. Eu sabia que ela estava só dando um jeito de protelar aquele momento e me dar uma chance de finalmente confessar.
Mas eu me mantive calado.
Calado e apreensivo para o que viria a seguir.
E me lançando um último olhar, ela começou:
- Você costuma beijar seus amigos? - Arqueou uma das sobrancelhas. Ela tinha uma expressão tranquila no rosto e soltou aquela frase como se me perguntasse as horas.
Me mantive estático, sem saber como responder. Abri e fechei a boca algumas vezes, mas nada saiu, e ela me lançou um sorriso vitorioso, vendo que havia conseguido me deixar sem palavras para responde-la.
- Como você...? - Eu não sabia muito bem como perguntar, deixando minha vaga resposta morrer aos poucos.
- Eu vi vocês aqui na minha cozinha, Taehyung. - Eu não precisava perguntar o que ela tinha visto. Eu sabia que ela se referia ao beijo que eu e Hoseok trocamos aqui na cozinha de sua casa.
Foi uma coisa tão rápida que eu não podia imaginar que alguém tinha nos flagrado.
- Porque você está me escondendo isso, filho? - Perguntou. E, ao contrário do que eu imaginava, ela não aparentava estar chateada, ela estava se divertindo com a situação em que eu estava. - E não adianta tentar negar.
- Eu só não sei se ele quer que alguém saiba. - Falei por fim, abaixando os ombros de forma derrotada e desistindo de negar o que estava óbvio.
- Porque você acha isso? - levantou de sua cadeira e foi até o escorredor de louça, pegando um dos copos que eu havia lavado e enchendo com água de um filtro que tinha em cima de um mármore da cozinha, sentando-se em seu lugar em seguida. Dei de ombros pela sua pergunta, sem saber ao certo como responder. - Sabe, antes mesmo de ter visto aquilo, eu já estava desconfiada. - Dei total atenção ao que ela dizia. - Eu comecei a desconfiar no dia em que você me falou sobre ele. Você tem estado diferente, filho. Tem um brilho especial em você agora. - Ela se inclinou um pouco e tocou meu rosto de forma carinhosa.
- Um brilho? - Perguntei, duvidoso. Será que era tão óbvio assim que eu estava apaixonado?
- Sim, um brilho. Você tem estado mais sorridente. - Ela sorriu ao falar. - Eu vi a forma como vocês se olham. Eu vi o jeito como ele olha para você.
- Que jeito? - Isso era algo que me interessava muito. Saber a forma como Hoseok me olhava. Uma pessoa que está de fora sempre vai ver as coisas de uma forma diferente da que você vê. Seria importante pra mim saber como minha mãe estava nos enxergando.
- Os olhos dele brilham tanto quando ele olha pra você. - Ela sentenciou. - Ele suspira ao som da sua risada. Ou a cada vez que você dirige a palavra diretamente a ele. - Arrastou sua cadeira para o meu lado e, quando estava sentada mais próxima a mim, passou as mãos pelo meu cabelo em um carinho gostoso de mãe.
- Eu tô tão apaixonado por ele, mãe. - Sussurrei. Admitir aquilo para outra pessoa era muito diferente do que admitir pra mim mesmo.
Parece que tornava tudo mais real.
- Eu sei filho. - Eu me inclinei mais em direção ao seu toque, deitando a cabeça em seu ombro e sentindo o toque macio de suas mãos indo e vindo nos fios de meu cabelo. - Mãe sabe das coisas Taehyung! Eu já sabia que tinha algo acontecendo com você, só não sabia o que era.
- Eu achava que a Jennie tinha te contado algo. - Falei, meus olhos fechados e me deixando apenas sentir aquele momento de cumplicidade que eu estava tendo com ela.
- A Jennie sabe? - Ela pausou o carinho que fazia para me questionar aquilo.
- Não. Mas acredito que ela desconfie. - Eu disse, levantando minha mão e levando até onde sua mão estava parada em minha cabeça, a incentivando a continuar com as carícias.
- Sim, ela desconfia. - Eu já sabia que sim. Jennie nunca fez o tipo de pessoa discreta. - E as suas filhas também são bem inconvenientes quando querem. - Minha mãe disse rindo e eu a acompanhei. Pois é! Parece que minhas filhas tinham puxado a tia.
- O que você acha dele, mãe? - Decidi retomar a conversa para o tópico 'Hoseok'.
