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Niall Horan
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Eu agarrei-me à mão da Avery como se fosse pela minha vida, enquanto o Sam se certificava de que a pele do Zayn estava coberta pelas minhas roupas. Todo o meu corpo parecia estar a tremer e a suar, mas eu sabia que não era o único. Hesitante, eu esfreguei o meu polegar contra a mão da Avery e dei-lhe um olhar tranquilizante, tentando mostrar-lhe que eu era forte.
Eu não era.
“Ele está pronto para ir. Zayn, age como se te estivesses a tentar esconder. Eles vão suspeitar que é o Niall.” O Sam disse. O Zayn só assentiu uma vez, e com um movimento rápido da porta, eles tinham desaparecido.
“Oh, caralho.” O Louis murmurou.
“Eu vou fazer a vigia.” O Harry disse, entregando a Aimee ao Louis antes de se aproximar da janela e espreitar de forma muito discreta. “Okay, eles estão a aproximar-se do carro. Parece mesmo o Niall, honestamente, o Zayn está a fazer um bom trabalho. Okay, eles estão a entrar no carro. Aquilo é algo nos arbustos? Esperem, eu não sei-”
“O meu coração vai literalmente incendiar-se.” O Liam disse.
“O meu também vai?” A Aimee perguntou ao Louis, com os olhos esbugalhados.
“Está tudo bem amor, ele só está a brincar.” O Louis tranquilizou-a. “Harry, o que está a acontecer agora?”
“Eles começaram agora mesmo a afastar-se, mas o Sam está a ser lento. Ele quer que quem quer que seja que os esteja a observar, saiba que eles estão a ir embora – ali! Tu disseste que o Jake tinha um carro vermelho, certo?” O Harry disse, e pela forma como a sua voz soava no fim da sua frase, assegurou-me de que o Jake os estava a seguir.
“Sim.” A Avery disse. Eu apertei a sua mão de forma gentil e biquei a sua bochecha.
“Eles vão a seguir de perto e agora o Sam começou a acelerar. O Jake vai mesmo no rasto deles, não vai demorar muito até estarem fora de vista.” O Harry disse. “Okay, eles desapareceram. Vamos esperar dez segundos e depois vamos para o carro, o Ollie encontra-nos lá.”
Eu assenti e inclinei-me sobre a minha mala, assegurando-me de que a Aimee iria estar bem. A esta altura, os seus olhos estavam a fisgar pelo de quarto de forma nervosa e eu só rezei para que ela não tivesse um ataque de pânico, especialmente a uma altura como esta.
Dez
Era isto.
Nove
Não havia forma de voltar atrás.
Oito
Nós vamos ficar livres desta gente.
Sete
O Jake e a Kate vão para a prisão.
Seis
Nós poderíamos continuar a nossa vida como ela era antes.
Cinco
Eu podia pedir a Avery em casamento e comprar para nós uma casa jeitosa.
Quarto
Eu podia finalmente fazer o que eu amo – fazer música e andar em volta do mundo.
Três
Eu podia finalmente ver a minha família.
Dois
Eu oroa arranjar alguma ajuda para a Aimee, por causa dos ataques de pânico.
Um
Eu iria muito possivelmente cagar nas minhas calças.
Os eventos seguintes aconteceram em câmara lenta. Todos nos apressámos pela porta e imediatamente descemos pelas escadas abaixo até ao carro. Eu podia ver a Avery a olhar para o Louis, para se certificar de que ele ainda tinha a Aimee e dei-lhe um pequeno aperto na mão. Pelo canto do meu olho, eu podia ver o Ollie a descer as escadas atrás de nós.
Eu abri a porta da bagageira e deixei a Avery passar primeiro antes de eu a seguir. Eu podia ouvir os sons das portas do carro a fecharem enquanto eu me escondia no carro, calado, agarrando o corpo da Avery perto do meu. Ela certificou-se de que a Aimee estava bem, uma vez mais, antes de encarar os meus olhos, um olhar de descrença na sua cara.
“Nós estamos fora daqui, bebé.” Eu disse para ela, segurando as suas bochechas de forma a que ela me encarasse. Os seus olhos estavam brilhantes com as lágrimas que nunca caíram e um sorriso meio aberto estava esticado sobre a sua cara.
Nós simplesmente o tínhamos feito.
