The Stripper - Jenlisa

By KimKyoko_

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

1° Capítulo - Duas vidas
2° Capítulo - Voltando a Miami
3° Capítulo - The Stripper
4° Capítulo - Nova presidência
5° Capítulo - Primeiro dia
6° Capítulo - Mais tempo juntas
7° Capítulo - The dance
8° Capítulo - Beijo
9° Capítulo - Perdendo o controle
10° Capítulo - Le café
11° Capítulo - Doce ilusão
12° Capítulo - Confusão
13° Capítulo - Ensaio
14° Capítulo - Show particular
15° Capítulo - Jogo perverso
16° Capítulo - Chegada inesperável
17° Capítulo - Reencontro
18° Capítulo - Conhecendo a família
19° Capítulo - Apenas Jennie e Lalisa
20° Capítulo - Gosto de você
21° Capítulo - Uma dança
22° Capítulo - Voltando a dura realidade
23° Capítulo - O troco
24° Capítulo - Perdidas
25° Capítulo - Arrisque-se
26° Capítulo - Fuck you all the time
27° Capítulo - Caminhos cruzados
28° Capítulo - Você é minha!
29° Capítulo - Uma nova aliança
30° Capítulo - Eu amo você
32° Capítulo - A descoberta
33° Capítulo - Confronto
34° Capítulo - Turbilhão de sentimentos
35° Capítulo - Caindo em tentação
36° Capítulo - Negociação
37° Capítulo - Coisas do passado
38° Capítulo - Baile de máscaras
39° Capítulo - Pedidos
40° Capítulo - Questão de conhecer
41° Capítulo - Quem manda nesse jogo?
42° Capítulo - Tudo vai dar certo
43° Capítulo - Mentir sim ou não?
44° Capítulo - Surpresa
45° Capítulo - O vôo
46° Capítulo - Segredos
47° Capítulo - Último pedido
48° Capítulo - Decisão
49° Capítulo - The Lap dance
50° Capítulo - Xeque-Mate
51° Capítulo - Estratégia
52° Capítulo - A nova era
53° Capítulo - Acerto de contas
54° Capítulo - A perda
55° Capítulo - Para sempre minha
56° Capítulo - O casamento
57° Capítulo (Final) - O poder
Epílogo - A Família
Epílogo - Dois lados
Epílogo - Dear Stripper

31° Capítulo - Hora de jogar

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By KimKyoko_

Jennie Kim's Point of view.

Abri os olhos apenas para ter a certeza que não estive em um sonho. Estávamos exatamente onde tínhamos adormecido noite passada, no chão da sala perto da lareira que a essa hora não havia mais fogo. Olhei para a cômoda e vi as duas taças presentes com o restante do líquido que nem tínhamos nos importado em terminar. Olhei para nossas roupas espalhadas pelo chão e foquei no moletom de Lalisa, tive vontade de pegá-lo para sentir seu perfume doce. Quando me dei conta que não precisava, pois já tinha a dona do perfume deitada ao meu lado, de bruços com suas costas nuas e o restante de seu corpo coberto pelo lençol que havia ali. Seus cabelos estavam perfeitos, a vontade de passar minhas mãos por eles foi enorme e não me contive, apenas deixei o momento me levar.

Passei minhas mãos por suas costas nuas indo de encontro ao seus cabelos, no qual relaxei minha mão e comecei um carinho ali, coloquei seus cabelos de lado e pude ver as marcas em seu pescoço que denunciavam exatamente o que tínhamos feito noite passada, as marcas do amor. Amor. Lalisa me amava e eu a amava, perdidamente e enlouquecidamente, aquela mulher é meu inicio e meu fim. Sim, ela é. Minha droga, minha dona, meu paraíso no inferno.

Comecei a distribuir beijos pelas marcas que haviam no pescoço dela, foi quando a mulher deu sinais de que havia acordado.

- Se toda vez que fizermos amor você me acordar desse jeito, nós teremos que fazer amor pra sempre! - disse a loira com aquela voz rouca, arrastada, cheia de mimo.

- Se isso for um pedido, você terá que ser mais clara. - sussurrei em seu ouvido cheia de segundas intenções. Dando uma pequena mordida em sua orelha ao final.

Segundas intenções que não passaram despercebidas por Lalisa, que se virou totalmente nua, com sua pele branca e macia, que eu poderia ficar admirando por longos anos. E me puxou para seu colo, sentando logo em seguida comigo, colando sua boca no meu ouvido para dizer.

- Eu não costumo pedir, srta. Kim, isso claramente foi uma ordem. - disse com seu jeito prepotente e único, aquele jeito que me arrepiava dos pés a cabeça.

