Senta que lá vem conversa! 😂😅
Bem, preciso falar algumas coisas e por favor, leiam com ATENÇÃO:
Quando comecei a pesquisar e estudar sobre a máfia, muitas coisas me chamaram atenção e outras fiquei muito, mas muito PUTA. Então, assistindo cada vídeo informativo, indo em sites com trabalhos acadêmicos sobre determinadas organizações criminosas, pensei em juntar às duas máfias mais curtas e grossas. Eu NÃO quero copiar exatamente uma... Usarei sim regras de uma das mais famosas, inclusive o rito de iniciação (com modificações mais cruéis que a minha cabeça projetou). Mas, eu não vou me limitar aos terrenos da Itália. O meu mafioso irá trabalhar em outro país, e ele irá fazer os trabalhos sujos do mesmo jeito....
Como escritora, posso idealizar um novo formato e usar e abusar da criatividade, claro, me mantendo nas questões retratadas por esses grupos. Quero que vocês entendam que a forma que irei abordar, será como a minha imaginação aflorar. Vai ter as sujeiras corriqueiras dessa "instituição", mas se você que é acostumado a ler livros que retratam EXATAMENTE algum tipo de máfia, deem chance ao novo. Abram a mente e não se assustem se uma coisa não for como estão acostumados a ler.
Infelizmente, ou felizmente, eu sou assim. Gosto de inovar... E estou ansiosa para formar uma nova organização criminosa. Uma coisa que quero mostrar, é que a mulher pode ter voz sim nesse meio. Mesmo que corra risco de ser morta por sua petulância, nunca, em hipótese alguma, deve baixar a cabeça. Geralmente, nas pesquisas, as mulheres só servem para ser o depósito de esperma dos seus maridos mafiosos. Quando se casam, elas não podem opinar e nem se inteirar sobre os assuntos..., mas, se isso fosse mudado? Olha que delícia seria uma mulher tendo pulso firme para dar ordens também, e participar, quem sabe, de certas torturas...
Entenderam onde quero chegar?
Eu sei que vão vir muitas pessoas falando que não estou fazendo igual ou por estar mudando coisinhas... MAAAS, eu tenho a liberdade para tal. Posso ser diferente! Se lá na frente tiver comentários acerca da minha forma "errada" de escrever sobre a máfia, vou pedir encarecidamente que a dita cuja se retire. Porque foi uma escolha minha, optar pela mudança.
E para finalizar, de acordo com as MINHASpesquisas, a hierarquia será abordada da seguinte forma:
Cada tipo de máfia usa uma estrutura diferente. Então não existe isso de certo ou errado.
Sei que tem livros SOBRE a máfia, que são maravigolds, mas, por favor, não façam comparações... Invés disso, prestigiem cada mente maravilhosa que escreve sobre esse tema difícil para porra.
Então, meus amores, vamos começar a introduzir a segunda fase? Estou ansiosa para começar e fazê-lo ir em busca de vingança.
Beijo no coração de vocês e vamos a mais um capítulo.
O sol começa a transpassar pelas frestas da janela encoberta e assim que a luz bate em meus olhos, os sinto arderem, não só pelo clarão, como também pela falta de sono. A noite foi turbulenta depois do que vi e nada fora capaz de me fazer relaxar e dormir. A todo momento minha mente me mandava sair e ir atrás de todos aqueles que fizeram mal a minha família, a cada passada do ponteiro no relógio, sentia a necessidade de pegar cada um e os fazerem sentir a dor mais intensa que pudessem sentir, mas, antes, preciso ter o poder em minhas mãos.
Tudo na vida precisa de planejamento, e por mais que eu queira fazer justiça o mais rápido possível, não é assim que as coisas funcionam. O que eu tenho que possa amedronta-los? Absolutamente nada. Não tenho uma carreira que me faça ter um faturamento excelente para contratar o melhor assassino de aluguel, não tenho nome nos ambientes que oferecem esses tipos de serviços e nem nada que os façam temer e pedir a Deus que nunca sejam encontrados por mim.
