The Compulsion To Find Love (...

By larrytraducoes

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A mais prestigiada instituição inglesa de ensino superior, a Candling University, passa a aceitar estudantes... More

The Introduction
Glances
The Library Shelves
Predisposition

Once Upon A Time

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By larrytraducoes

A maré leva você para longe de mim, amaldiçoando e rugindo, eu lhe espero,

Gastando meu tempo desagradável com histórias sem sentido e contos de fadas inimagináveis,

Até que finalmente

Você

Chega em casa para me aliviar de meus problemas

E substituí-los pela delicada flor da intimidade

Que nos caracteriza de forma tão completa

***

A chuva batia contra as janelas do trem em gotículas pesadas e persistentes enquanto viajava pelo campo inglês. Louis se viu olhando pela janela em uma manhã muito fria no início de setembro. As colinas e o gado pastando cercado por cercas desgastadas pelo tempo passaram por ele de sua posição, enrolados no assento de canto do último vagão. Ele tomou um gole da xícara fumegante de chá em sua mão e observou as ondas de vapor subirem, embaçando seus óculos e obscurecendo ligeiramente sua visão.

A bagagem de Louis - com todos os seus pertences bem guardados no interior - sacudiu de forma tranquila enquanto o trem desacelerava para permitir mais passageiros a bordo: uma fêmea alfa idosa com um perfume distintamente floral acompanhando seu jovem neto; dois betas conversando sobre o clima atroz e uma ômega de meia-idade que se sentou em um banco próximo. Louis sorriu para ela, notando um leve cheiro de terra flutuando em sua direção, e ela retribuiu com entusiasmo antes de voltar sua atenção para um romance grosso que havia tirado da bolsa.

A mãe de Louis, que estava sentada à sua frente, continuou sorrindo ansiosamente, como se tentasse se tranquilizar. "Sentiremos muito sua falta, querido", disse ela, cruzando as mãos no colo. Muitas vezes, quando se sentia sobrecarregada ou nervosa, girava a aliança de casamento nos dedos como uma forma de se acalmar. Certa vez, confessara a Louis que encontrara força e conforto ao saber que sempre mantinha seu companheiro ao lado dele durante períodos difíceis.

"Se houver algum problema, entre em contato com os oficiais do campus", disse o pai. Ele endireitou as costas e empurrou os óculos pelo nariz, como quem preparava um belo sermão. "Mesmo que alguém diga algo sobre o seu status ou te faça se sentir desconfortável, você deve informar ao oficial. Lembre-se de que a lei está do seu lado, mesmo que muitos alfas não estejam."

"Não se preocupe comigo, pai", Louis disse facilmente. "Tudo vai ficar bem. Eu serei um dos primeiros ômegas a ir para lá - eles terão que nos dar as melhores instalações que puderem oferecer para nos manterem protegidos."

Seus pais trocam olhares incertos.

"Não sei se estou tão confiante quanto você, querido", disse a mãe. "Não nos preocupamos com as instalações ômegas, e sim a forma com que você será tratado."

O pai de Louis o olhou fixamente, a voz firme enquanto recitava as mesmas palavras que havia dito a ele desde que recebera a carta de aprovação no mês anterior. "Louis, você teve muita sorte. Sua mãe e eu priorizamos a garantia de que você teria as mesmas oportunidades que qualquer alfa ou beta poderia ter. Você frequentou a melhor escola do país que aceitava ômegas. Nós nunca lhe restringimos por conta do seu gênero-"

"Eu sei, e eu agradeço por isso, mas-"

"Deixe-me terminar", ele avisou, inclinando-se para a frente em seu assento. Ele falou mais baixo enquanto notava os outros passageiros que escutavam a conversa. "As pessoas da universidade não oferecem os mesmos luxos. A Candling University é... tradicional de mais formas do que você imagina. É uma escola histórica e prestigiada, com professores conservadores e membros do conselho. O fato de terem aberto lugares para ômegas... bem, digamos que foi completamente sem precedentes."

