FORBIDDEN WORD #1

By sillyauthor_

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FORBIDDEN WORD | LIVRO 1 | TRILOGIA FORBIDDEN | 2021 Em processo de reescrita Proibido significa algo que não... More

FORBIDDEN WORD
SOBRE FORBIDDEN WORD
CAST
APRESENTAÇÃO
DEDICATÓRIA
EPÍGRAFE 1
PRÓLOGO
1| apenas assistindo
WHATSAPP

2| defina bonito

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By sillyauthor_

"Você devia levar como um elogio
Que estou conversando com todos aqui, menos com você
(Menos você, menos você)

(...)

Você é tão deslumbrante
Não consigo dizer nada na sua cara
Porque olha só pra esse rosto
E estou tão furiosa
Com você, por fazer eu me sentir desse jeito
Mas o que posso dizer?
Você é deslumbrante"

Gorgeous| Taylor Swift

Balancei meus pensamentos conflituosos para longe da minha cabeça e voltei a encarar o garoto que eu jurava matar - caso estivesse brincando com a situação.

— O que você quer dizer com "ele não vive aqui há quase um ano"?

— Exatamente o que você ouviu, olhos bonitos. — aumentei a pressão entre meus olhos, lhe passando a ideia de que eu estava ficando puta e descansei minha mão esquerda em minha cintura, tentando equilibrar minha irritação e serenidade.

— Ok. Primeiro? Pare de me chamar isso. E segundo? — cruzei meus braços, um sorriso provocador alcançando meus lábios. — Eu não acredito em você. Connor comunicaria se isso acontecesse.

Ainda tem certeza disso depois de ele te beijar e desaparecer? 

Afoguei essa voz algures num dos pântanos bem escondidos nas profundezas de minha mente e mantive minha atenção desafiadora naqueles olhos cerúleo e sorriso tão calculado e equilibrado e tentador que precisei bufar, me manifestar ruidosamente para me lembrar que isso não era um momento para baixar a guarda por causa de um rosto muito bonito.

— Acredite no que quiser. Mas eu tenho a certeza que a família Maloney nos vendeu a casa no final do ano passado. — ergui uma sobrancelha, realmente confusa com toda toda situação.

Eu podia garantir que me alguém me avisaria sobre esse enorme detalhe. Quer dizer, minha família sabia que éramos amigos desde crianças. Eles saberiam que era importante eu saber dessa mudança.

Ana teria se lembrado de me avisar assim que eu lhe falei, passo a citar: "vou na casa de Connor e volto daqui a pouco". Ela sabia que o meu daqui a pouco nesse contexto seriam, no máximo, 10 minutos. Como sempre eram, já que tudo o que eu fazia nesse tempo era cumprimentar Connor e seus pais.

E rigorosamente mais nada.

— Quem é você, mesmo? — perguntei, acreditando que ao lhe dar um pouco mais de conversa pudesse descobrir a verdade. Ele tirou uma de suas grandes e bonitas mãos de um dos seu bolsos e a estendeu para mim, curvando os lábios em um sorriso de lado.

— Hayden Wallace. — sem querer parecer muito grossa, peguei sua mão. O cumprimentando desse jeito tão formal e estranho, que precisei suprimir a minha ansiedade. O calor de sua mão calejada apertou a minha, tão firmemente que não encontrei alternativa nenhuma a não ser de puxá-la no que para mim era como "mais depressa possível", mas não dei a entender essa necessidade.

— Bom, obrigada... Hayden. — exprimentei seu nome em meus lábios, estranhamente gostando de como minha língua facilmente o desenrolava para fora de minha boca. — Mas visto que não encontrei o que queria, vou deixar você continuar o que quer que estivesse fazendo. E espero que saiba que se estiver mentindo para mim, eu juro por Deus...

— Não estou.

Lhe joguei um último olhar de aviso, que se estendeu pelo tempo que me afastava até minha casa de férias. Eu estava lhe dando tempo para que voltasse atrás e me desse mais informações, ou o que eu torcia internamente, informações reais.

