Teen Mermaids

By _EuVitoria_

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Pertencente a dois mundos, Lydia, Rebeka e Luce precisam encontrar suas verdadeiras identidades. Seus c... More

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Mudança

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By _EuVitoria_

   O dia amanheceu ensolarado e o despertador vibrou em volume máximo, despertando Lydia Paker que se remexeu na cama, ainda sonolenta. A jovem encarou seu teto por segundos, porém quando o barulho recomeçou a soar para que ela não se atrasasse, a menina se sentou a contragosto. Do outro lado do quarto, sua irmã Meredith, ainda dormia tranquilamente, o que a fez jogar um travesseiro na mesma e dizer com voz sonolenta:

   - Acorde Meredith, vamos nos atrasar. - A menina se remexeu e resmungou sobre a cama, implorando por mais alguns minutos, o que fora negado com simples palavras: - Mamãe vai vir nos buscar as nove horas, temos que estar prontas até lá.

   - Saco! - irritou-se jogando o travesseiro para o chão e se sentando sobre a cama de pernas cruzadas, claramente mau humorada.

   As meninas encararam-se por segundos e como se uma lesse os pensamentos da outra, pularam da cama junto, dizendo em uníssono:

    - Eu tomo banho no banheiro aqui de cima!

   Ambas correram se empurrando até a porta do aposento, tentando tirar a outra do caminho. Lydia estava a um passo de alcançar a maçaneta quando Meredith lhe puxou pelo pijama, a passando para trás.

   - É o meu quarto! O meu banheiro! - vociferou irritada, assim que a porta fora fechada com um baque e tudo o que se fez ouvir foi a gargalhada de vitória de sua irmã.

   A situação estava ficando insuportável, aquele era para ser o seu quarto, o seu espaço... Mas vinha o dividindo com Meredith desde que o quarto da mesma entrará em reforma e seria assim até que sua mãe desse a segunda ordem.

    Frustrada, Lydia caminhou até seu roupeiro, buscando por um traje ideal. Não que ela soubesse qual era o traje ideal para abandonar tudo o que amava, simplesmente porque sua mãe decidirá mudar-se para uma cidade pacata. "Será só por um ano" foi o que Loren dissera quando decidiu abrir um estabelecimento em uma cidade bem distante dali, uma cidade pequena a qual Lydia nunca se imaginou frequentando.

    A mudança seria naquela mesma manhã, a garota se lembrou disso ao ver o interior do móvel vazio e as caixas espalhadas pelo quarto, aquela imagem fez seu coração doer ainda mais. Não estava pronta para partir e ter de iniciar uma nova vida, uma nova rotina, longe de seus amigos. 

   Sem ânimo algum para escolher uma roupa, abriu a primeira caixa que avistou e pegou a primeira roupa que encontrou. Era um vestido azul marinho, casual e discreto. Um pequeno cinto o acompanhava e para terminar o look, a jovem procurou por sua rasteirinha azul, que combinaria perfeitamente com sua escolha de vestimenta. Abandonou o quarto, indo rumo ao banheiro da casa. Desceu as escadas e cumprimentou uma das empregadas que transitava por ali, com um pequeno sorriso, ao qual a mesma devolveu amavelmente. Sabendo que seu tempo era curto, não se demorou muito no banho e alguns minutos depois encontrava-se lutando contra seus cachos rebeldes, que lhe exigiram muito creme para entrar em ordem.  

    Lydia Paker fitou a si mesma no espelho, seus cabelos castanhos e enrolados caiam perfeitamente sobre os ombros, batendo pouco acima de sua bunda. Seus olhos castanhos esverdeados estavam limpos, mas logo estariam cobertos por alguma maquiagem. Não diria que estava bonita, talvez apresentável, sua autoestima não era lá tão alta, embora possuísse uma beleza admirável.

   Logo o barulho de seus passos subindo as escadas se fizeram serem ouvidos, ela subiu novamente para seu quarto e quando lá chegou encontrou sua irmã digitando freneticamente em seu iPhone. A garota não possuía a melhor das expressões, estava sentada sobre a cama e escrevia com tanta concentração que sequer notara a presença da outra, que aproveitou a oportunidade para lhe observar.

