STILES - livro 2

By AdrianChristopher15

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Após a morte de Kate, seu pai Gerard Argent vem para Beacon Hills buscando vingança. Stiles descobre uma ter... More

Prólogo
Capítulo 1 - Superficial
Capítulo 2 - Bad Boy
Capítulo 3 - Gerard
Capítulo 4 - Lydia
Capítulo 5 - Descoberto.
Capítulo 6 - Confusão
Capítulo 7 - Dúvidas
Capítulo 8 - Grande Lagarto
Capítulo 9 - My name is, Peter
Capítulo 10 - Verdades destrutivas
Capítulo 11 - Coisas de família
Capítulo 12 - Kanima
Capítulo 13 - Mestre
Capítulo 14 - Party
Capítulo 15 - "I'am Back"
Capítulo 16 - Aliados
Capítulo 17 - Eu sinto muito Allison
Capítulo 19 - Pessoas que achamos conhecer
Capítulo 20 - Aliança rompida
Capítulo 21 - Me Entendam
Capítulo 22 - Peças em um Tabuleiro de Xadrez
Capítulo 23 - Um meio para um fim (Penúltimo).
AVISO
Capítulo 24 - ALFA (último capítulo)
Aviso
Epílogo
Livro 3

Capítulo 18 - Saudade é o que ficou daquilo que não ficou.

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By AdrianChristopher15

AVISO: Capítulo com excesso de tristeza, bebam água antes de ler.
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"Você me ensinou a coragem das estrelas antes de partir, como a luz continua interminavelmente mesmo após a morte. Com dificuldade em respirar, você explicou o infinito. Quão raro e belo é realmente existirmos...
Eu daria qualquer coisa para ouvir você dizer mais uma vez que o universo só foi feito para ser visto pelos meus olhos."

           - Sleeping At Last, Saturn.
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                    STILES 🚙
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Sabe aquela sensação de completo desespero que você sente as vezes e nem sabe o porquê? Você sente como se não pudesse respirar... Como se estivesse afundando em um mar revolto e por mais que você nade saiba que não vai conseguir sair?  É assim que eu me sinto todas as vezes em que lembro dela, minha mãe.

Eu me lembro do dia em que ela morreu como se fosse ontem. Como se eu fosse um garotinho de 6 anos que acabou de perder a mãe.
...
O dia era como qualquer outro. Eu fazia minhas atividades na escola sem nenhum ânimo, tudo o que rondava minha cabeça eram as lembranças dela dizendo "ele quer me matar, veja como ele me olha." E então ela tentava me atacar. Meu diretor entrou na sala e chamou a professora, ele disse alguma coisa pra ela apontando para mim.
Ela acenou me chamando e eu fui até eles achando que tinha feito algo de errado.

- Eu não fiz nada. - Disse abaixando minha cabeça.

- Óh querido eu sei que não, você é um ótimo garoto. Seu pai está aqui para pegá-lo.- Minha professora disse passando a mão em meus cabelos. - Guarde o seu material, o diretor vai te esperar aqui fora.

Enquanto andava pelos corredores ao lado do diretor até o meu pai, milhões de coisas vinham a minha mente sobre o motivo dele estar ali. "Sua mãe te acha um monstro Stiles, ele está aqui para se livrar de você." , Minha mente me dizia deixando-me triste. Mas o sorriso que vi no rosto do meu pai mostrava exatamente o contrário.

- Sua mãe está consciente Stiles, e ela quer te ver. - Meu pai disse pegando-me no colo e rodando no ar. Isso me fez rir. - Vamos logo, ela está morrendo de saudades. 

O caminho até o hospital foi cheio de risos das duas partes, o sorriso no rosto do meu pai iluminaria qualquer lugar escuro e eu acho que o meu não estava diferente. Ele fazia piadas com tudo que encontrava no caminho, inclusive um menino chorando porque derrubou o sorvete. O clima dele me atingiu de uma forma totalmente positiva, então quem fazia piadas era eu. Dois palhaços em uma viatura de polícia.