- Eu acho que você precisa se dar uma chance. - Ela disse, ainda fazendo carinho em meus cabelos. - Eu acho que ele é sua chance.
- Eu também acho. - Minha voz saiu um tanto quanto sonolenta. - Eu tô tão apaixonado por ele.
- Você já disse isso, filho! - Mas eu não cansaria de dizer. Era bom poder falar isso em voz alta. Era bom admitir isso pra alguém.
- As meninas o adoram. - Levantei a cabeça de seu ombro assim que percebeu que se continuasse apoiado ali, iria acabar dormindo.
- E ele as adora também. - Beijou meu rosto. Provavelmente iria ficar a marca de seu batom rosado em minha bochecha. - Eu tô torcendo por você, filho. Vou adorar tê-lo na família.
- Eu só não sei se ele está muito disposto a tentar algo sério. - Confessei um dos medos que me rondavam. - Faz tão pouco tempo que nos conhecemos.
- Você nunca vai saber se não tentar. - Era tão reconfortante ter aquela conversa com ela. - Mas, mãe sabe, Taehyung. Ele está tão apaixonado por você quanto você está por ele.
- Será, mãe? - Não era como se eu duvidasse dos sentimentos de Hoseok. Ele não me parecia o tipo de pessoa que se envolve com qualquer cara. Mas ele tinha saído de um relacionamento abusivo, um relacionamento conturbado. Eu não sabia se ele iria querer arriscar ter algo novamente tão cedo.
- Ah! O amor jovem! - Se afastou um pouco de mim, colocando uma de suas mãos na testa como se tivesse encenando um filme. - Sempre tão cheio de dúvidas.
Eu estava rindo da cena que ela armava na minha frente quando senti o celular vibrar em meu bolso, puxando o mesmo de lá e vendo uma mensagem de
Jungkook aparecer na tela.
Jungkook era um amigo de longa data, casado com Jimin. Nós três crescemos juntos e eles foram o primeiro amor da vida um do outro. Namoraram durante um tempo na infância e adolescência, até que Jungkook teve que se mudar para outro país com sua família.
Perdemos o contato com Jungkook por um tempo consideravelmente longo e, eu vi Jimim sofrer tempos miseráveis pela ausência do seu amor. Mas cerca de cinco anos depois, Jungkook retornou a Holmes, disposto a reconquistar Jimin. Hoje fazem quase oito anos que estão juntos novamente e são um dos casais mais apaixonados que eu conheço. Há seis meses atrás Jimin deu a luz ao pequeno Zion. Um encantador garotinho com os olhos de Jimin e todo o resto de jungkook.
Na mensagem, Jungkook me chamava para sair com ele e Jimin. Era um convite pra ir até um pub que tinha no centro da cidade. Eu respondi que iria ver se dava e, em seguida, mandei uma mensagem para Hoseok, o convidando para ir também.
No início, ele negou, já que tinha que dar aulas amanhã cedo e não pretendia ficar na rua até muito tarde, mas eu prometi que ele estaria em casa cedo e, depois de muita insistência da minha parte, ele finalmente aceitou ir.
Combinei com ele às seis horas da tarde e disse que o buscaria. Ele negou novamente, dizendo que iria com seu próprio carro e, como ele era teimoso e eu sabia que não iria ceder, combinei de passar em sua casa e irmos juntos no carro dele.
- Porque está sorrindo? - Minha mãe - que tinha sumido da cozinha no momento em que eu tirei o celular do bolso - apareceu no cômodo, me dando um susto.
- Que susto, mãe! - Coloquei a mão no peito, sentindo os batimentos acelerados de meu coração.
- Porque está sorrindo? - Repetiu a pergunta. Era claro que ela já sabia o motivo, mas parece que tinha que me ouvir falar.
- Estava conversando com o Hoseok. - Levantei um pouco o celular pra que ela visse.
Sem dizer mais nada e com um sorriso no rosto, ela se aproximou e deixou um demorado beijo em meu cabelo.
- Você pode ficar com as meninas hoje? Eu chamei ele pra sair. - Pedi, sabendo que isso era algo que ela não me negaria.
- Sabe que James e eu adoramos tê-las aqui. - Me respondeu simplesmente.
E foi no momento da menção ao nome de James que ele entrou no cômodo, sendo seguido por minhas filhas. Minseo foi até minha mãe, pedindo um copo d'água e Minjae veio até mim, sentando em meu colo.
