The Stripper - Jenlisa

By KimKyoko_

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

1° Capítulo - Duas vidas
2° Capítulo - Voltando a Miami
3° Capítulo - The Stripper
4° Capítulo - Nova presidência
5° Capítulo - Primeiro dia
6° Capítulo - Mais tempo juntas
7° Capítulo - The dance
8° Capítulo - Beijo
9° Capítulo - Perdendo o controle
10° Capítulo - Le café
11° Capítulo - Doce ilusão
12° Capítulo - Confusão
13° Capítulo - Ensaio
14° Capítulo - Show particular
15° Capítulo - Jogo perverso
16° Capítulo - Chegada inesperável
17° Capítulo - Reencontro
18° Capítulo - Conhecendo a família
19° Capítulo - Apenas Jennie e Lalisa
20° Capítulo - Gosto de você
21° Capítulo - Uma dança
23° Capítulo - O troco
24° Capítulo - Perdidas
25° Capítulo - Arrisque-se
26° Capítulo - Fuck you all the time
27° Capítulo - Caminhos cruzados
28° Capítulo - Você é minha!
29° Capítulo - Uma nova aliança
30° Capítulo - Eu amo você
31° Capítulo - Hora de jogar
32° Capítulo - A descoberta
33° Capítulo - Confronto
34° Capítulo - Turbilhão de sentimentos
35° Capítulo - Caindo em tentação
36° Capítulo - Negociação
37° Capítulo - Coisas do passado
38° Capítulo - Baile de máscaras
39° Capítulo - Pedidos
40° Capítulo - Questão de conhecer
41° Capítulo - Quem manda nesse jogo?
42° Capítulo - Tudo vai dar certo
43° Capítulo - Mentir sim ou não?
44° Capítulo - Surpresa
45° Capítulo - O vôo
46° Capítulo - Segredos
47° Capítulo - Último pedido
48° Capítulo - Decisão
49° Capítulo - The Lap dance
50° Capítulo - Xeque-Mate
51° Capítulo - Estratégia
52° Capítulo - A nova era
53° Capítulo - Acerto de contas
54° Capítulo - A perda
55° Capítulo - Para sempre minha
56° Capítulo - O casamento
57° Capítulo (Final) - O poder
Epílogo - A Família
Epílogo - Dois lados
Epílogo - Dear Stripper

22° Capítulo - Voltando a dura realidade

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By KimKyoko_

Lalisa Manoban's Point of view.

No exato momento em que uni meus lábios aos de Jennie, uma espécie de frenesi tomou conta do meu corpo. Uma forma tão deliciosa que eu não podia explicar, os lábios carnudos e ao mesmo tempo delicados daquela mulher se moviam lentamente sobre os meus, me levando fora de orbita. Eu jurei, jurei para mim mesma conhecer aquele beijo como ninguém, mas sabia que alegar aquilo seria uma loucura, pois aquela boca eu nunca havia beijado.

Levei uma das mãos entre as madeixas escuras dela, apertando levemente, enquanto minha outra mão segurava firme em sua cintura tão fina. Não demorou a mesma abrir espaço, deixando-me degustar de sua língua divinamente deliciosa. Nosso beijo era calmo, sereno, mas sem deixar de ser intenso. Como se o mundo tivesse parado naquele instante, nos beijamos com um carinho que chegou a me assustar. Assim que o ar foi nos faltando, soltei lentamente o corpo da mulher que se afastou.

Eu abri os olhos e como um flash os olhos de Ruby Jane estavam em minha frente, para logo sumir e ver os de Jennie. Eu estava enlouquecendo.

- Eu sinto muito, Jennie, eu... - falei ao me afastar rapidamente, piscando para dissolver a imagem da minha stripper.

A moça estava tão sem jeito como eu, Jennie olhou para o chão, provavelmente buscando um lugar para se esconder.

- Tudo bem... não se preocupe.

Fitei seus olhos confusos e confesso sentir a enorme vontade de beijá-la outra vez. Mas neguei aqueles pensamentos que teimavam em aparecer, deveria ser efeito do álcool, ou não.

- Foi um impulso, eu não queria causar essa situação.

- Você não causou nada, vamos ficar tranquilas.

- Eu não quero que pense mal de mim, Srta. Kim.

Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente.

- Vamos continuar como antes. Isso não vai mudar nada.

- Jura? - perguntei com receio.

- Eu juro.

Eu apenas assenti. Não sabia o que falar e nem o que fazer, a vontade súbita de beijá-la me deixou surpresa tanto como ela.

- Acho melhor eu ir dormi. Amanhã vamos acordar cedo, não é?

- Vamos sim, de volta à vida real, Srta. Kim.

Ela sorriu lindamente.

- De volta a vida real.

Jennie me ajudou com as taças de vinho, no qual levamos para a cozinha. A mesma reclamou de estar tonta, o álcool com toda certeza já estava em excesso para nós duas. Rimos feito duas bobas enquanto ela lavava a taça depois de muita insistência.

- Não custa nada eu fazer isso, Meredith merece uma folga.