Chegando no hospital meu pai nem mesmo precisou parar na recepção, minha mãe já esteve ali tantas vezes e por tanto tempo que conhecíamos todo mundo. Na porta do quarto pude ver o sorriso que ela exibia atrás de uma janela, meu pai me colocou no chão e abriu a porta. Minha mãe colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e limpou uma lágrima.

- Oi meu pequeno herói. - Foi o que ela me disse, o modo com sempre me chamou. Isso me deu completa certeza de que ela se lembrava de mim. - Esteve muito ocupado salvando a cidade?

Então eu corri. Me joguei nos braços dela e a abracei com o máximo de força que meus pequenos braços possuíam. Eu não sabia se ria ou chorava então fiz os dois. Explodi em uma grande gargalhada enquanto as lágrimas desciam como em uma enchente. Minha mãe afagou meus cabelos e eu senti meu pai se juntando ao abraço. Aquele momento não poderia ser mais perfeito.

- Eu tenho muuuuitas coisas pra te contar. Eu fiz vários desenhos na escola e meu papai guardou todos em uma caixa pra te mostrar, a minha professora nova é muito legal e ela me deu vários doces... - Eu explodi a falar enquanto minha mãe morria de rir e olhava para mim com os olhos marejados.

- Calma aí garotão, lembra o que eu te falei sobre o ar ser necessário para você viver? - Meu pai disse rindo e respirando fundo para que eu faça o mesmo.

- Desculpe. - Disse ficando vermelho de vergonha.

- Você pode falar o quanto quiser meu pequeno herói, eu gosto de ouvir tudo o que você tem para dizer. - Minha mãe disse beijando minha bochecha e depois apertando. - Sua voz é perfeita para mim, um dia você vai cantar várias músicas para a mamãe não é?

- Mas eu não sei cantar. - Disse deitando minha cabeça de lado confuso.

- Vai aprender, e então eu vou ouvir o belo som da sua voz cantando melodias lindas. - Minha mãe disse sorrindo. - E então, você fez amiguinhos na escola?

Eu contei tudo o que pude sobre os últimos meses para minha mãe. Ela ouviu tudo o que eu tinha para contar e seus olhos só desviavam de mim para olhar meu pai, que também olhava para ela e sorria. Eu parei de falar várias vezes para observar o modo como os dois se olhavam, a felicidade no rosto dos dois era palpável.

Meu pai saiu da sala por alguns minutos e disse que logo voltava. Eu e minha mãe deitamos na cama dela olhando para cima e ela começou a me perguntar várias coisas. Quando meu pai voltou estava com uma câmera na mão e já foi apontando para nós.

- Façam uma pose e sorriam. - Meu pai disse enquanto procurava um ângulo para fotografar.

- Jhon, eu estou com uma camisola de hospital e meu cabelo deve estar horrível. - Minha mãe disse tapando o rosto.

- Que nada, você é a coisa mais bonita que existe nesse mundo. Não é verdade Stiles? - Meu pai me perguntou e eu abracei minha mãe confirmando. - Viu?

- Está bem, mas eu quero vários beijos e abraços depois. - Minha mãe disse apontando para ele e depois sorrindo para a câmera.

- Feito. - Meu pai disse tirando a foto. Ele pegou o papel na mão, olhou e sorriu nos mostrando. - Ficaram perfeitos.

Nosso dia estava maravilhoso, eu já havia tirado dois cochilos e depois acordado mais elétrico do que antes de dormir. Meu pai e minha mãe estavam relembrando um dos primeiros encontros deles quando um policial bateu na porta e entrou.

- Desculpe interromper senhor, mas houve um acidente na estrada Abrahams e 7 pessoas morreram, uma ainda está presa nas ferragens. -  O policial disse tirando um papel do bolso. - Você vai até lá?

- Eu estou muito ocupado agora Pietro e... - Meu pai tentou escapar mas minha mãe segurou a mão dele sorrindo e o olhou nos olhos. Eles ficaram se olhando por um tempo então meu pai suspirou e se voltou ao policial novamente. - Eu já estou indo.

