Uncover

By averyvelez

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Melanie nunca mais se sentiu a mesma desde que perdeu sua memória em um acidente. E realmente, ela de fato, n... More

The Accident
Currently
Mau Pressentimento
Ela está de volta
Algo de errado com Joel
Certas coisas não mudam.
As consequências da bebida
Bipolaridade
Apenas amigos

Desabafo Amigável

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By averyvelez


Alguns dias tinham se passado desde que eu tinha começado a me dar bem com todos os amigos de Christopher. Cada um tinha seu jeito diferente e especial, e eu sinceramente estava gostando de conhecer todos eles, de passar algum tempo com eles. O que mais tinha me aproximado até agora era Zabdiel, ele sabia escutar as pessoas incrivelmente como ninguém, e com meu estresse diário com a faculdade ele sempre me mandava uma mensagem positiva sabendo exatamente o que dizer. Erick sempre estava rindo e me fazendo rir também, infelizmente eu não resistia as piadas ridículas dele e ao seu ótimo senso de humor. Richard tinha uns conselhos meio doidos e duvidosos, mas transmitia uma energia incrível, era sempre bom estar no mesmo ambiente que ele. Joel não falava muito, era mais na dele, e eu respeitava isso, não vou forçar ninguém a falar, mas, no fundo, ele é uma pessoa boa também, acho que não se solta muito por não sermos tão íntimos. Já eu e Christopher estávamos nos dando cada vez melhor, conforme íamos nos conhecendo eu me encantava ainda mais por ele. Não sei descrever, era leve e único estar com ele. Me fazia bem, e isso bastava.

Apesar da minha falta de tempo nessa semana pra vê-lo, ele felizmente tinha compreendido e sempre arrumava um tempo pra me visitar de surpresa. As coisas na minha faculdade estavam a toda, e entrando a semana de provas eu não tinha tempo para absolutamente nada, mal conseguia ver a Lexie. Meus encontros eram com os livros, todos os dias, durante várias e várias horas.

Mas, como hoje eu sairia mais cedo da faculdade, resolvi passar na casa do meu pai. Ele havia me ligado hoje de manhã e parecia preocupado, não pediu que eu fosse vê-lo, mas fiz questão de ir até lá, não queria que ele falasse comigo por telefone, ainda mais se fosse algo tão importante assim. Era raro meu pai me ligar do nada, normalmente ele só mandava uma mensagem, então esse era um motivo a mais para ir até lá.

Assim que saí do meu inferno diário, fui direto para sua casa, que graças a Deus ficava a algumas ruas da minha. Como eu ainda não tinha a chave da casa nova dele, toquei a campainha e ele demorou um tempo pra atender. Mas quando se aproximou da porta, pude escutar que estava falando com alguém no telefone. Assim que abriu, ele desligou e me encarou com uma expressão nada boa no rosto. Eu não disse nada naquele momento, apenas o abracei e entramos.

— Oi, pai. — digo dando um beijo rápido em seu rosto assim que ele fechou a porta atrás de si. Logo me direcionei ao sofá, colocando uma almofada em meu colo.

Ele me segue e para de frente pra mim, em pé, com a mesma expressão que estava há alguns segundos. Reparei que ele estava um pouco nervoso, mexia em suas mãos sem parar e balançava as pernas como se estivesse incomodado com algo. Sentia que alguma notícia ruim vinha por aí, então me preparei para o pior.

— Sei que disse que não precisava vir até aqui, mas que bom que está aqui... — ele suspira, colocando as mãos no bolso — E que está sentada.

— Por favor pai, vai logo ao ponto porque o senhor está me deixando nervosa. — quase imploro. Era nítido o desespero tomando conta de mim. Meu pai raramente carregava consigo essa expressão e esse humor, e quando acontecia, acreditem, nunca era algo bom.

Ele encara a parede a nossa frente por um tempo, alternando entre olhar para ela e olhar para mim, até resolver falar o que realmente estava acontecendo, e era exatamente algo ruim como eu havia deduzido.

— Sua mãe.

