Stupid Wife (REMAKE)

By Horsinha

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Prólogo.
Capítulo 1 - Sonho Louco
Capítulo 2 - Encarando a realidade.
Capítulo 3 - Egoísmo
Capítulo 4 - Carinha.
Capítulo 5 - Diários
Capítulo 6 - Família.
Capítulo 7 - O Maldito Verão.
Capítulo 8 - Desejos.
Capítulo 9 - Dor Compartilhada.
Capítulo 10 - Aniversário.
Capítulo 11 - Recomeço.
Capítulo 12 - Reconhecer.
Capítulo 14 - Primeiro beijo.
Capítulo 15 - Esperanças.
Capítulo 16 - Lugar Certo.
Capítulo 17 - Familiar.
Capítulo 18 - Um pedaço do seu coração.
Capítulo 19 - Resposta óbvia.
Capítulo 20 - Até quando resistir?
Capítulo 21 - Minha pessoa.
Capítulo 22 - Dias melhores.
Capítulo 23 - Tudo acontece por um motivo.
Capítulo 24 - Cuidar dela.
Capítulo 25 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 26 - Feliz natal
Capítulo 27 - O primeiro passo.
Capítulo 28 - Ponto de paz.
Capítulo 29 - O pedido dela.
Capítulo 30 - Tudo.
Capítulo 31 - Momentos.
Capítulo 32 - Diversas sensações.
Capítulo 33 - Uma lembrança.
Capítulo 34 - Pronta.
Capítulo 35 - Eu sou seu presente.
Capítulo 36 - A escolha perfeita.
Capítulo 37 - Gravidez dupla?
Capítulo 38 - FINALMENTE COMPLETAS.
Capítulo 39 - O GRANDE DIA.
Capítulo 40 - Esposa estúpida.
LIVRO!

Capítulo 13 - Conexão.

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By Horsinha

*sussurro* alguém ai?

Olá carinhas. Nossa, eu realmente não tinha noção que fazia TANTO tempo assim. Eu juro.

Como todos sabem estou sem computador e fica muito difícil escrever assim. Eu terminei esse pelo celular, e não ficou nem um pouco bom então já peço desculpa pelo capítulo mais ou menos. Espero muito conseguir compensar no próximo, é sério.

Peguem leve comigo e vamos matar as saudades?

****

Camila Cabello.

Sábado - 2 de dezembro.

— Harry, não fique correndo pela cozinha.

— Desculpe, mamãe.

O pequeno abriu um sorriso largo e sau de fininho, sendo seguido por um igualmente sorridente Louis. Os dois estão se divertindo, apesar de eu também me preocupar com meu filho para que não acabe se machucando com essa correria, estou amando vê-lo se divertindo. É importante para o meu filho ter contato com outras crianças da nossa família e até mesmo com outras de fora. Estou fazendo questão de recuperar a afinidade que tínhamos antes das coisas acontecerem e todos se afastarem, quero resgatar nossos laços familiares. Minha missão é nos aproximarmos outra vez, para que assim a felicidade volte aos poucos a reinar. Não que estejamos infelizes, mas alegria sempre é uma coisa bem vinda.

— Estou dando outra chance para a Lauren.

Disparo assim que ficamos a sós outra vez. Preciso contar a alguém sobre minha atual situação com a Lauren, e no momento não existe ninguém melhor que irmã para me ouvir. Eu acho importante deixá-la saber da minha decisão tomada em conjunto da outra parte há duas noites atrás.

— O que?!

Karla para o que está fazendo e me olha chocada, parecendo realmente surpresa com minha revelação. Não posso culpá-la porque até mesmo eu ainda estou me acostumando a idéia de me dar bem com Lauren. Apesar de já não soar como algo bizarro ou incômodo conviver bem com ela, ainda é um passo importante que não tive total segurança de dar. Mas, sendo sincera, a hipótese de nós duas nos acertamos outra vez, me traz uma sensação de paz.

Não posso evitar, ela tem uma conexão comigo que mesmo estando desmemoriada, a sinto aqui dentro. Tem algum fio invisível que me puxa em sua direção e por mais que eu tente me afastar, sempre sinto uma pequena saudade. É inexplicável, e confuso. De uma forma completa é como nadar contra a correnteza; por mais que você tente se afastar, sempre vai acabar voltando ao mesmo local.