- Você devia ir para o seu quarto e descansar.

- Deixe de resmungar, e me ajude. Pegue aquele pano para enxugar.

- Eu?

- Sim, ou Sra. Manoban não pode?

- Damos a mão, e já querem o corpo todo. - falei provocando uma risada gostosa em Jennie.

- Vá logo.

A morena falou enquanto ensaboava as louças finas. Não era de se negar que Jennie era uma pessoa muito humilde, mas não era muito para suas qualidades morais que eu estava prestando atenção agora e sim para sua traseiro maravilhoso que ela tinha.

Oh céus Lalisa, você vai arder no fogo do inferno

Pensei comigo mesma ao admirar tudo aquilo em minha frente. Desviei a atenção dela, pegando as taças e colocando em seus devidos lugares.

- Está bom assim, Srta.?

- Perfeito. Você está dispensada.

Ela falou convencida.

- Mudou agora? Você é a chefa? - perguntei me aproximando dela.

Sinal vermelho. Meus instintos estavam sendo guiados pelo teor de álcool que havia em meu corpo.

- Quem sabe um dia isso não mude. - ela não recuou.

Soltei um sorriso, dando um passo para trás.

- Temos que dormir.

Eu falei, temendo qual passo eu tomaria se continuasse ali. Subimos as escadas juntas, separando-se apenas quando cada uma seguiu para o seu devido quarto.

- Boa noite Lalisa.

- Boa noite Nini.

Andei rápido para dentro de minha suíte, praguejando meus pensamentos maliciosos com aquela mulher. O que diabos estava acontecendo? Eu a beijei...

Droga! Tomei um banho quente, tentando fazer meu corpo todo relaxar. Aquele final de semana havia sido intenso demais para quem vivia em uma maresia calma em questões emocionais. A aproximação com Jennie estava virando meu mundo de cabeça para baixo, seu jeito atraente e espontâneo estava me fazendo entrar em um conflito que eu não estava preparada.

Eu não poderia...

Não, com ela não.

Fechei os olhos deixando que a água morna caísse sobre meu corpo, e as exatas sensações de quando beijei Jennie voltaram. Ela me parecia tão familiar, como se eu já tivesse beijado-a antes. Seus lábios tão bem desenhados me lembravam ninguém menos que Ruby Jane. Era como se as duas fossem apenas uma naquele instante. Abrir os olhos e ver os castanhos de Ruby Jane nos olhos de Jennie me deixou atordoada.

Aquilo era uma loucura, eu estava em guerra com meus sentimentos, entre uma Stripper quente e sexy, e uma mulher carinhosa e atraente.

Você está perdida, Lalisa, literalmente perdida.

Jennie Kim's Point of view.

O que gostar de alguém faz com você? Deixa-te totalmente boba? Com um sorriso largo no rosto por apenas lembrar-se de um momento especial. Faz você pensar e conversas, brincadeiras, e até do sorriso daquela pessoa. Em contra partida te enche de medos. Medo que aquilo não dê certo, de a pessoa não sentir o mesmo, de ela até te rejeitar. Droga! Eu me sentia uma adolescente imatura com seu primeiro amor.

Lalisa Manoban.

Só de ouvir aquele nome eu sentia algo diferente. E depois desse final de semana tudo havia se intensificado mais. Agora eu estava dividida entre três personalidades da mesma mulher.

Primeira: A mulher cujo poder estava acima de mim dentro da Manoban Industry.

Segunda: Que me fazia perder em um desejo desmedido dentro da Imperium.

Terceira: E aquela que apenas me via como alguém especial. A mulher que eu havia acabado de beijar.

Será que ela estava pensando nisso agora? Será que ela pensava em mim ou em Ruby Jane?

Neguei com a cabeça, me acomodando na cama macia daquele quarto, era impossível não pensar. Ela havia me beijado. E havia sido totalmente diferente, era como se fosse o primeiro beijo.

O beijo em Ruby Jane nunca havia sido tão intenso, tão calmo. Era sempre carregado de desejo, tesão e luxúria. Não que eu achasse ruim, eu amava aquele jeito. Mas hoje havia sido diferente, não era pelo desejo que ela estava lá. Então, pelo que seria?

Eu não tinha aquela resposta...

[...]

Coloquei as últimas roupas dentro da mala, que por sinal parecia cheia demais. Já estava quase tudo pronto, em algumas horas voltaríamos para Miami, direto para Manoban Industry, onde empresários importantes estavam à espera de Lalisa. O café da manhã havia sido tranquilo. Mike e Clara já sentiam a partida, eu entendia o quão difícil para os mesmos ficarem longe da filha. Mas depois de tudo, eu acreditava que Lalisa estava começando a aprender lidar com a doença do pai. Não seria fácil, mas ela conseguiria.

O casal era mais simpático do que imaginei, me cobriram de abraços e me fizeram jurar que voltaria antes de terminar o ano, acompanhada de Lalisa ou não.

- Quer ajuda? - ouvi a voz de Minnie.

- Sim, estou precisando.