Minha mãe. Bom, depois de uma certa parte da minha vida, falar da minha mãe era algo extremamente desconfortável, tanto pra mim, como pro meu pai. Ela nunca foi totalmente presente na minha vida e eu não tinha criado um vínculo forte com ela, mas, ainda sim me importava um pouco, até porque ela era minha mãe. Já meu pai, se pudesse citar uma pessoa que ele mais detestava na face da Terra, seria ela. Ele nunca me contou bem os motivos para tamanha repulsa, mas pelo jeito que ele ficava só de ouvir seu nome, com certeza não era nada muito agradável.

— E o que tem ela? — pergunto. Ele logo arrasta uma cadeira e a posiciona em minha frente, sentando em seguida, ainda de frente pra mim.

— Sei que sempre quis te manter afastada dela, tanto que nos mudamos pra Argentina por causa disso. E sim, eu me culpo por isso, já que por minha culpa você sofreu aquele acidente, e, se hoje não lembra de partes importantes da sua adolescência, é por minha causa — ele diz, segurando minhas mãos e as apertando. Meu coração aperta quando ouço essas palavras.

Eu sempre sofro quando ele diz essas coisas. Nada disso foi culpa dele, foi só um acaso infeliz do destino. Bem infeliz. Mas já tinha passado.

— Pai... — tento argumentar, mas antes que eu comece, ele levanta o indicador me interrompendo para continuar seu discurso.

— Não. Continua me escutando! — ele repreende e volta a falar — Eu sempre vou me culpar por tudo, mas tento não pensar muito nisso, sabe? Então continuando ao ponto que queria chegar... Sua mãe não é uma pessoa muito boa da cabeça, já fez muitas coisas que eu tenho vergonha de falar, e outras que provavelmente eu nunca tomei conhecimento, e nunca farei questão de saber. Mas me ligaram, porque de acordo com a polícia eu sou a única "família" que ela ainda tem. Não fico muito satisfeito em saber disso, mas, a única consideração que ainda existe por ela é porque ela te carregou por 9 meses e me deu você, que é o melhor presente do Mundo. É somente por isso. Mas enfim, resumindo tudo isso e sendo direto, sua mãe está na delegacia por causa de nada mais nada menos que posse de drogas. — ele finaliza, me causando nada além de um grande choque.

Tentei analisar e engolir tudo aquilo, tudo que foi dito. Fiquei longos segundos imóvel, sem dizer uma palavra sequer, apenas o encarando sem conseguir mover um músculo do corpo. Eu sabia que ela era meio doida, mas não estava acreditando nisso. Minha própria mãe metida com drogas. E, ironicamente, eu estava estudando pra no futuro julgar, ou até mandar prender alguém que cometa o mesmo ato, lutar para que isso fosse julgado justamente.

— Mas era pra uso próprio? Porque se era, ela não é imediatamente presa. Ela pode ter que prestar serviços à comunidade ou entrar em algum programa que adverta isso. — digo, deixando escapar a futura advogada que habitava em mim. Era boa a sensação de saber que horas estudando e me matando em uma instituição estava valendo a pena.

— Minha pequena futura advogada — ele sorri— Está certa, ela não foi presa. Mas está com a ficha suja e vão decidir qual advertência ela sofrerá. Não estou nada contente com isso, primeiro são as drogas, e depois? Tráfico? Roubo? Overdose?

— Não sei pai, e sinceramente não quero saber. Só tenta ver no que vai dar isso tudo.

— Vou daqui a pouco dar um pulo na delegacia e espero não ter que fazer isso mais. Nem sei como vou conseguir olhar pra cara daquela mulher. — ele faz uma careta que automaticamente me faz rir. Seria tudo muito cômico, se não fosse trágico...

— Por que casou com ela? Sabe... É nítido que você a odeia. — acho que o peguei de surpresa, porque ele parece não saber como responder a isso.

— Éramos jovens... Jovens e burros. Não sei o que eu tinha, mas era apaixonado pela sua mãe e me casei muito cedo com ela. Aos 19 nos casamos e aos 20 tivemos você. Por isso que eu nunca aprovei você se apaixonar tão novinha, a furada é certa. Falo por experiência própria.

