No lugar certo (pausado)

By ValentinaCarter234

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Tudo o que ela queria era esquecer e seguir em frente. Quando Alexia deixara Londres com a certeza de nunca m... More

Recadinho
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Revelação de capa: No lugar certo

Prólogo

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By ValentinaCarter234

"Eu quero ser livre e deixá-la voar para longe para ver um sorriso em seu rosto, É a parte mais difícil de ser substituído"

Replaced – American Authors

Ryan

Seu avô costumava dizer que todo homem possui uma mulher perfeita. Uma mulher que se encaixe completa e unicamente a ele.

Quando ele começava a dizer isso para alguém, alguns, homens principalmente, já imaginavam que seria mais um discurso interminável de um homem senil que se achava sábio por causa de todos os anos vividos, e as mulheres começavam a sorrir e suspirar diante suas palavras, que imaginavam elas, serem românticas e cheias de sentimentos.

Mas assim que ele as completava, os papeis se invertiam e os sorrisos de uns e reviradas de olhos de outros trocavam de lugar.

Quando tinha apenas sete anos, Ryan ouvira aquela experiência de vida pela primeira vez de seu avô. Ele dizia que o segredo eram os seios.

Havia em algum lugar do mundo uma mulher cujos seios se encaixariam perfeitamente nas mãos de um homem, e então ali naquele encaixe você saberia que seriam perfeitos um para outro, pelo menos na cama. Sempre tudo se resumia ao momento entre lençóis. Nenhum casal é feliz no dia a dia se entre quatro paredes estiver acontecendo algum problema. Ou melhor, se não estiver acontecendo nada. Esse é o maior problema de todos.

Segundo ele o encaixe perfeito era quando os dedos não estavam flexionados demais ao redor de belos e redondos seios. Não podia ter pele escapando entre os dedos e se o homem tivesse que fechar muito as mãos a ponto de seus dedos se sobreporem, também não serviam.

Nada daquela merda de mãos que se encaixam e dedos entrelaçados ou de ouvir o som de anjos cantando após o beijo ou até mesmo sentir as famosas borboletas no estômago. Quem em sã consciência saberia como é ter um monte de borboletas voando no estômago? E principalmente. Que borboleta sobreviveria tempo suficiente para voar dentro de alguém?

Essas baboseiras românticas não faziam sentido.

Não eram os sons de vozes de anjos cantando que Ryan queria ouvir quando encontrasse seu par perfeito, e sim o de gemidos de uma mulher.

Mas e se mais de um seio se encaixasse nas mãos de um homem?

Era uma pergunta bem frequente e que fazia todo sentido. Ele mesmo perguntara isso da primeira vez. O velho Richard, claro, tinha a resposta para ela. Ele dizia:

─ Pequeno Ryan. Você saberá qual é o seio certo. ─ Colocava as mãos flexionadas na frente do rosto como se apertasse seios invisíveis ─ Será algo natural. Você vai sentir.

Aquilo não lhe fizera o mínimo de sentido na época e só por que crescera e ficara mais velho, não significava que fizesse sentido hoje em dia.

Só porque as palavras do velho Richard Davis não eram de puro romance não queria dizer que o homem não era sábio. Era o homem mais inteligente que Ryan já conhecera na vida. Não só pelo fato do cara ter começado um mega escritório do nada e com nada mais do que 100 libras no bolso. Ele também era o único que sempre sabia o que dizer e não tinha medo em fazê-lo. Ryan o admirava. Sonhava em um dia ser como ele.

Pena que não fora sábio o suficiente para saber que cigarros matam.

Ele suspirava fundo e encostava-se ao táxi estacionado na rua cruzando os braços na frente do peito.

Estava se sentindo um pouco nostálgico naquele dia. Não sabia ao certo se era algum efeito não rotulado do remédio que tomara para dormir na noite anterior, quase não conseguira se levantar para pegar o avião. Estava enfim se tornando o advogado que seu pai tanto queria, insônia era sua nova companheira, assim como a enxaqueca e o inicio de uma gastrite. Ou talvez fosse o motivo que o levara até ali.

─ Está ficando caro. ─ Dizia o taxista franzino que o pegara na saída do aeroporto ao colocar a cabeça e os ombros para fora da janela do motorista.

Aquela era o terceiro aviso dele em menos de 15 minutos. Qual era o problema daquele cara? Ele não deveria estar feliz por estar ganhando dinheiro?

─ Deixa o taxímetro ligado. ─ Ryan dizia sem olha-lo.

O clima de fim de tarde da cidade de Nova York o estava fazendo se sentir em casa. Estava frio como todo inicio de Janeiro deve ser. Estava confortável com seu casaco, mas tinha que confessar que depois de 40 minutos parado ali na rua ao relento estava começando a se tornar incomodo.

Será que ela vai demorar muito?

Assim que termina aquele pensamento a porta do prédio a frente se abre e um grupo de pessoas começava a sair.

