Stranger

By MaduKoby

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(+18) Gael é um alfa albino e autista, mas nada o impede de ser o cara mais inteligente que Alan já conheceu... More

AVISOS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítul0 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49

Capítulo 27

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By MaduKoby




– Alan?! – Quase gritou em alivio quando encontrou o ômega encostados numa das árvores do bosque, com um cigarro aceso enquanto olhava neutro para o céu, contando as estrelas em voz alta para que não ouvisse a voz desesperada de Gael. – Onde você estava?

– Na casa do caralho.

– Ainda está irritadiço?

O ômega rosnou agressivamente, fazendo Gael o encarar surpreso. Ele rosnava feito um alfa.

Alan começou a ficar estressado quando Natã, no intervalo da palestra, veio até Gael sorrindo; seu corpo parecendo rebolar de um jeito que não agradou Alan nem um pouco. Ele tinha cabelos loiros claros e olhos escuros, parecia do tipo delicado e estudioso como Gael. E ficou mais furiosos quando percebeu que os dois pareciam se conhecer a eras e, principalmente, na forma como ambos se elogiavam. Alan quase vomitou, se sentindo diabético com tanta doçura.

Depois quando decidiram exclui-lo ao falarem sobre fusão termonuclear, o ômega fez um bico enorme e começou a bufar. Tocou Gael sutilmente várias vezes, querendo chamar sua atenção, e quando o alfa o encarou irritado, sua paciência e compreensão se esgotaram de vez.

– Vai para o inferno! E leva aquele ômega estúpido com você!

– Ele não é estúpido – Franziu o cenho, confuso.

– Você lambe tanto o saco dele! Tem gosto do quê? Deve ser de morango para você ficar de quatro por ele! – Trovejou, pupilas dilatada e lábios entreabertos em busca de ar.

– Eu simplesmente aprecio astronomia e cosmologia, e são área que ele é especialista. É excitante a elucidação de Natã sobre buracos negros. Eu fico atônito com suas pesquisas! Ele é tão inteligente e...

– Excitante? – Alan interrompeu, chocado. – Você ficou excitado?

Gael o encarou como se o ômega fosse um esquizofrênico.

– Não foi isso que eu quis dizer.

– Você ficou babando em cima de Natã! "Ah, porquê ele é tão maravilhoso! Ah, porquê ele é tão esperto!" – Alan começou a imitá-lo, alarmando Gael de um jeito vergonhoso. – "Ah, porquê eu quero meter no buraco negro dele..."

– Espere... O quê?! – Gritou, fazendo Alan se calar durante um tempo.

– Foi o que pareceu.

– Você enlouqueceu? – Seus olhos se arregalaram enquanto digeria a piadinha astronômica. Gael jamais entenderia se Natã mesmo não lhe tivesse explicado isso anos atrás.

Seus lábios começaram a tremelicar suavemente antes de Gael começar a rir. Rir de um jeito que Alan nunca tinha ouvido.

Ele amava quando Gael fez isso, mas Alan estava furioso e tentado a arrancar as cordas vocálicas daquele arrombado do caralho que se esqueceu do quanto aquilo era único.

– Seu idiota! Você está rindo! – Rosnou, virando o rosto para o lado.

– Você está mesmo fora de controle – Gargalhou, se inclinando para a frente como se o ar lhe faltasse. Era estranho ouvir-se rir. Era tão estranho a ponto de fazê-lo sentir dor.

– NÃO ESTOU, NÃO!

– Consegue ouvir o tom de sua voz? Ela já ultrapassou do que se consideraria como "não irritado".

– Pare com essa porra – Escondeu o rosto nas mãos antes que corasse. Ter Gael com humor, rindo e até entrando na onda, era uma série de eventos inéditos que se reuniam para formar algo maior dentro de Alan.

Talvez Gael não estivesse errado quando disse que o ômega tinha sentimentos por ele.

– Oh, você está com ciúmes... – Sorriu, se inclinando sobre Alan que se ergueu abruptamente, quase se chocando em Gael que o olhava divertido.