— Com isso não tem que ter preocupação, eu nunca me apaixonei mesmo. — dei de ombros, caminhando até a cozinha.

Meu pai me seguiu e parou, me encarando parecendo confuso, e eu me perguntava se tinha dito alguma coisa errada.

— É... — ele balançou a cabeça para os lados como se estivesse negando algo para si mesmo — Graças a Deus por isso, né? Se apaixonar só depois que terminar a faculdade. — ele pisca e dou um breve sorriso, enchendo meu copo com água.

Meu pai sempre foi um homem extremamente preocupado, e como pai, ele era dez vezes mais preocupado. Por boa parte da minha infância ele tinha sido pai e mãe ao mesmo tempo. Minha mãe sumia muitas vezes sem dizer para onde ia, passava duas semanas fora e voltava do nada, como se fosse algo normal. Faltava todas as datas importantes que eu tinha ao decorrer da minha vida escolar, perdia minhas competições de natação, minhas apresentações de balé e chegou a faltar a minha formatura do ensino médio. Isso são só as partes que eu lembrava, com certeza tinha muito mais. A essa altura do campeonato eu já não me surpreendia com nada vindo dela, mas o assunto das drogas infelizmente me pegou despreparada.

Depois de ficarmos jogando papo fora por uma horinha, eu e meu pai tínhamos nos despedido e eu estava voltando para casa. No caminho, eu tinha recusado a ligação de Christopher e Lexie, mas conhecendo a minha melhor amiga, sabia que ela ia querer aparecer logo logo querendo saber o que tinha acontecido. Mas optei por não falar com ninguém e seguir escutando algumas músicas em silêncio.

Subi as escadas do meu apartamento a duras penas, jogando minha mochila e todo o peso do meu corpo no sofá assim que entrei. De vez em quando eu tinha a sensação de que iria explodir e que minha vida era uma merda, mas ver outras pessoas com outras situações piores no dia a dia me faziam cair na realidade e perceber que eu levava uma vida de princesa. Infelizmente era inevitável não reclamar algumas vezes, mesmo que fosse quase um pecado.

Tive tempo de tomar um banho, dar uma limpada básica na casa e ver um episódio de Greys Anatomy antes de receber uma mensagem de Zabdiel me convidando para jantar na casa de Richard. Pensei em negar, mas como Lexie não apareceria hoje porque estava com sua família, resolvi aceitar já indo me arrumar.

[...]

Chegando na casa de Richard, pude perceber que era razoavelmente grande por fora, mas tinha um toque humilde no geral. O quintal era bem iluminado e cheio de vida, mesmo de noite qualquer um podia ver isso. Antes que eu pudesse reparar em mais alguma coisa, os gritos de dentro da casa chamaram minha atenção. A maioria dos gritos vinham com toda certeza de Christopher e Erick, que pareciam estar brincando com a filha de Richard porque também se escutava os gritinhos dela.

Antes que eu possa apertar a campainha, Zabdiel abre a porta com um enorme sorriso no rosto, e além do sorriso, também pingava suor e passava a mão na testa tentando se livrar das insistentes gotas. Provavelmente estava participando das gritarias junto com os outros.

— Pensei que não fosse vir. — ele tenta me abraçar, mas coloco uma mão em seu peito.

— Não vai me abraçar suando desse jeito, né? — rimos juntos e depois cedo ao abraço desajeitado dele. — Não tinha nada muito útil pra fazer em casa, então resolvi aceitar o seu convite. Apesar de ficar ressentida porque fui chamada por você e não pelo dono da casa.

Richard que estava a poucos metros da porta, pareceu ouvir e veio até nós com Aaliyah no colo.

— Ah, mas você sabe que não precisa de convite meu pra vir aqui. Mi casa es su casa. — nos abraçamos de lado e Aaliyah me deu um beijo na bochecha.

Desde que eu a conheci - o que não faz muito tempo - ela tinha gostado de mim. Isso causava inveja nos garotos, porque eles diziam que tinham demorado algum tempo para conquistar o afeto dela e eu consegui em menos de um mês. Não podia fazer nada se as crianças me adoravam.

