Você Cresceu [✓]

By Mogridd

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Lory nunca deixou de pensar nele. Era impossível passar por aquelas ruas e não lembrar do menino magrinho com... More

A P R E S E N T A Ç Ã O
Capítulo 1.
Capítulo 2.
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Aviso.

Capítulo 15.

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By Mogridd


Meu peito dói.

Fui uma idiota por ter feito aquilo e não ter me controlado.

Depois de eu ter feito aquela burrada sai correndo da casa dos Peterson. Alguma parte de mim desejava com todas as forças que ele corresse atrás de mim, mas isso não aconteceu.

Eu estava indo para casa, mas lembrei que minha mãe está no trabalho e eu não quero ficar sozinha em casa me afundado em pensamentos idiotas, então vim pegar um ar aqui na praça 13.

Eu amo esse lugar, acho que é a área mais verde de Umbrella City e é a melhor para esfriar a cabeça.

A brisa estava leve e eu apenas ficava observando as crianças andando de skate e se divertindo junto de seus pais, que saudade dessa época.

Respirei fundo e passei a mão pela parte fazia do banco de madeira. Minha garganta ainda doía e eu sentia uma estranha vontade de chorar, acho que foi pelo jeito que ele me afastou ou como coçou a cabeça sem jeito. Eu sou uma menina patética.

Joguei a cabeça para atrás e fechei os olhos tentando acalmar as batidas doloridas do meu coração e parar de reviver aquele momento horrível, mas ao mesmo tempo o melhor de todos.

O jeito que ele se arrepiou com meu toque e como meu nome saiu de sua boca, foram as coisas que me fizeram perder a sanidade e eu queria perder ela novamente.

Viu, sou patética.

Isso ainda está fazendo eu perder a cabeça, por que diabos ele quis me abraçar do nada? Talvez seja porque ele apenas queria abraçar uma amiga.

É, provavelmente foi isso...

- Acho que sempre que nós nos encontramos você vai estar de olhos fechados. - Abri meus glóbulos ao escutar uma voz grossa e encontrei olhos verdes me observando com cuidado.

Trevor.

- Eu não estou com paciência hoje, acho melhor você ir embora. - Declarei, voltando a fechar os olhos. O menino riu e sentou ao meu lado, continuei como estava.

- Delicada como sempre, Lory Thompson. - Senti seu olhar queimando em minha pele e isso começou a me incomodar. Respirei fundo para não descontar minha frustração nele, apesar de ele talvez merecer.

- Trevor Clark, um típico badboy que anda com roupas pretas e jaqueta, fuma e pega geral. Obrigado, mas não pretendo ser sua amiga ou qualquer coisa do tipo. Não estou no meu melhor dia e eu juro, se você começar a falar merda de novo e não sair agora, não vou me controlar e vou arrebentar sua cara. - Falei firme e ele riu de maneira divertida. Abri meus olhos e o encarei séria.

Como esperado ele realmente estava de preto e jaqueta. Dei uma risada amarga por isso.

- Lorynha, acho que você andou vendo muito filme adolescente. - Fechei a cara para como ele me chamou e seus ombros relaxaram no banco, jogando a cabeça para trás e sustentando meus olhos. - Coloque o estereótipo que quiser em mim, eu não ligo. Eu apenas me visto como gosto e faço o que tenho vontade. - Revirei os olhos e me afastei dele. Com certeza esse é o tipo de resposta que eu esperava dele.

- Ok, eu realmente não me importo. Apenas saia daqui e não brigue mais com o Dilan. - Deixei a última coisa escapar por impulso e os olhos do rapaz pararam nas minhas juntas ainda machucadas.

- Então você se preocupa com ele. - Seus glóbulos voltaram para os meus e ele sorriu de canto. Meu coração voltou a doer com sua afirmação.

É claro que eu me preocupo...

- I-sso... De qualquer forma ele já terminou com a Melanie. - Gaguejei ainda com o peito latejando. Fiquei perdida quando Trevor franziu as sombrancelhas e depois riu alto.

- Melanie? O que isso tem a ver com a Melanie? - Sua voz brincalhona e expressão sincera me deixaram ainda mais confusa. Passei as mãos no cabelo tentando me manter firme.

- Ela foi o motivo de vocês brigarem, não? - Minha voz saiu baixa, o contrário do que eu esperava.