Lalisa começou a passar suas mãos pelas minhas costas nuas enquanto distribuía beijos pelo meu pescoço, e apenas aquilo já estava me deixando fora de si.

Segurei em seus cabelos que já tinham sido bem bagunçados noite passada, e soltei uma pequena risada ao me lembrar novamente do que tinha acontecido, não só ontem, mas o final de semana inteiro. Foi quando Lalisa parou o que estava fazendo e me olhou com uma carinha bem engraçada.

- Estou lhe causando cócegas, srta. Kim? - a loira disse de uma maneira tão fofinha, que apenas ri de novo.

Lalisa me olhou com cara de poucos amigos por ter cortado o momento sexy dela. Foi então que decidi provocá-la um pouquinho.

- O quê, Sra. Manoban, perdeu o jeito da coisa? - disse da maneira mais sarcástica que pude.

- Está brincando com fogo, srta. Kim.

- Não tenho medo de me queimar. Vamos, me mostre o que sabe. - provoquei arrastando cada palavra do jeito mais sensual que pude.

Eu podia ver o fogo nos olhos de Lalisa e eu sabia que eu sairia queimada, com certeza, mas estava torcendo por isso, eu precisava do toque dela, quase como que um viciado precisa de sua droga. E ela era a minha Droga. Havia desejo naquelas íris, que agora tinham um tom escuro, tão escuro que dava um ar intenso ao momento. Nós ficamos nos olhando, uma batalha já perdida por mim, que logo desviei para sua boca, convidativa, carnuda. Quase não tive tempo de pensar em voltar meus olhos de encontros aos seus, quando Lalisa colou seu corpo no meu e tomou meus lábios em um beijo avassalador.

Ela me beijou com fúria, com excitação, com força, eu me perdia a cada segundo, uma de suas mãos foi de encontro minha nuca. Ela enfiou a mão entre meus cabelos e puxou pra trás, tendo total acesso do meu pescoço pra si. Gemi quando ela começou a chupá-lo, o que claramente estava me deixando no limite, e ela sabia. Mas ela também estava jogando, e eu iria mostrar para ela que eu também sabia jogar, e muito bem.

Mas antes que eu pudesse continuar o celular dela começou a tocar.

- Porra! - Lalisa soltou demonstrando sua total irritação com a interrupção.

Lalisa me olhou como se pedisse desculpas com o olhar, e eu apenas assenti levantando de seu colo logo em seguida para que a mulher pudesse fazer aquele barulho parar de uma vez. Pensei em quem poderia estar ligando a essa hora e acabei me distraindo com a visão que eu acabara de presenciar.

Levantei pegando o moletom de Lalisa e logo o colocando. Já que Lalisa tinha levado o lençol com ela. E eu não poderia agradecer mais por isso, Lalisa parou de frente pra grande janela de vidro, da mesma maneira que estava ontem a noite observando a chuva que caía, mas dessa vez um lindo sol brilhava lá fora, os raios que passavam pela janela davam um ar angelical a Lalisa e ela conseguiu ficar ainda mais linda, se isso fosse possível, é claro. Com seus cabelos bagunçados, e o lençol cobrindo apenas da cintura pra baixo, deixando todas as minhas marcas de unha que gritavam em contraste com sua pele pálida. Me lembrei de uma música da Lana Del Rey, que se encaixava perfeitamente naquele momento.

''Oh that grace, oh that body
(''Oh aquela graça, oh aquele corpo)

Oh that face, makes me wanna party.
(Oh aquele rosto, me faz querer festejar.)

She's my Sun.
(Ela é o meu sol.)

She makes me shine like diamonds. ''(Ela me faz brilhar como diamantes. '').


Cantarolei em pensamento olhando para ela, que parecia estar triste com a conversa.

Fui de encontro à ela sem que a mesma notasse, a abracei por trás sentindo seu doce perfume invadir minhas narinas, quando senti seus músculos relaxarem em meu braços, coloquei seus cabelos para o lado e apoiei a cabeça em seu ombro e apenas fiquei ali, notando o grande jardim lá fora.

- É lindo, não é?!

- Hã? - perguntei confusa.

Nem havia percebido que Lalisa tinha encerrado a ligação.

- O jardim, Nini! É lindo... Em que mundo você está? -perguntou com o olhar um pouco vago.

- No nosso mundo. - falei bem próxima ao ouvido dela, depositando um selinho em sua orelha, e seus pelos logo se arrepiaram.

Ficamos em silêncio por mais alguns minutos, quando ela finalmente falou.