— É isso mesmo que você acabou de ouvir. Cheguei à conclusão que não vale a pena apagar totalmente essa parte da minha vida. Nós duas ficamos tanto tempo juntas e as coisas mudaram tanto... Eu só pensei que... tentar de novo é uma opção.

— Você não faz ideia do tamanho da minha felicidade ao ouvir isso. É sério. – Karla se aproxima de mim. O sorriso fraternal em seu rosto me deixa ainda mais relaxada com a minha decisão. É perceptível a felicidade dela por mim em seu brilho no olhar. Sua aceitação nesse meu passo é de muita importância. Sempre fomos muito ligadas e nunca, em hipótese alguma sequer cogitamos deixar uma ou a outra se meter em furadas. — Sempre estive por perto de vocês duas. Passei todas as fases desse relacionamento junto com você. Meu apoio sempre foi e continua sendo o mais verdadeiro possível porque sei o quanto vocês fazem bem uma a outra.

— Eu... sinto isso, sabe? A presença dela me traz paz. Não sei explicar. Talvez seja o sentimento esquecido por mim que mantenha essa chama acesa, mas é uma coisa boa. Me faz bem.

— Estou vendo isso. Finalmente posso ver você leve outra vez depois de tanto tempo.

Ela aperta seus braços em volta de mim e eu fecho os olhos, suspirando de felicidade pelo afeto presente naquele abraço.

— Estive pensando tanto que... você acha possível que tudo isso tenha acontecido para que nos acertássemos outra vez? Eu acho tão surreal essa coisa que ela desperta em mim. – Ergo os olhos para encará-la, minha irmã me observa com atenção, esperando que eu continue. — Não sei explicar direito, mas parece até mesmo que o universo precisa nos unir de uma forma ou de outra.

Karla solta uma risada inesperada que me causa confusão e curiosidade. Ela joga a cabeça para trás rindo a plenos pulmões.

— Antes que pense, eu não estou rindo pelo que você disse. Isso é felicidade, muita alegria mesmo por ver você assim. – Dou um pequeno sorriso de lado. — Lembrei de uns anos atrás, bem no início do relacionamento de vocês em que as duas decidiram dar um tempo.

— Sério? Eu não fazia ideia disso.

— Você ainda tem muita coisa para aprender sobre o seu passado, irmãzinha. – Nos soltamos e ela se recosta na bancada atrás dela, cruzando os braços e me olhando com nostalgia em seus olhos. — O afastamento não foi causado por brigas, antes que comece a pensar nisso. Na verdade foi uma decisão quase mútua.

— Por quê?

— Vocês precisavam se conhecer melhor e amadurecer. Sem contar que estavam sem tempo para se verem, então juntava o estresse das duas com os estudos e com a carência que sentiam. Era um momento delicado. Nervos a flor da pele, qualquer coisa afetava com facilidade. Vocês duas tinham uma dependência da outra que chegava a ser absurda.

— Isso não era bom?

— Não. Muita gente acha que essa dependência é só saudade ou muito amor. Só que somos seres livres, apesar de estarmos em um relacionamento isso não significa que você precise da pessoa para viver e Lauren e você se acostumaram a conviver dessa forma. Era como se uma só fizesse algo se a outra estivesse junto. E quando as duas tiveram que se afastar, obviamente foi um baque. Suas agendas não batiam e ocorriam brigas por causa disso.

— Brigávamos muito nessa época?

— Sim. Eram muitos desentendimentos. Nada muito absurdo, mas sempre tinha aquela mágoa por não poderem se ver sempre como antes. Então vocês discutiam bastante porque estavam sobre constante estresse.

— Nossa... muita informação.

Minha mente está uma bagunça ouvindo as coisas que minha gêmea está contando. Pensei que meu relacionamento com Lauren sempre foi um mar de rosas e só ficou ruim agora nos últimos meses, mas pelo visto nada realmente é o que parece.

— Lauren recebeu uma oportunidade em um dos melhores cursos de fotografia do mundo. Em Londres.

— Ela aceitou?

— Sim. Por muita insistência e apoio seu. Você sabia que o sonho dela sempre foi viver do maior amor dela que é a fotografia. E ela sempre soube do seu sonho de estudar na Columbia.