Mas Hayden simplesmente me observou fazendo uma figura dramática e hilária enquanto eu alternava minha atenção entre meus pés, medindo meus passos, e seu rosto, perto de se deformar em uma risada.

— Cuidado ou eu ainda vou achar que você não consegue tirar esses olhos bonitos de mim. — fechei os punhos em minhas laterais e dei-lhe costas, pisando duro o resto do trajeto até arrombar a casa de Ana. Porém, não deixei escapar a oportunidade de dizer:

— Cuidado ou vou achar que você está querendo perder essa sua arrogância. Fumar mata.

— Como você esqueceu de me falar que Connor tinha ido embora? — o susto que preguei em minha irmã foi notável, porque acho que ela deixou cair um pouco mais de calda de frutos vermelhos no cheesecake, do que era suposto. Ela praguejou para a surpresa e respirou fundo. Então encarou minha postura aborrecida, encostada ao balcão.

Eu havia passado o caminho todo perguntando a Ana se havia mais alguma novidade que ela quisesse acrescentar para eu não ficar por fora de nada e a mesma insistia em me garantir repetidas vezes que estava tudo certo. Nada mais havia mudado.

Mas aparentemente, uma grande coisa havia mudado. Fiquei me perguntando como ela havia sido capaz de esquecer esse detalhe.

— Ups...? — "ups?" Deus, ela nem fazia esforço para se mostrar arrependida.

O sorriso bem escondido no canto de seus lábios me dizia precisamente isso.

Estreitei os olhos.

Não, não.

Era impossível ela ter se esquecido disso.

Desculpem, mas não era do estilo dela fazer algo do tipo.

Esconder de propósito, no entanto, era muito mais a cara de Ana.

Quer dizer, estamos falando da minha irmã! Aquela que me inscrevia em concursos e atividades públicos idiotas durante o verão e me colocava em situações constrangedoras a fim de me obrigar a conviver com adolescentes. Ou garotos.

Cruzei os braços, me preparando para o embate que seria receber uma resposta sincera.

Você de propósito, não fez? — então ela não conseguiu mais segurar o curvar em seus lábios, e perguntou, de um jeito provocador:

— Pelo menos gostou do novo vizinho? — e aí estava.

Eu conhecia-a bem demais.

Suprimi uma atitude aborrecida com direito a um revirar de olhos e um bufar, e optei por balançar os ombros.

Ele pareceu ser arrogante.

— Ainda bem que nem tudo o que parece é. — de qualquer forma não esperava que fosse minha irmã a dizer algo desse tipo, então quando meu cunhado fez notar a sua presença na cozinha, me dirigindo um olhar significativo, fiz careta.

— Que seja. De qualquer forma eu não vou cruzar com ele muitas vezes enquanto estiver aqui. Se tiver sorte, Hayden volta para onde veio em menos de uma semana.

Ben riu, cúmplice de minha irmã que se esforçava com tudo para não cair no mesmo erro. Sua cara se distorcia em feições meio ridículas devido a isso.

Lamento desapontar você, mas nada disso vai acontecer.

Porque não?

— Porque primeiro: Hayden serve de babá para Makayla muitas vezes, ou seja, ela está bastante apegada a ele. Segundo: somos amigos dos Wallace, o que por sua vez nos torna muito chegados. Sem contar com o jantar que vamos ter hoje na companhia deles.

Meu queixo caiu sobre o balcão da cozinha, junto com minhas mãos.

Fala sério, Ana. — olhei para Ben, fazendo rolinhos de mortadela e queijo para servir de entrada, no jantar. Ele já estava casado com a minha irmã há tempo suficiente para saber como preparar uma mesa ao seu gosto, mesmo que tivesse que recorrer a táticas portuguesas. — Ben, ambos sabemos o que minha irmã está tentando fazer. Por favor, tire essa ideia da cabeça dela e a faça ver que não pode se envolver nas minhas relações interpessoais de jeito nenhum. É embaraçoso.

Ele estava prestes a me salvar e fazer esse favor, quando Ana lhe lançou um olhar cortante. Meu cunhado respondeu á sua chamada de atenção com um franzir de lábios, e olhos baixos.