Ele suspirou e sua mãe apertou seu ombro. "Eu não duvido que você tenha uma ótima educação lá e instalações ômega impecáveis. Eu só-" ele se virou para olhar sua esposa, colocando a mão em volta da cintura dela, "sua mãe e eu queremos que você entenda que você será tratado de um jeito diferente do que está acostumado e precisa aceitar isso." Seu tom, resignado, mas firme, revelou a Louis o quão ansioso ele realmente estava.

"Tudo bem, mas eu não vou aceitar que me tratem como menos, de forma alguma", ele disse mais alto do que pretendia; ele atraíra o interesse dos outros passageiros. Os dois betas fizeram uma pausa na conversa para ouvi-lo, um deles zombando. Louis voltou sua atenção para os pais.

"E nós não queremos que você aceite isso, querido", assegurou sua mãe. Ela sorriu orgulhosa, seus olhos brilhando quando a fraca luz do sol entrou pelas janelas do trem. "Estamos só avisando sobre os obstáculos que você, sem dúvida, enfrentará nas próximas semanas. Tenho certeza de que você se ajeitará à rotina em breve. Os outros estudantes e palestrantes só terão que se acostumar a ter ômegas no campus, primeiro. "

Suas palavras não conseguiram acalmar os nervos que espreitavam nos pensamentos de Louis. Ele tentou se distrair com qualquer pensamento positivo que pudesse reunir, tentando ignorar os cenários que continuava imaginando.

Comeram sanduíches de frango e sopa de manjericão e tomate no trem, e a mãe de Louis lhe trouxe, de sobremesa, uma fatia do cheesecake caseiro que ele tanto gostava. Eles estavam satisfeitos e confortáveis durante toda a viagem, os pensamentos de Louis vagando pelas sociedades com as quais ele planejava se juntar, os outros ômegas com os quais ele dividiria um dormitório e o magnífico campus com o qual ele estava sonhando. Ele passara semanas admirando a arquitetura vitoriana, a enorme biblioteca e os terrenos encantadores, completos com jardins, fontes e estátuas históricas. Naturalmente, seus sonhos romantizaram a realidade, mas ele descobriu que mergulhar em tais sonhos era uma excelente fonte de conforto sempre que seus pensamentos forneciam, sem ajuda, imagens de ômegas sendo ameaçados, perseguidos ou abusados. Louis suspirou, recitando para ele mesmo a importância de permanecer otimista; se ele acreditasse que não passaria por dificuldades em Candling, talvez esse sonho se concretizasse.

O trem chegou ao centro de Londres no início da tarde. Quando chegaram à movimentada rua do lado de fora da estação, a chuva havia parado, mas as nuvens escuras e o vento cortante prometiam um clima mais desfavorável. Louis apertou os botões da jaqueta jeans e segurou a xícara de chá, que ainda irradiava um pouco de calor. Ele colocou a mochila por cima do ombro e o pai carregou as malas maiores antes de atravessarem a multidão.

Passaram por empresários frenéticos, segurando guarda-chuvas como armas, turistas confusos reclamando da chuva, filas do lado de fora dos banheiros e famílias de olhos arregalados apontando e olhando para os pontos turísticos de Londres.

Sua presença recebeu uma variedade de reações enquanto eles caminhavam rapidamente pela cidade; olhares curiosos, fungadas escancaradas, o apontar de dedos das crianças pequenas. Louis apertou a mandíbula e fixou o olhar na parte de trás da cabeça do pai, sem vontade de encontrar o olhar dessas pessoas. Ômegas masculinos eram incomuns - aproximando-se de três por cento da população geral e meramente trinta e cinco por cento de toda a população ômega - mas eles não eram inéditos. Ainda assim, ele se sentia uma anomalia onde quer que fosse.

Tendo passado a infância e o ensino médio em ambientes amigáveis aos ômega, aventurar-se em Londres - onde as opiniões sobre os ômegas poderiam ser conservadoras ou radicais - significava que Louis precisava agir com cautela. Felizmente, eles conseguiram chegar à estação de ônibus que os levaria diretamente à universidade sem muita dificuldade.

A bordo do ônibus, o motorista beta sorriu com desdém para Louis, mas se recusou a tecer comentários. Embora os betas pudessem identificar o gênero de outra pessoa apenas pelo cheiro, eles eram incapazes de detectar a intensidade do humor em seus companheiros como os alfas e ômegas. Os alfas tinham um olfato elevado, uma característica que tradicionalmente lhes permitia distinguir entre potenciais companheiros e concorrentes. Ômegas eram suscetíveis a identificar a intensidade emocional. Ao contrário da crença popular, nenhum gênero podia detectar emoções, mas alfas e ômegas possuíam a capacidade de perceber a intensidade do humor.