    As meninas Paker não eram nem de longe parecidas, Meredith apesar de ser um ano mais velha, era somente alguns dedos mais alta do que Lydia, sua pele era tão pálida quanto um papel, sendo a outra um pouco mais bronzeada. Seus cabelos negros eram crespos como os da irmã, porém essa possuía madeixas castanhas e um pouco mais cumpridas.

   Ignorando-a, Lydia caminhou até sua penteadeira e se sentou em frente a ela. Todos seus pertences pessoais já haviam sido guardados dentro da única mochila que levaria no carro, o restante iria dentro do caminhão. Sendo assim, ela a pegou e retirou de lá somente o necessário para uma maquiagem básica. Deu algumas pinceladas em seus cílios já naturalmente grandes, escondeu com a base parte das sardas que odiava em seu rosto e passou um batom mate da cor nude.  Assim que terminou, a buzina de um carro ecoou do lado de fora, o que a fez imediatamente se alarmar. Sua mãe havia chegado, era a hora de ir.

   - Pode descer e pedir para mamãe esperar um pouco? - perguntou sem se virar para encarar sua irmã, que estranhamente não fazia nenhum ruído. - Tenho que terminar de guardar algumas coisas.

  Nenhuma resposta venho, fazendo-a se virar e se dar conta de que o lugar no qual Meredith estava sentada a poucos segundos, estava vazio. O som estridente da buzina surgiu uma outra vez e se vendo sem opções, Lydia caminhou até a janela de vidro que dava acesso a entrada da enorme casa na qual costumava morar. Aproximou-se dela certa de que veria o carro rosa de sua mãe e lhe pediria para espera-la por pelo menos mais dois minutos. Mas para sua surpresa o carro que avistara era preto e havia um homem escorado na "máquina" luxuosa. Não era qualquer homem... Era o único homem que amava verdadeiramente.

   Sentindo a emoção correr por cada célula de seu corpo, Lydia saiu a mil por hora do quarto. Nem ligando se iria despertar sua asma com o fato de estar correndo rápido demais, em uma velocidade guiada pela saudade. Quando deu por si, seus olhos estavam molhados pelas lágrimas e ela corria rumo às braços abertos de seu pai. Que ao lhe ter nos braços, ergueu seu corpo do chão e o girou no ar, apertando-a como se nunca mais quisesse solta-la.

   Léo e Loren se separaram quando Meredith tinha dez nos e Lydia nove. Desde o ocorrido, o homem de negócios fora viver sua vida em uma outra cidade, o que o levou a ver suas filhas pouquíssimas vezes, os deixando afastados por meses seguidos. E aquilo doía tremendamente na mais nova, ela era apegada demais em seu pai para aceitar aquela triste realidade.

   - Minha menina. - murmurou ele cheio de graça, finalmente colocado os pés dela no chão, mas ainda deixando o corpo dela grudado ao seu. - Não sabe como eu senti sua falta.

   - Eu também, pai. - murmurou com a cabeça deitada no peito dele, molhando a roupa cara do homem com suas lágrimas.

   Quando Lydia começava a desfrutar daquele afeto, sentiu seu corpo ser retirado dos braços de Léo e seu lugar sendo tomado por Meredith, que se agarrou ao pai que não via a pelo menos seis meses. O homem depositava pequenos beijos no topo da cabeça da filha, enquanto lhe abraçava com amor.

   - Ei, eu cheguei primeiro. - a outra protestou em um misto de raiva e ciúmes.

   - Ninguém liga. - rebateu, apontando-lhe a língua. Pareciam duas crianças, embora fossem duas adolescentes.

   - Não briguem, meninas. Venham cá, cabem as duas. - tentou apaziguar Léo, abrindo os braços e dando espaço para sua caçula que se enfiou no meio do abraço duplo, tornando-o triplo

   - O que faz aqui? - Meredith quis saber, uma vez que interromperam a troca de carícias.

   - Um homem não pode mais ver suas filhas? - ele cruzou seus braços e arqueou suas sobrancelhas, brincalhão.

   - Nos já estávamos indo. - informou subitamente Lydia, seu tom soava triste. Não só por ser a última vez naquela casa e naquela cidade, mas também por ter tido tão pouco tempo com seu pai. - Queria que tivéssemos mais tempo.

  - E teremos. - tranquilizou-a abrindo um sorriso imenso, como se estivesse prestes a dar a maior notícia do ano. - Sua mãe e eu conversamos e decidimos que eu vou passar um tempo em Magic City com vocês, no quarto de hóspedes.