O rapaz de cabelos escuros fez uma barulho estranho com a boca e depois tocou meu ombro de leve.

- Não, minha Lorynha. O motivo foi você. - Congelei, e seus dedos foram parar em meu queixo. - Eu achei você linda desde o primeiro dia, e seu amiguinho ficou bravo. - Pisquei, tentando racionar tudo. Ele tirou as mãos do meu queixo e as colocou nos bolso da jaqueta. Seus olhos foram para algo distante e eu podia sentir meu coração pesado.

- Isso é sério? - Respirei lentamente tentando controlar as batidas frenéticas. Trevor olhou para mim por alguns segundos e depois voltou a olhar para frente.

Eu fui o motivo do olho roxo.

- Irmãozinho! - Um grito estridente fez eu sair dos meus pensamentos e quando me dei conta, Trevor saiu correndo para algum lugar.

Tentei entender o que estava acontecendo quando o menino de cabelos pretos andou até mim com uma expressão desesperada e uma menina com um tom de pele mais escuro nos braços.

- Me ajuda. - Ele colocou a menininha que chorava no banco e me fitou desesperado. - Ela machucou o joelho, acho que quebrou a perna. - Sua voz estava abalada e ele se ajoelhou na frente da garota. - Calma. - Pediu tentando fazer a criança parar se chorar. Ele tocou o joelho que estava machucado com cuidado e ela gritou mais alto.

- Irmãozinho, eu vou morrer! - Estava tudo uma bagunça e a menina não parava de chorar.

- Dá licença. - Empurrei Trevor e ele concordou com a cabeça me dando passagem. Me ajoelhei e quando ia ver se a perna dela estava quebrada ela gritou fino novamente provocando uma dor de cabeça em mim. - Ei! - Gritei e a criança me encarou. - Pare de chorar, mostre que você é uma mulher forte e que não é só os meninos que aguentam machucados. Erga a cabeça e deixe eu cuidar de você. - A menina começou lentamente parar de chorar e limpou o rosto. - Posso? - Perguntei começando a tocar seu joelho. A pequena concordou com a cabeça timidamente. Puxei sua perna devagar para ver se tinha quebrado, mas estava tudo no lugar. - Não está quebrada. - Escutei Trevor suspirar profundamente atrás de mim. Era só um pequeno corte no joelho dela. - Você tem algum pano? - Encarei seus olhos verdes aflitos e ele assentiu.

- A toalinha dela. - Ele me entregou um pano rosa e eu passei com cuidado por cima, tirando o sangue e depois cobri seu joelho para não infeccionar.

- Pronto, agora é só passar algo para limpar e pomada para ajudar na cicatrização. Acho que eu tenho uma aqui. - Tirei minha mochila das costas e procurei, mas não tinha nada. - Esqueci que dei para outra pessoa. - Por um momento eu tinha esquecido do que Trevor me falou. Meu coração voltou a latejar. - Desculpas.

- Emy. - O garoto abraçou a menina que se agarrou em seu pescoço. - Você está melhor. - Perguntou tirando um fio de cabelo do rosto da pequena garotinha que sorriu e abraçou ele. - Lory, muito obrigado. - Sua voz estava mais baixa que o normal e ele parecia estar se recompondo. Concordei e sorri para ele e para a menina.

- Moça, você é muito legal. Obrigado por cuidar do meu dodói. - Ela agradeceu com um sorriso lindo nos lábios. - E eu vou ser uma mulher forte igual você, moça. - Dessa vez foi eu que sorria para ela. Olhei para Trevor que me encarava com um olhar abatido.

- Desculpas. - Sua voz saiu baixa e trêmula e ele fitou o chão. - Desculpas por mais cedo. Eu não deveria ter falado daquele jeito com você. - Ele parecia arrependido e senti a raiva que eu sentia por ele sumir. Passei a mão pelos cabelos cacheados da menina que sorriu com o gesto.

- Ela é sua irmã? - Trevor assentiu com a cabeça e segurou a pequena com mais cuidado.

- Então, você gostaria se algum menino ou alguém falasse com  sua irmãzinha daquele jeito? Acho que não. Tente tratar melhor as meninas. - Ele abaixou a cabeça como se estivesse envergonhado e concordou. - Cuide da pequena Emy. Já estou indo. - Sorri para ambos antes de virar e começar à andar.