— Eu estou aqui, sabe. Podia dizer isso a mim.

— Eu o faria, se você ouvisse... Já não seria a primeira vez que perdia amigos por causa da vergonha que você me faz passar.

— Também não seria a primeira vez que ganha amigos graças a mim. — ela levantou as sobrancelhas, me desafiando. Estreitei os olhos.

— Millie foi um caso único.

— Claro. Tal como Jenna, Brian...

— Eles já não são meus amigos.

— Por causa de mim não foi, foi?

Não. Mas ela não tinha que receber uma resposta que a colocaria no topo, agora.

Respondi com silêncio. Era menos vergonhoso.

Posso chamar a Millie para jantar com a gente, então? Se tiver que passar vergonha, pelo menos me deixe ter algum apoio emocional.

Minha irmã curvou os lábios em um sorriso brilhante.

Ela já está convidada. Na verdade, deve estar quase chegando.

Eu já devia saber que o quase chegando de Millie seria algo como "atraso de meia hora". O que significava que eu havia sido deixada para lidar com Hayden e a sua família sozinha, inicialmente.

Não tinha que lidar com eles, necessariamente. Eles eram amigos de minha e irmã e meu cunhado, então não era como se eu fosse a que tinha que ficar com o cargo de babysitter de uma familia que havíamos conhecido num piquenique dois dias atrás e convidado os mesmos para visitar nossa casa para um jantar de convívio.

Nada disso.

Os Wallace me faziam sentir deslocada de... Bom, "minha própria casa". Eles sabiam sobre cada mínimo detalhe, como se vivessem aqui. E para não falar em Hayden, que se não estava brincando com minha sobrinha, estava correndo pela cozinha, ajudando-nos a terminar o jantar.

Era estranho, no mínimo.

— Então... — Loren, a mulher de postura estacada e bonitos e disciplinados cabelos loiros colocou sua atenção sobre mim. — Você gosta dos Estados Unidos?

Instantaneamente, um sorriso iluminou minha cara.

— Desde sempre que sonho em morar aqui. Dizer que gosto é eufemismo.

— É verdade. — minha irmã argumentou, provando o caldo do jantar. Como se já tivesse aquele discurso preparado em sua lingua. — Ela passou a vida toda estudando feito uma condenada porque toda a vida dela está centrada em vir para Nova Iorque.

— Esse é o plano. — concordei um pouco menos entusiasmada do que o que era suposto. Eu não gostava de me sentir exibida. E por mais que tivesse sido uma pergunta trivial com o intuito de puxar assunto, me senti despida.

— Você quer estudar o quê?

— Jornalismo. — e esperei. Esperei pelo momento em que ela diria o comum, como: "Sim, claro. É um bom curso. Mas já pensou em medicina ou enfermagem? Gestão?". Mas o momento, inesperadamente não veio.

— Uhh... É uma paixão? — concordei rapidamente. — Então siga. O mais importante é viver a sua vida com o coração. — ela lançou um olhar para o seu filho, sorrindo suavemente. — Hayden sempre teve um fascínio por capturar momentos. Você raramente o vê sem uma câmera na mão. Já falei várias vezes para ele seguir o que o coração dele manda, mas ele mantém a cabeça no que acha que quer para viver uma vida de classe média.

O garoto olhou entre nós as três, sentindo toda a atenção se mover de mim para ele e coçou a garganta.

— Eu estou apenas pensando no meu futuro, mamãe.

Ela não respondeu. Atirou-lhe apenas um olhar que dizia a ele que nesse mesmo futuro iria se arrepender, mas Hayden ignorou, logo depois retomando a conversação para mim, a fim de dissipar a leve tensão construída naquela cozinha:

— E onde você pensa estudar? — escondi a surpresa de ele estar falando para mim e o olhei, subindo minha guarda.

— Eu ainda não sei. Onde me aceitarem, eu acho. Você?

— Não tenho ideia. — ele balançou os ombros, fazendo descaso. Mais uma vez fugindo aos holofotes.