Ele engole em seco. O nervosismo dando seus primeiros sinais. Fazia um ano que não a via, e a curiosidade e a saudade eram crescentes dentro de si. Ele se desencosta do veículo e ajeita o casaco o alisando com as mãos, passava as mesmas nos cabelos, elas tremiam. Merda ele estava muito nervoso, como nunca antes.

Então o motivo de tudo atravessa a porta. Ela conversava seriamente com uma mulher com cabelos vermelhos e muito alta. Pareciam discutir sobre algo importante enquanto ela apontava na página de um livro aberto sobre as mãos.

Era ela. Sua Alexia. Do jeitinho que ele se lembrava.

Naquele instante ele se questionava sobre como conseguira ficar 12 meses longe dela. Porque não havia ido até lá antes? Onde arranjara aquela força? Os motivos que os separaram pareciam insignificantes, ali parado no meio da calçada feito um idiota com a boca aberta.

Ela desfilava com um casaco mostarda e suas pernas esguias a mostra com contornos sensuais que se desenhavam até terminarem em sapatos scarpin pretos. Estava linda como sempre.

É agora. Vamos lá. Respira fundo. Conversava consigo mesmo.

Quando suas pernas reaprendem sua função básica e começavam a se mover, seus olhos captam os lábios de Alexia, um sorriso largo se estendia por aquela boca. Sua autoconfiança da um salto. Ela estava sorrindo para ele. Ela se sentia da mesma maneira, como se os meses fossem insuportáveis e agora tudo fizesse sentido.

Ryan abria um sorriso igualmente largo. Tudo valera a pena. Mas então seus olhos sobem mais um pouco por aquelas feições e sua confiança e felicidade pulam pela janela em um salto para a morte sem deixar um bilhete de despedida. Alexia sorria para alguém do outro lado do campus. Para outro homem.

E como se aquilo já não fosse o bastante ela sai correndo em direção a ele e se joga em seus braços. Ele a ergue no ar e a gira. Ryan estava atônito enraizado no chão. Aguardava a qualquer momento as nuvens se afastarem para o sol iluminar somente o casal na grama enquanto pombas brancas voavam e a trilha sonora de George Michael começasse como naqueles filmes melosos e românticos.

─ Eles parecem bem felizes.

O comentário do taxista o tirava do transe. Ele também notara o desenrolar da cena.

Cabisbaixo, Ryan se senta no banco traseiro do taxi. Se fosse rápido talvez ela nem notasse que ele estivera ali, afinal havia pelo menos uns dez metros de gramado entre eles. Ao seu lado um buque com girassóis estava sobre o banco. Estava tão nervoso em revê-la que buscara ajuda nas baboseiras românticas. Seu avô ficaria desapontado. Estava se escondendo.

Seus pensamentos giravam em sua cabeça. A cena se repetindo várias e várias vezes. Mas principalmente a pergunta que o martelava mais era: O que ele fora fazer ali?

O que esperava que acontecesse? Que Alexia o veria, sorriria, entraria no carro com ele, receberia suas flores enquanto o taxista simpático os levava para um restaurante e depois eles se beijariam, ela o levaria para seu apartamento e suas mãos se encaixariam em seus seios?

Sim. Ele pensava.

Soara como um plano perfeito em sua cabeça na última semana.

Além da dor que crescia no centro do seu peito, Ryan se sentia ridículo. Patético. Ingênuo.

Um ano. A porra de 12 meses esperando, sem ficar com ninguém, na seca. Um fato que para ele era inédito, não que estivesse esperando receber algum prêmio, mas uma parte de si, um pouco egoísta talvez, acreditava que ela estava fazendo o mesmo. Que estivesse triste, que sentisse saudade como ele sentia. Estava vendo a hora em que suas bolas fariam as malas e abandonassem sua cueca por falta de atividade.

Sabia que tinha sua parcela de culpa, mas o que aconteceu com o "Eu te amo, Ryan"? O amor é tão fácil assim de esquecer? É algo tão passageiro? Ou então ele não era real?

Depois daquela cena ele chegara à conclusão de que para todas aquelas perguntas a resposta era sim. E a mais triste verdade era que ele fora substituído.

─ Para onde agora, senhor? ─ O taxista mais uma vez o tirava do transe.

Se Alexia seguira em frente com a sua vida não seria ele a atrasar a dele.

─ Aeroporto. ─ Ele respondia.

***

Olha só quem está de volta!!!

Olá padawans, tudo bem com vocês?

Demorou, mas chegou!!! Estou de volta e não vim sozinha.

Gostaram do prólogo? Primeira vez que temos o ponto de vista do nosso Ryan.

Mil tretas ainda vão rolar. hahahaha. Senti tantas saudades de vocês e sei que sentiram do nosso casal 10/10 né?

Esse foi somente um gostinho do que está por vir com essa história nova. O início das postagens será no dia 15 de Setembro.

Nos vemos na próxima. ;)

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