- Só para você saber, a Melanie me beijou à força e eles já tinham terminado. E eu estou de olho em outra menina. - O escutei gritando, mas não me virei. Continuei andando como se não tivesse escutado nada, porém saber a verdade abalou meu coração, e eu sou uma trouxa por estar querendo ver o Dilan agora.

Quero vê-lo.

                    ...*...*...

Dei uma mordida na rosquinha e só então vim perceber como eu estava com fome. A massa quente desmanchou na minha boca e eu sorri sozinha por causa do sabor maravilhoso. Estou no Candy's, eu amo esse lugar, mas desse vez não vim aqui por causa das rosquinhas.

Vim aqui com a esperança de ver o Din. Eu não sei o que penso em relação aos sentimentos do Dilan, só sei que ele brigou por minha causa.

Estou feliz por causa disso. E eu decidi que não vou esconder como me sinto, vou ter aquele conversa com a Tessa hoje. Não sei como vou encontrá-la, mas vou dar um jeito.

Respirei fundo e terminei de comer minha rosquinha com cobertura de maracujá. Limpei a boca com um guardanapo e relaxei um pouco no banco fofo.

Candy's é um lugar agradável, com seus bancos macios e toda decoração preto e rosa. É aconchegante e bonito.

Olhei o relógio na parede e ví que logo minha mãe estaria em casa, tenho que chegar primeiro que ela para não ser pega fugindo do castigo.

Peguei um pouco de açúcar que estava no prato de metal e levei até a boca saboreando o gosto.

Passei a mão na roupa para tirar os farelos e me levantei saindo daquele lugar maravilhoso.

Comecei andar em direção à minha casa, porém um som me atrapalhou. Cheguei mais perto de uma caixa de papelão e meu coração se desmanchou quando ví três filhotinhos de gato dentro. Eles estavam magros e pareciam desnutridos.

- Que fofos. - Peguei o menorzinho. Ele passou a cabeça em meus dedos e depois deu um miado fraco. Meu peito se revirou com a cena.

Todos tinham os pelos pretos. O maior tinha algumas manchas brancas, o do meio era todo preto e o menor que estava em minha mãos, tinha uma macha branca numa das patas. Achei aquilo engraçado e fofo, porque parecia uma meia.

Olhei para o céu com nuvens. Amanhã provavelmente vai chover.

Eu não sei como alguém tem coragem de abandonar animais, ainda mais no frio de Umbrella City que chove quase todos os dias.

Coloquei o pequenino de volta na caixa e todos começaram a miar para mim. Meu coração doeu e era impossível deixá-los lá.

Minha mãe nunca deixou eu ter um animal de estimação porque falava que eu não saberia cuidar, mas as coisas agora mudaram, eu tenho dezassete anos e posso cuidar de gatinhos.

Sem pensar muito, peguei a caixa com cuidado e foi á caminho da minha casa.

Ao chegar, observei a entrada vermelha chamativa. Quando era meu pai que cuidava da decoração ela era bem mais bonita. Respirei fundo, pensando em como eu poderia convencer minha mãe de deixar eu ficar com os três gatinhos.

Nada veio na minha cabeça, eu invento na hora. Procurei coragem e entrei em casa. As luzes estavam apagadas e estava tudo em silêncio, revelando que minha mãe ainda não tinha chegado. Agredeci a Deus e fui em direção ao meu quarto.

Olhei cada canto do quarto com paredes brancas e um monte de lixo jogado no chão.

Se eu não arrumo nem meu próprio quarto, como vou cuidar de animais?

Soltei o ar com força e fui até a cozinha. Peguei um prato e coloquei leite, depois pensei melhor e esquentei o leito um pouco no fogo, não muita para não queimar eles, apenas ficou morno.

- Aqui, pequenininhos. - Eles rapidamente começaram a beber o leite. Acaranciei os pelos pretos e macios deles e logo depois de beber tudo, eles caíram no sono com minhas carícias. - Estavam mesmo com fome. - Lavei o prato vazio e depois foi arrumar meu quarto. Não vou dar motivos para minha mãe dizer não.

Depois de ajeitar tudo me joguei na cama e respirei fundo.Tantas coisas aconteceram hoje.