A garota sorriu, e entrou no quarto rapidamente, me ajudando a fechar a mala.

- Gostei de conhecer você, Jen.

Ela falou calmamente. Minnie era uma garota de gênio forte, porém muito doce e atenciosa. Não negava ser uma Manoban, sempre bem decidida e além de tudo, muito bonita.

- Eu também adorei conhecer você, Minnie.

- Espero que você venha de novo com Lalisa.

- Se eu não vier você pode ir me visitar quando for ver sua irmã.

- Eu sei que você virá, Jennie.

Minnie falou de forma maliciosa.

- Por que está dizendo isso? - perguntei me sentando ao lado dela.

- Eu vi vocês duas ontem no jardim.

Arregalei os olhos, provavelmente corando violentamente.

- Ah! Que isso, Jen, foi lindo! Vocês se beijaram!

- Me diz que só você viu isso.

Minnie soltou uma risada me deixando ainda mais nervosa.

- Relaxa, fui só eu. Meus pais estavam no quarto há essa hora.

Um certo alivio tomou conta de mim. Os pais de Lalisa eram uns amores. Mas eu não sabia se aquilo iria continua sabendo de algo sobre nós.

- Eu não sei porque fica nervosa, Jen. Aposto que meus pais iriam amar que vocês duas fossem namoradas. Eu particularmente iria achar maravilhoso. Lalisa fica tão bem ao seu lado. Eu sei que se você não estivesse aqui, esse final de semana tinha sido uma tragédia como o da última vez.

Abaixei a cabeça realmente me sentindo feliz em saber daquilo. Lalisa estava calma, diferente do primeiro dia quando chegamos, e saber que contribui para aquilo me deixava bem.

- Eu realmente fico feliz, Minnie. Mas sua irmã e eu, somos diferentes demais. Você não tem como entender.

- Jennie, não me venha como isso. Lalisa está começando a gostar de você, eu sinto isso. Ela nunca ficou assim como ninguém. Aliás, ela nunca trouxe uma garota para cá, a não ser Seulgi ou Irene. Mas elas não contam.

Eu sorri, e abracei a garota ao meu lado.

- Quero você como cunhada.

Rimos no mesmo instante até Lalisa entrar.

- O que as duas estão fazendo ai conversando? Temos que ir, Srta. Kim.

- De volta Lalisa mandona! - Minnie resmungou levantando.

- Isso mesmo, acabou a magia.

Sorri, pegando minha mala para sairmos.

Lalisa se despediu da família pela última vez, até entrarmos no helicóptero que estava a nossa espera em seu jardim. Com toda certeza a família Manoban sabia esbanjar quando queria.

- Poderíamos ter comprado passagens não acha?

Lalisa sorriu.

- Pra que se temos meu helicóptero para nos levar até onde precisamos com mais agilidade?

- Muito humilde, Sra. Manoban.

Soltei em tom de brincadeira a fazendo rir.

Estávamos a caminho da Manoban Industry. Lalisa não queria perder tempo em voltar para casa, por isso tomou a decisão que pousaríamos direto lá. Eu não havia achado a idéia tão boa, eu sabia que surgiriam comentários ao me verem junto a ela, mas a mulher não parecia se importar em nada.

- Está tudo bem, Srta. Kim?

Eu apenas assenti.

- Se estiver se sentindo mal, me diga ok?

- Pode deixar comigo.

- Sente-se ao meu lado, está tão distante por quê?

Eu me ajeitei ao seu lado calmamente. Era tudo tão estranho, eu não sabia muito bem como agir. Depois desses dias Lalisa e eu tivemos uma intimidade a mais que, eu não fazia a menor ideia se poderia continuar usando depois dali. Fitei a mulher que estava concentrada em uma papelada em suas mãos.

Lalisa ou Sra. Manoban?

Como deveria ser daqui para frente? O voo foi tranquilo, já estávamos sobre a região de Miami. De longe já podia se notar o enorme monumento com as siglas M.Y. Com toda certeza aquele prédio era um dos maiores em toda Miami, símbolo do poder e dinheiro. No qual caracterizava muito bem aquela mulher ao meu lado.

- Lalisa?

Ela me fitou.

- Foi muito bom esse final de semana. - falei como uma despedida.

Ela sorriu serenamente.

- Foi maravilhoso, Jennie.

Trocamos um olhar que durou mais do que deveria. Ela me fitava de forma tão intensa que eu poderia me perder no castanho de seus olhos por horas sem ao menos notar.

- Senhoras, mantenham os cintos afivelados, estamos entrando em processo de pouso.

O piloto informou, fazendo-nos devia o olhar.

- Eu odeio quando eles pousam! - falei provocando uma risada gostosa em Lalisa.

Em poucos minutos o helicóptero pousou sobre a Manoban Industry. Pela janela eu pude ver algumas pessoas do lado de fora, e entre elas, Chou Tzuyu. Provavelmente todos a espera de Lalisa, que com toda certeza não daria a menor atenção.

- Voltamos a nossa vida, Srta. Kim.

