Te esperei
Capítulo 28
Depois que almoçaram, William se deitou no sofá da sala e leu um pouco o livro que pegou na estante, e acabou cochilando, e quando Maite o viu se aproximou e deitou ao seu lado devagar e com cuidado para não acordar-lo, ela sentia vontade de estar mais perto dele, e viu como uma oportunidade, já que ele não iria perceber, mas assim que ela se aconchegou nos braços dele, ele sentiu e abriu os olhos sorrindo ao vê-la com o rosto na curva do seu pescoço e com os olhos fechados, ela queria sentir o cheiro dele e se aninhar, como costumava fazer enquanto dormiam,
William levanta a sua mão e infiltra devagar em meio aos cabelos dela, e Maite gela nessa exato momento, como sair dali agora? Ela ficou imóvel e nem se mexeu, e William a trouxe ainda mais para ele passando um braço por cima de sua cintura.
-Está com sono, meu amor?
Ele pergunta ao ver que ela não abria os olhos, na realidade ela estava mesmo é sem saber o que falar e o porque deitou ao lado dele no sofá.
-May, eu sei que você está acordada, fala comigo..
-Quero dormir um pouquinho.
Ela fala com voz manhosa, e William deposita um beijo em seus cabelos e não fala mais nada, e assim ficam vários minutos, apenas descansando no silêncio maravilhoso que era o local.
Quando Maite acha que William tinha dormido de novo ela levanta a cabeça mas da de cara com ele a olhando.
-Vamos conversar um pouco? Sem discussões..
Ela assente e eles se sentam.
-Primeiro quero te pedir desculpas mais uma vez, eu não vou mais cair na conversa de qualquer pessoa, mas quero que você me entenda também que é difícil pra mim aguentar tantas coisas, chega uma hora que a cabeça fica atormentada, aí aji pelo impulso, e assumo que errei em tratar você com indiferença e por ter duvidado, May eu não sei mais viver sem você, e me sinto péssimo em saber que você está triste por minha culpa..
Ela coloca os dedos de leve sobre os lábios dele para não continuar.
-Não se culpe mais, não foi sua culpa, e eu pensei muito já, fomos vitimas de maldades e a gente já sábia que isso vinha acontecendo, eu não fiz certo em sair de casa sem te dar satisfação, a minha raiva falou mais alto que a minha sanidade, eu fui impulsiva, e te peço desculpas pelo meu egoismo ao me afastar.
-Você não é egoísta, não fale assim, você se sentiu magoada e te machucou o que aconteceu, eu te entendo perfeitamente. Mas quero saber como a gente fica em tudo isso.
-Ficamos igual, não muda nada, pelo o menos pra mim não.
-Mas.. Maite, não tem porque a gente continuar distantes, se conversamos e não estamos mais "brigados" porque continuar assim?..
Ela sorri de leve pra ele.
-Eu quis dizer que estamos iguais a antes, juntos, se você ainda quiser ficar junto comigo.
Aí sim William abriu um largo sorriso e colou suas testas puxando Maite para mais perto dele.
-Mas é claro que quero ficar junto com você, eu te amo demais May.
-Hum agora me chama de May, né?! Porque antes você falou, Mas..Maite.
Ela fala imitando ele, o que ficou fofo e ao mesmo tempo engraçado, e ambos sorriram.
-Pensei que estava me dando um fora, como na cozinha, antes do almoço.
-Eu não te dei um fora, eu só queria almoçar.
-Não foi bem isso.. Mas, agora já posso te beijar?
-Só quando eu tiver vontade.
-Acho que já ouvi uma frase bem parecida com essa quando estávamos no início do namoro.
Maite lhe beija somente tocando os seus lábios aos dele, era um sinal de que já estava tudo bem, e logo o beijo foi ganhando mais passagem e estavam totalmente entregues naquele momento, sentiam falta de estarem assim, juntinhos de novo, mesmo tendo ficado separados por pouco tempo, parecia uma eternidade, e o beijo foi de saudade também.
-Eu também te amo demais, Will, não vou ficar longe mais, te prometo.
-Eu não deixaria também, como dá pra ver, vou atrás de você até no fim do mundo.