O policial confirmou e saiu do quarto às pressas. Meu pai se voltou a nós novamente e abraçou forte minha mãe dando um beijo rápido nela.

- Volto logo. - Ele disse e depois bagunçou meus cabelos antes de levantar. - Cuide dela pequeno herói.

- Pode deixar capitão. - Eu disse batendo continência e meu pai riu saindo do quarto. - Eu já te disse que o nosso vizinho caiu na calçada ontem?

- Não, ainda não me disse. - Minha mãe diz começando a rir. - O Sr. Sullivan?

- Sim, foi muito engraçado...

1 hora se passou depois que meu pai saiu e minha mãe começou a ficar com sono. Ela deitou na cama enquanto eu falava e fechou os olhos sorrindo, eu sabia que ela ainda estava acordada pelo carinho que recebia no meu cabelo. Sua expressão demonstrava tanta paz, felicidade...

Um aparelho começou a fazer um barulho bem alto e eu fiquei meio assustado parando de falar, minha mãe apertou minha mão ainda sorrindo e com os olhos fechados.

- Não pare de falar Stiles... - Minha mãe disse e eu voltei a contar o que estava dizendo mesmo que não entendendo. - Fico feliz por ser assim, ouvindo sua voz... Meu pequeno herói.

Vários médicos entraram na sala e o modo como abriram a porta me assustou, fazendo com que eu pule da cama e solte a mão da minha mãe. Eles falavam várias coisas e muito alto, mas eu não conseguia ouvir. Tudo ficou no mais absoluto silêncio enquanto eles corriam para todo lado, a única coisa que eu podia ouvir eram os ruídos.

- Afaste... - Disse um médico colocando algo sobre o peito da minha mãe e ela dá um pulo na cama sem abrir os olhos. - De novo...

- Hey, eu preciso que você venha comigo agora. - Uma mulher disse segurando minha mão e tentando me levar para a porta do quarto. Eu já a vi conversando com meu pai, Melissa era seu nome. - Você não pode ficar aqui...

- O que eles estão fazendo com a minha mãe? Por que estão fazendo aquilo com ela? - Pergunto enquanto Melissa me levava para fora. - O que estão fazendo com ela? MAMÃE... - Gritei olhando para a cama.

A última coisa que vi antes da porta do quarto se fechar foi um médico desligando aquele aparelho barulhento.
...
A campainha tocando nunca foi tão bem vinda. Ela interrompeu todos os meus pensamentos e fez com que minha respiração parasse de acelerar tão rápido. Respirei fundo antes de me levantar e descer as escadas. Todos os movimentos do meu corpo e os poucos minutos que eu tive de sono fizeram com que meus músculos doam ainda mais. Victória sabia como bater em alguém, posso garantir.

Giro a maçaneta e abro a porta, um homem está parado do lado de foras de costas para mim e antes mesmo dele virar já o reconheço.

- O que faz aqui Christopher? - Pergunto cruzando os meus braços, mas ele nem liga para o jeito rude com que o trato.

- O que houve com seu rosto? - O espanto no rosto dele quase me faz rir. Ele não pergunta se pode ou não entrar e já está lá colocando a mão no meu rosto. - Quem fez isso com você?

Se ele está me perguntando isso sua mulher não o contou o que houve ou ele é um ótimo ator. Afasto sua mão de mim e fecho a porta atrás dele indo em direção a cozinha. Christopher vem logo atrás ainda esperando uma resposta.

- Um de seus caçadores fez isso ontem. - Digo esguichando veneno nas palavras. - Não deveria estar surpreso.

- Quem fez isso?

- Você acha que eu sei? Não conheço seus cachorrinhos e mesmo se conhecesse que diferença isso faz? Não era pra isso que vocês estavam lá ontem? - Perguntei sem olha-lo nos olhos.

- É claro que não! - Christopher exclamou parecendo assustado.- Por que acha que iríamos querer machucar você? Que EU iria querer machucar você? Eu sou seu pai.