– O QUÊ?!

Gael ignorou completamente o mini ataque, entendendo que aquilo era orgulho.

– Confesso que estou atônito. Um ômega com ciúmes mortal de outro ômega. Soa hilário.

– Cale a boca! Você é que vai ficar com ciúmes da minha pele perfeita depois que eu esfolar a sua no asfalto! – Berrou, se aproximando perigosamente de Gael que continuava sorrindo, mas recuando um pouco.

– Oh! Que agressivo! – Brincou, sentindo ser pressionado numa árvore. Mas ele não estava se importando. Ter Alan com ciúmes era seu alvo. – Está começando a me ameaçar...

– Para – Grunhiu, cruzando os braços antes de fazer bico, as bochechas coradas sendo escondidas pelas mãos.

– Não faça essa expressão – Sussurrou, os lábios tão perto de seu ouvido que Alan sentiu seu corpo inteiro tremer em excitação. Ele tinha se esquecido do quanto adorava isso. – Ela dá o oposto do que você desejava reproduzir: você fica ainda mais adorável.

Se Gael sentisse ao menos uma fagulha das sensações que ele vinha tendo nos últimos tempos, se sentiria agradecido. Mas talvez fosse pedir demais, talvez Gael ainda não estivesse preparado para toques e afagos, mas Alan queria tanto... Ele precisa tanto...

– Me abraça – Se aconchegou perto de Gael que prendeu a respiração, sentindo Alan se esfregar contra si, antes de entrar debaixo de seus braços e encostar a cabeça em seu peito. Seus choramingos cessaram quando Gael deu tapinhas amigáveis em suas costas, deixando que o ômega farejasse seu pescoço com possessão, começando a fazer barulhinhos irritados quando sentiu o cheiro de Natã.

– Tudo bem, criaturinha ciumenta – Sorriu, percebendo que Alan estava começando a liberar feromônios, querendo que seu cheiro ficasse no lugar de Natã. – Eu me sinto honrado por você quase esganar Natã na minha frente só porquê você estava se sentindo intimidado.

– Você percebeu que eu queria socar a cara dele? – Ergueu os olhos para Gael e o alfa percebeu o quanto eles pareciam carentes. Alan era terrivelmente carente, e só sossegou quando Gael acariciou sua bochecha, arrastando delicadamente suas luvas pela bochecha de Alan que gemeu baixinho, fechando os olhos.

– Você é transparente em suas emoções, mesmo aquelas que pairam sobre a ira.

– Você se sente atraído por Natã? – Testou-o.

– Só pelo seu trabalho. Eu o aprecio pelas suas performances científicas e pelas suas ambições como astrofísico. Ele foi uma das únicas pessoas que me trataram com gentileza desde a primeira vez que nos conhecemos.

Alan ficou em silêncio e então suspirou, como se estivesse lamentando.

– Desculpe.

– Pelo o quê? – Franziu o cenho e Alan se encolheu ainda mais contra si.

– Por ter te tratado mal várias vezes. Eu fui grosseiro e arrogante – Murmurou, fazendo Gael refletir consigo mesmo se aquilo estava acontecendo.

Alan estava pedindo desculpas. De novo.

– Eu também fui inconveniente. Fui muito direto, mesmo sabendo que isso atormenta – A voz de Gael soou estranha, dando uma dor dormente em Alan que se virou para olhá-lo. Não era justo ele pedir desculpas.

– Você não gostou de mim desde sempre, não é?

– Você me remetia a ideias nostálgicas da minha época escolar. Eu odiava seu jeito descolado e malicioso. Você me lembrava os garotos que me magoavam.

– Eu sou tão estúpido...

– Você soa como um atroz, mas você é adorável e gentil quando deseja ser – Sorriu para Alan, de um jeito que quase o fez derreter.

– Eu não gosto do jeito que ele te olhou.

– Nós apenas nos admiramos mutuamente.

– Mesmo assim, não quero ele perto de você.