“Ollie, conduz!” O Louis gritou impaciente. E nem sequer tinha reparado que o carro ainda não se estava a mexer, a única coisa na qual eu estava focada, era no facto de termos conseguido.
“E-Eu não consigo.” O Ollie tartamudeou.
O meu sangue congelou e eu pude sentir o corpo da Avery a enrijecer. O olhar de horror que atravessou a sua cara deixou-me doente e eu segurei-a ainda mais firmemente. O seu corpo começou a tremer e isso deixou-me tão triste, o facto de ela estar assustada deixou-me mesmo triste. Eu queria que ela soubesse que eu a iria sempre proteger e que ela nunca mais teria de se sentir assustada.
“O que queres dizer, com não consegues?” O Liam disse, pânico a crescer na sua voz.
“Eu digo que não consigo.” O Ollie disse, a sua voz um pouco mais alta e tremida. “Tudo o que eu sei é que nós temos um depósito cheio de gasolina e que o carro não pega. Fiquem todos aqui dentro e escondidos, eu preciso de ir verificar o motor.”
O meu batimento cardíaco acelerou, eu afundei-me no carro com a Avery segura nos meus braços. Ela parecia para lá de pasmada com descrença, a sua cara ainda repleta de dor e terror. Eu sabia que ela estava há espera do pior, muito provavelmente porque ela foi tratada dessa maneira durante muitos anos. Tudo o que eu sabia era que eu a tinha de proteger e ultrapassar isto. Eu tinha que o fazer por ela.
O Ollie voltou simplesmente dez segundos depois com um olhar na sua cara que me fez sentir o estômago a revirar em mil nós.
“Todos os fios estão cortados.” O Ollie disse, a sua voz medrosa. “Nós precisamos de correr, nós não pudemos ficar-”
Um som alto de um tiro interrompeu o Ollie e eu vi enquanto ele caia imediatamente. Não me levou muito tempo a perceber que ele tinha acabado de ser alvejado e eu não queria saber quem o tinha alvejado. A Aimee gritou e chorou pela sua mãe enquanto ela trepava para os bancos, enquanto as minhas orelhas ainda estavam a zunir da proximidade do tiro.
“O Jake vai apanhar-me.” A Avery disse. A sua cara estava tão pálida que ela parecia que se ia lançar de um precipício. “Ele vai-me forçar a voltar. Niall, tu tens de manter a Aimee a salvo-”
“Ele não te vai levar.” Eu prometi-lhe. “Eu não o vou deixar fazê-lo.”
“Eu vou buscar o Ollie, eu tenho que me certificar de que ele está bem.” O Liam disse.
“Não!” O Louis gritou. “Liam, se ele foi baleado, ele foi baleado. Nós não temos rede aqui, existe alguém com uma arma por perto, e se nós pararmos pelo Ollie, nós vamos ser todos alvejados e isso não vai fazer bem a ninguém. Nós corremos como ele disse, para a floresta atrás do motel. Tentem ficar com mais alguém e permaneçam escondidos.”
Houve uma pequena pausa em que ninguém fez nada, e depois, de repente, o Harry abriu a porta da bagageira e todos estávamos a fazer o mesmo. Era absolutamente terrificador saber que a qualquer segundo eu podia ser morto por quem quer que estivesse atrás daquela arma, ou a Aimee, ou a Avery.
Nós saímos do carro, a Aimee nos meus braços e a Avery a correr ao meu lado. Eu podia ouvir tiros em som de fundo e eu estava há espera de que uma dor excrucitante me atingisse, mas graças a deus nada aconteceu a nenhum de nós quando nós chegámos à primeira ronda de árvores. Eu sabia que eu estava a ser seguido e eu não perdi tempo a virar-me para trás e ver o quão próximos eles estavam.
“Continuem a correr.” O Harry ofegou. “Eles estão a seguir-nos, é o Jake e a Kate.”
“Como!?” Eu ouvi a Avery perguntar, um soluço estrangulado a escapar dos seus lábios.
“Não faças questões, simplesmente continua a correr.” O Harry retorquiu.
A Aimee tinha um aperto de aço na minha t-shirt, um aperto tão grande que as suas unhas estavam a escavar na minha pele. A dor não me estava a incomodar a este ponto, tudo com o que eu me preocupava era escapar disto vivo.
“Não o deixes levar-me!” A Aimee chorou.