- Recebi uma ligação da Minnie.

Lalisa ficou em silêncio de novo, e eu sabia que algo estava errado.

- Meu pai está muito mal, ele piorou desde a última vez que estivemos lá. Cada dia que se passa ele piora.

Silêncio. Era o que se passava naquele momento.

- Sabe, Jennie, o meu maior medo é que um dia ele não reconheça mais a gente, que ele não me reconheça mais. Mas eu sei que é inevitável, um dia ele vai acordar e a vida vai dar uma rasteira em todos nós. De uma só vez, e isso me assusta...

Lalisa estava se abrindo, como na primeira vez que estivemos na casa dela, mas dessa vez era pior, eu sabia de sua dor, e a compartilhava. Eu queria abraçá-la e protegê-la daquilo tudo, mas eu não poderia, porque eu precisava que ela me protegesse também. Mas, enquanto estávamos ali no nosso mundo, isso poderia acontecer. Então só a apertei mais contra meu corpo como se eu pudesse passar toda a dor dela pra mim naquele abraço, e ela percebeu, pois relaxou mais e continuou a falar.

-... Ele é meu herói, Nini, se eu estou onde estou é por ele. Se eu sou quem sou, foi porque ele me ensinou assim, ele me fez ser a mulher que sou hoje. E devo tudo a ele.

O silêncio se fez presente de novo, eu não poderia falar nada, ela não precisava disso agora, ela apenas queria que alguém a ouvisse, e era o que eu estava fazendo. Ela suspirou pesadamente e se encolheu mais em meus braços, mesmo eu sendo mais baixinha que ela, de alguma forma eu me sentia capaz de nos manter na nossa bolha, pelo menos por um tempo. Pelo menos, nesse momento, eu me sentia capaz.

- Ele me trazia aqui sempre que podia e ficávamos bem ali, debaixo daquela árvore. Ele me contava histórias dos outros e dele mesmo. Eu amava cada segundo com ele, se eu pudesse, Jennie, eu voltaria... - ela pausou, apenas para passar a mão pelos olhos, ato que denunciou seu choro.

Aquilo quebrou meu coração de todas as formas possíveis, Lalisa estava vulnerável, estava sem suas armaduras.

- Sabe, você é a primeira mulher que eu trago aqui. - ela falou ficando de frente pra mim, mudando o assunto.

Nossos olhares se cruzaram e tudo ao meu redor desapareceu. Seus olhos estavam agora mais claro que nunca, um castanho claro. Sua íris demonstravam sua vulnerabilidade, sua franqueza, e seu cuidado, ao que estava prestes a dizer.

- Jennie... eu te amo.

Ela falou aquilo olhando em meus olhos. Sustentamos nosso olhar, até que eu senti uma lágrima escorrendo por minha bochecha que Lalisa logo tratou de enxugar com uma mão, já que a outra ela segurava o lençol.

E beijou onde antes estava a lágrima.

- E eu te amo, Lalisa.

Ali não havia Lalisa Manoban, não havia Jennie Kim, não existia Ruby Jane. Éramos apenas nós e os sentimentos que não cabiam mais no peito.

Era amor.

- Se eu pudesse ficava com você aqui mais um bom tempo... - disse a mulher me fitando com carinho. - No nosso mundo.

- Isso realmente seria maravilhoso, Lalisa. - disse quase que na mesma hora que ela.

-Sim, Nini, no nosso mundo. - pegando absolutamente de surpresa.

Ela me beijou. Um beijo daquele apaixonado, daqueles de cinema, que te tiram o fôlego e te leva nas nuvens. Eu me sentia flutuando, me sentia completa, feliz, realizada. Eu me sentia apaixonada. Sim, completamente apaixonada por Lalisa.

[...]

Depois do nosso momento na sala, nós fomos tomar banho, separadas, é claro. Caso contrário, não íamos pra empresa hoje, e fora que ainda teríamos que passar na casa de Lia para deixar Ella, que nesse momento já tinha acordado e tomado seu banho. Ah, Ella... como eu queria que ela morasse comigo, como eu queria que ela pudesse ter uma vida melhor, pudesse dar a ela tudo que eu não tive. Dar a ela amor, carinho, uma infância, dar a ela uma família de verdade. Mas, no momento, minha vida estava uma bagunça.

Nossa, eu ainda teria que encarar Soyeon. Depois de ter negado a ela uma dança, eu nunca tinha feito isso. E do jeito que eu conhecia a mulher, eu estava encrencada, e dessa vez Ruby Jane não tinha nada a ver com isso.