– Posso dizer o mesmo de Elias – Fechou o sorriso, desviando o olhar.

Seria engraçado caso Alan também não começasse a se irritar.

– DROGA! Pare de falar em Elias! – Se afastou com brutalidade, cruzando os braços.

– Você iniciou uma longa confissão, então eu também enfatizarei o que me enfada.

– O que você tem com Elias?

– Ele me desagrada – Disse, antes de dar de ombros. – Talvez eu também tenha ciúmes deles.

Alan ficou mudo, encarando Gael de boca aberta antes de começar a rir.

– Oh, agora tudo é ciúmes para você?

– Eu li que ciúmes faz funcionar o córtex anterior cingulado – Informou, fazendo Alan revirar os olhos. Gael sempre citava neurociência. – Áreas como hipocampo são ativadas e isso instiga o desconforto e agressividade. Eu detestei quando o vi fazendo sexo com Elias.

O ômega suspirou pesadamente, passando as mãos pelo rosto.

– Eu só transei com ele porquê eu estava no final do meu heat. Eu e Elias não nos gostamos desse jeito.

– Desse jeito? – Piscou confuso.

– Tipo, romanticamente.

– Hum, e como é esse "romanticamente"? – Perguntou ingenuamente, fazendo Alan rir.

– Acho que é quando você tem um afeto forte pela pessoa e quer ficar com ela grande parte do seu tempo.

– Isso não foi muito esclarecedor.

– Eu nunca senti esse lance meloso antes, então eu não vou poder explicar.

– Entretanto, parece excitante – Balançou a cabeça em empolgação. – Você não sente vontade de ter isso?

Alan mordeu os lábios, corando.

– Às vezes, sim.

Gael arregalou os olhos, como se estivesse tendo uma ideia brilhante e Alan o interrompeu rapidamente:

– Não me diga que você vai querer experimentar.

Ele assentiu veementemente e Alan suspirou:

– Você ainda vai se arrepender.


– Alan, você precisa despertar – Cutucou o ômega, receoso.

Gael já havia sido carregado, tocado e abraçado por ele, além de ter visto Alan fazendo sexo. Teoricamente, ele já deveria estar com uma relação intima com o ômega. Mas dar o primeiro passo era diferente.

– Que horas são? – Abriu os olhos, bocejando. Olhou para fora da janela do carro e viu a penumbra da noite. Era madrugada.

– São duas horas da manhã – Confirmou, vendo o ômega se encolher mais sob o banco, tremendo. – Você está bem?

– Frio... – Sussurrou, abraçando seu próprio corpo. Ômegas eram intolerantes ao clima ameno, e Alan não era exceção.

Gael poderia ter ponderado sobre a ideia, mas não pensou duas vezes quando alcançou no banco traseiro seu cobertor perfeitamente embrulhado, colocando-o em cima de Alan que o encarou surpreso, quase que assustado.

– Você traz um cobertor no seu carro?

– Você não? – Perguntou, ajeitando o tecido felpudo em Alan que piscava confuso, antes de suspirar satisfeito, esfregando o cobertor contra o rosto. Era tão confortável... e seguro.

Aquilo tinha um cheiro forte de Gael. Era como se ele tivesse aromatizado o cobertor. Alan queria ficar para sempre debaixo daquele tecido. O cheiro e a sensação agradável fazia o ômega se sentir protegido e aquecido.

– Oh, isso é tão bom... – Ronronou, sentindo que poderia adormecer novamente.

– O quê? – Alan não lhe respondeu, continuando com os barulhinhos sonolentos enquanto cobria seu rosto. – Você está sentindo meus feromônios?

– Você aromatizou o cobertor?

Gael assentiu, vendo que Alan ainda farejava o tecido.

– Eu tenho isso desde criança. Minha época pueril foi muito conturbada – Coçou a nuca, desconfortável. – Eu me cobria e me escondia no lugar mais estreito até a minha CB passar e...

– CB? – Franziu o cenho.