Ela falou séria, até um dos seguranças abrirem a porta para a mesma sair. O moreno alto ajudou Lalisa a descer delicadamente, e logo depois a mim. Assim que Tzuyu pois os olhos em mim, sua expressão mudou. A mulher se retirou do lugar pisando duro, provocando-me um certo receio.

- Vamos?

Eu assenti.

Lalisa e eu caminhamos para o elevador sem mais ninguém.

- Não ligue para o que vão falar, ok? Mantenha-se por cima de todos eles Jennie. Esse é o segredo.

Foram as palavras dela antes do elevador se abrir. Ao sairmos recebemos olhares curiosos, cochichos e burburinhos por todo lado. Lalisa nem se quer olhou para os lados, assumiu a pose imponente como sempre. Era como passar entre uma passarela que ao redor todos lhe julgariam. Nunca, em todo meu tempo trabalhado aqui eu havia recebido tantos olhares curiosos como agora. Eu respirei fundo e caminhei ao lado de Lalisa sem olhar para os lados.

- Mantenha-se por cima de todos eles repeti aquilo para mim mesma.

- Elas estavam juntas?

- Você viu? Jennie saiu do helicóptero com Lalisa.

Eu fingi não ouvir, e assim faria durante a semana toda. Eu conhecia tudo ali, reações, conversas e rumores. O que poderiam dizer sobre a ideia de a secretaria voltar no mesmo helicóptero que a dona da empresa depois de um final de semana na Tailândia certamente, nada de bom.

- Sra. Manoban. Sua esposa a espera em sua sala.

Lalisa parou fitando o rapaz ruivo de forma confusa.

- Minha esposa?

- Sim, Senhora. Foi assim que a moça se designou para mim.

O homem falou com certo medo. Em alguns era essa sensação que Lalisa provocava.

- Como ela se chama?

- Chou Tzuyu.

Lalisa assumiu uma feição séria.

- Certo, está dispensado. Entre comigo, Srta. Kim.

- Eu não sei se é uma boa ideia.

Lalisa pareceu pensar.

- Tem razão, fique aqui fora. Eu resolvo isso.

Eu segui Lalisa que entrou em sua sala, eu sabia que ouvir a conversa dos outros era falta de educação, mas eu precisava daquela. Entre as frestas da persiana pude ver ela entrar, e ao entrar, sua ex-esposa estava a sua espera, atrevidamente sentada onde só Lalisa poderia. A Cadeira presidencial.

- Isso é um pesadelo?

- Sempre muito amável, não é Lalisa?

A mulher falou levantando-se e caminhando até Lalisa.

- Final de semana romântico? - ela falou de forma irônica.

- Eu poderia muito bem responder sua pergunta, mas não é da sua conta, Tzuyu. - Lalisa falou irritada - O que diabos quer aqui?

- Estava com saudades, querida!

- Pois eu não, então saia. Eu tenho muito trabalho.

Tzuyu soltou uma risada sarcástica que cortou o ambiente.

- Tipo o que? Foder sua secretária em cima dessa mesa? - ela falou espalmando as mãos sobre o assoalho escuro da mesa de Lalisa, que a encarou com tanta fúria nos olhos.

- Se isso for o trabalho ou não, não é de sua conta. - Ela disse de forma dura.

Se fosse Lorenzo ou qualquer outro chefe que já havia tido, aquela resposta me deixaria brava. Mas Lalisa era diferente. A idéia de tê-la me possuindo sobre sua mesa me parecia muito mais agradável do que deveria.

- Está transando com ela? - Tzuyu perguntou em fúria.

- Não, Tzuyu. Não estou transando com ela.

- Eu não acredito em você, Lalisa! Por que diabos a levou a casa de sua família?

Lalisa semicerrou os olhos.

- Como sabe que ela estava na casa da minha família?

- Não interessa! Me responda.

- Responda-me você!

Eu amava o jeito mandão de Lalisa, talvez fosse por isso que a mesma tinha tantas mulheres caindo aos seus pés .

- Seu irmãozinho me contou.

Lalisa fechou as mãos em punhos sobre a mesa, provavelmente controlando a vontade de socar algo.

- Me contou também que você e ela estão bem unidas e em um repleto clima. Não seja idiota, uma garota como essa só quer o seu dinheiro! Como vai namorar alguém assim?

- Você está ficando maluca. Eu não lhe devo explicações da minha vida. O que eu faço ou não com a Srta. Kim não é da sua conta!

- Eu não quero nenhuma mulher contigo!

- Você não tem que querer! Agora Saia! E não apareça na minha frente, ou eu não respondo mais por mim. - Lalisa praticamente gritou, enquanto caminhava até a porta de sua sala.

- Saia! - ela rugiu com a porta aberta.

Tzuyu ficou por alguns instantes a fitando, e logo depois caminhou para a saída. Eu rapidamente voltei a minha mesa para que nenhuma das duas notasse.

Assim que Tzuyu pos os pés para fora da sala, Lalisa bateu a porta com força que os vidros chegaram a tremer.