“Nunca.” Eu prometi-lhe. “Vês alguém atrás de nós?” Era difícil falar quando eu estava a necessitar tanto de ar. Correr assim tão depressa fez-me entender o quão fora de forma eu estava, mas eu tinha exatamente planeado estar alguma vez numa situação como esta.
“Não.” A Aimee disse, soluçando alto. “Eles desapareceram.”
“Okay.” Eu ofeguei, baixando-me debaixo dos ramos e saltando sobre as raízes. Eu estava a suar como um louco e a minha garganta parecia muito seca, a única coisa na minha mente era levar a Aimee para um sítio seguro. Eu tinha que me certificar que a minha pequena menina ficava a salvo.
“Onde foram a mamã e o Hally e o Louis?” A Aimee perguntou. Eu carranquei e parei o meu caminho, rodando sobre mim mesmo. A única coisa que eu conseguia ver era verde – parecia que haviam milhas e milhas de floresta a rodear-me, e nós estávamos sozinhos.
Imediatamente eu baixei-me atrás de um arbusto e fiz o meu melhor para esconder a Aimee. Ela estava a vestir umas jeggings escuras e uma camisola tropa, por isso eu não tinha que me preocupar com as suas roupas a notarem-se. Eu arranquei alguns ramos e coloquei-os sobre nós, certificando-me de que o meu hoodie preto cobria a minha camisola branca e que os meus jeans também estavam escondidos.
“O que estamos a fazer?” A Aimee perguntou, o seu corpo a tremer. “Eu estou assustada.”
“Não estejas assustada.” Eu sussurrei-lhe de volta, ajeitando o travessão no seu cabelo. “Nós estamos a brincar ao jogo das escondidas, okay? E agora nós precisamos de ficar quietos e calados para que ninguém nos encontre.”
“E se encontrarem?” Ela preocupou-se em voz alta.
“Eles não vão. Eu não os vou deixar fazê-lo.” Eu disse, segurando firmemente o seu corpo.
“Eu quero a mamã.” Ela sussurrou, chorando levemente.
“Eu também, princesa.” Eu disse, a minha testa a enrugar-se com preocupação. E ainda estava a tentar controlar a minha respiração. “Eu também.” Eu só conseguia rezar para que a Avery estivesse bem agora, mas eu tinha a certeza de que se ela estava em problemas, ela iria gritar para ter a atenção de alguém. Ela era uma mulher esperta e não iria pensar duas vezes em fazer isso.
“Eu pensava que o Zayn era o herói.” A Aimee carrancou. “Onde está ele?”
“Ele vai voltar para nos salvar a todos.” Eu disse, o meu coração a bater rapidamente no meu peito. “Ele e o Sam. Tu vais ver, eles vão ajudar-nos. E eles vão arranjar polícia para vir também, e nós vamos ir para longe daqui.” Eu finalmente olhei para a Aimee e vi o quão dificilmente ela estava a respirar, instantaneamente reconhecendo aquilo como um ataque de pânico.
“Hey, hey.” Eu chamei. “Aimee, respirações profundas. Nós vamos ultrapassar isto. Agora tu precisas de me ouvir Aims, okay? Faz o que eu faço.” Ela levantou o olhar para mim com uns grandes olhos vidrados e eu tomei algumas respirações lentas e profundas, observando enquanto ela imitava as minhas ações.
“Eu quero bater-lhe.” A Aimee disse depois de alguns segundos.
“Quem?” Eu murmurei de volta, olhando ao nosso redor para ver se estava alguém na nossa área.
“O meu papá antigo.” Ela disse. “Assim.” Eu observei enquanto ela se virava para uma planta em particular ao nosso lado, e a esmagava. Mesmo que fosse um pouco engraçado, eu não me podia permitir a rir. Eu estava demasiado assustado de que quando voltasse para o motel, encontrasse os corpos de todos os meus amigos, inanimados antes de mim. O que iria eu fazer sem eles?
“Hey.” A Aimee disse, carrancando quando reparou que eu também me estava a começar a passar. Visto que ela estava contra o meu peito, eu tinha a certeza de que ela conseguia sentir o meu errático batimento cardíaco. “Faz o que eu faço.” Ela começou a respirar da maneira que eu lhe tinha mostrado há momentos atrás, e isso trouxe um pequeno sorriso à minha face.
“Obrigada, Aims.”
“Não tens de quê.”