— Vem, entra. Só cuidado pra não se assustar com os animais do Christopher e Erick. — Richard me guiou até a sala onde os garotos estavam jogados no sofá, suados que nem Zabdiel. Olhei para todos eles e só consegui rir, a cena era hilária. Aaliyah mesma não estava suando, muito pelo contrário, parecia uma princesa intacta com seu lacinho rosa na cabeça, um vestido branco e algumas pulseirinhas em seu braço. Eu ainda me assustava com o quanto ela era parecida com Richard.

— Pensei que não fosse vir. Tá tudo bem? — Joel surge da cozinha com três copos d'água. Ele caminhava meio desajeitado tentando equilibrar, então fui até ele.

— Está tudo nos conformes. — sorrio dando um beijo em sua bochecha — Vem, me dá esse copo antes que você o derrube. — ele demora a ceder, mas enfim percebe que não tinha como carregar aqueles copos todos. Entregamos para os garotos e Aaliyah.

Me juntei a eles e sentei no tapete, no meio das pernas de Chris. Ele inclinou a cabeça para me dar um selinho e fiquei sem graça quando percebi que todos estavam nos encarando.

— Desculpa, é estranho pra gente ver o Christopher desse jeito. — Zabdiel disse rindo de suas próprias palavras.

— O que você fez hoje? Te liguei, mas você não atendeu. — me virei para Christopher pra responder sua pergunta. Não queria falar muito sobre o que tinha acontecido e da notícia da minha mãe, então encurtei a notícia.

— Só uma coisa com a minha mãe... Nada que seja importante. — tentei parecer verdadeira, mas a verdade é que tudo o que eu queria era desabafar com alguém.

— Quer falar sobre isso? — Joel senta ao meu lado. Nego com a cabeça e Aaliyah vem até mim me abraçando e pedindo colo.

— Como você está, meu amorzinho? Seu pai tem te dado muito trabalho junto com esses amigos idiotas que ele tem? — pergunto e ela ri. Aquela risada de criança contagiosa que dava vontade de apertar ainda mais as bochechas dela e enchê-la de beijo.

— Veja lá como você me difama pra minha própria filha. — Richard dá um tapa leve na minha cabeça. Eu ia retribuir, mas Aaliyah faz isso por mim.

— Não machuca a tia Mel, pai. — ela tenta fazer uma carinha de brava, que no começo parecia muito real. Essa garota seria terrível, e eu espero estar aqui pra ver isso acontecer.

Aaliyah fica em pé nas minhas pernas, tentando se equilibrar, mas acaba perdendo o controle da situação caindo com os pés em mim e a cabeça em Joel. Ambos a seguramos e por pouco não gritamos de medo dela se machucar. Richard ia dizer algo, mas ela rapidamente me puxa para fora da sala até o quintal. Sem preocupação alguma com o que tinha acontecido, Aaliyah andava decidida me guiando até lá fora.

— Por que não ficamos lá dentro, Aaliyah? Seu vestido tá tão bonito pra você sujar nessa grama. — ela senta mesmo assim na grama, ignorando toda a minha preocupação. Logo avistei Joel vindo até nós e sentando na grama junto à ela.

Percebi que eu estava olhando aquela cena em pé com as mãos na cintura, reprovando totalmente os dois.

— Vem tia Mel, senta aqui com a gente. — ele dava ênfase debochando de como Aaliyah tinha me chamado ainda pouco. Ele era um bobo invejoso. Acabei me dando por vencida e sentei com eles. Aaliyah arrancava uns pedaços de grama e parecia estar em seu mundo brincando. Resolvi não atrapalhar e não falar mais do vestido dela. Encarei a rua e fiquei um tempo sentindo apenas o vento em meu rosto com os olhos fechados.

Só abri os olhos quando Joel dando uma risada com ela chamou minha atenção. Isso era algo novo e estranhamente familiar. Nunca tinha escutado ele rir, normalmente ele só dava um pequeno sorriso pra algumas coisas e ponto, depois fechava a cara novamente.

— Você poderia rir mais vezes. — deixo escapar o comentário infame sobre ele. O mesmo dá o famoso sorriso de lado e concorda.