A situação por enquanto é totalmente contrária. Eles estão com algo meu, que se usado para me deter, irá atingir o alvo com toda certeza. Apesar de estarem em vantagem por terem sequestrado a minha filha, eles não imaginam o quanto isso se torna mais uma centelha de pólvora para me fazer seguir até o fim e explodir com cada um.
Me levanto da cama e acabo soltando um resmungo por ter pisado em algo pontiagudo. Olho para baixo, e viro o pé vendo que um pedaço de madeira está ali, junto com mais outros pedaços que voaram das cadeiras que quebrei, e de tudo que estava fácil para ser arremessado. Subo o olhar, analisando tudo o que eu fui capaz de fazer, sem realmente sentir que estava fazendo. A minha impulsividade, misturada com a energia obscura acumulada, me tornam um incontrolável e sem percepção do certo ou errado. Não existe isso quando deixo o meu lado impulsivo ser o que me mantem em pé. Apenas faço, e o que menos me preocupa é algum tipo de arrependimento no final.
Quando a dor me sufoca, e eu sinto que quero cair, procuro descontar no que esteja a minha frente. Seja com objetos, ou com pessoas, só sinto o meu corpo aliviar e a minha mente desanuviar, quando destruo tudo. E o estado desse quarto mostra que ontem estava além de descontrolado.
Minha atenção é desviada e meus ouvidos trabalham com precisão para ouvir o barulho que estão fazendo do outro lado da porta. O som de alguém sendo empurrado e caindo em cima de algo barulhento, me faz ativar todos os sentidos e ir devagar até a maçaneta. Espalmo a mão na porta e tento fazer menos barulho possível, para a atenção não ser voltada a mim.
Abro a porta e antes de sair por ela, a discussão acalorada entre o Adan e outra pessoa totalmente desconhecida para mim, me fazem pensar se é realmente uma ameaça ou duas pessoas brigando por alguma coisa fútil.
– Ela não é para o seu bico Nikholai! Faça tudo, menos encostar um dedo naquela garota. – Escuto Adan dizer furiosamente, seguido pelo barulho de seu punho batendo no nariz do sujeito. – Me ouviu bem? – Ele grita e no segundo soco, eu saio de onde estou e vou até a sala, onde um homem, caído em cima do centro, com a cara toda ensanguentada, balança a cabeça positivamente.
Pigarreio e cruzo os braços olhando a situação. O sujeito caído é o primeiro que vira o olhar para mim e meneia a cabeça em cumprimento, porém, para. Talvez, tenha dado algum jeito no pescoço quando foi arremessado pelo Adan, e o movimento fez com que ele sentisse dor.
– Os dias sempre começam assim? – Pergunto e me direciono até a poltrona, me sento e olho o Adan colocando sua arma em seu quadril. Essa é a primeira vez que o vejo armado, mas esse fato não me impressiona. Dando as costas para o sujeito, ele sai e vai até a cozinha que é praticamente uma extensão da sala.
– Sempre que toco no nome da princesinha dele, ele fica assim! – O cara responde e logo o Adan volta tirando o revolver de sua cintura, apontando para a cabeça dele. O sujeito chamado Nikholai, sorri e cospe um pouco de sangue.
– Fala de novo, porra! Fala e eu explodo sua cabeça! E não pense que vou me importar com o nosso cappi vindo me matar, pelo menos sei que você vai manter o pau dentro dessa calça e não vai chegar perto dela.
– Se acalme cara! – Nikholai responde, ainda sorrindo, levantando as mãos em sinal de redenção. A briga de ambos é por causa de mulher e isso eu não vou ter por muito tempo. Talvez nem exista alguma mulher nesse mundo, que seja capaz de me fazer se compadecer com seu jeito e brigar por ela, a ponto de apontar a arma na cara de um membro da minha equipe. Essa briguinha deles dois, pelo menos, está servindo como uma distração para a minha mente não começar a divagar, pensando no vídeo e no dia que joguei areia em cima do caixão do meu filho. – Você sabe que não precisa se preocupar. A garota proibida só tem olhos para você. E mesmo assim não podemos tirar o lacrezinho dela. – Adan destrava o revolver e segura no gatilho, quase apertando.