- Vocês estavam lá para machucar meus amigos, atirando para todos os lados. Se vocês sabem que eu ando com eles obviamente sabiam que eu iria me machucar. - Falo abrindo a geladeira e pegando alguns ingredientes.

- Nós não estávamos lá para machucar seus amigos. Meu pai descobriu que seu amigo Jackson é o Kanima, o que obviamente você sabia. - Christopher disse me acusando nessa parte, eu nem mesmo demonstrei surpresa. - Estávamos lá atrás dele. Derek nos atacou e alguns caçadores abriram fogo. Eu juro que não sabia que você ou Scott estavam lá até hoje de manhã, eu não deixaria que nada te acontecesse se soubesse.

- Que alívio. - Disse zombando das palavras dele.

- Olha filho...

- Não me chame de filho, por favor. - Peço olhando para ele nesse momento.

- Me desculpe, Stiles. - Christopher disse parecendo meio chateado. - Eu prometo que isso não vai acontecer de novo, nem a você e nem a Scott. Vou convocar uma reunião com os caçadores e você me mostra quem fez isso...

- Foi sua mulher. - Digo por fim fazendo com que Christopher pare de falar e fique assustado. - Victória fez isso e ainda tentou matar Scott e Derek. Eu sei que Derek a mordeu e que pelo código dos caçadores ou ela morre ou vocês a matam, então só esquece.

- Victória... - Christopher disse e então eu vi lágrimas descendo dos olhos dele por um momento, mas Christopher as limpou. - Muito bem, eu espero que me perdoe por isso. Eu acho que devo ir agora...

Depois de passar maionese em duas fatias de pão, coloco presunto e mussarela, tomate e alface, depois fecho com outras fatias. Coloco um dos sanduíches em um prato e empurro até Christopher do outro lado da mesa.

- Espero que goste de maionese. - Digo me sentando e começando a comer o meu em silêncio.

Christopher sorri sentando-se na cadeira a minha frente e mordendo um pedaço do sanduíche, ele mastiga por um tempo e engole rindo.

- O que foi? - Pergunto sem entender o motivo da risada.

- Está do jeito que eu gosto. - Christopher diz dando outra mordida. - Nós temos mais coisas em comum do que eu pensava.

Ouço passos descendo as escadas e alguns segundos depois Scott está na entrada da cozinha. Seus olhos estão fechados enquanto ele boceja, ele os abre e vem até mim me dando um beijo na bochecha. Ele não parece ter notado Christopher sentado a mesa observando toda a cena. Que ótimo lobisomem ele é.

- Bom dia ser irritante da minha vid... - Scott tenta dizer mas então ele para e olha para trás vendo Christopher ali. - Oou, eu não te vi ai. Bom dia Sr. Argent.

- Bom dia Scott, e pode me chamar só de Chris. - Christopher diz sorrindo para ele e voltando a comer.

- Então tá... - Scott diz meio sem graça. - Stiles, você pode fazer um sanduíche pra mim?

- Claro.

Pego todos os ingredientes na mesa e começo a fazer um sanduíche para ele. Scott se senta em uma cadeira ao meu lado e fica assoviando sem saber o que dizer. Christopher continua comendo e observando ao redor.

- Então... Por que está aqui? - Scott pergunta depois de algum tempo.

- Eu vim ver se Stiles estava bem.

- Bom, se com bem você quer dizer com a cara toda fodida, costelas doloridas e raiva, ele está ótimo. - Scott disse sorrindo sarcasticamente.

Uou, o que houve com Scott? Será que é uma duplicata? Por que Scott nunca agiria assim, ainda mais com um caçador que é pai da quase namorada e, infelizmente, o meu.

- Aqui seu sanduíche, coma logo porque temos um compromisso. - Digo colocando um prato com o sanduíche na frente dele e bagunçando seus cabelos. Nunca estive mais orgulhoso, meu pequeno debochado. - Você quer mais um?