— Millie!! — a voz de criança de Makayla se fez ouvir por todo o andar debaixo quando a visita chegou. Automaticamente um sorriso adornou meu rosto, e meu corpo se libertou de meus fazeres para me levar até á loira que não via há um ano.

O riso de minha irmã ao me ver correr me perseguiu, pelo menos até eu chegar á sala e ver minha amiga com Makayla no colo abraçada a seu pescoço. Ambas trocavam confidencialidades até ela olhar para mim e abrir um sorriso enorme. Daquele tipo que te impelia a sorrir também.

— Aff, só vem cá. — falei, querendo abraçá-la com toda a força que tinha. Suspirei quando o seu perfume floral invadiu minha aura e fechei os olhos, sentindo ambas me abraçarem.

Dei risada sentindo as pequenas mãos de Makayla massagearem o meu cabelo.

— Eu não podia ver a hora de você chegar, garota. — ela admitiu antes de me deixar e soltar Makayla em seus próprios pés. A mais nova logo encontrou outro destino com algo completamente aleatório para se entreter.

— Eu também não, tenho tanto planeado para essas férias. — um canto de seus lábios se levantou em aprovação.

— Espero que a glow party acontecendo na próxima semana seja um dos planos. — arregalei os olhos quando absorvi tal informação.

Uma glow party?

Puta que pariu, xinguei internamente.

Durante toda a minha adolescência eu sonhei com uma festa dessas. Havia sido uma paixão ganha ao conhecer um pouco da cultura dos jovens americanos pela televisão através de séries e filmes e mesmo tendo contacto com ela, eu nunca tinha tido a oportunidade de ir a uma. Era um sonho meu por realizar e Millie sabia-o bem.

Quis abraçá-la de novo pela sua consideração.

Era como ter uma lista de desejos e sua melhor amiga para te ajudar a realizá-los.

— Você está brincando? — Millie negou e quase gritei de felicidade. Mas não tive tempo porque um terceiro corpo se juntou ao espaço que incorporava a sala. Era Ben.

— Ei, Abby? — olhei para ele, disposta a ajudar. Meu cunhado passou o braço sobre o suor escorrendo um sua testa e suspirou, da porta. — Pergunta onde a sua irmã quer a carne e avisa que da minha parte já está tudo pronto, por favor. — levei dois dedos á minha tempora em continência.

— Sem problema.

— Seus pais vieram com você? — Hayes perguntou enquanto a trazia comigo até de onde eu havia sido instantes antes. Franzi a testa, confusa com sua pergunta.

— Não, porquê?

— Pareceu-me ter visto lugares a mais na mesa.

A compreensão me abateu. Seu olhar deve ter caído sobre a mesa com um número excessivo de lugares para o que era suposto -caso fosse apenas ela e minha família- então a dúvida. Neguei.

— É porque minha irmã chamou os vizinhos para jantar com a gente.

— Oh... — mas o intensidade que o seu "oh" teve no início, já não foi o mesmo assim que seus olhos caíram sobre Hayden na cozinha.

Foi algo mais surpreso e animado. Não tão aborrecido quanto a ideia de ter um casal de vizinhos velhos comendo e falando sobre as diferenças de sua altura para a nossa.

Todos olharam para ela e senti a sua vergonha, principalmente quando Loren abriu um sorriso divertido. A loira corou.

— O-oi... Ana. Oi, Hayden... Oi... — ergui uma sobrancelha, pega de surpresa pelo seu extenso conhecimento relativamente ao nome de meu vizinho.

— Loren. Pode me chamar Loren. — Millie assentiu, internamente pedindo a Deus que a enterrasse ou a acertasse com um raio, eu tinha a certeza.

— Oi Millie, já faz algum tempo. — minha irmã falou, tentando empurrar o pequeno momento anterior de constrangimento que se estendeu num silêncio fatal.

— Sim...

— Vocês são amigas? — Hayden interveio, curiosidade tomando o melhor dele.