Afundei a cara no travesseiro. Os olhos castanhos intensos do Din apareceram na minha mente, me fazendo ficar inquieta.

Aquele idiota que eu quero ver.

O barulho da porta se abrindo me fez entrar em desespero. Corri para a cozinha e levei a caixa com os gatinho para meu quarto. Respirei fundo tentando elaborar um bom diálogo na minha cabeça, mas eu simplesmente não consegui.

Sai do quarto com a mãos trêmulas e dei de cara com minha mãe cheia de sacolas.

- Lory! Me ajuda. - A mulher de olhos verdes pulou em cima de mim. - Seu pai e a família dele vem para cá hoje. - Arregalei os olhos e meu peito começou a latejar.

- O papai? - Minha mãe concordou com a cabeça freneticamente e eu engoli em seco. - Faz alguns anos que eu não o vejo. O filho dele já deve estar grande. - Falei baixo sentindo meu coração doer.

- Sim, filha. Mas a mulher dele vem hoje, e você sabe como ela é perfeitinha. Quero jogar na cara dela que eu melhorei minhas táticas na cozinha. - Mordi o lábio para não rir. Minha mãe não cozinha nada bem, quando ela e o papai estavam casados ele que cozinhava.

Meus pais são divorciados há alguns anos. Foi um divórcio calmo e sem brigas, aconteceu que o amor deles acabou e eles apenas resolveram seguir em frente. Meus pais começaram a namorar no ensino médio, minha mãe engravidou de mim quando era adolescente e eles se casaram. Depois de um tempo o amor foi acabando e eles se separaram. Eu sofri bastante na época pois era muito apegada ao meu pai, mas depois me acostumei.

Meu pai formou uma nova família e já teve um filho, que eu nunca conheci. Estou ansiosa.

- Ok, mas mãe eu quero falar algo com você antes. - Falei com calma e minha mãe negou.

- Depois fazemos isso, já é de tarde e eu quero fazer um banquete. Precisamos começar a cozinhar agora. - Declarou, tirando as compras do saco e as levando para a cozinha.

- Vai ser rápido. - Falei indo atrás dela. Minha mãe lançou um daqueles olhares mortais e eu parei de falar.

- Não faça eu prolongar seu castigo, Lory. - Dei um sorriso torto e neguei com a cabeça, deixando o assunto para mais tarde, e comecei a ajudar com as compras.

Depois de termos terminado de arrumar as compras, minha mãe mandou eu limpar meu quarto. Quando falei que já tinha feito ela me elogiou.

- Muito bem, filha. Fico feliz por ver você se esforçando para sair do castigo. - Ela sorriu de maneira acolhedora e eu me senti culpada por ter saído um pouco do castigo. - Vamos começar a cozinhar! - Declarou animada e parecendo preparada para um combate. Ri com esse pensamento.

Lavamos as mãos e começamos a cortar alguns legumes em silêncio. Minha mãe limpou a garganta o que significava que ela iria perguntar algo.

- Filha, de quem eram aquelas roupas masculinas? - Quase deixei a faca cair com sua pergunta e ela sorriu maliciosamente. - É daquele menino bonito que te ajudou? - Arregalei os olhos e seu sorriu aumentou. - Vocês usaram camisinha? Você sabe que precisa usar e - A interrompi na hora.

- Mãe! Não! Nós somos só amigos! - Meu coração doeu ao falar amigos. Senti minhas bochechas pegando fogo. Minha mãe já iria começar  a falar sobre aquelas coisas, e eu já estou traumatizada com nossa conversa no dia do meu aniversário.

- Eu e seu pai também éramos amigos. - Ela sorriu abertamente e me olhou de forma estranha.

- Mãe! - Ela riu de de jeito estranho e abafada e voltou a cortar os legumes. - Sua tarada. - Falei baixo por causa da vergonha que transparecia nas minhas bochechas e ela riu mais alto.

Doida igual a Tessa.

"Quero vê-lo."

Esse foi o capítulo de hoje, espero que vocês tenham gostado❤🌠

Capítulo pequeno porque eu queria postar hoje💓 Gostaria de falar que todo romance tem seu tempo, não precisamos apressar as coisas. Elas vão acontecer, não se preocupem🌠💓

Obrigado por tudo e beijões🌸✨

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