O Assassino das Rosas

Por pedhen13

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"Jessie e Luke se conhecem em uma época que um assassino em série ataca a cidade de Glendale. Após muitos jog... Más

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12

Capítulo 8

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Por pedhen13

AGENTE BANKS

       Trabalhar no FBI me fazia entrar em cada lugar imundo. Eu e Erick estávamos atrás do segundo nome da lista do detetive Taylor, e estávamos em um bar sujo, cheio de ratos e baratas por todos os lados. Homens bêbados antes das nove da manhã ficavam me encarando, a maioria gordos e desarrumados. O cheiro de álcool só não era mais forte que o fedor do mofo que incomodava o meu nariz.

      No fundo do bar havia uma porta entreaberta, Erick foi na frente empunhando sua arma. Eu peguei a minha também. Entramos sorrateiramente no cômodo pequeno, porem bem arrumado em comparação com o bar de que ele fazia parte. Joshua Perón estava sentado atrás de uma mesa de madeira. Havia alguns cadernos e um cinzeiro que tinha um charuto acesso. Uma grande nuvem de fumaça se formava em cima dele e deixava a visibilidade baixa.

      “Joshua Perón. Parado, FBI.” Erick disse.

      Ele continuou imóvel. Acima da mesa havia uma luminária baixa acesa que fazia a fumaça ficar ainda mais clara, não conseguíamos enxergar o rosto dele.

      “Coloque as mãos aonde eu possa ver.” Erick ficava irritado nessas situações. Às vezes eu achava que ele levava essa coisa de combater o crime muito a sério, a ponto de não viver sua vida. Pelo menos ele era efetivo no que fazia.

      Apesar dos avisos Joshua não se moveu. Erick fez um sinal para que eu fosse pela direita, ele caminhou na direção contrária. Não sei qual de nós viu primeiro, mas ambos ficamos igualmente petrificados quando chegamos juntos ao outro lado da mesa. Uma poça de sangue encharcava os pés de madeira da cadeira em que Joshua estava sentado. Ele tinha um buraco de uns dois centímetros perto da nuca de onde o sangue estava coagulado. Joshua tinha quarenta e dois anos, mas aparentava ter cinquenta, ou sessenta. Tinha o cabelo branco, que estava vermelho agora. Erick pegou o celular para chamar uma ambulância para recolher o corpo e eu fui analisa-lo.

      Chequei seu pulso, somente para confirmar. Estava mesmo morto, e a julgar pela baixa temperatura do corpo ele estava morto desde a última noite. Eu puxei a cadeira um pouco para trás para procurar por alguma pista. As pernas dele saíram debaixo da mesa e em cima delas estava uma rosa vermelha. Junto a rosa havia um envelope parecido com o que o detetive Taylor carregava mais cedo.

      “Erick...” eu o chamei mas não precisei falar mais nada. Ele se aproximou de mim ao desligar o telefone e retirou um par de luvas do bolso ao ver a carta. Erick retirou o envelope com cuidado para mover o mínimo possível a rosa, o abriu e leu em voz alta a mensagem.

      “Estou um passo à frente de vocês.” Ele disse e virou a carta me mostrando com o dedo indicador a rosa vermelha desenhado no canto superior. Esperamos a perícia chegar e começamos a investigar a cena do crime.

      Joshua sabia alguma coisa que o assassino das rosas não queria que soubéssemos. Mas iriamos descobrir o que era.

      Nós nunca falhávamos.

      Nunca.

DETETIVE TAYLOR

       Eu sabia... aqueles dois ficaram com toda a glória. Assim que recebi a ligação eu mudei totalmente meu rumo, e eu já estava quase chegando na casa da Harriet. Cheguei naquele bar de periferia que mal cabia as pessoas que estavam lá dentro. Esses lugares nunca tinham câmeras.  Próximo ao balcão os agentes do FBI estavam pegando o depoimento de um homem velho e barbudo, provavelmente o dono do lugar.

      Eu fui abrindo espaço entre os policiais que colhiam provas ali no bar e fui até uma pequena sala movimentada mais ao fundo. Lá dentro estavam os peritos, eles tiravam fotos e usavam alguns equipamentos que eu não sabia pra que serviam. O FBI tinha essas coisas tecnológicas.

      Olhei em volta procurando por algo incomum. Em cima da mesa haviam alguns cadernos, abri um e vi alguns nomes escritos e os números em frente aos nomes. Continuei procurando, não havia muita coisa naquela sala pequena – e também não caberia. Mas um homem como Joshua... ele deveria ter uma câmera escondida... e estava em algum lugar por aqui. Na parede, próximo a porta, havia uma pequena prateleira com alguns livros.

      Joshua não parecia ser um tipo de cara que lê livros.