- Não, obrigado mas eu já tenho que ir e não quero atrapalhar o compromisso de vocês. - Christopher disse ficando em pé e estendendo a mão para mim. - Até mais Stiles, até Scott.

Christopher saiu da cozinha e segundos depois ouvi o barulho da porta fechando. Abracei Scott com força e dei um beijo na bochecha dele, ele não entendeu nada e estava com a boca cheia de comida. A coisa mais fofa.

- Qui foi? - Scott perguntou de boca cheia voltando a mastigar e depois engolindo.

- Nada, não posso mais abraçar meu melhor amigo? - Perguntei colocando a mão no peito me fingindo de ofendido.

Scott revirou os olhos me ignorando e voltando a comer.

- Que compromisso temos hoje?

- Primeiro nós vamos atrás do Jackson, quero saber se ele está bem. Segundo temos que ir até o Derek, precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem.

- E o que aconteceu ontem? - Scott perguntou terminando o sanduíche e colocando o prato na pia.

- Quem está controlando Jackson disse que está matando aquelas pessoas por que elas o "mataram". - Digo fazendo aspas com os dedos e Scott ergue uma sobrancelha não entendendo. - Ele não pode estar morto Scott, como um fantasma iria se ligar ao Jackson? E se fantasmas existirem e estiverem por ai por mim já deu, desisto.

- Eu também não quero saber de fantasmas, já não basta o que temos que lidar todos os dias. - Scott disse e começou a passar sua mão no meu rosto machucado. - Desculpe por ter deixado isso acontecer com você.

- Você não tem culpa Scott, não podia fazer nada. Victória já vai ter o que merece, eu só... Estou preocupado com Allison. - Eu disse suspirando e Scott ficou meio preocupado. - Ela vai ficar com raiva da gente pelo o que está acontecendo com a mãe.
...

- Ele não está em casa, eu não o vejo desde ontem de manhã. - O pai adotivo de Jackson disse mas não parecia nada preocupado. - Se vocês são mesmo amigos dele devem saber mais do que eu.

- Obrigado Sr. Whitmore, peça para ele me ligar caso apareça por favor. - Me despeço com um aceno de cabeça e volto para meu jipe onde Scott me espera escutando músicas no rádio. - Ele não está aqui e o pai dele nem mesmo se preocupa.

- Então... Onde vamos encontrar o Derek? - Scott perguntou batucando os dedos na janela ao som da música.

- Eu liguei para ele e nós vamos nos encontrar na velha e destruída Mansão Hale. - Dirigir o carro por uma estrada cheias de árvores ao redor me enche de nostalgia, o que me deixa mais alegre. - Derek deveria se livrar daquele lugar ou então reconstruir aquela Mansão.

- Como ele vai fazer isso? - Scott ergueu uma sobrancelha.

- Pensa comigo, se eles tinham uma Mansão, Derek tem um Camaro e ele não trabalha, então eles são ricos. - Digo como se fosse óbvio.

- É verdade, mas acho que se ele tivesse tanto dinheiro não moraria naquele lugar destruído. - Scott disse dando de ombros.

Blanks - Let's Get Lost começou a tocar e Scott instantaneamente já olhou para minha cara e eu para a dele. Nós dois amamos essa música.

- Não cante, ou ela vai ficar nas nossas cabeças o resto da semana. - Apontei para ele cerrando meus olhos e Scott virou para frente ficando sério. A cada 2 segundos eu via pelo canto dos olhos ele olhando para mim até que vi ele abrindo a boca. - Não se atreva...

- Let's Get Lost, Loose or phones and Get Away from here... - Scott começou a cantar.

- Deus me ajude. - Eu disse antes de começar a cantar com ele.

Na frente da Mansão (Destruída) Hale, Isaac nos esperava sentado nas escadas. Assim que Scott e eu descemos do carro ele faz um sinal com a cabeça querendo que o acompanhemos até lá dentro. Scott vai na frente querendo como sempre me proteger e eu vou atrás revirando os olhos.

