Peças Elementais

Door starrgaryen

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Nebraska Cartell, a garota dos cabelos branco como a neve e os olhos azuis como o gelo, não se sente pertenci... Meer

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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Capítulo 7

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Door starrgaryen

Passamos o resto da tarde conversando, eles me contaram sobre suas vidas antes de virem para o Instituto e me surpreendi ao perceber que todos eles já sabiam que eram elementais desde pequenos.

Onde estava a cabeça de minha mãe quando ela resolveu esconder tudo aquilo de mim?

Balancei a cabeça, me esquecendo momentaneamente dos problemas de minha mãe.

''Aqui é sempre tão... vazio??'' Perguntei, esperando não ter sido grossa.

Todos eles ficaram em silêncio, até que Ariane se pronunciou...

''Os da nossa... espécie... foram mortos'' Ergui as sobrancelhas sem entender.

''Mortos por quem?'' perguntei curiosa.

''É um assunto que não gostamos muito de mencionar... '' ela disse sem graça, toda a alegria que vi que ela carregava desde que abriu a porta para mim, sumindo de repente.

Me senti mal por ter tocado no assunto e feito com que o silêncio residisse.

''Acho que contar a história a ela, não será problema'' Dominique, um cara alto e forte, com olhos cor de céu. Ele era calmo, falava pausadamente e logo o atribui aos caras que usavam maconha nos bancos atrás da escola.

Ele pigarreou e me encarou.

''Uns 70 anos atrás, ouve uma rebelião, uma guerra civil. Como já deve ter percebido, os Incendiums, elementais do fogo, são nossos opostos. Não me lembro do motivo da guerra, mas sei que muitas famílias foram massacradas, dos dois lados.'' Ele disse, ainda calmo, como se já tivesse perdoado os elementais do fogo por massacrarem seus iguais.

''Vocês os odeiam?'' Perguntei, me referindo aos Incendiums.

''Não... nós só preferimos nos manter longe uns dos outros'' Ariane completou por Dominique e eu assenti, mostrando que entendia.

''Mas tente ficar longe deles, são arrogantes'' Aconselhou Lis de punhos fechados.

Tentei mudar de assunto.

''Mas e ai... como é??'' perguntei curiosa.

''Como é o que??'' perguntou Ariane, sem entender.

''O poder ora, queria testa-lo, mas estava com medo'' murmurei e ouvi os 4 gargalharem.

''O que... por que estão rindo??'' perguntei, sentindo o sangue subir para minhas orelhas, envergonhada.

''Se tentar usar seu poder sem treinamento, docinho. Vai acabar inundando nosso dormitório'' Resmungou Kaleb que até então estava calado.

''Por que acha que estamos aqui? Não é para passear'' debochou Ariane.

''Mas vocês nunca... tentaram'' ouvi Ariane berrar de tanto rir.

''Kaleb tentou ontem, molhou todos nós, hipócrita'' ela disse de brincadeira para ele, lhe lançando um beijo que ele fez como se tivesse pegado e colocado no coração.

Estranhos.

''E quando nossas aulas começam?'' Perguntei animada.

''Provavelmente amanha, estávamos todos esperando para ver se você sobreviveria à mordida do Calis''

Minha pele queimou mais intensamente.

''Vocês... sabem sobre o Cão?'' perguntei incerta.

''Claro, não se fala de outra coisa no Instituto inteiro, a garota loura chegou aqui com você desmaiada nos braços, gritando que tinham sido atacados, foi difícil não acordar com os gritos dela, mesmo aqui embaixo'' Ariane reclamou e Lis soltou uma risadinha dela.

À menção do ataque, senti minha perna, onde o cão tinha me mordido, formigar. Não tinha coragem de tirar os curativos para ver o estrago ainda.

Fomos interrompidos por um som, um sininho tocou logo acima da entrada da caverna.

''Deve ser para você, não recebemos visitas mesmo'' disse Ariane indiferente.

Segui até as portas duplas de carvalho e as abri, não havia ninguém.Será que era algum tipo de brincadeira?

''Você tem que ir até a encruzilhada... outros elementais não podem entrar no corredor nem na caverna'' disse Lis, sua atenção agora, estava voltada para o jogo de cartas a sua frente.