      Retirei o primeiro livro e o envelope preto caiu no chão. Ninguém ali na sala parecia interessado nos meus passos. Peguei o envelope sem chamar atenção e o abri ali mesmo. A carta seguia o mesmo padrão, a rosa desenhada no canto do papel e uma frase no centro.

      “Quanto mais perto você estiver de me pegar, mais rosas você vai encontrar.”

      Eu saí rapidamente do cômodo com a carta na mão e entreguei para o agente Carter.

      “Onde estava isso?” ele perguntou me seguindo enquanto eu saia do bar.

      “Aparentemente Joshua tinha uma câmera escondida entre os livros, mas o nosso assassino sabia disso também.”

      “Onde você vai agora?” Sarah me perguntou se aproximando.

      “Ainda tenho alguns suspeitos para interrogar... e não posso perder mais tempo.”

      “Nós também já terminamos aqui. Estamos indo para a ‘M&M Eletronic’.”

      “Pra onde?” eu perguntei confuso.

      “É uma empresa eletrônica, fica no centro da cidade.” Sarah respondeu. Eles só podiam estar de brincadeira. Agora resolveram investigar os meus suspeitos também, achei que tinha ficado tudo bem dividido.

      “Mas eu fiquei de interrogar Jessie Allen.”

      “O que? Jessie Allen... interessante isso. Na verdade estamos indo conversar com o presidente da empresa, Mallcon Morton.”

      Claro, era isso. Quando li o nome M&M na ficha de Jessie Allen, eu sabia que já tinha o visto em algum lugar.

      “Vamos então.” Eu disse entrando na viatura.

      Eles entraram na caminhonete e me seguiram. Ao chegarmos na M&M eu desci do carro e entrei no prédio antes dos agentes, mas chegamos juntos na recepção.

      “Bom, estamos aqui para falar com Mallcon Morton e Jessie Allen” Sarah disse à recepcionista. Eu me afastei por um instante para olhar ao meu redor e me perdi em meus pensamentos sobre o assassinato de Joshua. O Agente Carter me chamou e entramos ao elevador.

      “Parece que vamos ao mesmo lugar detetive. Jessie Allen é a secretária pessoal do Sr. Morton.” Sarah falou. Aquilo estava ficando interessante, quantas pessoas mais estariam interligadas a morte de Isaac Salazar?

      Paramos no último andar do prédio. Quando as portas se abriram uma bela moça ruiva nos recebeu. Jessie Allen. Eu a reconheci pela foto que havia nos documentos que eu carregava. Ela estava diferente, o cabelo curto, um pouco mais velha, mas os olhos eram os mesmos.

      “O Sr. Morton os aguarda.” Ela disse apontando para uma sala com paredes de vidro mais ao fundo. Os agentes Carter e Banks foram na frente e eu fiquei parado.

      “Jessie Allen?” eu perguntei já sabendo a resposta.

      “Sim... você deve ser o detetive Taylor... Te vejo bastante na televisão.”

      “Podemos conversar um minuto?” eu perguntei e então ela caminhou até uma mesa que tinha ali perto. Jessie não parecia ser o tipo de pessoas que saia matando por ai. Ela tinha uma expressão meiga e parecia feliz. Quando nos sentamos eu comecei as perguntas. “Você se lembra de Isaac Salazar?” ela mudou de expressão quando falei aquele nome.

      “E como eu não me lembraria... Ele me tirou tudo.” Seu olhar estava perdido em algum lugar longe daquele prédio. Eu podia sentir a tristeza em sua voz.

      “Isaac está morto.” Eu disse tentando alivia-la.

      “Mas ele não estava preso?” agora ela parecia confusa. Meus suspeitos estavam acabando e eu tinha certeza de que ela também era inocente.

      Mas eu precisava arriscar.

      “Isaac morreu alguns dias depois de receber condicional. Isso foi há dois meses... Eu vim aqui te fazer algumas perguntas sobre ele. Se importa em responde-las?”

      “Não... pode fazer.”

      “Você lutou na justiça pela pena de morte de Isaac até o ano passado, mas desistiu. Por que?” Eu tinha as perguntas certas pra ela.

      “Eu vi que não tinha como ganhar... Estava perdendo o meu tempo, e meu dinheiro.”

      “Mas a promotoria já havia marcado uma data para a apelação ao tribunal. Eles estavam certos de que você ganharia e teriam um segundo julgamento... o que te fez mudar de ideia?”

      “Eu superei... por quatro anos... eu ficava me culpando, ficava buscando vingança. Mas um dia...” ela fez uma pequena pausa. “...um dia eu simplesmente superei.”

      As palavras pareciam sinceras. Ela estava sofrendo com as lembranças. Me levantei da mesa quando vi os agentes saindo da sala do Sr. Morton e agradeci a atenção que Jessie tinha me dado. Ela fez a gentileza de nos levar ao elevador e enquanto esperávamos ela me dirigiu suas últimas palavras antes de eu ir embora.