Eles andaram pelo ônibus, sua mãe tentando conversar com ele, mas sua atenção estava concentrada no suspiro audível de um dos passageiros. Um de chapéu, que falava de forma desagradável, lançou-lhe um olhar de desprezo indisfarçável e abriu agressivamente uma janela no ônibus. Louis revirou os olhos e tossiu alto quando um cheiro desagradável encheu suas narinas. Seu pai, um beta perceptivo, conseguiu detectar a mudança, colocou a mão no ombro do filho e tentou distraí-lo, apontando as densas multidões que se reuniam do lado de fora do ponto de ônibus que se aproximava.

O coração de Louis subiu à garganta e ele engoliu em seco, ajustando sem necessidade a alça da mochila quando um letreiro ornamentado com a inscrição 'Candling University' apareceu. Ele sorriu nervosamente para sua mãe.

"Chegamos, querido", disse ela animada, olhos brilhantes refletindo os do filho. Desceram do ônibus, carregando a bagagem de Louis, seu pai murmurando palavrões desagradáveis sobre o guarda-roupa de seu filho e caminharam de olhos arregalados em direção à entrada principal.

O gramado bem cuidado da frente estava cheio de estudantes e pais, pequenos grupos de calouros com guias turísticos e estudantes que voltavam gritando cumprimentos a seus amigos depois de um longo verão. Louis e seus pais foram imediatamente abordados por um beta entusiasmado, com olhos gentis usando uma etiqueta com o nome "Embaixador Estudantil: Niall".

"Prazer em conhecê-lo, cara", disse ele. "Me disseram para te levar ao seu dormitório, caso precisasse de ajuda ou não", ele riu.

Eles passaram pela multidão mais densa do lado de fora da entrada e por baixo de um arco alto, onde um grupo de alfas do sexo feminino o encarava descaradamente. Louis concentrou-se no garoto que o acompanhava enquanto seus pais seguiam os dois, ambos conversando sobre a o tamanho imenso do terreno da universidade. Niall direcionou a caminhada pelos jardins do campus, passando pelo centro de artes e humanidades e até o recém-convertido prédio ômega, animando-se em seu curso.

"Eu estou estudando música", disse ele. "Nunca tive muita inclinação acadêmica, mas me ofereceram uma bolsa de música para este ano - meu segundo ano -, então acho que estou fazendo alguma coisa certa". Ele levou a mão à nuca em um sinal de modéstia.

"Por conta disso te deram um quarto aqui?" ele perguntou, pensando nas taxas astronômicas que seus pais eram obrigados a pagar.

Niall balançou a cabeça. "Este ano estou morando em um apartamento a cerca de dez minutos a pé do campus", disse ele, apontando para a direção de seu apartamento. "A não ser que lhe tragam um colega de quarto no ano que vem, você também vai querer fazer o mesmo", ele aconselhou.

Louis assentiu e compartilhou sua incerteza sobre como ele se adaptaria a viver com outra pessoa. Niall contou uma série de desentendimentos divertidos que teve no ano anterior com seu colega de quarto beta, Archie. ("Eu juro, cara, ele era tão intimidador - não falou comigo pela primeira semana inteira. Se eu não tivesse visto o tamanho do pau dele quando ele estava se masturbando, eu teria pensado que ele era um alfa!")

Louis decidiu que faria um esforço para fazer amizade com Niall. Ele não demonstrou desconforto com seu gênero e parecia genuinamente entusiasmado em aprender mais sobre Louis. Ele realmente se envolveu em uma conversa com Niall, falando sobre seus interesses e os clubes e sociedades em que planejava ingressar.

"Joguei futebol na escola como zagueiro, então eu realmente gostaria de me juntar ao time daqui", disse Louis, levando Niall a dar uma palestra sobre a posição devastadoramente baixa do time de futebol da universidade na liga.