- Vocês vão ficar aqui com a vovó hoje, tudo bem? - Soltei o elástico que tinha no cabelo de Minjae, arrumando os fios loiros com meus dedos e prendendo novamente em seguida.
- Poque? - Minjae me perguntou.
- Poque eu vai sair. - Respondi imitando sua fala confusa e ela deu uma risadinha.
- Nois que i tamem papa. - Minseo respondeu em seguida, se acomodando na minha outra coxa, ficando agora as duas em meu colo.
- No próximo fim de semana o papa leva vocês pra passear, tudo bem? - Propus.
- O Hobie pode i tamem? - Minseo pediu, me olhando em expectativa com seus grandes olhos castanhos.
Troquei um olhar com minha mãe e sorri. Era tão bom saber que minhas filhas gostavam tanto dele, e melhor ainda saber que ele retribua por elas todo esse amor.
- Sim, o Hobie pode i tamem. - Eu disse, fazendo cócegas em suas barrigas e elas se contorceram em meu colo, correndo até James com o som de suas risadinhas graciosas reverberando pelo cômodo.
Fiquei pensando sobre a noite. Essa com certeza seria uma noite diferente das que eu já tive com Hoseok. Mas tenho certeza que não seria menos divertida e proveitosa.
•••
Era exatamente cinco e meia da tarde e eu estava parado em frente ao espelho de meu quarto, analisando a minha aparência.
Eu vestia um calça social e uma camisa branca com alguns botões abertos. Eu tinha um terno jogado por cima do look e fiquei alguns segundos pensando se aquela era a roupa certa a usar. Escovei o dedo em meus cabelos, jogando os fios curtos para trás e fechei um único botão do terno.
Quando eu finalmente decidi que aquela seria a roupa que eu iria, peguei em cima de uma mesa de cabeceira ao lado de minha cama a minha carteira e meu celular, colocando nos bolsos de minha calça.
Desci as escadas de forma apressada e peguei a chave de meu carro no aparador que ficava em um canto da sala.
Observei por um momento o cômodo. Tudo ficava tão silencioso sem as meninas aqui. Tinha algumas bonecas e carrinhos espalhados pela casa. Elas nunca conseguiam manter organização, por mais que eu pedisse.
Sorri, pensando nas minhas pequenas e em como elas eram a melhor coisa de minha vida.
Eu era tão sortudo por ter três seres tão pequeninhos e adoráveis em minha vida.
Destravei meu carro e me coloquei a dirigir em direção a casa de Hoseok. Eu iria apresenta-lo aos meus amigos, mas eu não sabia como ele gostaria de ser apresentado.
Eu nem tinha idéia do que éramos.
Eu não iria apresentar Hoseok como alguém que eu estava 'pegando'. O que tínhamos, mesmo que não fosse rotulado, era algo muito mais sério do que isso.
Estacionei em frente a casa de Hoseok e desci do carro, indo até a porta e tocando a campainha.
Menos de um minuto depois a porta foi aberta e, wow! Como Hoseok conseguia ficar ainda mais lindo a cada vez que eu o via?
Ele estava com uma calça jeans preta que estava tão colada em seu corpo, que deixava suas coxas deliciosas. Usava uma camiseta branca simples e por cima, uma jaqueta meio marrom ou sei lá que cor era aquela, a única coisa que eu sabia era que ele estava lindo. Seu cabelo estava arrumado em uma franjinha que caia em sua testa, o deixando em um contraste entre gostoso e adorável. E eu não sabia qual dos dois prevalecia.
Sem muita demora e sem nem sequer falar um 'oi', puxei o pequeno pela cintura e juntei nossas bocas. Beijar Hoseok era sempre tão bom. Eu amava a textura macia de seus lábios, ou a forma como ele sempre correspondia aos meus beijos de uma forma apaixonada e intensa, seja um beijo mais calmo ou um mais afoito, eu sempre sentia sua reciprocidade.
Dessa vez Hoseok não levou as mãos os meu cabelo, creio eu que para não estragar meu penteado. Ele grudou suas duas palmas ao redor do meu pescoço e eu senti um arrepio se alastrar pelo local. Minhas mãos permaneceram em sua cintura e eu não pude deixar de pensar em como era sempre tão gostoso segura-lo por ali.
- Vamos? - Pediu, puxando a porta que estava atrás de nós e fechando a mesma, ficando de costas pra mim por alguns segundos para passar a chave na fechadura.