E Seulgi, eu tenho que ligar pra ela. Depois do episódio do escritório não falei mais com ela, mas também, do jeito que as coisas saíram, era melhor nem falar mesmo. O pior disso tudo é que Lalisa entende tudo errado. Seulgi é só uma amiga, e jamais tínhamos passado disso.

E ainda tinha Ruby Jane. Ela, de longe, era o meu maior problema, mas também minha maior solução. Eu não sabia o que fazer, estava perdida.

[...]

Tomamos café como uma típica família americana. Dessa vez não foi Lalisa que preparou o café, foram os empregados, que deviam estar muito possessos com a nossa "pequena" bagunça noite passada. Não demoramos a terminar e já estávamos prontas esperando o helicóptero de Lalisa para voltarmos a dura realidade.

Desceríamos na casa de Lalisa, e de lá ela iria comigo levar Ella, que por milagre, consegue tudo que quer, não precisou nem pedir, já que Lalisa se pronunciou a levar a menina no grande carro dela. Ella só era sorrisos.

Eu que não estava muito contente, teria que dar de cara com Lia, que não duvidava nada deestava com aquele traste dentro de casa de novo. E aí seriam dois coelhos pra matar com uma tacada só. Essa semana já estava começando agitada.

[...]

A viagem de helicóptero até a casa de Lalisa estava bastante tranquila. Ella ia na frente com o piloto, enquanto eu e Lalisa estávamos atrás. Ela estava com um aspecto diferente, seus olhos estavam vagos, ela olhava pro nada e apenas segurava minha mão, como nossos dedos entrelaçados e fazia um pequeno carinho com o polegar.

- Lalisa? - a chamei, de maneira suave.

Não obtive resposta, ela apenas continuava inerte em seus pensamentos. Eu sabia que a ligação de Minnie ainda martelava em sua mente, pois as palavras de Lalisa se fazia presente em meus pensamentos.

''... O meu maior medo é que um dia ele não reconheça mais a gente, que ele não me reconheça mais. Mas eu sei que é inevitável, um dia ele vai acordar e a vida vai dar uma rasteira em todos nós, de uma só vez, e isso me assusta... ''

As palavras que doíam nela, também doíam em mim.

- Lalisa? - chamei pela segunda vez, foi quando ela desviou a atenção da janela e me olhou.

Seus olhos me diziam tanto. Nossos olhares se conectaram de uma maneira mágica, como se tivessem sido atraídos por um imã. Aqueles olhos castanhos, tão claros, capazes de clarear a minha vida e me salvar... sim, os olhos de Lalisa eram o meu refugio, o meu bálsamo, a minha salvação. Enquanto eu tivesse aqueles olhos, eu me sentiria salva. E eu faria o mesmo com ela, eu seria sua salvação, eu a ajudaria a passar por isso, e não iria sair de seu lado, independente dos meus caminhos.

Colei nossas testas, e coloquei minhas duas mãos cada uma de uma lado do rosto da loira. E cantarolei baixinho um pedaço de uma canção que eu sabia que faria sentido pra Lalisa.

"I Promise you don't have to be afraid
" (Eu prometo, você não tem que sentir medo)

I'll wait, love is here and here to stay
(Eu esperarei, o amor está aqui e está aqui para ficar)

So lay your head on me...''
(Então deite sua cabeça em mim... '')

- Eu te amarei até nos dias de tempestade Lalisa. - disse fitando a bela mulher

- Você não poderia ser melhor, não é? - Lalisa sussurrou antes de selar nossos lábios, de uma maneira delicada.

O beijo durou apenas alguns segundos, Lalisa quebrou nosso contato quando uma vozinha nos chamou.

-RJ, Liz! Vejam, as pessoas lá embaixo parecem formiguinhas. - Ella falou com um sorriso gigante.

Lalisa sorriu e me olhou, como se agradecesse por aquele momento. Eu sabia que tinha sido mais que um final de semana para ela. Eu a tinha de todas as maneiras. Eu vi cada lado de Lalisa Manoban, cada jeito, cada rachadura, cada detalhe eu guardei daquela mulher.

-''RJ'', você ainda não me contou da onde veio esse apelido, Nini. - a bela mulher me fitou com um olhar curioso.

Quando Ella se pronunciou, eu senti meu coração parando e eu podia jurar que Lalisa me jogaria daquele helicóptero se soubesse meu nome inteiro.

- É por causa do outro nome da Nini, ué.

- Outro nome? - Lalisa me lançou um olhar como se pedisse por respostas.

Foi nessa hora que o piloto nos avisou que deveríamos nos preparar para pousar. Nunca agradeci tanto.