— O que te parece? — todas me olharam em choque pela reposta um pouco grossa. O garoto, no entanto, riu, baixando o olhar para a mesa. Dei de ombros e me direcionei para Millie. — Vocês se conhecem?

— O que te parece? — ouvi, mas decidi ignorar quando vi a loira, sua mãe, olhá-lo em aviso.

— A diretora pediu que eu apresentasse a escola para ele no seu primeiro dia. — minha amiga contou, me deixando a sensação de que havia algo mais entre linhas. Mas deixei para lá, quando o lembrete do meu propósito naquela cozinha ferveu algures em minha mente.

Ben falou que a carne já está pronta, Ana.

Ótimo, pega nessa vasilha sobre a mesa e leva para ele. A gente já vai levar o resto para a sala. — assenti fazendo exatamente o que ela pediu e me encaminhei até às traseiras de casa a fim de terminar o recado e estender meu tempo longe de Hayden.

Hayes estava praticamente igual, percebi durante o jantar, enquanto a via jogar o cabelo para trás, rindo de algo que o Ben e minha irmã discutiam.

Enruguei minha testa me perguntando como uma pessoa conseguia manter a forma por um ano.

Eu era totalmente o contrário dela, isso eu podia dizer. Enquanto ela passava o tempo naquele país sendo uma americana loira perfeita, eu passava meu tempo em Portugal mudando minha aparência sempre que sentia que devia. Eu me cansava da mesma imagem no espelho durante muito tempo. Mudanças incluíam cabelo, que já havia sido tingido de todas as cores possíveis e tido todos os cortes que eu queria.

Atualmente, eu estava na minha mais recente versão hot girl summer que contava com pontas claras nos cabelos morenos, uma franja em cortina e pele dourada que eu planejava manter durante todo o verão. 

— O que está te incomodando? — Hayden, que infelizmente tinha conseguido rastejar para meu lado na mesa, perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Porque algo me incomodando te incomoda? — rebati.

— Não incomoda.

— Então por que a pergunta?

— Por nada. Estou apenas tentando conversar com você sem ser atacado. — seus olhos encontraram os meus depois que ele limpou os lábios no papel que deixou sobre o seu colo.

— Não imaginava você se fazendo de vítima. É tão não-você. — dei um gole na minha Coca-Cola, querendo manter a nossa conversa curta. Wallace riu, sua língua viajando de seus dentes até sua bochecha.

Ele se inclinou para mim, seu perfume de lavanda com um resquício do que parecia ser sal, lembrando as ondas do mar, abrigando meus sentidos olfativos.

— Essa implicância toda é porque eu sugeri que você estava me olhando demais?

Automaticamente minha sobrancelha quase saltou de minha cara, testa acima.

— Você gostaria de estar certo, não gostaria?

— Não. Mas algo me diz que se não fosse um atentado a você de alguma forma, você não estaria tão na defensiva.

— Eu não estou na defensiva, Wallace. — a surpresa e a satisfação alcançaram Hayden com dois segundos de distância uma da outra. Sua face entregou o quanto ele estava se divertindo com a situação.

— Então você não me acha bonito?

Só quem era cego não percebia a beleza daquele que estava sentado na ponta da mesa, bem á minha direita. E isso era um facto comum, que todo mundo defenderia, eu tinha a certeza.

Hayden Wallace era bonito.

Mais do que isso era dizer que Deus o havia abençoado com todas as características quentes e singulares que adornavam vários outros homens nele mesmo e que o tornavam o homem mais bonito do mundo.

Desde o corpo elegante e alto, os músculos que eram abraçados pelas camisetas que lhe assentavam perfeitamente e se colavam nele como segunda pele, a pele bronzeada, que gostava de descobrir com tatuagens, até ao rosto quadrado e perfeitamente polido, lábios rosados e vivos e olhos azuis acinzentados.

— Defina bonito.

Hayden Wallace

Mas era claro que eu não diria isso.

— Alguém a quem você, sem se dar conta, dá mais atenção do que é considerado normal. — eu estava prestes a morder, mas percebi a sua provocação.