Avancei um passo, mas me lembrei de como o túnel era escuro, mas antes que eu pudesse abrir a boca, Ariane soltou:

''Não, não temos lanternas, melhor se acostumar'' Ela grunhiu e eu grunhi de volta.

Nunca gostei muito do escuro.

Avancei pelo corredor, os olhos arregalados, tentando enxergar algo naquela negritude. Passando a mão pela parede molhada a procura de algum apoio.

Meu coração quase desabou de alívio quando avistei a luz no fim do túnel.

Me aproximei e dei de cara com Dove, que remexia os dedos nervosa.

Quando ela me viu, sua boca se abriu e se fechou como se quisesse dizer algo mas mudou de ideia.
"ah, oi..." disse sem jeito.
"Ei.... eu.... está gostando dos alojamentos?"

Ela perguntou sem jeito, quando foi que perdemos nossa comunicação de melhores amigas?

"Eu gostei, o pessoal é divertido" comecei a puxar um fio do meu suéter, procurando algo para minhas mãos fazerem.

"Que... que bom que gostou!" Ela disse em um tom falso de animação.

Um silêncio constrangedor desceu e ficamos paradas e quietas por alguns segundos, eu fazendo de tudo para concentrar meus olhos em qualquer outro lugar que não fosse nela.

"É... é só isso mesmo... eu tenho que voltar" ela começou a se distanciar mas eu a interrompi.

"Dove... o conselho... decidiu??" Sua expressão se suavizou ao notar que eu ainda me importava com o que acontecia a ela.

"Estão discutindo... eu... eu tenho que ir, não devia estar aqui. " ela se virou e virou a esquina, sumindo de vista.

É, muita coisa havia mudado. E dentro de mim eu me ressentia por minha amizade com Dove ter chegado nesse ponto.
Suspirei cansada e voltei para o dormitório.

*

Acho que nunca me acostumarei com a escuridão do túnel, eu devia começar a levar meu celular para iluminar a passagem antes que eu tropeçasse em algo.

Assim que abri as portas duplas do dormitório, todos se viraram para mim com expectativa no olhar.

"Iai... quem era?" Perguntou Ariane curiosa.

"Precisam instalar luminárias naquela passagem... " tentei mudar de assunto.

"Claro..." Ariane resmungou, percebendo que eu não queria conversar.

Peguei minha mochila que estava em um canto e a joguei na única cama que estava arrumada, eu deveria tentar dormir, apesar de não saber que horas eram, o cansaço já consumia meus ossos.

Me dentei de costas e pude sentir os olhares dos 4 pregados nas minhas costas.

Quando foi que minha vida ficou tão confusa?

Adormeci pensando em minha mãe, e para onde ela teria ido.
*

Acordei suando frio e tremendo, os pesadelos daquela noite haviam sido mais vividos que qualquer outra que eu já tive.

Sonhei com minha mãe, em um lugar escuro e quente, ela estava acorrentada e machucada, um corte cobria sua testa até sua bochecha, e quase me engasguei ao ver o sangue que saía de seu olho.

Até acordar.

Joguei minhas pernas para fora do beliche e respirei fundo, mas o ar continuava a me faltar e me desesperei por um segundo.

Todos estavam dormindo calmamente e imaginei que estávamos no meio da noite.

Me levantei descalça e tentei puxar o ar para meus pulmões traidores.

Abri as portas duplas e corri pelo túnel, a procura de alguma janela ou porta que pudesse me levar para fora.

As paredes do túnel pareciam mais pegajosas que o normal, como se tivessem passado mel nelas. Cambaleei pela passagem e atravessei o portal, ignorando as outras 3 entradas.
Corri pelo corredor, meus pés descalços congelando pelo frio do piso de mármore gelado.

Encontrei uma porta e disparei para fora, dava para um jardim bem cuidado, cheio de flores e árvores de copas grandes, o que não ajudou a melhorar meu pequeno ataque de pânico.

Corri pela extensão do jardim e encontrei uma parte que não era tão cheia de flores e árvores, me sentei na grama, apoiando a cabeça na parede de pedra fria.

Fechei os olhos, tentando respirar calmamente para que eu me acalmasse. Geralmente quando isso acontecia, minha mãe me abraçava a noite toda e me garantia que tudo iria ficar bem, até Dove já havia me ajudado com os ataques de pânico, mas agora, eu não tinha nenhuma delas.