-Acho que eu estaria muito triste nessas horas se estivesse ido sozinha com o Juanito pra outro lugar, eu ia me sentir estranha sem você.
-Eu iria te encontrar era só me ligar, eu faço tudo por você, e você sabe disso.
-Você é muito bom pra mim mesmo, e apesar de tudo o que aconteceu, você ficou todas as vezes do meu lado por isso repensei tudo e não tinha o porque ficar magoada com você.
-May, e porque você pediu para a minha mãe te deixar em frente a clínica?
-Mas ela não me deixou em frente a clínica somente, ela foi comigo.
-Como assim? May você está doente ou o Juanito.. O que está acontecendo?
-Eu vou te contar tudo Will, mas promete que não vai ficar com raiva?
-May..
Ela o interrompe para prosseguir.
-Só me promete.
-Eu prometo. Mas me fale o que for que seja.
-Quando eu estava terminando de arrumar as minhas malas pra ir embora, a sua mãe chegou, e como eu sei da dúvida que todos tem, antes de sair pedir pra ela levar eu e o bebê até a clínica, e ela nos acompanhou e fizemos o teste de paternidade.
William não gostou nada de ouvir isso, e ainda mais saber que a sua mãe lhe escondeu algo tão importante, e mentiu sobre não saber o porque Maite pediu para que a levasse até lá.
-Eu não acredito nisso, May, eu não tenho dúvida alguma e já te disse várias e várias vezes, não precisava fazer isso..
-Assim todos vivem em paz William, e a sua mãe não vai mais duvidar.
-Mas como fizeram exame de paternidade se eu não fui junto? E não iria nem em pensamento.
-Com os fios de cabelo, peguei os seus na escova..
Ela fala cabisbaixa, sábia que William não aprovava isso.
-Não devia ter feito isso May, você sabe muito bem que eu nunca te pediria um teste, o Juanito é meu filho e só de saber que os outros duvidam disso me machuca.
-Me desculpe, eu estava nervosa e com raiva, depois de ouvir você conversando com o seu amigo na firma, você mencionou o homem da foto que a Noélia te mostrou e falou que era loiro, assim como o Juanito, fiquei decepcionada com você e senti dúvidas em seu modo de dizer, por isso e também pelos julgamentos dos outros fiz o exame de paternidade no bebê, com o cabelinho dele e o seu.
-Eu errei em se quer olhar coisas que as invenções fora de sério da Noélia, e assim como já te disse, não vou errar com você de novo. E sobre o exame, vamos rasgar, sabemos muito bem que o bebê é de nós dois, não precisamos de nenhum teste para provar isso.
-Faremos o que você quiser, porque sabemos a verdade.
Ela fala com a voz baixa e sem levantar o olhar.
-Não fique triste, é que não há dúvidas, é zero por cento de chances do Juanito não ser meu filho, e doa em quem doer, todos tem que aceitar.
-Você sempre será o único em minha vida, e sabe que sempre foi, sempre vai ter alguém pra dizer o contrário, ou que tive vários, mas sabemos a nossa verdade.
-Eu posso me tornar vários também se você quiser, um dia sou bombeiro, no outro encanador, e aí vai..
Eles riem
-Não, eu só quero o meu Will mesmo, esse aqui de agora, que me olha com esse olhar que sei que é só pra mim, com esse sorriso de lado que diz tudo sem dizer nada, com essas mãos que acaricia o meu rosto de leve e vai levantando devagar sempre que quer me beijar, eu quero você assim, como você é, só esse você, já me basta.
-Eu também só quero você, exatamente assim, como é, você me infeitiçou May.
-Ah mas eu não sou feiticeira não, acho que você que fez isso comigo, o que me diz?
-Digo que você está virando o jogo..
Ela sorri mordendo os lábios de leve, como costumava a fazer.
-Quanto tempo vamos ficar aqui?
-Não sei Will, agora todos já sabem que viajei pra cá, não adianta mais.
-Apenas eu sei, e o advogado é claro, nem para o meu pai contei, só falei que ia viajar e peguei as chaves daqui.
-Eu estou tendo uma ideia e preciso da sua ajuda, e acho que assim a Noélia não vai tentar atrapalhar a gente mais.