A mulher caminhou até mim com um odio descomunal nos olhos.

- Escute aqui, não se meta com Lalisa, ok? Você não faz idéia do que eu sou capaz.

- Não faço nem idéia do que está falando, Sra.

Ela se debruçou sobre minha mesa.

- Não seja sonsa. Eu sei o que você quer com ela. Sei bem como sonsas como você agem.

Eu me levantei, encarando a mulher frente a frente.

- Aceite que pra você não tem mais nada.

Pisquei para mulher, pegando minha agenda e seguindo para sala de Lalisa, deixando a mulher sozinha.

Ao entrar na sala, vi Lalisa em pé. Olhando toda a visão que de sua sala poderia ter. A mesma não moveu um músculo, e não soltou uma palavra.

- Sra. Os empresários estão lhe esperando.

- Cancele tudo. Eu não quero ver ninguém.

Falou ela com um humor negro.

- Perdão Lalisa... Mas...

- É Sra. Manoban, para você. Não pense que algo mudou aqui. E eu mandei você cancelar tudo! Então faça o que eu estou mandando, Srta. Kim.

Fitei a mulher que me parecia irreconhecível. De onde havia saído uma Lalisa tão arrogante? Engoli em seco, sentindo suas palavras me cortarem por dentro. Respirei fundo.

- Como desejar, Sra. Mais alguma coisa?

- Não, se retire. E só venha quando eu lhe chamar.

Ela falou de forma rude. Fazendo eu me retirar.

O que ela estava pensando? Que poderia ser amável e carinhosa em um final de semana para chegar aqui e me tratar feito lixo? Ela estava muito enganada, seja lá o motivo da sua súbita revolta isso não ficaria assim. Apesar da enorme vontade que eu sentia de chorar, eu não o faria. Não seria fraca e muito menos frágil, por fora eu seria Jennie, mas por dentro quem assumiria o controle seria Ruby Jane, e com ela as coisas não funcionavam bem assim.

- Jennie?

Ouvi a voz de Jisoo que ao me encarar não fez uma cara nada boa.

- O que aconteceu? - perguntou a mulher preocupada.

- Nada, Jisoo.

- Jennie, sabe que pode me contar tudo. O final de semana não foi bom?

Olhei para ela, sabendo que a mesma não sairia dali sem respostas.

- Foi maravilhoso, melhor do que imaginei.

- E por que essa cara?

- Porque Lalisa é uma imbecil!

- Mas mal começaram e já estão terminando?

- Não fale bobagens! Não começamos nada, ela é uma otária arrogante, sem educação.

- Me explica porque está xingando ela desse jeito.

- Ela me tratou como a pessoa mais especial de todas esse final de semana, sabe? Me levou para conhecer a família dela, que são pessoas maravilhosas. E a gente até se beijou.

- Você conheceu a família dela e se beijaram? Jennie você está namorando Lalisa Manoban? - Jisoo falou alto demais.

- Shiu! Não, ela e eu não temos nada. Absolutamente nada.

- E o que explica tudo isso?

- Eu não sei, Kim. Depois de tudo, hoje ela me tratou como lixo. Depois da briga com a ex, Lalisa foi grosseira e arrogante comigo.

- Talvez seja estresse pela briga, Jen.

- Não importa, ela me resumiu a nada.

- Você não acha que essa é a hora de sair dessa?

- Eu não tenho mais como sair, Jisoo, isso já me consumiu por inteiro.

- Boa sorte com isso, Jendeuk, e por favor. Cuida-se.

Jisoo falou antes de depositar um beijo em minha cabeça e sair.

Porque isso sempre acontecia? Quando tudo está bem demais você tem que desconfiar, nada vem fácil demais. E para mim aquilo era óbvio. Onde eu estava com a cabeça que aquela mulher iria querer algo comigo? Mesmo depois de anos a minha parte ingênua ainda estava presente demais em meu interior. Só isso explicava.

Olhei para Lalisa que se mantinha concentrada em seu computador.

Maldita. Mil vezes maldita.

Fechei os olhos segurando as lágrimas que se formaram ao lembrar de todo o final de semana que tivemos juntas.

- Srta. Kim?

Ouvi uma voz familiar, e rapidamente cuidei de enxugar algumas lágrimas que teimavam em cair.

- Sim, Srta. Kang? - perguntei encarando a mulher que a me ver se aproximou.

- Aconteceu alguma coisa Jennie? Está se sentindo mal?

Eu respirei fundo, olhando para a mulher que realmente parecia preocupada

- Problemas apenas. Não se incomode com isso.

- Precisa de ajuda?

- Não creio que possa me ajudar, me desculpe.

- Depende do que seja. Se quiser podemos almoçar juntas hoje. E você me conta o que houve. Prometo não dar em cima de você. - ela falou me fazendo sorrir.

Ter alguém para me distrair durante o dia seria ótimo. E Kang Seulgi não era uma má companhia.

- Seria ótimo. Podemos almoçar no bistrô aqui da frente.

