LOVE MAIL

By wjsnchateau

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[𝐉𝐎𝐎𝐇𝐘𝐔𝐊] Minhyuk decide enviar um correio do amor a seu crush, Lee Jooheon, mas perde a coragem e aca... More

difícil não se apaixonar

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By wjsnchateau

LOVE MAIL

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Lee Minhyuk sempre foi uma pessoa melosa.

Desde ainda bem pequeno gostava de ficar agarrado nos amiguinhos da pré-série, na mãe, no cachorro, no poste. Ele sentia necessidade de estar perto (agarrado) com alguém e falar o quanto ama essa pessoa, e isso, consequentemente, afastava-o de qualquer relacionamento, porque era difícil encontrar quem conseguisse lidar com isso numa boa. Quando finalmente conseguiu estabilizar um ciclo de amizades duradouro e forte com Kihyun e Hyungwon, foi aí mesmo que a situação toda piorou. Minhyuk ficou (se é que isso seja possível) mais meloso do que nunca, e fazia questão de todos os dias dar um beijo na bochecha de cada um de seus dois e fiéis melhores amigos, abraçá-los, dizer que os ama e obrigá-los a fazer o mesmo com ele, obviamente. Ele não era trouxa.

Okay, talvez ele fosse um pouco. Lee Jooheon era um engraçadinho que fazia o pobre coração de Minhyuk de refém há mais de um ano. Aquele sorrisinho com covinhas, os olhinhos apertados, as zilhões de cores de cabelo diferentes e aquele jeitinho doce que só ele tinha... ah, era demais pro coração. Difícil não se apaixonar.

O dia dos namorados estava na porta, faltando apenas um dia para chegar. Não que fosse uma data que muitos ligassem (Hyungwon, por exemplo, só gostava porque as linhas limitas "Valentine's Day" de seus doces favoritos saíam), mas Minhyuk simplesmente não conseguia evitar. Ele, meloso e apaixonado ao extremo em todos os níveis, só podia apreciar todos os casais e a atmosfera romântica do dia — e roubar alguns bombons das caixas de chocolate que Kihyun ganhava do namorado também.

— Vocês souberam? — depois do almoço, Hyungwon comentou casualmente, enquanto eles andavam de volta para a universidade. — As meninas do curso de ciências organizaram um correio do amor muito fofo. Vamos escrever cartinhas para quem quisermos e elas vão entregar.

— Minhyuk deveria participar — Kihyun observa.

— Eu? Tá doido?

— É uma ótima ideia! Aposto que Jooheon ficaria muito tocado com suas palavras encharcadas de açúcar — Kihyun sorri. — Você gosta dele há tanto tempo, deveria aproveitar a chance.

— Como eu vou "aproveitar" me declarando pro cara que eu gosto há mais de um ano por meio de um papel que pode facilmente cair nas mãos de outra pessoa?!

— É verdade — Hyungwon diz, e Kihyun revira os olhos. — Seria divertido e é realmente uma boa ideia, Kiki, mas muito arriscado.

— Eu confio suficiente nas meninas pra saber que elas não dariam a carta pra pessoa errada. Uma delas é irmã do Chang, conhecem alguém mais organizado que ele? — ambos não respondem e Kihyun sorri pelo puro prazer de estar certo. — Não. Exato.

— Mesmo que eu escreva e envie, o que te faz pensar que Jooheon não acharia uma grande besteira? — Minhyuk cruza os braços. Eles três passam pelo portão principal da universidade e param na metade do caminho, pois suas salas eram em direções opostas. — Eu nem sei se ele fica com garotos.

— Lembro que ele e Siyoung deram uns amassos uma vez, então com toda certeza sim — Hyungwon passa a mão gentilmente pelos ombros de Minhyuk. — Você é um doce e tenho absoluta certeza que Jooheon não vai achar besteira caso o escreva algo. Mas isso, obviamente, parte de você.

E como sempre, o prêmio da sensatez vai para Chae Hyungwon. Era sempre ele quem mantinha as coisas na linha pra Minhyuk não surtar e Kihyun não sair no tapa com alguém (tinha vezes que não dava muito certo).

