As suas tempestades eram intensas.
Levavam consigo todo resquício de emoção ou carinho. As noites em claro me faziam pensar que você poderia enlouquecer, e meu medo se transformava em um monstro quase impossível de deter.
Você me jogou palavras que eram mais duras que rochas numa costa perto do mar, e eu te agredia com elas de volta porque era a única coisa que eu podia fazer. Nunca fomos bons em demonstrar sentimentos, mas o peito, certa hora, explode.
Éramos instáveis. Você me machucou por mais tempo que posso contar, mas não posso dizer que você não foi machucado também. Era uma faca de dois gumes sendo traçada dentro de nós.
Não havia beleza ou esperança. O medo daquele amor tóxico me atingia sempre nas noites antes de dormir.
E meu monstro do medo, em algum momento, iria me devorar.