– Respeita a filha do nosso Capo, Nikholai. Se ele ouvir que você tentou se aproximar da filha dele, pode ter certeza que ele fará questão de tortura-lo na frente de todos os soldados, para mostrar que membros baixos da hierarquia, não podem nem pensar em ter qualquer coisa com a alta patente!
– Eu sei. – Ele vira a cabeça para mim, depois para o Adan de novo. – Porque estamos falando dessas coisas na frente dele?
– Porque ele vai ser um dos nossos. – Nikholai rapidamente se senta e me encara. E eu continuo na mesma posição, não deixando de encara-lo também.
– Mas ainda não passou pela iniciação. – Ele constata, se levantando de cima da mesa de centro destruída. Tirando do bolso um pacote transparente com algumas capsulas de comprimido, ele abre, pega um e guarda o restante no bolso.
Adan afirma e volta com um copo de café nas mãos, estendendo-o para mim.
– Você precisa descansar Mikhail. – Ele diz, sentando-se no sofá. – Vamos conversar sobre o próximo passo e para fazê-lo você tem que estar disposto.
– O que preciso fazer para poder começar o meu treinamento?
– Ontem mesmo liguei para o meu cappi. Ele está uma hierarquia a cima da nossa e é quem nos manda fazer os serviços mais sujos. Só ele pode falar com o sub e já fu informado que um conselho foi formado e o seu nome está em discussão. Vão procurar se você tem envolvimento com drogas, passagens na polícia ou algum parentesco.
– Entendo a parte da polícia, mas o que envolvimento com drogas tem haver? – Pergunto porque com certeza aquele comprimido que o Nikholai pegou, é algum tipo de droga.
– Nós soldados mexemos com todo o trabalho sujo, principalmente o recibo e manuseio de cocaína. Um viciado traz muito trabalho para a organização. Houve uma época em que tínhamos um em nosso meio e ele desviou alguns quilos de coca para o consumo pessoal, o que acarretou um prejuízo de alguns dólares na mesa do nosso Capo. Sem falar da falta de credibilidade. Todos os sacos que chegam, a maioria já são de clientes fixos. Então, quando a mercadoria não chega nas mãos de um dos nossos maiores compradores, o comentário que fica é que não somos confiáveis e quando chega nas máfias rivais, a disputa pelo poder é mais constante e sangrenta.
– Interessante. E o que fizeram com esse traidor? Posso até imaginar que o destino dele foi a morte. – Digo e me levanto para colocar o copo de lado.
– Ele foi assassinado sim. E o nosso Capo foi até cordial, o metralhando e acabando com a vida dele bem rápido.
– E o que é isso que você tomou? –Pergunto apontando para o bolso onde Nickolai guardou o saco.
– Dessa forma que você perguntou até parece meu chefe. Mas respondendo à pergunta, anfetamina. Não sou viciado, nem nada. Uso para me manter acordado depois de ficar ligado sem parar montando guarda para as saídas da princesa do Adan.
– Soldado é a última categoria dentro da estrutura da máfia? – Pergunto, afim de sanar as dúvidas principais.
– Tecnicamente sim. Ainda há um grupo abaixo de nós, porém eles não possuem ligação direta com a gente ou com o nosso Capo. Por isso nem contamos com eles. Os associados são apenas nossa garantia em certas situações. Uns buscam segurança e claro que receberá uma contraproposta. Quando você for aceito, irá descobrir aos poucos como temos a organização mais influente dos estados unidos. Principalmente em Nova York e nos seus cinco distritos. Aqui em Chicago também temos uma grande influência na venda de drogas e troca de favores.