— Mas... com essa proposta feita a ela então ficaríamos longe de verdade.

Sinto um pequeno aperto esquisito no peito mesmo sem lembrar dessa época. Meu subconsciente parece querer me lembrar que de certa forma os sentimentos e lembranças vividas daquela época ainda estão aqui dentro em algum lugar.

— Foi nesse momento que vocês decidiram dar um tempo. Sinceramente, não é qualquer um que tem a capacidade de cultivar um relacionamento a distância. Porque no mesmo país vocês se viam pouco, imagina em países tão diferentes.

— Então a decisão foi certa para as duas, né?

— Muito. Vocês cresceram bastante quando cortaram essa corda que prendia uma na outra. E sabe, era muito curioso porque mesmo tão longe vocês continuavam ligadas uma na outra. Lembro uma vez que Lauren adoeceu bastante e os pais dela ficaram tão preocupados que foram para Londres somente para cuidar dela. E quando ninguém sabia, você era a única que sentia alguma coisa errada.

Solto uma risadinha.

— Eu sempre fui muito sensitiva com as pessoas que amo.

— Verdade. Lembro que você me ligou para dizer que estava preocupada e perguntar se deveria ligar para Lauren. Porque as duas mantinham um contato limitado com poucas ligações e mensagens.

— Tudo para diminuir a dependência que sentíamos.

— Exato. Só que meses depois de ter ido, ela não aguentava mais a saudade. Curiosamente uma oportunidade em Nova Iorque surgiu e ela rapidamente aceitou. Não avisou a ninguém, mas como era de se esperar...

— Eu já sabia.

Interrompo-a para completar sua frase. Minha irmã acena com a cabeça em concordância.

— Ela foi assistir uma apresentação sua na faculdade. Estava na última cadeira, sei de tudo porque você me contou. Quando você recebeu fotos de lírios, sabia que eram dela. O seu coração sentiu a presença da Lauren.

— Tão clichê...

— Vocês sempre foram. Chegava a dar agonia. Era engraçado porque antes de tudo você sempre falava de Rodrigo e eu, mas ficou pior que nós dois nesse quesito.

— É pagando pela língua que se fala, né?

— Achei foi pouco.

— Idiota. – Reviro os olhos. — E depois que ela voltou? As coisas melhoraram?

— Muito. – Uma terceira voz nos surpreende ao soar pela cozinha. Olho por reflexo sobre meu ombro apenas para ver uma sorridente Lauren, trazendo consigo sacolas de mercado que continham algumas coisas que a pedi para trazer. — Aprendemos a lidar com a incompatibilidade de agendas, e quando começamos a dividir um apartamento foi melhor ainda.

— Isso foi bom, certo?

— Melhor do que bom. – Deixa as sacolas perto da pia e se aproxima mais de mim. Não me encolho ou fico acanhada em sua presença como aconteceria se fosse umas semanas atrás. — Tudo sempre me trouxe de volta para você porque ao seu lado é meu lugar. Você é meu lar.

Diz com extrema emoção e afeto em sua voz. Segura com delicadeza em meu queixo e minha respiração fica presa na garganta. Fecho os olhos por puro instinto, e apesar do meu receio pelo o que viria a seguir, não sentia pavor ou repulsa. Só que diferente do que eu pensava, ela depositou um longo beijo em minha testa.

— Casais clichês.

A voz de minha irmã é ouvida e só então me lembro da presença dela. Minhas bochechas coram e por instinto acabo escondendo o rosto no pescoço de Lauren. Ela rapidamente passa os braços em volta de mim como se colocasse um arco protetor à minha volta.

— Você ama casais clichês.

— Eu amo esse casal clichê em específico.

Não respondo nada e Lauren apenas suspira, apertando os braços em volta de mim. Palavras não são necessárias nesse momento porque ações contam mais e a segurança de seu abraço é tudo o que eu preciso.

Realmente, os anos fazem muita diferença na vida de alguém e o amadurecimento muda a forma como vemos tudo ao nosso redor.

E nesse momento que estou em processo de um novo amadurecimento, conviver bem com ela outra vez é a única coisa que eu realmente desejo. Para estarmos em sintonia outra vez sei que é necessário deixá-la entrar e não estou colocando empecilho algum nisso, para ser sincera eu realmente quero me dar bem com ela.