- Perfeito! Eu vou falar com Lalisa, e depois marcamos melhor, certo?

Eu assenti.

- Quer que eu anuncie sua chegada?

- Não, eu não preciso disto, Jen!

A mulher falou caminhando até a sala de Lalisa.

Lalisa Manoban's Point of view.

Passei pela vigésima vez as fotos do aniversário de Mike na tela de meu computador, não deixando de notar em cada uma delas como Jennie e eu estávamos grudadas demais. Uma em especial havia me chamado atenção. Nela, Jennie sorria da forma mais típica, com a língua entre os dentes fazendo seu nariz enrugar levemente. E nela eu a fitava de forma perdida, sem rumo ou razão. Eu apenas a fitava porque gostava do que via, porque me sentia bem demais vê-la daquele jeito.

Não, Lalisa... você não pode.

Fechei os olhos abaixando a tela do notebook rapidamente assim que vi Seulgi chegar.

- Hello, Bitch!

Eu nada respondi, aquela manhã depois da visita de Tzuyu meu humor estava dos piores.

- Misericórdia, todo mundo está para baixo aqui hoje? - Ela falou colocando sua bolsa sobre a poltrona e sentando na outra.

- Não estou em um dia bom, Kang.

- Pelo visto nem Jennie.

- O quê?

- Nem Jennie, ou não percebeu como ela está hoje? Acabei de passar por ela, e a mesma estava chorando eu acho.

Eu fiquei muda. Ela estava chorando, e provavelmente seria por minha culpa.

Droga, Lalisa, como você era idiota.

- Você perguntou porque ela estava chorando? - perguntei curiosa.

- Perguntei, mas ela falou que eram problemas. Sinceramente você deveria saber. A mulher trabalha para você.

- Eu não tenho que saber da vida de quem trabalha para mim, Seulgi.

- Ok, Senhorita mau humor! Só queria saber como foi na casa do seu pai.

Eu me encostei novamente em minha cadeira, fechando os olhos tentando fazer meu corpo relaxar.

- Foi ótimo, pela primeira vez eu consegui ficar em paz naquela casa.

- Isso é maravilhoso, Lalisa. Posso saber o motivo da mudança?

Olhei para Seulgi, e através da enorme vidraça vi Jennie ao fundo em sua mesa, anotando algo que eu não fazia idéia. Ali estava a resposta para essa pergunta, ela havia sido o motivo.

- Eu não sei. - foi o que disse.

- Que seja, pelo menos você aproveitou. Como está o tio Mike?

- Ele está bem. Tive uma conversa bem seria com ele sabe. Ele disse estar orgulhoso de mim, Seulgi.

- Eu aposto que está, amiga. Você está tomando conta de tudo que ele lutou para construir.

- É, mas isso requer muito de mim. Às vezes eu sinto que não vou conseguir.

- Não fale bobagens, Lalisa. Você é a dominadora disso tudo! Para quem já foi eleita uma das melhores empresarias dos Estados Unidos, você não devia ter medo.

Eu nada falei, apenas levantei pegando um copo de uísque.

- Está servida?

- Não, obrigada. Beber uísque há essa hora da manhã não é a minha.

- Jennie te falou mais alguma coisa ?

- Não, mas ela parecia bem triste. Você não sabe de nada?

Eu neguei com a cabeça, tomando um grande gole da bebida alcoólica. Conversei com Seulgi por quase uma hora, até a mesma ir embora. Mas não contei absolutamente nada do que aconteceu entre Jennie e eu. Talvez aquilo devesse ser guardado e enterrado. Não era certo ficar com ela, eu nem sabia o que estava sentindo. Talvez a carência me fizesse ceder aos carinhos de uma mulher tão bela. Eu sabia que havia a magoado, e eu não poderia fazer nada em relação a isso. Ou poderia.

Já era horário do almoço, talvez fosse uma boa idéia chamá-la para almoçar comigo e pedir desculpas pela forma idiota que eu havia a tratado. Sim, aquilo seria o melhor a se fazer. Engoli os últimos resquícios do uísque em meu copo e fui atrás dela.

Sai da sala notando que a mesma já não estava em sua mesa. Resolvi descer até o andar onde Jisoo e Chaeyoung trabalhavam. Como melhores amigas provavelmente estariam juntas. Sai do elevador notando ao fundo Jisoo conversando animadamente com Seokjin.

- Hey, o que vossa majestade faz na plebe? - Jin perguntou sorrindo.

Jisoo me fitou com uma cara de poucos amigos, provavelmente já sabendo do ocorrido.

- Estou a procura a Srta. Kim. Sabem onde ela está?

- Ela saiu com a Srta. Kang para almoçar. Deseja alguma coisa que eu possa lhe ajudar? - perguntou Jisoo séria.

- Saíram juntas?

- Sim senhora, Kang chamou Jennie para almoçar. E ela aceitou, talvez a mesma precise de boas companhias em um dia ruim.

Ela estava praticamente jogando em minha cara que eu não era uma boa companhia. E eu teria que concordar. Eu assenti para os dois e me retirei dali.

