salute! (Eu Voltei!!!)

By lupenauta

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Mia acorda num lugar estranho, escuro, com milhares de olhos na parede a observando. Ela não faz ideia de ond... More

Leia antes de começar!!!
ATO 1: ALICE
olhos
mãos
branco
demônio
carta
NOTA DO AUTOR
vermelho
vestido
canção
corredor
mudança
baile
massacre
órfãs
salute
aliado
consulta (FIM DO ATO 1)
Alternativo 1
Alternativo 2
Alternativo 3
Alternativo 4
ATO 2: MIA
espelho
labirinto
nome
morte
marionete
podre
imagem
escadas
cama
revelações
água
reencontro
intuição
pedras
indecisão
lágrimas
êxtase
tabuleiro
confronto
despertar (FIM DO ATO 2)
ATO 3: ALASTAIR
filho
mãe
mestre
pai
bonecas
denúncia
banho
acidente
hospital
cobaia
menino (FIM DO ATO 3)
ATO 4: BEATRICE
desrespeito
código
novato
pureza
fracasso
vinho
ESTOU DE VOLTA! AGORA É VERDADE

estranhos

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By lupenauta

Ela olhava as feições mortas de sua mãe, tão linda, mas tão triste. Ela olhava o rosto falecido de seu pai, um rosto tão amoroso, agora com uma faceta de angústia.

Alice ainda não acreditava no que tinha acontecido alguns dias antes. Ela ainda podia se lembrar perfeitamente da cena que havia acontecido uma semana antes: Alice e sua mãe preparando comida, ouvindo no rádio a canção "Stand by me" do cantor Ben E. King, que estava fazendo sucesso nas paradas. O pai de Alice lia o jornal ao lado do rádio e cantarolava a canção, enquanto as duas dançavam entre cortar os legumes e colocá-los na panela.

Alice lembrava que numa certa parte da música, sua mãe se virou na direção dela e cantou um trecho:

"If the sky that we look upon
Should tumble and fall
Or the mountains should crumble to the sea
I won't cry, i won't cry
No i won't shed a tear
Just as long as you stand, stand by me"

Alice pensava nesse trecho, será que a mãe dela cantou trivialmente? Ou era um conselho? Ela só sabia que seu céu despedaçou, sua montanha desmoronou, agora ela não tinha ninguém, seu mundo havia acabado, mas ela não chorou, se prendeu ao trecho daquela música como se fosse um mandamento.

"Não vou chorar, não vou", ela repetia para si.

Todos no velório a olhavam, mas ninguém teve coragem de falar com ela, pessoas que Alice nunca havia visto, a observando e comentando com outros, isso a fez se sentir ainda mais solitária.

Uma mão a segura no ombro. Ela se vira e vê uma mulher na faixa dos 60 anos, usando um suéter preto, um belo colar de pérolas no seu pescoço, com longos cabelos brancos, era uma bela mulher, apesar da idade.

"Você está bem, minha querida?", ela diz com um sorriso simpático.

Alice não a conhece, mas como ela não conhece ninguém naquele funeral, ela não liga muito pra isso.

"Estou ótima", Alice responde, levantando, um movimento feito para tirar a mão dela de seu ombro.

"Meu nome é Emma Baum, sou uma velha conhecida dos seus pais", ela diz.

"Meus pais nunca falaram de você."

"Nós não nos falávamos a anos, infelizmente. Trabalho e a distância foram nos separando.", Emma fala, enrolando seu braço no de Alice para elas darem uma caminhada.

"Eu fiz uma promessa aos seus pais a muito tempo."

"Que promessa?", Alice responde, confusa.

"Prometi aos seus pais que cuidaria de você se algo acontecesse com eles.", Emma responde.

"Han? Espera um pouco, eu nunca te vi na vida e você já aparece falando algo assim? Desculpa, mas eu não te conheço, e nem sei o que você era para os meus pais.", Alice fala, soltando o seu braço do dela.

"Eu sei que você tem algumas perguntas."

"Muitas, na verdade."

"Prometo responder todas elas um dia, mas não agora, sei que você passou por muita coisa e deve estar muito estressada, mas eu te prometo, tudo será esclarecido."

Alice estranhou a forma que Emma disse essas palavras, mas viu certa sinceridade em seu olhar, queria acreditar naquela velha senhora.

Um homem de terno preto na faixa dos 60 anos anda na direção delas sorrateiramente, Alice percebeu sua presença apenas quando ele estava a poucos passos dela, ele vem com um pedaço de papel na mão.

"Querida, está tudo certo", ele fala para Emma, dando-lhe o pedaço de papel, quase que ignorando a existência de Alice.

Emma lê o que está escrito no papel e dá um sorriso, ela vira para o senhor de terno e fala umas poucas palavras no seu ouvido, Alice apenas a observa, sem entender nada.

"A propósito, me chamo Henry, sou o marido da Emma", o homem vira na sua direção e estende a mão, Alice aperta a sua mão, com desconfiança.

"Prazer, Alice."

"É, eu sei, sou um velho amigo dos seus pais, já te carreguei no colo", o sorriso de Henry também era simpático, mas Alice não estava inclinada a gostar dele como estava para Emma.

"Imaginei."

"Tenho ótimas notícias para você, minha querida, esses são os papéis que nos dão a sua guarda total, agora somos seus responsáveis legais", Emma diz, mostrando o papel em suas mãos.

"Mexi alguns pauzinhos para acelerar o processo, servi na guerra com o juiz da cidade e o assistente social, dá pra acreditar a sorte?", Henry fala erguendo os braços e sorrindo.

Alice estava em choque, imóvel, não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim, o casal era misterioso, mas não pareciam serem pessoas ruins, mesmo assim, ela não queria morar com eles, ela não os conhecia e não confiava em Emma e muito menos em Henry.

'' Você vai adorar a nossa casa, nós cuidamos de outras crianças que perderam os pais, você nunca mais ficará sozinha", Henry diz, como se isso fosse a melhor notícia do mundo.

Lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Alice, fazendo-a cair de joelhos, esse comentário fez a ficha cair: seus pais estão mortos, ela nunca mais irá vê-los, um estranho casal irá tomar conta dela agora, e por melhor que eles fossem para com ela, eles nunca seriam os seus pais.

Nunca.

Henry e Emma apenas olhavam para a jovem garota, tão nova e já estava completamente quebrada por dentro.

Eles se olharam e acenaram com a cabeça como se estivessem pensando a mesma coisa.

"Ela é a candidata perfeita."

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