[...]

Descemos do helicóptero em direção ao carro de Lalisa que, a essa altura, já estava nos esperando. Seokjin estava parado, impecável como sempre. Finalmente, Jisoo tinha dado sorte por ter aquele belo rapaz ao seu lado. Assim que nos avistou, Jin nos cumprimentou.

-Bom dia, Sra. Manoban, Srta. Kim.

- Bom dia, Jin. - eu e Lalisa dissemos quase em uníssono e nos entreolhamos logo soltando uma risada.

- E você deve ser Ella Kim. A irmãzinha da srta. Kim - Jin disse estendo sua mão para Ella.

A pequena estendeu sua pequena mão na maior atitude e disse na maior pose possível.

- Senhorita Ella Kim. Mas pode me chamar de Ella. Você parece ser amigo. - disse ela frisando o "senhorita" e soltando uma piscadela para o rapaz que em seguida corou, com o gesto precoce da pequena a sua frente.

- Muito bem, Srta. Ella. Me chamo Kim Seokjin e serei seu motorista essa manhã. - disse o rapaz de maneira mais simpática que pode, logo abrindo abrindo a porta para que adentrássemos no grande carro.

Já dentro do carro, Lalisa puxou seu celular que já tocava sem parar para atendê-lo, e parecia ser algo importante, já que toda sua atenção foi tomada.

Ella olhava as ruas e ia conversando coisas aleatórias com Jin, e eu? Bom, eu me sentia perdida em meus próprios pensamentos.

Só me dei conta que havíamos chegado a casa de Lia quando Jin anunciou. Ella pulou no colo de Lalisa que acabou de desligar a ligação.

- Obrigada, Liz, por ter me deixado passar o final de semana na sua enorme casa, vou sentir sua falta. Promete que vai vir me visitar? - Ella falou com uma certa tristeza em sua voz.

Tristeza que Lalisa notou.

- Ei, pequena, mas essa não será a última vez que estamos nos vendo. Eu prometo que da próxima vez, será ainda melhor. - disse Lalisa com tanto carinho em sua voz que eu achei aquela cena a mais fofa do mundo.

- Promete de dedinho? - perguntou Ella levantando seu dedinho para que Lalisa pudesse fazer o mesmo selando ali uma promessa.

Lalisa levantou seu dedinho agarrando o de Ella já levantado e logo em seguida depositando um pequeno selinho na testa da mesma. Ella pulou do colo dela pro meu e saiu pela porta que Jin já havia aberto.

Eles fizeram uma espécie de "high five" que só poderia ser reconhecida por eles. Saí do carro pegando a mochila de Ella e o urso que Lalisa havia conseguido na noite do parque para a pequena. Com cuidado, Jin me estendeu a mão para que eu saísse do carro sem cair. Fui em direção à porta da casa, apertei a campainha e esperei.

Lia apareceu com a cara de poucos amigos, desviando sua atenção para trás de mim, e eu sabia que ela olhava para o carro de Lalisa estacionado.

Inclinei-me para dar um beijo na pequena ao meu lado e um grande abraço.

- Vou sentir sua falta, baixinha. Lembre-se que sempre pode ir me visitar. Saranghae. - disse escondendo minha vontade de chorar atrás daquelas palavras.

- Pode deixar, RJ, eu irei. Saranghae, Jen! - a pequena devolveu, pegando seu urso e sua mochila, e sumiu pela porta.

Levantei e dei de cara com uma Lia curiosa e furiosa ao mesmo tempo. Assim que teve a chance soltou.

- Parece que achou um otário pra te bancar, não é, Jennie?! - disse a mulher com desdém.

- E parece que você achou o que não devia. Não cansar de tomar conta da minha vida, Lia? - cuspi as palavras em cima daquela mulher.

-Eu sou sua mãe, Jennie, infelizmente eu sou sua mãe, e eu tomo conta da sua vida sim. Não é porque você virou uma puta que eu tenho que ver você dando pra qualquer um. Mas pelo que eu vejo, você não é burra, pelo menos achou alguém com dinheiro para te bancar. - soltou tudo de uma vez e eu sentia meu sangue ferver.

Cheguei bastante perto dela, e fiquei um pouco mais alta que ela por conta dos sapatos que eu usava e minha vontade era de acertá-la com um tapa, mas não faria isso. Ela não merecia nem isso de mim.