Eles passaram a tarde toda conversando, e Maite já tinha em mente o que planejava fazer.
.
A noite ficaram os três na sala, e Juanito era no centro das atenções.
-Diz pra mamãe que você ama mais o papai..
Juanito dava pequenos gritinhos quando William o levantava para cima brincando, e descia fazendo cócegas na barriguinha dele com a boca.
-Nada disso ele ama mais a mim, da pra ver, até na hora dormir ele prefere eu.
-Olha a sua mãe se achando, Juanito, só porque você está junto comigo e nem aí pra ela.
Ele falava sorrindo e Maite logo faz cara triste brincando, sábia que assim William pararia de falar dessa forma e ela logo pegaria o Juanito.
-Tudo bem, se vocês dois não me querem, eu fico aqui sozinha no meu canto.
Eles estavam sentados no mesmo sofá, e ela chega mais para o canto e deita a cabeça.
-Ah mas como é chantagista. Vamos dar atenção pra sua mamãe, Juanito.
Ele coloca o bebê próximo ao rosto da Maite, e Juanito logo começa a babar e fazer barulhinhos com a boca na bochecha dela, que não aguenta e sorri.
-Esta babando tudo na mamãe, meu amor.
-Falei que só queria chamar a nossa atenção..
-E era mesmo..
Ela segura o Juanito no colo e logo abraça o bebê.
-Olha como você fica mais à vontade com a mamãe, minha vida,
-Mãe coruja, tem o maior ciúmes desse neném fofo.
-Na realidade de você eu não fico com ciúmes, foi só brincadeira, eu amo que você tem esse amor todo pelo Juanito.
-Ele é tão perfeito que fico admirado, em como podemos ter feito uma pessoinha assim.
-Isso é verdade, nosso filho é a coisinha mais perfeita que podíamos ter feito.
-E quando vamos dar um irmão a ele, mamãe coruja?
William fala descontraído mas Maite fica sem graça e tenta disfarçar.
-Nosso filho ainda é um neném Will, e somos felizes com ele.
-Sim meu amor, vamos aproveitar muito essa fase dele e depois pensamos em aumentar a família.
Ela não fala mais nada e entrega o Juanito de volta a ele.
-Vou preparar um bolo pra gente, você comprou todos os ingredientes, e vou fazer um bem gostoso e com muita cobertura, porque agora o Juanito já come um pouquinho.
-Quer ajuda? Aí deixo o Juanito na cadeirinha e mão na massa.
-Pode ficar aqui com ele, bom que brincam juntos, rapidinho eu faço.
-Está bem, se precisar me chama.
Maite se levanta e o dá um selinho e segue para a cozinha, e assim que encosta no balcão começa a chorar, ela já estava com um nó na garganta que não se conteve e chorou silenciosa para William não escutar.
-Espero que o William entenda que será só nós três para sempre.
Quando o bolo ficou pronto já era de noite, e Juanito logo que comeu, dormiu, ele ainda comia bem pouquinho, porque tinha acabado de entrar na transição com novos gostos e sabores, e tudo era novidade, assim como as papinhas, as frutas e qualquer outro alimento, mas o leite ainda era o que ele mais gostava e não dispensava nunca.
-Ele ficou a tarde toda acordado, o bom é que agora ele só acorda de manhã, vai dormir a noite inteira.
-Ele é um anjinho, não aguento ficar mais sem o meu filho, você imagina o tamanho do presente que me deu, May?! Nem sei explicar.
Ela sorri pela maneira espontânea dele falar.
-Ele é a minha vida também, não da pra explicar esse amor não, é maior que tudo, fomos presenteados mesmo, com o Juan Miguel, meu neném lindo.
-Lindo mesmo, a cara do pai.
William logo que fala sorri de lado, o sorriso que Maite mais gostava.
-Convencido. Mas tenho que admitir, ele é lindo mesmo, assim como você.
-Você é a mulher mais linda do mundo, meu amor, I love so much..
-Você e seu inglês, só porque sabe que fica atraente falando assim.
-Hum me acha atraente falando assim é?! Minha mulher maravilhosa. Today we have an incredible night, my life.
---------------
.
Carolina