Quando finalmente senti que minha respiração estava melhorando, abri os olhos e encarei o céu noturno acima de minha cabeça. Era lindo, nem mesmo as luzes da cidade podiam esconder todas as estrelas que despontavam do céu. A lua refletia um brilho prateado sobre as copas das árvores, me concentrei nele e no movimento leve das folhas, devido à brisa leve de verão que as balançava.

Ouvi passos esmagando a grama e me preparei para levantar e correr caso fosse necessário.

Olhei atenta para o lado de onde eu viera, os passos estavam se aproximando.

Que chances eu teria contra algum demonio ou outro Canis? Ignorei a minha própria pergunta e peguei um galho grosso que estava caído ao meu lado,
Pelo menos eu cairia lutando, quase ri dessa afirmação.

Uma forma corpórea e alta apareceu, as sombras cobriam seu rosto e o sangue latejou em minhas orelhas.

Eu estava pronta para lançar o galho na cabeça da forma mas ela me interrompeu, levantando as mãos em sinal de rendição.
"Ah... desculpe, não sabia que tinha gente aqui" a voz era masculina, rouca e baixa.

"Eu... Eu já estava indo embora" me lavender rapidamente, puxando a camisola para baixo ao perceber que a forma era na verdade um garoto.

"Ah, não precisa ir, esse lugar é lindo a noite" ele continuou, e se aproximou de mim.

Era forte, não tão forte a ponto de parecer bombado como Steve, mas não era um magricela.
Seus cabelos eram castanhos claros e na pouca luz que a lua refletia, pude notar o brilho avermelhado de seus olhos, como bronze derretido.
Era bonito, eu acho.
Uma cicatriz cobria seu rosto, uma linha fina da sobrancelha até abaixo do olho.
Algo a muito tempo curado.

"Posso te fazer companhia?" Ele perguntou, suas mãos estavam enfiadas na calça de moletom.

"Ah.... claro.. " respondi meio incerta.

Voltei a me sentar e ele se sentou ao meu lado, quase um metro de distância nos separava.

"Não conseguiu dormir?" Ele perguntou, me encarando com aqueles olhos feito bronze.

"Não... é.. meu sono geralmente é inquieto" respondi, tentando não transparecer que os pesadelos me aterrorizavam mais que qualquer coisa.

"Ah, você devia pedir a madame Fébula, um tônico, tem me ajudado a dormir" ele fechou os olhos e apoiou a cabeça na parede.

Ignorei a pergunta que se formava em mim sobre quem era Madame Fébula, achava que apenas Cecília era enfermeira.

"O que aconteceu hoje?" Perguntei, tentando não parecer invasiva demais.

"Ah, achei que conseguiria dormir sem o tônico... bom... estava errado" ele respondeu ainda de olhos fechados, aproveitando a brisa fria que beijava seu rosto e bagunçava seus cabelos.

Encarei ele por um tempo até ele abrir um dos olhos e perguntar.
"Você está bem?"
Me virei rapidamente, o sangue subindo minhas bochechas.
"Ah...estou" respondi me levantando, arrumei a camisola curta e disparei pelo gramado.
Pude ouvir o garoto resmungar.
"Tchau para você também"

Que droga.

Voltei para meu dormitório, mais calma e me lembrei de que não havia perguntado o nome do garoto, nem seu elemento.
Ele também não me perguntara o meu, e minha marca estava escondida pela camisola.

Suspirei cansada e dentei, peguei o celular que estava guardado em minha bolsa desde que eu deixara minha casa a alguns dias, e varias pessoas haviam me mandando mensagem.
Chequei a secretaria e um recado da minha mãe estava entre as mensagens.

Apertei o botão para ouvir.

"Filha" a voz dela parecia cheia de medo.
"Filha, onde você está?? O que aconteceu??"
Eu... eu sinto muito filha, devia ter te contado, devia ter te preparado.
Seu pai... seu pai... ai meu Deus... ele vai te procurar..." o recado acabou

Meu pai com certeza não viria atrás de mim, ele não se importava.
William Cartell estava ocupado demais com as novas filhas.

Encarei o teto, pensando em como minha mãe parecia assustada na mensagem
Sim... ela deveria ter me contado

Passei a noite toda encarando o teto de pedra da caverna, sem conseguir dormir
*

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