- Primeiro, Lia, você não é minha mãe, nunca foi. - já me sentia quente, quente de raiva por aquele ser desprezível. - Segundo, puta é o que você encontra na esquina, e eu nunca precisei ir a uma esquina para me sustentar, e nem pra sustentar você. - cuspi as palavras na cara dela. - Terceiro, eu dou pra quem eu quiser. E quarto, Lia, burra é você, que mesmo levando um pé na bunda de um traste ainda tem coragem de colocar ele de volta na minha casa e entregando todo o meu dinheiro para ele. - cada palavra que eu soltava um peso a mais saía de minhas costas.

Quando Lia ia abrir a boca, notei que tinha alguém atrás de mim, e me virei dando de cara com uma Lalisa extremamente perfeita.

- Jennie, algum problema? Já está na nossa hora, vamos? - Lalisa estendeu suas mãos e eu me virei para olhar para Lia uma última vez antes de voltar para a bela mulher me esperando.

- Ainda não acabamos, Jennie.

- Sim, vocês acabaram, senhora Kim. - disse Lalisa no seu tom autoritário. - Se me permite, eu tenho compromissos importantes com minha mulher. Passar bem.

Lalisa disse, saindo em seguida me levando pela mão de maneira totalmente superior deixando Lia estática.

Seokjin nos esperava com a porta aberta. Lalisa me deu passagem e eu entrei, Lalisa sentou ao meu lado e me estendeu a mão entrelaçando seus dedos pálidos nos meus e ficando em silêncio enquanto Jin arrancava com o carro.

- ''Minha mulher.''? - decidi quebrar aquele silêncio da melhor maneira possível.

- Sim, Srta. Kim. Minha mulher. - disse Lalisa com seu tom prepotente e autoritário, desviando seus olhos da rua e me fitando.

Aquele tom que me excitava de maneira rápida e letal.

- Isso soa como uma ordem, Sra. Manoban. - disse mordendo meu lábio inferior da maneira que sabia que Lalisa enlouquecia.

Seus olhos foram de encontro aos meus lábios. Bingo!

- Aqui não, Jennie, por favor. - disse Lalisa desviando seu olhar para o aparelho em suas mãos e para a parte da frente do carro no qual se encontrava Seokjin.

Apenas assenti e relaxei esperando chegar à empresa.

15 minutos depois, já descíamos enfrente aempresa. Entramos de maneira triunfal, todos no salão pararam pra nos olhar. Ali nos éramos chefe e secretária. E eu precisava lembrar-me disso. Todos os olhares eram para Lalisa, que estava divina naquele vestido preto até os joelhos, saltos scarpins também na cor preta. Seus óculos no rosto, seu inseparável batom vermelho sangue e seus cabelos soltos, caindo em suas costas de maneira incrível.

Entramos no elevador e Lalisa falava ao celular. Eu aproveitei a oportunidade e mandei uma mensagem para Jisoo me encontrar, precisava falar com ela urgentemente. Ao chegarmos em nosso andar, Lalisa caminhou para sua sala muito concentrada em sua conversa que mal falou comigo. Entendi aquilo como um sinal claro da ligação ser importante. 

Sentei em minha mesa pronta pra mais um dia de trabalho, quando percebi uma silhueta muito conhecida por mim. Jisoo. Mal podia acreditar.

Levantei em uma velocidade única, sendo recebida por uma Jisoo feliz e de bom humor.

- Nossa, acho que você é a prova viva que sexo faz bem por humor. - soltei provocando-a.

- Cala boca, Jennie, antes que eu te acerte. Agora vem e me conta tudinho. - disse a mulher me puxando para uma das salas de reunião que havia ali.

Chou Tzuyu's Point of view.

Eu não podia acreditar no que Soyeon havia me contado. Passamos um belo par de horas conversando sobre o que fazer para acabar com essa palhaçada. E já estava na hora de colocar nosso plano em ação. Lalisa era minha, e de mais ninguém.

Adentrei as Indústrias Manoban Industry como um furacão. Pouco me importando com os olhares que recebi, eu sabia que o jogo estava mudando, e eu sabia que o jogo estava mudando, e eu mostraria pra Jennie quem é que estava com a vantagem.

Logo chamei o elevador e ele não demorou muito a chegar. Entrei recebendo mais alguns olhares pecaminosos. Parecia que estava naquele cubículo há um século quando o elevador finalmente parou no último andar. Saí encontrando o lugar de Jennie vazio. Mas eu ouvi algumas vozes vindas de uma das salas de reunião, pensei que seria Lalisa já que a sala da mesma estava fechada e a sua "cachorrinha" não estava em sua mesa, decidi seguir o barulho para ver quem eu encontrava.