Não...

Não...

Ela não poderia ficar com Seulgi, não!

Repeti para mim mesma entrando no elevador novamente. Voltei a minha sala pensando em tudo que poderia acontecer dali para frente. Eu não sabia porque diabos a idéia das duas me perturbava tanto.

Eu não gostava de Jennie.

Isso, eu não gostava.

Repeti aquilo enquanto andava de um lado para o outro.

- Não se preocupe com isso, Lalisa. Você não tem absolutamente nada com ela. Se ela quer sair com Seulgi, que saia. - falei olhando para meu reflexo no espelho.

Depois de duas horas eu vi Jennie chegar. Rapidamente interfonei para mesma.

"Venha a minha sala, Srta. Kim."

A mulher não falou absolutamente nada, apenas entrou na sala e parou em minha frente. Esperando uma ordem. Eu fitei a moça que não tinha nenhuma expressão, um sorriso ou um olhar meigo.

- O que tenho para amanhã?

- Às 9, reunião com o financeiro de N.Y. As 11 almoço com o Sr. Flores. E de tarde sua agenda está livre senhora. - ela falou maquinalmente.

- Foi almoçar com a Seulgi? - perguntei num impulso.

- Não vejo porque lhe responder essa pergunta, Sra. Manoban. Deseja mais alguma coisa?

- Desejo que me responda a pergunta que lhe fiz.

Ela me fitou séria, endurecendo mandíbula em raiva. Eu não tirava a razão de Jennie. Mas o que diabos ela tinha que fazer com Seulgi? NADA.

Eu me sentia irritada só de pensar.

- Sim, eu fui almoçar com ela.

- Já esqueceu sobre o que falei para você esse final de semana?

- Eu esqueci tudo sobre esse final de semana. Com licença.

Ela falou se retirando. 1x0 para ela. E assim a tarde se arrastou.

04:57 pm

....

08:00 pm

...

Deitei no sofá macio que havia em minha sala. Todas as pessoas já haviam ido para as suas casas. E eu ainda estava aqui, olhando para o teto pensando em que vida de merda eu tinha. Eu era milionária, tinha um pai doente, uma ex esposa maluca, uma secretária que me fazia perder o rumo. Um final de semana e Jennie me fez perder o rumo.

Incrivel Manoban, Incrivel!

- Gosto quando você sorri.

Falei sem pensar fazendo ela me encarar.

- Por que?

- Você tem um sorriso Lindo, Jennie, e não só ele.

- Não tenho, Lalisa...

- Sim, você tem. Esse final de semana só fez reforçar tudo eu pensava sobre você.

Eu fitei seus olhos castanhos que paralisaram sobre mim. Paramos de dançar, ficando paradas diante uma da outra, na mesma posição.

- Você é incrível, Nini.

Eu me aproximei lentamente dela.

- Lalisa... - ela falou assim que me sentiu próxima demais

- Não fala nada... só deixa eu fazer isso.

- Você é uma otária Lalisa. Uma tremenda otária!

Eu repeti aquilo para mim umas dez vezes. Mas agora não adiantava mais. A escolha já havia sido feita, eu não era a melhor escolha para ela.

Já eram 23 horas. E eu ainda estava rodando por aquela empresa. O que estava acontecendo comigo? Eu não iria me importar, Jennie era apenas uma secretária. E assim continuaria. Peguei meu sobretudo em cima da mesa seguindo para o único lugar onde eu sabia que poderia esquecer tudo.

[...]

Entrei na boate que estava lotada como de costume. O clima lá dentro era quente demais, eu olhei para ambos os lados para ver se não havia ninguém conhecido por ali. Sinal verde, tudo estava tranquilo. Caminhei até o balcão de bebidas pedindo uma dose. E me dirigi até uma das mesas bem próximas do palco onde a minha stripper dançaria. Só ela poderia me fazer esquecer todo aquele dia infernal.

Talvez estivessem preparando alguma despedida de solteiro. Um grupo de rapazes estava bebendo e conversando animadamente na mesa ao lado, cada um dizia o quanto queria ter Ruby Jane aquela noite. Pobre coitados, mal sabiam que nunca poderiam nem sequer chegar perto dela.

As luzes do ambiente se apagaram, só poderia se ouvir os cochichos sobre a entrada da minha stripper. Os holofotes giravam de um lado para o outro, até uma voz masculina soar pelos alto-falantes.

- Senhoras e Senhores, sejam bem vindos a Imperium, apresentamos agora vossa majestade, Ruby Jane.

O homem terminou de falar assim que os holofotes pararam sobre o corpo escultural de minha Stripper. Naquele instante as pessoas foram a loucura, homens e mulheres gritavam palavras de cobiça e desejo. E eu apenas a fitava, já estava com saudade de me sentir perdida naquele corpo outra vez.