Quem sabe o que pode acontecer daqui para frente?

**

Passar o dia em família sempre foi algo especial para mim, mas nos últimos dias, desde que acordei sem memória, esses momentos tem ganhado cada vez mais um significado maior. Acho que isso é consequência das descobertas, ter tido noção que a antiga Camila estava se afastando de todos os que eu amo me fez ter vontade de recuperar as relações com todos a minha volta. Porque nossa maior riqueza acaba sendo isso; o amor, as pessoas. Nada pode substituir isso.

E estar aqui com minha irmã e a família dela, unidos com a minha, vendo nossos filhos se divertindo, nada, absolutamente nada substitui isso. Quero sempre momentos assim.

— Que sorriso é esse tia?

A voz de minha sobrinha me traz de volta a realidade. Por alguns segundos eu estivesse fora de mim mesma, sendo preenchida pela felicidade de tê-los comigo. Olho em sua direção e acaricio seu belo rosto. Ela está cada vez mais bonita e parecida com minha irmã. Rodrigo e Karla terão trabalho com essa garota.

— Estou feliz.

— Por causa da tia Lauren?

Solto uma risada. Ela gosta muito de ver nós duas juntas.

— Não, sua engraçadinha. – Minha resposta a entristece momentaneamente e me arrependo de ter me expressado mal. — Quero dizer, ela também tem sua parcela nessa felicidade, mas digo por estarmos todos juntos hoje. Um dia agradável e alegre. Gosto disso.

— É, eu também gosto muito. Fazia tempo que não vínhamos aqui.

— Desculpe-me por isso, eu...

— Está tudo bem, tia. – Serena segura minhas mãos com a sua, e me olha oferecendo-me um enorme sorriso sincero que me aquece o coração. — O que importa é que a senhora está se sentindo melhor e ainda nos ama.

— É claro que amo. Todos vocês.

Sorrio e puxo-a para um abraço.

— Ama até a tia Lauren?

Minha boca se abre em choque a sua pergunta, mas antes que eu possa responder, o som de algo quebrando chama minha atenção. Rapidamente solto minha sobrinha e olho em volta da sala, buscando com o olhar o motivo daquele barulho. Então quando encontro uma certa ira se apossa de mim.

— Lauren Michelle! Eu não acredito que você estava de novo brincando com esse taco de beisebol dentro de casa.

Ela me olha horrorizada, sabendo quão irritada estou após vê-la com aquele negócio na mão e um de nossos jarros aos pedaços no chão. Sua pele parece ficar mais pálida do que o normal e sua boca se abre seguidas vezes como se buscasse alguma desculpa.

— Foi bom te conhecer, cunhadinha.

Minha irmã passa perto dela, gargalhando da expressão de horror no rosto de Lauren. Continuo a encarando, quero mesmo que ela saiba quão brava eu estou agora. Eu a avisei diversas vezes que esse taco iria acabar quebrando algo dentro de casa, mas aparentemente o aviso entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

— Crianças, vamos lá fora ver a neve caindo? Deixem as duas conversarem.

Rodrigo levanta-se do sofá e começa a rapidamente andar em direção a porta de correr que leva ao nosso quintal.

— Mas não está nevando, papai.

Um inocente Harry diz confuso enquanto meu cunhado praticamente o arrasta pela manga do casaco.

— Garotinho fique quieto e saía rápido se quiser ver a neve de novo nessa vida.

E em questão de segundos todos somem dali, deixando a nós duas sozinhas. Lauren engole seco com tanta força que mesmo estando a certa distância dela, posso ouvir o som que faz.

— Vou limpar tudo.

— É bom mesmo. – Cruzo meus braços e caminho em sua direção. Ela dá um passo para trás e por reflexo coloca o taco de beisebol em sua frente. Isso quase me faz gargalhar, uma mulher desse tamanho com medo de mim. Fico bem perto dela e inclino-me para frente. Nossa pequena diferença de altura me faz ter que erguer a cabeça para encará-la diretamente nos olhos. — Se algum desses cacos de vidro machucar alguma das crianças você vai se ver comigo.

— Po-pode deixar. Vou limpa-par direito.