Assim que me aproximei da sala puder ouvir duas vozes, uma era a de Jennie. Tinha certeza. E a outra, aquela voz era familiar, eu reconheceria essa voz em qualquer momento, isso, era a voz da amiguinha dela, aquela que estava de rolo com Seokjin. Jisoo. Sim, aquela mulherzinha totalmente ignorante. Pareciam mesmo que elas eram melhores amigas.

Pude ouvir algumas partes, falavam de uma discussão com uma tal de Lia, que Lalisa havia interrompido. Falaram algo relacionado à Imperium. Exatamente onde eu queria chegar. Quando elas embarcaram nesse assunto, sabia que ali seria minha deixa. Eu agiria agora. Entrei na sala sem nem ao menos bater e as duas se viraram para a minha direção com olhos arregalados, e claramente nervosos. Elas se entreolhavam e eu apenas observei.

- Estou atrapalhando algo? - disse de forma cautelosa e extremamente calma.

Jisoo foi a primeira a responder, com sua afiada língua.

- Sim, está atrapalhando. Aliás, você sempre atrapalha a vida alheia, Tzuyu.

Jennie que permanecia em silêncio olhou estática para a amiga que apenas sorriu de canto.

- A única que atrapalha a vida alheia é a sua amiga, Jisoo, que está muito boa nisso, por sinal. Queria saber como você consegue, Jennie, ser tão dissimulada. - soltei um olhar penetrante para Jennie que logo se recompôs e me fitou.

- Como eu consigo o quê, Tzuyu? - ela me respondeu de forma rude. Ela estava nervosa. E isso era ótimo.

- Você sabe, Jennie. Ou melhor, queria muito ter uma conversa com você, podemos? É do seu interesse, posso garantir.

Jisoo olhou para Jennie que assentiu, saindo da sala, nos deixando a sós. 1 a 0 Kim. Assim que ouvi a porta bater, e ter a certeza que a leoa já havia saído e estávamos apenas eu e ela, era a hora de jogar.

- O que você quer, Tzuyu? Diga logo e vamos acabar com isso.

- Jennie, nós estamos apenas começando, querida. - disse me aproximando da mulher que me fitava com raiva nos olhos.

- Começando o quê exatamente? Será que posso saber?

- Isso, Jennie, nossa conversa. Ou você achou mesmo que ia me enganar com essa sua vidinha dupla? - soltei de uma vez a bomba.

Jennie ficou estática, podia ver o sangue parando de circular por seu rosto. Ela não esperava por isso. E eu a peguei direitinho.

- O que é, Jennie? Achou mesmo que eu não ia descobrir? Fico me perguntando como uma mulher como Lalisa, inteligente, poderosa, não descobriu essa sua farsa. - fitei a mulher que apenas me olhava sem palavras. Aproveitei que ela não passava de uma garotinha inofensiva e fui me aproximando.

- Ao mesmo tempo em que estou torcendo para essa sua máscara cair, eu quero muito saber o final dessa história. Bom, o final na verdade eu já sei. E eis aqui ele: Lalisa vai descobrir que você não passa de uma puta querendo o dinheiro dela, como todas as outras. Vai te demitir daqui, porque ela vai ter nojo de olhar pra essa sua cara cínica. E depois, vai vir correndo pros meus braços, os únicos braços no qual ela pode confiar de verdade. Porque você não passa de uma putinha barata. - cuspi as palavras bem perto do rosto dela, apenas esperando seu ato.

Jennie pareceu ter nutrido forças daquelas palavras e elevou sua mão para acertar em meu rosto, e aí então eu tinha conseguido exatamente o que eu queria.

Olhei em seus olhos e disse:

- Vá em frente, bate. Bate e me dá apenas mais um motivo para ir até a sala de Lalisa contar tudo pra ela. Vamos lá, Jennie, bate. Me mostra que é mulher, e eu vou te mostrar que eu sou o triplo do que você é. Porque essa palhaçada com a Lalisa não passa de uma boa foda. Porque é só isso que ela quer com você. Então, Jennie, estou te dando uma chance de sair do meu caminho, antes que você se arrependa de um dia ter se tornado Ruby Jane. - disse tudo em um tom sério, enquanto Jennie me fitava com os olhos mortais. Acho que se ela pudesse matar com um olhar eu certamente não me encontraria mais nesse mundo.

Jennie tinha sua mão a centímetros do meu rosto.

Apenas desviei meu olhar, dos seus olhos para sua mão e voltei para seus olhos para finalizar com chave de ouro.

- Sabia que tomaria a decisão certa, Kim. Passar bem. E, lembre-se, te dou até a próxima dança de Ruby Jane para você contar para Lalisa. Caso contrário, nem se dê ao trabalho de aparecer aqui no dia seguinte.