Do lado de dentro Derek está parado ao lado de o que um dia foi uma janela, Peter está sentado em um sofá e nos dá um tchauzinho com a mão, Érica está encostada em uma parede e Boyd está em pé ao lado dela. Mas o que me surpreende é ver Lydia sentada em uma cadeira no canto da sala.

- O que diabos você faz aqui? - Pergunto andando até ela.

- Agora eu faço parte disso. - Ela responde como se não fosse nada demais.

- Claro que não. - Olho para Derek que está apenas observando tudo em silêncio. - Você quem a chamou?

- Sua amiga pode nos ajudar, ela é esperta como você e duas cabeças pensam melhor do que uma. - Peter quem respondeu pelo sobrinho, que apenas continuou em silêncio e de braços cruzados como sempre. - Então jovem Stilinski, o que você descobriu ontem?

Olho para Lydia uma última vez antes de suspirar e me sentar em uma cadeira a frente dela, mas virando para a mesma direção que ela, nunca se dá as costas a Peter Hale.

- Quando eu estava dançando com Jackson em seu momento transe total, ele disse "Senti falta de dançar assim com você."- Dei uma pausa olhando Isaac ao lado de Scott, para que ele confirme que foi mesmo aquilo que Jackson disse e eu não estou louco. - Mas eu nunca dancei com ele em toda a minha vida, a gente nem se dava bem até o Sr. Psicótico aqui aparecer.

- De nada. - Peter disse sorrindo e nada ofendido com o apelido.

- Sei lá, vocês não dançaram juntos em nenhuma apresentação de escola ou algo do tipo? - Lydia perguntou.

- Não, nós dois sempre nos apresentamos juntos. - Scott respondeu por mim. - O que mais?

- Depois que nós o levamos pra sala de Stripper... - Nesse momento Isaac da um sorriso malicioso e só eu percebo. - Ele disse estar fazendo isso por que aquelas pessoas o "mataram".

- E ele também disse não gostar da Érica. - Isaac diz zombando dela que mostra o dedo do meio. - Então, a que conclusão chegamos sobre o Mestre do Kanima?

Alguém que conhece todos nós, alguém que já dançou comigo, alguém próximo a Jackson,
alguém inteligente e observador,
alguém que me acha inteligente e o principal, alguém que foi humilhado pelos nadadores do time.

"Áh já me lembrei, você é um dos Idiotas que jogou Matthew na piscina e quase matou ele.  - Digo me lembrando do rosto dele no meio dos babacas.

Ele fica meio sem graça e desvia o olhar.

- Olha, nós estávamos bêbados e
as pessoas fazem coisas idiotas com álcool no organismo. - Ryan diz coçando a cabeça. - Eu me arrependi muito depois."

"Eles me humilharam, me deixaram destruído. - A mão de Jackson se moveu e ele levantou a cabeça para olhar ao redor. - Eu só devolvi o favor."

Minha cabeça começou a doer e minha respiração a falhar. Como eu não percebi antes? Como eu pude ser tão cego? Meus pensamentos ficaram nublados e eu podia ouvir as "engrenagens" do meu cérebro.

- Stiles, o que foi? - Scott segurou meu rosto e fez com que eu olhasse para ele. Isaac estava parado ao seu lado e o rosto dos dois demonstrava muita preocupação. - Stiles fale comigo.

- O que você tem? - Isaac perguntou afastando Scott e ficando a minha frente.

- Scott pegue uma carona com alguém aqui para voltar. - Me levantei afastando os dois do meu caminho e saindo da Mansão Hale.

Enquanto descia as escadas todos saíram logo atrás tentando entender o que estava acontecendo. Eu ignorei as perguntas, ignorei os chamados e ignorei quando Scott entrou no meu caminho tentando me parar. Entrei no meu carro e sai no máximo de velocidade que meu carro suportava deixando todos para trás sem entender o motivo.
•••
Fiquei por muito tempo dentro do meu carro estacionado na frente da casa dele pensando e criando coragem. Abrir a porta e descer foi um trabalho muito difícil com as minhas pernas bambas. Dei o primeiro passo e depois de firmar o pé no chão me preparei para dar o segundo... Mas uma mão segurou meu braço.