E dito isso ela saí tão rapidamente da minha frente que quase escorrega no chão de madeira recém polido. Uma gargalhada sobe lentamente por minha garganta até que não aguento mais e começo a rir.

Ter uma esposa estúpida pode ser divertido, né?

**

O episódio do jarro quebrado foi esquecido rapidamente depois que ela se desculpou comigo e eu a perdoei, nos juntamos ao restante presente e começamos a fazer diversas brincadeiras. Depois do jantar minha irmã e meu cunhado foram embora com meus sobrinhos, queria ficar mais tempo com eles, mas eu sabia que não seria possível. Afinal, todos temos nossas casas e nossos compromissos, não somos mais simples adolescentes sem grandes responsabilidades.

— Finalmente tudo organizado.

Digo assim que Lauren, Louis e eu terminamos de arrumar toda nossa casa. É bom que eles me ajudem na arrumação, organização familiar é importante. Sempre foi assim quando eu morava com meus pais, apesar de minhas irmãs sempre enrolarem na hora de fazerem alguma tarefa. Não que eu fosse diferente também.

Acho que nenhum jovem gosta realmente de fazer tarefas, né?

— Está com sono, carinha?

Lauren questiona ao sonolento Louis. Nem era necessário perguntar, bastava olhar para seu rosto que você encontraria sua resposta. O bichinho mal estava mantendo seus olhos abertos.

— Tome um banho e escove os dentes. – Abaixo-me na frente dele e lhe dou um abraço forte, seguido de um beijo na testa. — Durma bem.

— Boa noite, mamães.

Lauren e ele fazem um rápido toque de mãos antes dela pegá-lo no colo e beijar seu rosto diversas vezes, fazendo-o gargalhar. Ela o solta depois de alguns minutos e o pequeno acena para nós duas com uma mão enquanto coça o olho esquerdo com a outra.

— Ele está exausto.

Comento assim que ficamos as duas a sós.

— Sim, ele ama quando o Harry vem aqui. Precisa ver quando todas as crianças estão reunidas. É uma loucura só.

— Eu imagino. Hm... – Solto um pigarro, indecisa sobre qual assunto tocar para prosseguir a conversa. — Está com sono?

— Não. Você deve estar, né? Pode subir para deitar se quiser, não vou me importar.

— Na verdade eu não estou.

— Não? – Ela questiona parecendo surpresa, nego com a cabeça e um belo sorriso surge em seu rosto. — Quer assistir algum filme?

— Pode ser.

Vamos juntas até a sala. Mesmo que eu não esteja olhando para seu rosto, sinto o sorriso enorme que ela está dando. Qualquer mínima interação comigo a deixa realmente feliz e isso de certa forma me alegra.

— Pensando melhor, o doutor disse que seria bom estimular sua memória. Você... aceita vermos alguns dos nossos muitos filmes?

— Quais?

Tento transparecer calma, mas um aterrorizante pensamento momentâneo de que ela possa estar citando aqueles vídeos pervertidos me faz quase ter um colapso.

— Pode ser os que você quiser. Temos de variados momentos da nossa vida, do nosso filho.

— Quero os dele. Os do Louis, eu escolho eles.

Meu leve desespero não passa despercebido por ela, mas Lauren não diz nada, apenas concorda com a cabeça e levanta-se para buscar a caixa de vídeos.

— Você com certeza vai amar esses. São os primeiros que gravamos dele.

Ela diz antes de inserir o CD no DVD. Estou animada para assistir do que se trata o vídeo. Confesso que tenho focado mais minha atenção em fotos e nos diários do que neles. Fiquei um pouco traumatizada após encontrar aqueles indecentes.

— Está ligada? Tiger, confere aqui. Será que eu quebrei? Por que não consigo enxergar nada?

— Tire a tampa da lente, cabeçuda.

— Ah sim. Prontinho. Oi gente. – Uma animada Dinah acena para a câmera, em seguida virando e focando em uma Lauren que parece fascinada encarando algo através de um enorme video. — Estão vendo aquele olhar? É a expressão de quem acaba de ser mãe pela primeira vez.