Eles caminharam em direção aos degraus da entrada dos dormitórios ômega. O edifício baronial tinha uma fachada atraente e ficava ao lado de um pequeno jardim de rosas fechado. No vestíbulo, estava posicionada uma longa mesa coberta de grandes pastas e folhetos universitários com quatro betas conversando animadamente atrás dela. Eles olharam em uníssono quando Niall, Louis e seus pais chegaram. Eles foram recebidos com sorrisos acolhedores e acenos de mão alegres.

Niall parou em frente à mesa, acenando com a cabeça em direção a um dos betas que se aproximava deles. "Certo, é aqui que eu te deixo", disse ele, sorrindo para Louis. "Eu realmente espero que você goste daqui, cara." Ele hesitou um pouco antes de assentir para si mesmo. "Eu só quero lhe dizer que acho ótimo que ômegas finalmente podem se matricular na Candling."

Ele sorriu calorosamente e saiu com um aceno por cima do ombro e, antes que Louis pudesse dizer uma palavra de agradecimento, uma das meninas da mesa se aproximou dele, com uma brochura e um mapa na mão dela.

"Olá, sou Leigh", disse ela, sorrindo para Louis e seus pais. Ele imediatamente se afeiçoou a ela, encantado com seu cheiro almiscarado, que era incomumente potente para um beta. "Pode me dizer seu nome, por favor?" Ela riscou o nome dele de uma lista dos cinquenta ômegas para os quais havia sido oferecido uma vaga naquele ano - "lamentamos que os números não sejam mais altos, mas é bastante promissor para o primeiro ano" - antes de conduzi-los rapidamente pela escada sinuosa pela construção de dormitório ômega.

"Só haverá quarenta e nove estudantes morando aqui", disse ela, enquanto passavam por portas, cada uma separada pelos nomes inscritos lá, mas idênticos de alguma forma, "mas esperamos que os números aumentem significativamente no próximo ano. Alcançar um equilíbrio de gênero aqui em Candling e que reflete a população em geral é um dos principais objetivos do nosso Presidente Estudantil".

"Quais são as expectativas no momento?" sua mãe perguntou.


Betas representavam mais da metade da população em geral, mas os alfas dominavam as melhores universidades e empregos de maior prestígio. Nos campos da política, os alfas de negócios e direito são maioria, uma questão controversa que levantou questões sobre a representação adequada de gênero nos setores de tomada de decisão da sociedade.

"E este é o seu quarto", disse ela, abrindo a porta final no corredor do terceiro andar. Uma pequena placa com a inscrição 'Louis Tomlinson, Primeiro Ano, Direito. Zayn Malik, Primeiro Ano, Artes' adornava a porta de madeira escura. Louis e seus pais entraram no quarto atrás dela, acenando em apreciação para o quarto iluminado e arejado. As paredes eram pintadas de azul claro, duas camas de solteiro separadas por uma pequena mesa com folhetos e manuais empilhados em uma pilha organizada.

Atrás das camas havia uma grande janela coberta por cortinas creme, com vista para o amplo terreno. Havia um banheiro adjacente com azulejos de mármore branco e uma vasta gama de produtos especiais para ômegas em uma pequena cesta. Louis teve uma profunda sensação de conforto pelo fato de a Candling ter abraçado prontamente seus primeiros alunos de ômega. Ele se juntou novamente aos pais no quarto enquanto Leigh explicava as instalações ômega fornecidas nos dormitórios.

"Cada um dos quartos possui uma trava que impede qualquer pessoa de entrar, exceto os ômegas que moram lá. Quando um ômega entra em-" ela fez uma pausa, corando e encarando o olhar de Louis com determinação, como se estivesse desesperada mostrar sua aceitação dos problemas ômega "heat, seu quarto receberá medidas protetivas extras, incluindo difusores de perfume.

"Todos os folhetos incluem uma seção específica para ômega, que descreve as leis de proteção para ômegas recém-implementadas no campus. Ao ler os folhetos, você também verá que existem sociedades somente alfa e beta apenas onde estão relacionados problemas e requisitos específicos de gênero. Tenho certeza de que Niall mencionou, mas esperamos que alguns dos calouros ômega também criem uma sociedade ômega. Como parte dos embaixadores e embaixadoras estudantis", disse ela, apontando orgulhosamente para o crachá, "nós ficaríamos gratos pelo feedback sobre as instalações ômega daqui ".