— Vou pensar sobre isso.

— Temos certeza que vai saber o que fazer — Hyungwon sorri.

Dito isso então, eles se despedem e seguem seus devidos caminhos, e Minhyuk não consegue parar de pensar em tudo que podia e dar ou não dar errado se decidisse enviar um correio do amor para Jooheon.

[ ♥︎ ]

No outro dia, Minhyuk foi surpreendido por uma chuva de coraçõezinhos rosas de papel em cima de si ao entrar na universidade.

— Feliz dia dos namorados, Minnie! — era Yeoreum, uma das meninas do prédio de ciências. Ela usava um arquinho com uma auréola, e segurava uma cesta cheia dos papeizinhos.

— Que susto que você me deu — Minhyuk ri de nervoso, tirando alguns papeis do cabelo. — Feliz dia dos namorados, Yeo. Vai acontecer mesmo o correio do amor?

— É claro. O correio do amor vai até o final do dia de hoje. Pode dar a cartas à qualquer uma das alunas de ciências que vamos entregar. Vai participar?

— Estou pensand-

— É claro que ele vai! — Kihyun chega de surpresa, colocando os braços envolta do pescoço de Minhyuk. — Minhyuk vai entregar a declaração ultra romântica dele a Jooheon hoje.

— Você ainda gosta dele? — Yeoreum suspira. — Já está na hora de se declarar. Daqui a pouco eu mesma escrevo uma carta em seu nome e dou a ele.

Qual era a necessidade desse povo de atormentar tanto a vida amorosa de Minhyuk?

EU vou escrever a maldita carta — Minhyuk se exalta, intercalando o olhar em ambos — e pensarei se vou enviar ou não.

— Qual é a graça de escrever uma carta e não enviar? Tá se achando a Lara Jean? — diz Kihyun.

Minhyuk preferiu nem responder.

[ ♥︎ ]

De: Anônimo
Para: Lee Jooheon, do curso de filosofia

Não sei como começar isso. Até a ideia de escrever algo pra você me deixa nervoso. Já faz um bom tempo, e enquanto escrevo isso percebo que tem realmente MUITO tempo, que eu gosto de você. E não é um gostar bobinho, não. É um gostar meeeesmo. As tais borboletas no estômago são mais como elefantes quando passo por você, e esse sentimento só cresce cada vez mais dentro de mim e eu queria muito poder te contar pessoalmente, mas minha covardia e medo que você possa se zangar falam bem mais alto.
Adoro todas as poucas vezes que consigo falar com você sobre Zelda, ou quando consigo sentar ao seu lado no refeitório ou quando simplesmente você me dá bom dia no corredor com esse sorriso lindo (e eu corro porque eu sou um besta).
Adoro absolutamente tudo sobre você, Lee Jooheon.

ps.: queria te dar uns beijos

— "Queria te dar uns beijos" — Hyungwon leu com a cara mais desgostosa que conseguiu. — A carta tava ótima! Por que estragou tudo?

— Não fui eu! — Minhyuk protesta enquanto lutava com Kihyun para pegar a caneta. — Kihyun fica se intrometendo! Jooheon vai ver que a caligrafia está diferente. Ele vai achar que querem fazer trisal com ele!

— Eca — Kihyun larga a caneta. — Você é romântico demais. Precisava de um complemento pra ele não achar que a carta veio de um garotinho apaixonado de treze anos.

— Minha mentalidade é literalmente de um garotinho apaixonado de treze anos.

Kihyun andou até Minhyuk e colocou as mãos nos dois ombros dele, apertando firme, olhando-o no fundo dos olhos e fazendo aquele negócio de "despir a alma" que ele conseguia. Disse, portanto:
— Não. Você é Lee Minhyuk, de vinte, que cursa química e está pra se declarar pro mozão.

— Se isso foi pra me motivar, saiba que não adiantou — Minhyuk suspira. — Eu acho que não vou entregar nada.

