AGOSTO
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Dora
Vamos passar o final de semana na casa de praia da família do Lucas, o pediatra que esta cuidando do Nando permitiu a viagem, desde que Nando não fique na água por muito tempo.
Lucas me convidou para a viajem e aceitei imediatamente, achei melhor deixar a festa da Débora de lado e me preocupar com o desejo do Nando, que no momento é o que mais importa.
Peguei minha mala em cima do guarda-roupa, coloquei em minha cama abrindo meu guarda-roupa e cruzando os braços olhando minhas roupas.
Preciso usar roupas simples, preciso saber qual é a previsão do tempo para o final de semana.
Quando faço menção de pegar meu celular, escuto duas batidas na porta e logo mamãe surge na porta segurando uma bandeja com dois copos de suco, sorrio e logo ela entra no quarto, fechando a porta com o pé e colocando a bandeja no criado-mudo.
- Onde vai?
Sua voz soa preocupada, dou uma gargalhada e sento em minha poltrona, ficando de pernas de índio.
- Não vou embora, mãe. Eu... Bom, Lucas me convidou para passar o final de semana na praia.
- Hum...
- O que foi?
- Esse garoto está te mudando, querida. A cada dia. Você não parece mais a mesma Dora. Quer me contar o que você sente por ele? Como é com ele?
Respiro fundo.
- Lucas é... diferente.
- Diferente?
- Diferente de qualquer homem que eu namorei ou conversei. Diferente, muito diferente do Wagner, mãe. Ele é tímido, bondoso... É diferente.
- Está apaixonada.
- Apaixonada? Não... Não...
Mamãe levanta.
- Estar apaixonar por ele é normal, ele é o seu namorado - ela diz sentando no braço da poltrona e colocando um tufo do meu cabelo atrás da orelha. - Eu ia achar estranho você dizer que não gosta dele. Eu gosto do Lucas, acho ele um ótimo garoto para você.
Quando faço menção de dizer algo, meu celular começa a tocar, vejo que é Lucas, olho para minha mãe e ela sela seus lábios em minha testa, levanta pegando seu copo de suco e saindo do quarto.
Sorrio, levantando e atendo a chamada de Lucas.
- Você sabe que não precisar ir com a gente, Dora.
- Boa noite, Lucas! Comigo está tudo ótimo e com você?
Ele da uma gargalhada.
- Eu vou. Primeiro que quem me convidou você você mesmo. Segundo que eu quero ir... pelo Nando.
- Fernanda disse que ele gostou muito de você.
- E eu dele - respiro fundo e volto a sentar na poltrona. - Lucas, ele não tem nenhuma chance de ficar bem? De ser curado?
- A cura do Nando virá só se Deus fizer um milagre. Quem sabe? Eu rezo por isso todos os dias, mas não sei se é uma coisa que o cara lá de cima quer.
Fico em silêncio.
- Não se preocupe, se Nando morrer, eu quero ter a certeza de que fizemos tudo o que ele desejava.
- Te admiro por isso.
- A vida pode ser injusta de vez enquando.
Posso ouvir o seu suspirar cheio de insatisfação por ver que a doença do pequeno Nando pode matar ele a qualquer momento.
Quando faço menção de dizer algo para confortar ele, Lucas fala:
- Eu só queria confirmar se você vai...
- Eu vou!
- Posso te pegar que horas?
- As seis da manhã, pode ser?
- Perfeito!
- Você se livrou de uma viu, senhor Lucas! Se livrou da festa da Débora a tempo - digo sorrindo e encostando na poltrona. - Que sorte danada você tem!
- Esta vendo? Como diz minha mãe: Deus é pai, não é padrasto!
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Graças aos céus, a semana passou em um estalar de dedos, Lucas e eu decidimos que não iríamos para a faculdade e daríamos 3 dias de praia para o pequeno Nando.
Acordei tão cedo, mas tão cedo ansiosa com a viajem, Dan disse que pareço criança quando descobre que vai viajar pela primeira vez, que acabei dormindo a viajem toda, deixando Lucas sozinho com a enfermeira, Nando e Fernanda.
Lucas pediu para uma das enfermeiras ir com a gente, ela aceitou, acho que pediu para nós nos sentirmos seguros caso algo ruim - não vai acontecer - aconteça.
Coloquei minha mala no chão da sala da grande casa de praia da família do Lucas, olhei para cada canto da sala, com móveis planejados e muito lindos por sinal, se dona Lorena parece aqui, ela ia amar cada móvel.
Me viro e fito Lucas entrando com Nando nos braços e atrás dele, Fernanda segurando o oxigênio.
Sorrio e me sento ao lado de Nando, que Lucas colocou no sofá.
- Vamos pegar as malas, pode ficar com ele, querida?
- Claro, Fê! Eu e esse garotão vamos ficar bem!
Olho para Lucas e ele abre um sorriso largo, também sorrio e logo ele vai atrás de Fernanda. Devagar, coloco algumas almofadas em meu colo e coloco a cabeça de Nando em cima, sorrio acariciando seu rostinho.
Ele abre os olhos, com um pouco de dificuldade, mas os abre e em seguida sorri, fraquinho.
- Oii a gente chegou sabia?
- E o... mar?
- O mar? Ah, o mar está lindo... Ele é aqui em frente, você consegue ouvir o barulho das ondas?
Nando fecha os olhinhos na intensão de ouvir o barulho das ondas, logo ele abre um sorriso largo e também sorrio.
É a primeira vez que vejo um sorriso grande invadir seus lábios dessa forma.
- Eu... escu... to.
- É lindo não é?
Ele balança a cabeça assentindo, ainda com os olhos fechados e sorrindo.
Logo Lucas e Fernanda entram na casa, segurando as malas, Fernanda olha para Nando e sorri quando vê ele sorrindo e uma lágrima desce por suas pequenas bochechas.
Coloco meu dedo indicador na frente dos meus lábios e peço para que eles não interrompam o momento que o pequeno esta tendo com o som do mar.
Selo meus lábios em sua testa e sorrio olhando para o pequeno.
Depois do lindo momento que passamos na sala, subi para o quarto de hóspedes no qual terei que dividir com Lucas.
Por que? Porque Nando disse que dois namorado precisam dormir no mesmo quarto.
Tentei mudar a idéia dele, mas foi algo extremamente em vão, a enfermeira ficou com um quarto, Fernanda e Nando ficaram em outro, juntos e eu e Lucas ficamos no quarto ao lado do deles.
Os empregados que ficam na casa cuidando da limpeza, dormem nos quartos que tem na parte de baixo do imóvel.
Eu vou dormir no mesmo quarto que o Lucas.
- Eu pedi para Vanessa um colchão. Você pode dormir na cama.
- Eu posso dormir no colchão, você dor...
- Não - ele diz me interrompendo - você vai dormir na cama e eu vou dormir no colchão. E não se fala mais nisso, Dora!
- Okay!
Sorrio agradecida.
- Vou colocar meu short e te encontro na areia. Quero que aquele garoto conheça o mar o mais rápido possível.
- Eu já desço!
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Voltei!
Desculpem o sumiço, muitas coisas acontecendo!
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O que será que vai acontecer nessa viagem?