Ele estava se referindo exatamente ao facto de eu ter ficado parada, olhando para ele durante um tempo suspeito, quando fui bater á porta de sua casa.

Quase rosnei, irritada.

— Que pena que eu mal olho para você.

— É porque não me acha bonito? — não alimentei o seu raciocínio. Pelo menos não por querer. — Nesse caso, você podia olhar, mas não mais do que o necessário e pronto. Assunto encerrado. — olhei para ele, cedendo, mas não baixei a guarda. — Mas acho que você não olha porque sabe que eu sei a verdade e não quer dar nas vistas. Caso contrário não veria outra razão para você ficar tão na defensiva cada vez que eu toco no assunto.

— Isso é tudo amor próprio ou você só está mesmo gostando de me irritar?

— Para gostar de te irritar seria preciso gostar de você, de algum jeito. — forcei um ar aliviado e trouxe a mão ao peito.

— Que bom que você não está se comportando exatamente como um fã, então. Seria o cúmulo da calamidade.

Um pontapé algures encontrou minha perna. Disparei meu olhar para a única opção que era Millie. A loira, sentada ao lado do pai de Hayden e em frente a Makayla que se alimentava com imensa vontade ao meu lado, levantou as sobrancelhas em um questionamento.

Pelos vistos a nossa conversa estava a instantes de se tornar comum a todos os ouvidos e ela me impediu de passar essa vergonha. Agradeci com um confirmar.

— Então... O que vocês estão planeando fazer no próximo dia 4? — o pai de Hayden perguntou, tal assunto encontrando lugar na mente de todo mundo.

O famoso 4 de julho que estava a alguns dias de acontecer.

Minha irmã deu de ombros.

— Na verdade, ainda não tínhamos pensando nisso. Mas é provável que a gente vá ver o desfile da cidade.

— Sim!! E eu quero ver as luzes no céu! — sorri, com a intromissão de Makayla. A mesa toda me seguiu.

— É claro, querida. Nós vamos ver as luzes. — Ana confirmou, limpando o canto da boca de minha sobrinha com carinho. A garota sorriu, felicíssima com a ideia.

— A nossa família estava pensando em ir ao parque da cidade e fazer um piquenique para almoço. Vocês podiam se juntar a nós se quiserem.

— Passar o dia juntos? — quando dei por mim, pergunta já tinha encontrado caminho para fora de meu peito. Com todos os olhares sobre mim, forcei um sorriso. — Quer dizer, a gente podia. Era uma ótima ideia.

— Sim, eu concordo com a Abigail.

Abby, idiota.

Suprimi a enorme vontade de chutá-lo por baixo da mesa e Hayden sabia, pelo tamanho do sorriso mostrando seus dentes. 

Enquanto eu me forçava a engolir todo o veneno de volta a meu estômago, Ana e Ben devem ter discutido a ideia por telepatia, porque a única coisa que ouvi em seguida foi a confirmação de Ana á mesma:

— Seria ótimo passar o 4 de julho com vocês.

Millie me olhou, e então recolheu a reação de Wallace por ligeiros segundos antes de pousar a sua atenção em mim. Não retribuí, planeando ameaçar Hayden com os olhos. Mas o garoto, do mesmo jeito que amava puxar as cordas da minha paciência além dos seus limites, estava sorrindo do mesmo jeito que Makayla sorriu ao falar nas luzes: como se estivesse prestes a realizar o seu desejo de criança.

Ele estava fazendo de tudo para me irritar, e ainda era apenas o primeiro dia.

Na realidade, nem isso.

Respirei fundo, acalmando o tumulto dentro de meu corpo ao me dar conta de que para quem tinha dito que não gostava da minha companhia, Hayden parecia ter muita vontade de passar um dia inteiro comigo.

OI OI AMORES, já não posto há muito tempo, portanto, visto que eu tinha prometido colocar este livro em andamento este ano e não consegui, infelizmente, deixem-me recompensar com mais um capítulo porque tenho saudades de vocês.

Espero que estejam bem. Bjs da Newmoon <3

#deiamlugaraodanielricciardopara2023 (desabafo do dia/manifesto)

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