— E você poderia aparecer mais vezes... — ergui os joelhos até o peito e apoiei minha cabeça neles para encarar Joel. Acho que qualquer um que olhasse muito pra ele poderia se perder em seus traços tão convidativos, e eu não estava muito de fora. — Sabe, é legal ter você com a gente, Aaliyah também gosta, não é? — ele pergunta a ela e a mesma concorda, mas sem tirar os olhos ainda da grama.

— Só a Aaliyah que gosta?

— Não. Todos gostamos. — ele desvia o olhar para a rua.

Joel parecia uma incógnita. Eu nunca sabia quando ele poderia estar de bom humor, quando estava "carinhoso", alegre ou grosso a ponto de não suportar olhar pra ele. Hoje parecia o dia em que ele estava agradável, então me senti mais à vontade de estar com ele ali.

— O que aconteceu com sua mãe? Apesar de você estar curtindo ter um vento no rosto, dá pra ver que algo mais te incomoda. — dessa vez, ele tinha pegado de surpresa. Se eu pudesse, contaria toda a minha trajetória com a mulher que tinha me colocado no Mundo, contaria minhas angústias e mágoas que pareciam inacabáveis quanto a ela... Mas não era fácil assim, porém, naquele instante, ele parecia realmente preocupado e eu tinha uma estranha vontade de desabafar sobre tudo.

— Acredite, você não quer saber.

— Sim, eu quero. Pode me contar, qualquer coisa que te faça sentir melhor. — a ternura da voz dele me faz ceder.

Acabo contanto tudo que tinha acontecido para Joel, não resumi absolutamente nenhuma parte, contei até os mínimos detalhes. Contei como eu me sentia em relação a ela, o que ela significava pra mim e todas as mágoas que eu guardava dela. Desabafei tanto que no exato momento eu me encontrava chorando, mas um choro silencioso para Aaliyah não se preocupar comigo e continuar brincando. Joel estava escutando tudo com muita atenção e em nenhum momento ousou dizer uma só palavra. Quando percebeu que algumas lágrimas teimosas saíam, as limpou com cuidado.

— Obrigada por me escutar. — digo terminando de secar as lágrimas. Respirei fundo e prometi a mim mesma não chorar mais naquela noite, pelo menos não na frente dele.

— Você é forte, e pelo pouco que te conheço posso ver que é uma mulher incrível. Sua mãe que perdeu todos os momentos, você não perdeu nada com ela. Espero que ela mude um dia. — poucas palavras, mas palavras suficientes e muito significativas. Eu não precisava que ninguém me dissesse um testamento, não precisava de alguém pra chorar junto comigo, eu só precisava que alguém me escutasse e foi isso que Joel fez.

— Tios, vocês estão namorando? — quase fiz um buraco no chão depois dessa pergunta de Aaliyah. Ainda fico de cara com a inocência que as crianças podem ter e com o zero pudor para perguntar qualquer tipo de coisa.

— Não, querida. Somos só amigos. — olhei para Joel e ele estava dando um sorriso brincando com a grama. — Qual a graça?

— Nenhuma. Só que você lembra muito minha ex namorada, desculpa. — dito isso, seu sorriso de ainda pouco foi embora e seus olhos ficaram tristes.

Pensei que como ele tinha me escutado e consolado, eu tinha que no mínimo, fazer o mesmo por ele. Estendi a mão para ele, que estranhou, mas acabou a pegando. Me aproximei mais dele e agora não tínhamos distância alguma, Aaliyah estava mais à frente e eu ele logo atrás dela. Guiei sua cabeça até meu ombro e susurrei algo como "pode deitar e chorar o quanto quiser". Ele não disse nada, apenas fez.

Fechei os olhos junto com ele, passando a mão por seus cabelos. Naquela noite, eu só queria ficar ali, ora vendo Aaliyah brincar e ora ficar chorando em silêncio com Joel. Era como se eu precisasse daquilo e ele entendia perfeitamente. Ficamos assim por longos minutos, até uma voz conhecida me chamar logo atrás de nós.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — me virei e Christopher estava parado com os braços cruzados e uma cara nada, mas nada agradável.

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