Durante os minutos seguintes, ou talvez foi uma meia hora, nós permanecemos em silêncio. O sol estava a começar a ficar mais alto e alto no céu e o ar à nossa volta estava a começar a ficar mais quente, mas isso era a mais pequena das minhas preocupações. Era uma coisa boa, eu não ter ouvido nada dos outros? Eles estavam mortos?
Não, Niall, pára. Tu não podes pensar assim.
Mas o que era suposto eu fazer? Se os meus amigos estivessem em problemas, eu nem sequer iria saber. Se a minha namorada precisasse de mim, eu não iria saber. E não tinha absolutamente pista nenhuma sobre onde estariam os outros, de facto, tudo o que eu sabia, era a direção para o motel. Seria demasiado arriscado expor-me, mas eu já sentia que iria borrar as minhas calças mesmo que eu estivesse escondido.
“Estou dorminhoca.” A Aimee disse. Eu sabia que era só porque ela teve uma espécie de ataque de pânico, mas dormir não seria uma má ideia para ela, agora. Só a iria manter quieta e calada e ajudá-la-ia a não se preocupar com a situação.
“Okay, amor, dorme em cima do papá.” Eu disse. O meu corpo ainda estava a tremer enquanto ela se espreguiçava sobre mim, tentando ficar confortável. Eu estava absolutamente petrificado e queria arrancar o meu cabelo e gritar para ninguém em particular, mas eu sabia que não o podia fazer. Tudo o que eu queria era saber se os meus amigos e a minha rapariga estavam bem. Eu iria matar o Jake se ele magoasse qualquer um deles.
“Papá.” A Aimee carrancou. “Pára com isso.” Eu sabia que ela se estava a referir ao facto de eu estar a tremer como varas verdes.
“Peço desculpa, minha bebé.” Eu desculpei-me. “Isto é só um pouco assustador para o teu papá. Mas não te preocupes, não existe nada para teres medo.” Eu sabia que não estava a fazer sentido algum.
“Então porque estás assustado?” Ela perguntou.
Eu suspirei, sabendo que eu tinha sido derrotado por uma miúda de três anos, e decidi parar de lhe responder. Provavelmente, era melhor ficar calado nesta situação, porque se o Jake ou a Kate nos ouvissem, eles iriam levar a Aimee de mim e matar-me.
“Shh.” Eu sussurrei, segurando-a firmemente enquanto eu tentava parar o meu cérebro de pensar em todas as coisas horríveis que poderiam acontecer aos outros todos. Eu perguntei-me onde estariam o Sam e o Zayn, com certeza os polícias não teriam abatido quem quer que estivesse no carro?
Quem era a pessoa no carro? Tinha que ser a Natalie. Se não, quem seria?
“Aimee, ouve-me.” Eu sussurrei. “O papá vai espreitar por um rápido segundo, e tu precisas de ficar aqui e permanecer calada, está bem?”
“Não me deixes.” A Aimee pediu.
“Claro que não.” Eu prometi-lhe.
“Okay.” Ela murmurou. “Não leves um tiro.”
“Eu não vou.” Eu sorri.
Eu gatinhei para fora do nosso pequeno esconderijo e olhei em volta. Não pareciam existir nenhuns sinais de pessoas em volta, mas eu sabia que levantar-me iria fazer-me vulnerável no caso de alguém me conseguir ver. Eu não tinha pistas sobre o que fazer – era suposto eu e a Aimee ficarmos simplesmente sentados ali, até alguém vir procurar-nos? Iria alguém encontrar-nos ali?
Um grito agoniante (agonizante) interrompeu os meus pensamentos e o meu sangue congelou.
Eu reconheci aquela voz imediatamente.
Avery.
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[A/N & T/N:
NÃO A AVERY NÃO MORREU NÃO SEJAM ALVEJADOS – aimee
Peço imensa desculpa que se tenha passado uma eternidade. Mas era quase impossível traduzir.
ESTE CAPÍTULO TEM QUASE 3000 PALAVRAS. PORRA. LOUVOR À DELILAH POR UM CAPÍTULO TÃO FANTÁSTICO E PERFEITO!! Se lhe quiserem dizer algo, podem comentar com o user dela, @_HakunaMatata_ e, claro, falem em inglês, para ela entender. :)
Será que conseguimos fazer com que ela venha responder-vos? :o :D VAMOS TENTAR!!!
Se comentarem, digam o que acham da Motel 6, e cenas assim ;) ela vai gostar, a sério. ]