Ruby Jane estava maravilhosa. Hoje ela usava uma máscara negra, sem nenhum detalhe. Uma lingerie da mesma cor, meias e cinta-liga estavam sobre suas pernas. O tecido era totalmente rendado, deixando uma boa parte do seu corpo a mostra. Ela aquele dia tinha se vestido para causar. Os homens da mesa ao lado jogavam dólares e mais dólares para a mulher que sorriu maliciosa como sempre. Até colocar os olhos sobre mim, ela me encarou e se virou para começar a dançar a música de ritmo totalmente quente.

Ela começou seu número no pole dance, movendo seu corpo da forma mais sensual que poderia. Aquela mulher era de enlouquecer qualquer ser humano. Como poderia ser tão gostosa? Eu me sentia quente só de vê-la dançar. Ruby Jane entrelaçou as pernas na barra de inox e desceu seu corpo, ficando de ponta a cabeça. Deixando seu corpo totalmente estendido a mercê de quem quisesse olhar.

- Você é tão gostosa! Lhe dou tudo que quiser para passar essa noite comigo.

O rapaz mais alto gritou fazendo Ruby Jane soltar um sorriso malicioso. O que me provocou um súbito estalo de raiva. O que diabos ela estava fazendo?

A mulher saiu do pole dance e começou a rebolar de forma quente. Ela olhou para mim com um ar superior, e soltou uma piscadela. Eu neguei mentalmente com a raiva que me consumia. Ruby Jane se ajoelhou no chão, deslizando as mãos pelo cabelo enrolado, descendo com as mesmas pelo corpo, onde qualquer pessoa estava ansiando por as mãos naquele momento. Ela fazia movimentos tão puramente sexuais, que estava levando todo mundo a loucura.

Dólares e mais dólares caiam sobre ela, que sorria de forma safada. A mesma apontou para o rapaz ao meu lado e o chamou. Aquilo só poderia ser loucura.

O homem feliz da vida se aproximou do palco onde a mesma o puxou pela gravata, fazendo os amigos gritarem feito bobalhões comemorando o feito que me enchia de ódio. O homem ficou parado, e ela começou a rebolar para ele, descendo até o chão em sua frente da forma mais sensual que poderia. Ela rodeou o corpo dele, e rebolou olhando diretamente para mim. Como quem fizesse de propósito para me provocar, ela me encarou e virou para o homem que segurou em sua cintura que se remexia de acordo como a música ditava.

Ela se soltou, se aproximando dele a ponto de quase encostar os lábios no do rapaz. O homem sorriu cafajeste e colocou um maço de dólares na calcinha minúscula que ela usava.

Ela piscou e o mandou sentar. Para logo caminhar em minha direção e me encarar declarando uma guerra que eu nem imaginava o motivo. A música encerrou, e Ruby Jane se perdeu no meio da escuridão sendo totalmente aplaudida por todos ali. Apertei o copo do uísque com mais força do que deveria, fazendo o mesmo trincar. Eu não entendia o motivo de toda aquela provocação, mas ela teria que me explicar, há se teria.

Levantei da mesa, soltando fogo pelos olhos assim que vi o mesmo rapaz que subiu ao palco se encaminhar para os camarins, com que direito ela fazia uma coisa dessas. Caminhei em direção dos camarins onde todas as dançarinas ficavam, inclusive Ruby Jane.

- Com licença, eu gostaria de falar com a Ruby Jane.

Falei a morena de corpo escultural que estava na escada.

- Desculpe. Mas ela deu a ordem que não quer receber ninguém hoje.

- Ninguém?

- Absolutamente ninguém, foram as palavras dela.

- Eu acabei de ver o rapaz entrando aí, e garanto que ele não é ninguém. - falei irritada

- Sra. Não posso fazer nada. Essa foi a ordem dela.

- Quanto você quer para me deixar entrar? - perguntei exaltada.

- O que está acontecendo aqui? - Ouvi a voz de Ruby Jane no alto da escadaria.

- Eu quero falar com você agora!

Ruby Jane me fitou despreocupada, descendo as escadas lentamente.

- Obrigada, Paula, pode se retirar.

A moça sorriu e se retirou rapidamente.

- O que foi isso?

- Isso o que? - ela perguntou fingindo não entender.

- Essa maldita apresentação, esse cara! E está me proibindo de lhe ver.

Ruby Jane soltou um sorriso sarcástico.

- Não vejo motivo para se exaltar Manoban. Estou apenas fazendo o que sempre faço.

- Ruby Jane, qual é o problema? Você não pode fazer isso comigo.

Falei me aproximando dela, segurando em seu braço com certa força.

- Não pense que algo mudou depois do que aconteceu. Se quer me ver, entre na fila, todos aqui querem o mesmo. Mas nenhum consegue.

- Você só pode esta brincando comigo.

- Você tem que entender que não sou nada sua. Não pense que vai chegar aqui e me ter todas as noites, Manoban, pois você está muito enganada. Agora saia, não vou atender ninguém.

Ela falou de forma arrogante e se retirou, me deixando totalmente sem palavras

- Ruby Jane?! - gritei mas ela nem sequer se deu o trabalho de me fitar.

"Faz a uma e leva o troco de outra." Foi o que pensei ao sair daquele lugar.

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