Gael corou, mais constrangido do que nunca.

– Eu chamava de Crise Barulhenta. Eu gritava a pleno pulmões quando algo fazia minha síndrome oscilar.

– Você está falando de uma TEA? – Perguntou, ficando atento de repente.

– Sim, entretanto, eu ainda não compreendia precisamente o que eu tinha. Então eu simplesmente tentava deixar de um jeito mais claro – Explicou, mesmo que interiormente soubesse que não precisava falar sobre sua condição. Mas com Alan as coisas pareciam mais fáceis.

– O que você sentia?

– Irritabilidade, principalmente. Eu transtornava quando algo saia do controle, ou quando eu estava exposto a lugares com demasiados ruídos e pessoas.

– Quando você está agitado você usa seu cobertor?

Assentiu, vendo Alan apertar mais fortemente o tecido contra seus dedos. Gael sabia que ele também se sentia mais estável, embora não entendesse que não era por causa do cobertor.

– Isso é tão fofo – Riu, se arrastando no banco até que estivesse próximo a Gael que fitava o volante, tentando não mostrar surpresa. – Você é fofo. E totalmente diferente dos alfas que eu fiquei. É estranho pensar que eu me sinto mais com seguro com você do que eu me sentia com eles.

– Você não vê como um alfa, não é? – Concluiu com melancolia e Alan franziu o cenho. – Minha aparência não tem o estereótipo de um alfa, e eu não sou possessivo ou...

– É claro que eu te vejo como um alfa – Cortou, como se fosse óbvio, quando viu Gael estacionar o carro na frente da casa de sua família. – Meu emocional fica sensível quando estou perto de você e, bem, meio que eu penso em fazer coisas com você que ômegas e alfas fazem juntos.

Riu alto enquanto Gael o encarava confuso, entendendo que Alan tinha sido sarcástico ou... malicioso?

– O que quer dizer?

– Oh, você não é o mais esperto daqui? Acho que você consegue entender – Sorriu de canto, se inclinando ainda mais sob Gael que se afastou, com os olhos arregalados. – Você sabe que eu toparia qualquer coisa, não sabe? – Lambeu os lábios, antes de mordê-los sutilmente, descendo os olhos que cintilavam de avidez para a boca de Gael.

– O que você está fazendo? – Ofegou quando o ômega aproximou os lábios dos seus, sorrindo divertido.

Alan conseguia fazer com que Gael sentisse vontade de jogar os protocolos de seu TOC para o ar, e se afogar sem precedentes na respiração irregular do ômega que não continha suspiros ao ver os olhos vidrados de Gael presos em si.

Oh, sim.

Ele estava sentindo tanto quanto Alan, e sua alma vibrou com a possibilidade de poder tocá-lo ainda mais. Mas ele não poderia fazer isso. Não agora. Tinha que se lembrar que Gael não era como os outros.

– Nada. Eu não estava tentando fazer nada – Sua expressão fechou, dando lugar a frustração. Suspirou fatigado, jogando o cobertor em cima de Gael antes de sorrir forçosamente. – Valeu pela carona. Foi legal, apesar daquele loirinho irritante falar demais.

– Você fala mais do que ele – Baixou o vidro do carro para olhar Alan que já estava de pé na calçada.

– Isso porquê eu sou uma pessoa incrivelmente simpática e legal.

– Oh, sim. Você é mesmo – Sorriu com candura, sem perceber que Alan tinha paralisado; os olhos se arregalando em surpresa.

Agora era ele que estava no estado de puro atordoamento e emoção. Teve que lutar contra o gemido crescente em sua garganta de profunda satisfação. Era patético, e ele sabia que estava parecendo um colegial virgem, mas até a voz aveludada de Gael arrepiava sua pele e fazia seus sangue correr mais rápido. Alan teria que seriamente se controlar. Cada dia que ia embora era mais um passo para um caminho sem volta. Toda essa merda não daria em nada. Sabia que sua insistência em Gael era fodidamente masoquista da sua parte.

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