– Adan, você está falando demais. Ele ainda nem foi aceito! E você sabe que quando descumprimos as regras acabamos mortos.
– Eu tenho certeza que ele será aceito! – Adan meneia a cabeça para mim e balanço a minha de volta. Espero que me deixem entrar, pois não vejo outra alternativa a não ser, entrar nesse meio e me tornar um deles. – Agora, só há uma coisa que você precisa saber que é de extrema importância. – Ele diz, e vai até a porta olhar pelo olho mágico. – Uma vez dentro, sempre dentro. Não existe essa de se arrepender e pedir para sair. Eles podem até concordar com sua saída, mas assim que virar as costas, só sentira a pele queimar pelo disparo da arma de fogo. A única saída desse mundo é a morte. E não pense que será fácil. Vivemos e caminhamos com a morte vinte quatro horas por dia. Principalmente quando se sobe na hierarquia e fica visado.
Ficamos conversando coisas superficiais sobre como vai ser quando eu me tornar membro e começar pela baixa hierarquia. O básico nos consumiu uma parte inteira do dia. Mas já não entrarei nessa sem saber o que me aguarda. As decisões no começo nunca são levadas a nós, não podemos discutir ou indagar. Só temos que obedecer e espero que isso não seja meu maior empecilho, pois odeio receber ordens.
Nikholai chamou o Adan para tratar dos assuntos que ainda não posso escutar, e não ter o que distrair a cabeça começava a trazer à tona flashes do que eu vi ontem.
Para livrar a cabeça dos acontecimentos, fui até a porta que dava para a varanda e a deslizei, abrindo-a para poder ter acesso a grande vista que é daqui para a grande cidade.
Me apoiei na mureta e observei aquele final de manhã, com o sol entre aparecer e sumir nas nuvens densas que apareciam e se deslocavam rápido.
Fiquei por algumas horas sem fazer exatamente nada. Nada se passava em minha mente, só imagens de coisas que sinto vontade de fazer com os cinco filhos da puta que tocaram, abusaram e mataram minha família.
– Mikhail... – Sou puxado dos meus devaneios com a voz do Adan me chamando. O olho e espero que fale. – Acabei de receber a ligação do meu Cappi. Ele o quer na quarta-feira em Nova York. Iremos fazer uma viagem e a sua jornada irá começar a partir de agora. Você tem certeza que é isso que quer? Esse encontro não é para conversar, nem saber como você está. Será a sua iniciação! E se você aceitar, não terá volta.
– Adan, eu não ligo. A única coisa que quero é ser treinado para poder começar a ir atrás de cada um que destruiu a minha família. Não me importo se a jornada vai ser longa ou sangrenta. Apenas irei até o fim para conseguir ter a cabeça dos cinco guardadas em um pote em cima da minha mesa. – Me aproximo, ficando bem na sua frente. – Pode ter certeza, que assim que eu tiver o primeiro em minhas mãos, vou arrancar cada pedaço de pele. Irei fazê-lo engolir seus excrementos até que comece a falar os nomes que eu preciso. E se ele não delatar para mim, a morte virá sem pena para ele.
As palavras saem secas e duras. Não existe um sentimento livre correndo dentro de mim. Me sinto oco, completamente vazio. É como se estivesse apenas existindo, para poder encontrar a minha filha e a livrar de um velho pedófilo e estuprador.
E quando o tiver sob o meu domínio, ele vai implorar para ser morto antes de completar o que a minha mente insana está planejando. E vai ser nas horas que estiver implorando, que o jogo irá recomeçar até que eu me canse de tortura-lo. Todos, todos vão sentir na pele o que fizeram com minha família e o que despertaram em mim ao fazer tudo aquilo.
Se acharam que iriam me destruir, sinto informa-los, mas...
Apenas despertaram o diabo preso na jaula dentro do meu inferno particular.
Data de publicação: 12/07/2019