E eu não sou de ferro, né? Tive que dar uma conferida em sua bunda e devo dizer... não sei se vou sair vivo até o final dessa noite.
- Eu queria colocar meu carro na sua garagem. - Pedi, tentando distrair a mim mesmo e tirar um pouco o foco de seu corpo.
- Podemos ir no seu carro mesmo. - Hoseok cedeu, vendo que seria muito mais trabalhoso tirar o seu carro de lá e por o meu e depois fazer isso tudo de novo quando tivéssemos voltado.
Desci os degraus do hall de entrada da casa de Hoseok e fiquei esperando ele fazer o mesmo. O caminho até onde meu carro estava estacionado era curto, mas mesmo assim entrelacei nossos dedos e fomos assim até parar ao lado da porta de meu carro e abrir a mesma para que ele entrasse.
Hoseok sorriu pra mim e, quando ele ia entrar no carro, o peguei pelo braço e o puxei para mim novamente.
Trocamos um beijo um pouco mais intenso do que o que tínhamos trocado a alguns minutos atrás na porta de sua casa.
Entramos no carro e fizemos nosso caminho até o pub conversando amenidades. Hoseok me perguntou sobre as meninas e eu te disse que elas queriam passear com ele no próximo fim de semana, fazendo ele gargalhar e provavelmente achar que era mais uma das minhas mentirinhas brancas para tê-lo perto de nós em nossos passeios de família.
A atmosfera ao lado de Hoseok parece que tinha mudado depois da conversa que tive com minha mãe.
Parece que admitir que estava apaixonado por ele, tinha me feito ficar um pouco mais apaixonado ainda.
Vez ou outra eu pegava em sua mão e entrelaçava nossos dedos, e ele sempre dava um sorrisinho tímido quando eu o fazia, mas não deixava de retribuir meus carinhos.
Parei com o carro em frente ao pub e deixei a chave na mão do manobrista, mandando uma mensagem para Jungkook avisando que eu já tinha chegado, recebendo uma mensagem sua em seguida dizendo que já estava lá dentro. No caminho eu disse a Hoseok que encontraríamos um casal de amigos meu e ele não pareceu ter se importado com isso. O que foi um bom sinal, já que me fazia entender que ele não queria me esconder ou esconder o que estávamos tendo.
Quando entramos no local, algumas pessoas dançavam, outras bebiam e algumas estavam sentadas comendo alguma porção. O lugar estava relativamente escuro e tive que olhar de um lado para o outro até achar Jimin e Jungkook sentados em uma mesa ao canto, uma garrafa de cerveja em cima e uma porção de batatas fritas com bacon para acompanhar.
Peguei na mão de Hoseok e fomos desviando de algumas pessoas até conseguir alcançar a mesa.
Quando paramos em frente ao casal, Hoseok soltou minha mão e entrelaçou suas mãozinhas em frente ao corpo, eu percebia que ele estava nervoso.
Pois é, Hoseok! Eu não estou muito diferente de você.
- E aí, Tae! - Jungkook se levantou quando me percebeu ali, trocando um toque de mãos comigo. Jimin se levantou também, deixando seu copo de suco em cima de mesa e seus olhos não saiam de Hoseok.
- E aí, Jk? - Retribui seu toque. - Até que enfim vocês se lembraram de mim.
- Para de ser dramático, Taehyung. - Jimin disse, desviando os olhos de Hoseok e olhando pra mim. - Não vai nos apresentar o seu acompanhante? - Perguntou ele com certa curiosidade na voz.
- Meninos. - Chamei a atenção deles, pegando na base das costas de Hoseok e o trazendo para mais perto de mim. - Esse aqui é o Hoseok, ele é um amigo. - O apresentei dessa forma, vendo ele me olhar de soslaio e voltar a olhar para Jungkook e Jimin em seguida. - Hobo, esses são Jimin. - Apontei em direção a Jimin. - E esse é o Jungkook. - Apontei em direção a Jungkook. - Eles são casados.
- Oi, Hoseok. - Jimin foi o primeiro a se manifestar, indo até o pequeno Hoseok e o abraçando. - É um prazer conhecer você. - Jimin era uma pessoa digamos que... meio sensitiva. Ele sempre gostava ou não de uma pessoa logo de cara, não tinha meio termo com ele. E ele estar abraçando meu Hoseok daquela maneira era um ótimo sinal para mim. Afinal, era muito importante que meu pequeno fosse aceito pelas pessoas que eram importantes pra mim.