Louis ficou surpreso com a aceitação inequívoca dele e de seu gênero. Ele não pôde deixar de sorrir para ela. "Muito obrigado", disse sinceramente. "Tudo o que você nos mostrou até agora é fantástico. Eu realmente não esperava que a Candling lançasse uma campanha tão boa para nós".

Ela sorriu tristemente. "Sinceramente, nem eu", admitiu. "Estou no terceiro ano e não foi até o final do ano passado - quando Candling foi anunciada como uma universidade também para ômegas - que ouvi falar de novas iniciativas para aceitar ômegas. Esse prédio aqui", disse, indicando à sua volta "era originalmente o alojamento para palestrantes e professores até três meses atrás".

Seu telefone tocou no bolso e ela imediatamente se desculpou. "Eu tenho que voltar para as escadas para o próximo calouro, mas por favor, não hesite em falar com qualquer um dos estudantes com crachás - estamos todos aqui para ajudá-lo a se instalar", disse ela brilhantemente antes de acenar para ele e seus pais.

Louis deu um suspiro de espanto, compartilhando um olhar com o pai. "Eu não esperava nada disso", disse ele, caindo em uma das camas e tirando os sapatos.

Sua mãe sorriu para ele e sentou-se ao lado dele, colocando um braço em volta do ombro dele. "Estou tão aliviada, Louis", ela suspirou. "Posso ter uma noite tranquila de sono hoje, sabendo que você vai dividir um quarto com outro ômega masculino".

Seu pai assentiu devagar antes de interromper a expressão pensativa em seu rosto: "Eu só conheci betas no campus até agora. Parece que Candling evitou propositalmente nomear alfas para guiar os alunos calouros por aqui".

A mãe de Louis inclinou a cabeça. "Isso faz sentido, eu suponho", disse ela. "Candling não gostaria de colocar embaixadores estudantis alfa perto dos dormitórios ômega se eles quiserem provar seu compromisso de fornecer instalações seguras para ômegas".

"Na teoria, isso faz sentido, mas, quando você pensa em separar calouros ômegas de outros alfas no primeiro dia, fará mais mal do que bem", pensou Louis. "Quero dizer, vamos assistir às mesmas aulas, por que não apresentar os alfas mais exemplares? Mostre que os alfas de Candling abraçaram as mudanças em relação aos ômegas, em vez de criar uma divisão entre os gêneros."

A porta se abriu lentamente quando o pai de Louis estava prestes a responder. Louis inalou um cheiro pungente - semelhante à cera de vela infundida com rosa quente - antes de um belo ômega masculino entrar no cômodo. Seu cabelo preto era estilizado e ele tinha uma expressão suave. Seu comportamento casual e sem esforço mudou quando ele sorriu timidamente para o grupo, acenando para Louis antes de se apresentar como Zayn.

"Você está aqui com seus pais, Zayn, querido?" Louis ouviu sua mãe perguntar.

Ele balançou sua cabeça. "Não, meus pais estão trabalhando e a viagem é tão longa que achei que seria melhor pegar o trem esta manhã de Bradford."

"Nós também", disse Louis. "Já estive em Bradford para uma partida de futebol antes."

Zayn sorriu em reconhecimento. "Odsal Stadium, né? Sim, meu pai me arrasta para alguns desses jogos todos os anos. Se ele vai ter um filho ômega, pelo menos ele quer alguém interessado em esportes, de acordo com ele."

"Certo", suspirou o pai, "acho que essa é a nossa deixa, Louis."

Louis viu seus pais compartilharem um olhar, evidentemente ciente de que os dois ômegas logo sentiriam a necessidade de falar um com o outro de maneira privada e aberta. Era da natureza dos ômegas procurar pessoas do mesmo gênero e formarem laços inflexíveis e igualmente dependentes, que podiam competir com os mais fortes laços de parceiros. Os relacionamentos ômega foram objeto de uma extensa pesquisa, embora seu comportamento identificável entre si e conexões altamente sintonizadas fossem frequentemente romantizadas pela sociedade. Sua gentileza natural e a reverência com que os ômegas se inclinavam a tratar um ao outro eram equiparados à inocência e explorados pela comunidade alfa.