A questão era: por que diabos Minhyuk, o próprio cupido, que era mais meloso que tudo e todos e amava amar e o amor, estava tão nervoso para se declarar pro cara por quem é apaixonado há mais um ano inteiro de sua vida? Não era para ser um grande auê, e sinceramente era bem simples porque ele já havia feito isso antes (Minhyuk sempre era o que se declarava primeiro), então, qual era o motivo de tanta euforia e hesitação?
Ele talvez não estivesse preparado o suficiente. Talvez precisasse de mais tempo (mais que um ano?!), ou talvez só não tivesse que fazer isso porque o universo estava lhe mandando sinais que Lee Jooheon ou era hétero, ou compromissado, ou um babaca que gostava de brincar com o coração de meninos carentes como Minhyuk.

Nessa espiral de pensamentos que só parecia dar cada vez mais voltas, Minhyuk acabou desistindo de entregar. Não amassou o papel e nem nada do tipo: apressado para ir embora e esquecer que esse dia existiu, só deixou a carta em cima da mesa e catou suas coisas e foi-se com Hyungwon e Kihyun para o refeitório. Ele precisava de algo cheio de chocolate pra afogar suas mágoas.

[ ♥︎ ]

— Essa hora era pra vocês estarem se beijando — Kihyun falava, meio zangado, enquanto espremia o xarope de chocolate Hershey's por cima de seu sorvete — e eu fotografando.

— Ah, me poupe. Eu quem estou tendo que consolar ele e você reclamando! — Hyungwon reclama, fazendo carinho nos fios de Minhyuk.

— Os dois estão reclamando enquanto eu é quem deveria estar — Minhyuk diz, com a boca cheia de brownie. — Minhas espinhas vão gritar amanhã por causa desse chocolate todo e ainda por cima tô sofrendo por amor, e por garoto.

— Porque você quer! — Kihyun diz, espremendo o resto do resto do xarope de chocolate no sorvete, sendo que agora só tinha ar ali. — A carta tava perfeita.

— Tava, até você escrever que eu queria dar uns beijos nele! — Minhyuk protesta.

— E eu menti, por acaso? — Kihyun fala, deixando Minhyuk com as bochechas super vermelhas.

— N-Não, mas você não tem direito de falar as coisas por mim- — a discussão foi subitamente interrompida pela presença de mais alguém, especificamente Lee Jooheon, com um papel em mãos.

— Hey, Minhyuk — ele diz, sério, mas suave. — Preciso conversar a sós contigo. Podemos?

[ ♥︎ ]

Minhyuk queria negar o pedido, mas Hyungwon foi rápido suficiente para praticamente jogá-lo do banco onde estavam e dizer que ia "a um lugar" com Kihyun, deixando-o sem escolhas se não aceitar e ir com Jooheon.

Suas mãos estavam super suadas e seu dedo já estava doendo de tanto que foi contorcido de nervoso. Seu coração estava batendo tão rápido que ele achou que ia morrer, e isso tudo só de estar perto de Jooheon! Jesus. Amado.

B-Bom — Minhyuk coçou a garganta, quebrando o silêncio enquanto andavam até uma parte mais vazia do campus. — Me diga, o que quer falar?

Jooheon parou de andar e se virou, encarando-o.

— Eu recebi este papel — mostrou-o o papel mais que familiar dobrado. — Na verdade, a Yeo quem me entregou, e disse que seu amigo Kihyun entregou à ela dizendo que você quem escreveu — Minhyuk estava começando a ficar vermelho e não sabia se era de vergonha ou de raiva. — E eu queria saber se...

— Desculpa — Minhyuk diz, afobado. — Eu não sei onde estava com a cabeça. Digo, eu até pensei em te entregar eu mesmo ou tirar o anônimo, mas acabei não fazendo nada e para o meu azar eu esqueci de jogar a carta fora e sou amigo de Kihyun. Eu sei que você provavelmente deve estar muito bravo e eu não julgo, até porq-

— Hey, calma — Jooheon riu. Minhyuk levou alguns bons segundos para assimilar. — Eu não estou com raiva e nem nada do tipo, eu só quero saber se foi você mesmo quem escreveu, e se tudo que está ali é realmente verdade.