Lauren coloca uma mão sobre a boca e então a imagem fica mais próxima, assim é possível ver que de seus olhos escorrem lagrimas grossas que refletem com as luzes. Eu acabo sorrindo ao vê-la daquela forma encarando o pequeno Louis. Meu coração reage aquela imagem com enorme afeição, o sinto como se estivesse aquecido.

— Ele é tão pequeno. E lindo...

— Ele é lindo mesmo. – Dinah se movimenta, ficando ao lado de Lauren agora. Em segundos a câmera é virada em direção a um pequeno berço, e no meio de tantos bebês, um se destaca. — Olá pequeno Cabello Jauregui.

Sem nem ao menos perceber, estou inclinada para frente. Meu coração está acelerado e os olhos marejados. Perdi as contas de quantas imagens dele recém nascido eu vi até agora, mas sempre reajo da mesma forma, como se fosse a primeira vez. Deve ser o fato de que não me lembro de seu nascimento, e uma das minhas maiores tristezas é não me lembrar desde momento. Gostaria de saber como foi minha gestação, e a sensação de ter dado a luz ao meu pequeno filho.

Deve ter sido maravilhoso e eu não me lembrar disso é um castigo.

— Você ficou exausta após o parto. Levaram nosso filho para a maternidade porque você simplesmente apagou em seguida.

— Mas eu segurei ele antes?

Olho para Lauren que acena com a cabeça. Ela tem um sorriso nos lábios e seus olhos brilham de uma forma adorável.

— Você adormeceu com ele em seus braços, então depois eu o ninei até que a enfermeira veio e sugeriu levá-lo para que ele descansasse. Era tão pequeno, foi assustador segurá-lo nas primeiras vezes.

— Eu imagino. Lembro-me de quando Sofia nasceu e eu morria de medo de machucá-la. Gostaria tanto de lembrar do meu filho nessa fase. Isso me machuca muito.

— Sinto muito. Se eu pudesse trocaria de lugar com você.

— Está tudo bem. Vou aprender a lidar com isso. – Respiro fundo e abro um pequeno sorriso para tranquiliza-la. — Obrigada, de verdade. Você tem sido incrível comigo e eu só posso agradecer.

— Camz... – Ela se aproxima um pouco de mim, com cautela. Parece medir seus atos. — Estar do seu lado e te dar apoio é o meu dever como sua esposa. Sempre com você, na alegria e na tristeza.

Meu coração dá um pequeno salto com aquela frase e em como seus olhos brilham para mim. Tento disfarçar balançando a cabeça e volto a olhar para a televisão. Lauren não se afasta de mim, e isso não me incomoda para ser sincera. Continuamos a assistir milhares de vídeos, e estou feliz.

Claro, até um diferente ser iniciado.

— Lauren... esse não é do nosso filho.

— Ah... eu nem notei que tinha trago outro. Quer que eu tire?

— Somos nós duas? Estamos no estúdio?

Questiono confusa tentando entender o que se passa na tela. Me vejo em pé e parece ser ela ao fundo ajustando alguma coisa em seus pés.

— Sim, para as duas perguntas. Esse é um vídeo de dança nosso.

— Você dança?

Olho curiosa para ela.

— Minha esposa é uma excelente professora de dança, estranho seria se eu não dançasse.

— Não acredito que você dance. Lembro-me que no colegial você odiava participar de qualquer uma das apresentações de dança.

Lauren solta uma gargalhada, levando uma das mãos até sua nuca. Parece sem jeito.

— Confesso que realmente nunca fui fã de dançar, mas aprendi com o passar dos anos a entender seu amor pela dança. E acabei me encantando de certa forma.

— Isso é maravilhoso. Dançar faz bem a alma.

— É, hoje eu aprendi isso. Já fui sua parceira de dança em algumas aulas suas, sabia?

— Sério? O que você sabe dançar?

— Tudo.

— Tudo? Duvido. Bachata?

— Principalmente bachata.

— Vamos dançar bachata nesse vídeo?

— Não, mas temos alguns. Você quer que eu te mostre como eu sei?

— O que? Agora? Aqui?

— Claro. – Ela responde parecendo muito animada. Fica de pé e abre os braços. — Só estamos nós duas aqui na nossa casa.

— Você é louca.

— Nunca disse o contrário. – Lauren para em minha frente e estende sua mão para mim. Ergo minha sobrancelha de forma curiosa. — Vem, dança comigo.