"Você vai ter cuidado, não vai, filho?" O pai de Louis sussurrou. Ele depositou a mão firme no ombro de Louis.

A resposta de Louis foi abafada na camisa de seu pai quando ele o puxou para um breve abraço. A mãe dele o observava com um sorriso fraco, um aperto tenaz na bolsa, como se se contivesse de abraçar o filho. Ela estava determinada a falar com ele antes de se dissolver em lágrimas.

"Louis, meu amor", disse ela, passando na frente dele e passando os braços em volta de seu corpo esbelto. "Eu só quero que você saiba que estamos incrivelmente orgulhosos de você. Queremos que esta seja a melhor experiência da sua vida e não queremos que nada - nem o seu gênero e nem a opinião de outras pessoas - ameace isso. Vamos - "ela fez uma pausa, fungando alto antes de rir das lágrimas que se acumulavam em seus olhos, "sentiremos muito a sua falta."

Louis a abraçou, respirando o cheiro de assados e mel que definiam seu perfume.

"Não se preocupe, mãe", ele sussurrou, ciente de seu companheiro de quarto observando-os de onde ele estava sentado na segunda cama. "Eu te ligo hoje à noite depois da palestra introdutória para calouros."

Ela interrompeu o abraço e, fechando os olhos e respirando profundamente, se recompôs. Seus pais desejaram tudo de bom a Zayn antes de deixar o dormitório.

"Seus pais parecem ótimos", ele sugeriu.

"Eles são. Eu estou-", ele hesitou, engolindo em seco. "Eu vou sentir falta deles."

Zayn sorriu para ele antes de se levantar da cama para abraçar seu companheiro de quarto rapidamente, incapaz de ignorar o lábio trêmulo e o comportamento tímido.

"Vamos lá", ele encorajou, afastando-se do abraço, "vamos começar a desfazer as malas antes que tenhamos que sair para a palestra."

Louis concordou com a cabeça e os dois ômegas sentaram-se frente a frente nas camas separadas.

"Então, você está estudando artes?" ele perguntou, apontando em direção a uma das pequenas sacolas na cama de Zayn, da qual ele tirava cadernos e lápis.

Zayn assentiu, sorrindo para seus materiais de arte como se uma mãe sorrisse para seu filho recém-nascido.

"Desde muito novo sou apaixonado por arte. Minha mãe é uma ômega e estava determinada a me mandar para a universidade porque nunca teve essa oportunidade. Acho que ela ficou decepcionada quando lhe disse o curso que queria, mas assim que fui aceito aqui, ela parou de se importar."

Louis sorriu para ele. De repente, lembrou-se do espanto e orgulho nos rostos dos pais quando leu em voz alta sua carta de aprovação. Ele ouviu sua voz falhar e seu dedo tremer.

"Bem, você sabe que meus pais são betas", disse Louis, removendo uma pequena pilha de roupas da mala e dividindo os itens para colocar no guarda-roupa. "Eles sempre tentaram garantir que eu tivesse as mesmas oportunidades que um filho de qualquer outro gênero, mas nunca experimentaram o tipo de discriminação sistemática que nós. Eles tentam entender, mas... não é a mesma coisa, né? "

Zayn balançou a cabeça e deu um sorriso fechado. "Você fala como um advogado de verdade", disse ele, divertido. Louis levantou uma sobrancelha em dúvida e Zayn apontou para a porta. "Seu curso está escrito na placa."

"Foi difícil escolher meu curso de graduação", disse Louis, abrindo sua mochila para remover seus artigos de papelaria e livros didáticos. "Pensei em estudos de gênero por um tempo, mas finalmente decidi que a lei me permitiria um certo caminho para fazer a diferença para os ômegas. Quando eu escolher meus módulos de direito no próximo semestre, acho que vou me especializar em igualdade de gênero."

Zayn levantou uma sobrancelha. "Isso é incrível, cara. Pelo menos eu sei que meu curso terá uma maioria beta, mas escolher o curso mais alfa no primeiro ano em que Candling abriu vagas para ômegas", disse ele incrédulo, balançando a cabeça, "é um ato de coragem".

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