— A p-parte dos... beijos... e tudo mais, a praga do Kihyun quem escreveu...

— Eu percebi a caligrafia — riu-se o Lee. — Mas e quanto à todo o resto?

— É verdade, e eu escrevi — Minhyuk falou mais para si mesmo, bem baixinho, com o coração batendo forte. — Não que a parte que Kihyun escreveu seja mentira...

Dessa vez, quem ficou vermelho foi Jooheon. Tá, não vermelho vermelho, mais pra um blush suave nas maçãs do rosto que Minhyuk sentiu vontade de tirar foto, pois toda aquela cena condizia com o Lee Jooheon por quem ele era apaixonado, e não o que os outros conheciam.
Minhyuk falava como se o conhecesse há muito tempo, o que não era bem assim. Mas acreditava que a comunicação por gestos dos dois nos poucos momentos em que se viam por aqueles anos estudando "juntos" era suficiente para criar uma conexão que ninguém mais tinha com Jooheon. Já havia olhado nos olhos dele mais vezes do que todos e isso só para dar bom dia. Os olhos conseguiam contar muitas coisas.

— Oh — houveram uns bons segundos de silêncio constrangedor.

— Eu acho que deveria ir embora — Minhyuk passou a mão no rosto, querendo muito se estapear e estapear Kihyun depois. — Desculpa por tudo isso. Mesmo. Eu nem sei onde estava com a cabe-

Foi interrompido subitamente pelos braços de Jooheon em seus ombros, o puxando para mais perto.

— Você se precipita demais pra algumas coisas. Acha que eu quero me reduzir a "bom dia" com você? Sempre que vou terminar de falar e perguntar como vêm passado, você já sai correndo — Jooheon parecia meio frustrado enquanto falava. — Nunca tive chance de falar o que eu sinto porque você sempre foge. Eu achei que você não gostava de mim ainda um dia desses, sabe? Mas parece que não.

— Fiquei com medo de perdermos essa coisa — Minhyuk desvia o olhar. — Eu gosto de saber que se eu olhar pra você, vai me olhar de volta e vai me responder, mesmo que não com palavras. Eu adoro isso. Não queria estragar e te falar de sentimentos do nada... ainda mais os meus.

— Então por que a carta?

— Acho que eu precisava desabafar sobre isso de algum jeito, mesmo se não fosse pra te enviar.

— Seria uma grande besteira sua se não me enviasse, porque você nunca saberia que eu sinto a mesma coisa.

Minhyuk passou por três fases de surto interno antes de se recompor o suficiente para não parecer um desesperado na frente de Jooheon, por mais que tudo que estivesse em sua mente agora fosse o fato de que a provável maior paixão de sua vida era recíproca.

— Até... a parte dos beijos? — e é óbvio que ele não perderia a oportunidade, né?

— Até a parte dos beijos — Jooheon o beijou e o mundo todo era colorido, lindo e cheio de vida, porque Minhyuk era a pessoa mais feliz do mundo e cheio de amor para dar e receber.

— Eu disse que ia dar certo — Kihyun, junto de Yeoreum e Hyungwon, atrás de uma árvore um pouco afastada do casal, diz, todo confiante. — Vocês duvidam demais de mim.

— Primeiro que a responsável por tudo sou eu — Yeoreum pronunciou-se.

— Os dois são doidos e o responsável é o Minhyuk por não ter surtado e correspondido o beijo de Jooheon — Hyungwon diz, e olha para Kihyun, que tirava fotos. — É sério?

— É muito sério — Yeoreum responde por ele.

Quando finalmente conseguiu se desgrudar dos lábios bonitos de Jooheon, foi Minhyuk quem ouviu o "click" da câmera e, inacreditado, preferiu nem olhar.

— É seu amigo? — Jooheon perguntou baixinho.

— Finge que não conhece e me beija de novo logo.

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