— O que?

— Não quer saber se eu sei dançar? Então dança comigo. Ou está com medo de ver quão boa eu sou?

— Tantas coisas mudaram, menos o seu ego enorme, não é mesmo? – Mesmo sem tanta certeza se devo ou não aceitar seu convite, acabo aceitando sua mão e ficando de pé em frente a ela. — Se pisar no meu pé...

— Fique tranquila, isso não vai acontecer. Sei uma música perfeita. Foi a primeira que dançamos juntas quando você começou a me ensinar bachata.

Lauren vai em direção a televisão e pega o controle para colocar no YouTube. Ela pesquisa rapidamente uma música, essa a qual eu obviamente não conheço por parecer ser nova demais para a minha memória. Quando a música se inicia ela volta para perto de mim, olhando-me de uma forma que me deixa nervosa.

PLAY: DIAMONDS - RIHANNA (BACHATA VERSION)

Engulo seco quando ela segura minha mão direita com sua esquerda e a outra apoia em minhas costas, perto de minhas costelas. Lauren me puxa contra si lentamente, grudando nossos corpos. Começamos a nos mover no ritmo da música. Coloco meus braços em seu pescoço quando ela põe uma de suas pernas no meio da minha.

Evito contato com seus olhos, meu olhar está focado no movimento de nossos quadris. O tecido fino da blusa me permite sentir o calor de sua mão na base de minhas costas. Nos afastamos um pouco para fazermos alguns passos e isso me alivia de certa forma. Parecemos sincronizadas, como se tivéssemos ensaiado uma coreografia.

Então eu cometo o erro de olhar em seus olhos. Aqueles verdes tão intensos, fixos em meu rosto, com um brilho beirando o predatório. Lauren não muda sua expressão, se mantém com uma seriedade de arrepiar.

Malditos olhos verdes.

Voltamos a ficar próximas, ainda mantendo nossos olhares fixos um no outro. Lauren pressiona os dedos em minha lombar algumas vezes. De repente, ela me gira, colando seu corpo em minhas costas. Sinto-a rebolar contra minha bunda e isso altera minha pulsação de uma forma absurda. Meus pelos do corpo ficam arrepiados instantaneamente.

Lauren segura minha mão direita com firmeza antes de levá-la até minha barriga, fazendo-me alisar meu próprio corpo. Sua respiração bate no lóbulo da minha orelha e acabo fechando os olhos. Ela me gira outra vez, colando nossos corpos de novo. Coloca a perna entre as minhas, puxando-me contra si. Nossos olhares voltam a se fixar. Seu quadril é bem solto e acompanha o meu no ritmo certo.

Finalmente me dou conta do clima sexual que estamos quando percebo que estou roçando em sua coxa com certa rudeza. Ela se inclina lentamente com os olhos fixos em minha boca, e isso me desperta de forma instantânea.

— Ok, você sabe dançar.

Digo um pouco ofegante. Lauren me encara com os lábios semiabertos e os olhos em um tom verde muito escuro e selvagem. Ela balança a cabeça e finalmente desvia o olhar.

— Eu disse que sabia dançar.

— Não vou mais duvidar de você. Nunca. É sério. – Pigarreio, olhando em volta sem saber o que fazer. Essa dança me deixou alterada. — Eu vou, hm... tomar um banho e dormir. Ah, boa noite... dorme bem.

— Boa noite, amor. Bons sonhos.

Estou tão atordoada que nem rebato a forma a qual ela acabou de me chamar. Saio rapidamente da sala e subo as escadas sentindo minhas pernas bambas.

Que conexão é essa que temos?

***

Nossa... como estamos?

Confesso que eu mesma fico nervosa com essa conexão.

Bom, quero muito agradecer para o caso de alguém ainda estar aqui. Sério, me perdoem pela demora. Eu sou leitora, sei como é cansativo e desanimador quando demoram a postar. Se eu pudesse já teria finalizado essa história há meses. Infelizmente uma junção de fatores me impede.

Sem promessas dessa vez porque não sei quando volto, mas eu volto, ok? Por enquanto vai ter que ser pelo celular mesmo, me perdoem qualquer coisa.

Todos estão no meu coração, obrigada pelo apoio de sempre. ❤️

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