- O prazer é meu, Jimin! - Hoseok se desvencilhou do abraço (depois de ter devidamente retribuído), e foi até Jungkook, sendo recebido por um abraço também.
Sentamos na mesa e, Hoseok e eu, ficamos de frente para meu casal de amigos. Ficamos um tempo conversando e não tínhamos pedido nada para beber e nem pra comer ainda.
Jimin deixou Hoseok muito a vontade na mesa e eles conversaram sobre muitas coisas. Quando Hoseok disse no que trabalhava, Jimin foi logo tratando de tirar o celular do bolso e mostrar algumas fotos do pequeno Zion, fazendo Hoseok se encantar pela criança mesmo apenas por uma tela de aparelho.
Em algum momento da noite, pedimos o cardápio e vi os olhos de Hoseok se arregalaram, provavelmente pelo preço das coisas. Aquele não era um lugar muito barato.
- Taehyung? - Hoseok me chamou, ganhando minha atenção instantaneamente. - Pra vir em um lugar como esse, eu teria que vender um rim. - Ele disse um pouco alterado, soltando um risadinha no final da frase.
- Hey, Jk? - Chamei, fazendo Jungkook tirar a atenção do cardápio e me olhar de forma séria. - Você estaria interessado em comprar um rim? - Ofereci, fazendo Jimin gargalhar em seguida e eu gargalhei também.
- Vai se foder, Taehyung! - Jungkook tentou fazer uma cara de bravo, mas acabou rindo também.
Hoseok foi o único na mesa a não dar risada, mas eu o explicaria depois.
Pedi uma garrafa de budweiser pra mim e Hoseok quis um suco de maracujá. Pedimos também duas porções de batata iguais a que Jimin comia anteriormente e ficamos um tempo conversando.
Hoseok e Jimin não quiseram beber, Jimin devido ao fato de ter uma criança pequena e Hoseok porque não queria estar de ressaca no dia seguinte.
Tomei algumas cervejas e alguns coquetéis (que Hoseok quis provar alguns), e em pouco tempo eu já sentia o local ficando mais quente e abafado. Tirei o terno que estava por cima de minha roupa e coloquei nas costas da cadeira que eu estava sentado.
Fomos para a pista de dança e fiquei abraçado a Hoseok, ele tinha suas costas grudadas em meu peitoral e meus braços circulavam sua cintura, minha mãos entrelaçando em frente ao seu estômago.
Não estávamos de fato dançando, apenas balançavámos nossos corpos no ritmo da música, que era relativamente lenta. Eu distribuía alguns beijos por seu pescoço e ele soltava risadinhas, encolhendo os ombros, como um indicativo de que estava arrepiado.
Eu gostava de ter esse tipo de reação vindo dele, fazia meu ego inflar e, com a dose de bebida que corria em meu organismo, eu me tornei um pouco mais provocativo.
Minhas mãos que antes estavam em sua barriga, correram até suas coxas, subindo da mesma até alcançar sua cintura, esfreguei as mesmas ali e ele jogou a cabeça um pouco pra trás, soltando um suspiro e levando suas mãos até meu cabelo, erroscando os dedos ali.
Ele se virou de frente pra mim, me roubando um beijo e ficamos naquele tipo de provocação por um tempo.
Voltamos para a mesa e ficamos um tempo conversando sobre todos os tipos de assunto.
Estar com Hoseok era assim, era conversar sobre tudo e nada ao mesmo tempo.
E eu me perdia. Me perdia nos seus olhos castanhos. Me perdia em seus lábios finos e na sua risada melodiosa. Me perdia nos castanhos de seu cabelo liso.
Hoseok era inteiro lindo. Desde a aparência a personalidade.
Seu jeito marrento era lindo, mas em contrapartida, ele tinha um coração enorme e bondoso.
Quando ele entrou naquele estabelecimento comigo, todos os caras dali olharam para ele. Eu não me senti enciumado. Muito pelo contrário, eu me senti orgulhoso. Ele era lindo e estava comigo.
Mas Hoseok não reparou nos olhares que estava atraindo.
Porque, certamente, ele não era conhecedor da beleza que tinha. Ele não sabia que era dono dos olhos mais lindos que eu já tinha visto. Ele não sabia que era dono de uma beleza exuberante. Ele não sabia que estava se tornando o dono do meu coração. O motivo dos meus sorrisos.
Hoseok não sabia que era lindo. E era isso que o tornava lindo.