      “Um dia detetive, tudo se resolve. Mas tem coisas... tem problemas que nos consomem por anos. Mas são esses problemas que devemos guardar em nossas memórias... Quando você estiver próximo de perder alguém da sua família vai saber...” ela se virou e voltou para a mesa assim que o elevador chegou. Refleti um pouco sobre aquelas palavras... Seria isso mesmo? Uma ameaça... Eu preferi pensar que não. Entramos no elevador e fomos embora.

      “Conseguiu algo?” A agente Banks me perguntou. “Nós não conseguimos nada... o cara perece um anjo.”

      Pensei um pouco antes de responder.

      “Nada... Também não consegui nada.” Mas meu instinto me dizia o contrário.

      Ele me dizia para me afastar.

AGENTE BANKS

       Eu já estava querendo começar a seguir outro caminho nessa investigação. Tudo que o detetive Taylor tinha conseguido com aqueles nomes foi mais uma morte. Eu duvidava que fosse alguém da lista, mas estava certo que a pessoa tinha alguma ligação com Isaac Salazar.

      “Talvez ele tenha algum amigo informante na polícia” eu disse ao Erick enquanto ele dirigia para algum restaurante qualquer.

      “Talvez não... eu estou certo que ele tem... mas quem? Temos vinte e sete funcionários que trabalham na delegacia, mas apenas doze deles tem acesso as informações do caso.”

      “Vamos começar a observá-los... e podemos também ter alguma escuta na delegacia.”

      “Vou pegar o equipamento com a central e verificamos isso. Mas agora vamos comer por que estou faminto.” Erick disse enquanto estacionava a caminhonete em frente a um restaurante japonês.

      “Comida japonesa de novo?” eu falei fazendo careta... já estava enjoada de tanto comer em restaurantes de culinária estrangeira, mas Erick gostava, estão tudo bem. Demorei um bom tempo pensando no que comer, havia tantas opções, mas eu tinha medo de escolher qualquer uma delas, eu nem era muito fã de comida crua. Acabei pedindo um Yakisoba.

      Enquanto nós esperávamos o garçom trazer os pratos eu fiquei me lembrando do Sr. Morton. Eu e Erick não economizamos nas perguntas.

      “E qual sua relação com Jessie Allen?” Erick perguntou a ele.

      “Ela é minha secretária... nada mais.”

      “Mas você sabia que ela está diretamente ligada ao seu amigo, o Isaac. Certo?

      “Sim, eu sabia... Foi por isso que dei esse emprego para ela. Eu me senti mal pelo que ele fez, e você sabe, apesar de eu falar pra ele que não tinha pressa em receber e tudo mais, ele ficava falando que ia dar um jeito, e acabou nisso.” O Sr. Morton explicava com muita calma. “Ela tinha perdido tudo, foi o mínimo que pude fazer.”

      Ele tinha uma boa história, e falava com veracidade. Não havia culpa e eu tive certeza de que ele não era o nosso cara.

      “Sarah... Sarah.” Erick me chamou enquanto eu estava com os pensamentos em outro lugar. “O que aconteceu com você? Ultimamente tenho te visto tão desanimada... você não era assim quando te conheci.”

      “Não foi nada... é só que, esse caso Erick... nós nunca lhe damos com alguém assim. Você sabe... eu ainda prefiro perseguir ladrões... normalmente tem menos mortes.”

      “Não vai bancar a menininha mimada agora ne.” Ele falou enfiando um sushi inteiro na boca. “E não se preocupe, não vamos demorar a pegar esse cara.”

      Eu assenti com a cabeça e voltei a comer. Quando ele terminou nós fomos embora, eu tinha deixado quase tudo no prato. Ainda tentava procurar alguma pista na minha memória, que felizmente não falhava. Quando chegamos na delegacia nos encontramos novamente com o detetive Taylor. Ele fazia algumas ligações e parecia bravo. Quando ele desligou o telefone nós no aproximamos dele.

      “Harriet Bertrand saiu do país.” Ele falou dando um tapa forte na mesa. “Ela pegou um voo de volta para a França alguns minutos atrás.”

      “Isso é suspeito... Você chegou a falar com ela?” eu perguntei.

      “Não, eu estava a caminho quando vocês me ligaram e fui para o bar.”

      Erick saiu da sala e o vi fazendo uma ligação. Pouco tempo depois ele voltou com notícias.

      “Teremos uma equipe no aeroporto quando ela chegar. Vamos pegar um voo para a França?” Erick me disse sorridente.

      “Eu vou com vocês.” O detetive disse determinado. Ele entrou na sala do chefe da divisão e saiu com uma expressão de felicidade. Provavelmente deve ter sido fácil para ele conseguir a permissão para a viagem.

      Chegamos no aeroporto e em menos de uma hora estávamos em um avião para a França.

      Esse caso já estava virando um caso internacional. E isso agora estava me empolgando.

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