Saí, do mesmo modo que entrei, no maior silêncio. O hall continuava vazio. Decidi não falar com Lalisa hoje, apenas fui em direção aos elevadores e entrei, sentindo-me vitoriosa.

Jennie Kim's Point of view.

Raiva. Nojo. Humilhação. Era tudo que eu estava sentindo naquele momento. Como eu quis ter acertado aquele tapa nela. Mas era exatamente o que ela queria, eu já havia entendido seu jogo. E aquilo não ia ficar barato. Ela queria jogar, ia mostrar pra ela que isso ia muito mais além do que Jennie/Ruby Jane. Ela estava entrando em um jogo que só eu poderia ganhar e eu sabia exatamente quem iria me ajudar. Peguei meu telefone discando aquele número já conhecido por mim.

"Hey! Preciso muito da sua ajuda. Me encontra pra almoçar daqui a 40 minutos? Tzuyu descobriu tudo, e eu preciso resolver isso."

[...]

Não tive notícias de Lalisa a manhã toda, ela apenas mandou transferir suas ligações e cancelar sua reuniões para aquele dia e não ser incomodada.

Já haviam se passado os 40 minutos. Foi quando decidi ir almoçar. Tinha uns assuntos para resolver. E uma pessoa pra encontrar.

[...]

Já eram 4 da tarde, quase fim de trabalho. Lalisa não saiu todo o dia, apenas ficou em sua sala, resolvi não incomodar. Estava totalmente inerte em meus trabalhos quando uma voz familiar me tirou a atenção. Olhei para cima dando de cara com Seulgi. 

Lalisa Manoban's Point of view.

O dia hoje estava sendo cheio! O celular não parava de tocar, e eu tinha que me concentrar, na verdade eu precisava. Se eu não focasse no trabalho, iria focar no meu pai e a última coisa que eu queria era passar meu dia afundada em bebidas. Por um momento, desejei ter Seulgi ali comigo, ela era a única que me entendia, claro tinha Jennie também, mas Seulgi sempre esteve comigo, ela sabe de tudo, ela é do tipo de amiga que sempre te faz ficar melhor independente do que você esteja passando, ela estava sempre animada, te dizendo besteira e te fazendo rir. Por um momento me praguejei por ter tratado ela daquela maneira, eu acho que devia desculpas para a mesma. Peguei meu celular decidida a chamá-la para fazer algo.

Quando um furacão de alegria adentrou na minha sala.

- Hi, vadia! - disse a mulher a minha frente toda saltitante.

E para minha surpresa, ninguém menos que Kang Seulgi se fez presente. Meu coração se encheu de esperança naquele momento, eu me sentia mais leve só com a presença dela.

Ela se jogou no sofá que havia ali e eu me levantei indo até a ela e me jogando no sofá também. Encolhendo-me em seus braços.

- Nunca fiquei tão feliz em te ver, Seulgi.

- Eu sei, vadia, você não vive sem mim. E como prova que lhe perdoei por ser uma ogra ciumenta, estou aqui novamente. - falou a mulher provocando-me um riso fraco.

Aquele momento me lembrou do dia que meu pai teve seu primeiro surto de perda de memória e descobrimos sua doença. Aquele dia foi terrível, e única pessoa que estava meu lado era Seulgi. E eu sabia que nesse momento eu precisava delamais que nunca, eu precisava contar a loucura que eu estava vivendo, a guerra que meu coração e minha cabeça estavam passando, meus sentimentos entrando em contradição, e só ela poderia me ajudar, Seulgi era o meu anjo.

- Nossa, você está acabada.

- Preciso de um tempo.

- Então acho que é uma boa hora pra irmos pro nosso lugar favorito, o que acha? Topa? - disse Seulgi me apertando contra seus braços.

- Só eu e você? Como antigamente?

- Sim, Lisa, eu e você e uma porrada de bebida. Como antigamente.

Pensei muito bem na proposta dela, talvez eu devesse ir, talvez em muito tempo eu devesse pensar em mim, deveria dar um tempo dessa loucura toda. E nada melhor que uma boa companhia e bebida pra relaxar a mente.

- Fechado, vadia. Quando nós vamos?

- Agora.

Era agora a hora de entrar nos eixos de novo. Era agora que eu teria que tomar uma decisão na minha vida. Jennie Kim ou Ruby Jane? Amor ou Desejo? Razão ou sentimento? A stripper ou a secretária? Eu tomaria uma decisão.

Eu precisava tomar.

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