- Hey Stiles, você por aqui? Nosso encontro é só daqui a algumas horas. - Matthew diz sorrindo e me dando um beijo na bochecha. Ele estava com uma bolsa e sua câmera na mão, devia estar tirando fotos.

Olhar para ele, sorrindo e me olhando como sempre olhou, me fez se sentir destruído. Como eu pude ficar com alguém por tanto tempo e não perceber o que ele realmente era?

- O que foi? Por que está com essa cara? - Matthew perguntou ficando preocupado.

Então eu comecei a chorar. Eu chorei igual a uma criança e cai de joelhos no chão. Matthew largou suas coisas e se ajoelhou comigo me abraçando apertado.
Segurei o choro ao máximo que pude e o afastei, olhando diretamente em seus olhos.

- Matthew, você matou aquelas pessoas? - Isso saiu mais como uma acusação do que uma pergunta e, dependendo da resposta dele, tudo acaba aqui. 
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                     AUTOR 📚
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O clima na casa dos Argent não estava nada bom. O dia já estava terminando e a lua próxima de aparecer no céu. Victória olhava para a rua pela janela memorizando tudo que era possível, já que logo não estaria mais ali. Se tinha algo que ela não iria sentir falta era dos seus vizinhos irritantes, os carros passando na rua em alta velocidade, os jovens imbecis andando de skate.

Allison sentada em um canto do quarto olhava para as costas da sua mãe memorizando a silhueta dela, tentando entender por que tudo isso tinha que acontecer com ela.

Christopher entrou no quarto e fez um sinal para que Allison saísse do quarto e os deixasse a sós. Allison levantou, deu um beijo em sua mãe e saiu.

- Victória... - Christopher tenta dizer mas ela ergue uma mão sem se mover do lugar.

- Agora que Allison saiu daqui eu quero que você termine isso. - Victória diz puxando o cobertor que estava em seu colo e tirando de lá uma faca de caçadora, a mesma usada para esfaquear Derek. - Eu não vou ficar aqui definhando até que a lua nasça.

- Mas e Allison? O que eu digo para ela?

- Diga que ela é uma caçadora, uma Argent. Ela já não é mais criança e tem que aprender a controlar suas emoções. - Victória diz jogando a faca aos pés de Christopher. - Faça logo antes que ela suba novamente.

Christopher abaixa pegando a faca na mão, o cabo estava frio gelando todos os seus dedos. Ele se aproximou dela a passos lentos e largos. A mão dele tremia demonstrando seu nervosismo enquanto o rosto era de alguém que recebeu uma missão e tinha que cumpri-la.

- Você acha que seria diferente? - Victória perguntou fazendo Christopher parar no lugar. - Se eu tivesse amado e cuidado mais de Allison, seria diferente?

- Eu não sei. Realmente não sei. - Christopher disse apontando a faca para o coração dela e respirando fundo.

- Cuide dela Christopher, cuide da minha menina com tudo o que você tiver. Não deixe que ela termine como eu. - Victória tremia, seu choro queria sair mas ela nunca deixaria que ele saísse. - Torne ela em alguém melhor do que todos nós.

- Eu vou. - Christopher disse e então a faca atravessou o coração de Victória.

Christopher a abraçou com força e não conseguiu segurar o choro ou o grito de dor que veio logo em seguida ao ver os olhos dela se fechando.

Allison subiu as escadas o mais rápido que pode com seu avô logo atrás. Quando ela chegou na porta do quarto e viu todo o sangue, ela sentou no chão e ali mesmo deixou tudo sair.
______________________________Nota:
Hey amores, Tuto pom?
Espero que estejam bem.
Aproveitem bem esse capítulo por que não sei quando sai o próximo.
Já estamos quase no final desse livro e estou pensando o que fazer no terceiro.

Bjs e até o próximo capítulo 😘


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