  - Você está brincando? - alterou-se a menina, quase dando pulinhos de tanta animação.

   - Graças a Deus, estou sendo bem sincero. - o homem sorriu ainda de braços cruzados e foi surpreendido por dois corpos pulando em cima dele, em uma comemoração animada.

   - Tudo bem, tudo bem. - Léo gargalhou com suas filhas. - Temos que ir agora, eu vou levá-las no lugar de sua mãe.

   Lydia pediu para si um único minuto para arrumar suas coisas e voltou correndo para junto de sua família. Enquanto o carro se movia lentamente abandonado a cidade, ela se questionava se estava sonhando. Sua cabeça estava deitada na janela e os fones em seu ouvido, ao seu lado, Meredith seguia o mesmo exemplo.


   Luce havia desperto fazia pelo menos uns dez minutos, mas uma preguiça tomava conta de seu corpo e ela escolheu permanecer deitada, com os olhos fechados, pronta para voltar a dormir novamente. No entanto a porta de seu quarto fora escancarada, juntamente com as cortinas que impedia o sol de penetrar no ambiente.

   - Vamos acordar. - sua mãe dizia se divertindo com a situação, ela abriu as janelas deixando que o sol invadisse completamente o aposento. 
  
   - Que droga, mãe. - resmungou a garota, cobrindo sua cabeça com as cobertas, levemente mau humorada por ter sido interrompida na escolha de voltar a dormir.

   - Está um lindo dia lá fora. - cantarolou sua mãe de forma irritante, puxando as cobertas.

   Luce permaneceu tentando lutar para se manter coberta e logo aquilo tornou-se uma brincadeira pessoal das duas. Uma disputa para ver quem vencia. Apesar de ser bem insistente, Luce estava perdendo para Agatha. A mulher pulou vitoriosa quando enfim conseguiu retirar o cobertor e destampar a menina, revelando seu pijama de Mikey. Envolvida na brincadeira, a garota pensou rápido e atirou um de seus travesseiros contra a mulher, que no entanto, desviou facilmente.

   - Você errou. - provocou fazendo caretas e apontando lhe a língua.

   Sua filha devolveu as provações e Agatha por sua vez se abaixou para pegar o travesseiro o lançando em seguida, uma falha tentativa de acertar a outra que nem sequer precisou desviar, pois ela errou tremendamente, acertando o abajur e derrubando o mesmo no chão. Perfeccionista como era, a jovem não deixaria o móvel quebrado no seu quarto. Então pulou para fora da cama e começou a recolher os cacos.

   - Viu o que você fez? - acusou, com falsa irritação e mesmo sem ver o rosto da mulher, sabia que a mesma revirava seus olhos lindamente azuis.

  - Como você é chata. - ouviu a voz bem a tempo de sentir o cheiro suave de Agatha, quando a mesma lhe abraçou por trás, em um daqueles abraços acolhedores de mãe. Ela começou a fazer cócegas em sua filha que tentava inutilmente parecer séria, quando ouviram uma voz animada cantarolar:

   - Garotas? - Bellamy Martin havia chegado. Logo o rapaz surgiu na porta, com sua camisa rosa e bermuda rasgada. Ele encarou ambas com cara de pavor e exclamou histérico: - Não acredito que ainda não estão prontas, gatas! Assim não vamos pegar aquele bronzeado...

   - Não me lembro de ter dito que ia a praia. - Luce protestou, afastando sua mãe para erguer-se do chão. - Não acredito que planejaram tudo sem mim. - resmungou cruzando os braços, emburrada.

   - Sabíamos que você não ia querer, docinho. - ele faz cara de tédio e deu um tapinha no ar, alegando que o que tinha feito não era nada demais. - Agora não terá escolhas.

  - Qual o problema de vocês dois? - perguntou jogando seu corpo de costas na cama macia. - Vivemos na praia. Poderíamos, sei lá... Fazer um programa diferente. 

   - Somente lá encontramos gatos sarados de sunga. - Bellamy falou usando sua malícia no olhar. - E qual a vantagem de morar a poucos quilômetros de distância da praia, se não é para viver nela?

   Luce bufou cobrindo seu rosto com a mão. Seu melhor amigo podia ser a pessoa mais insuportável que ela conhecia, mas ela o amava com todo o seu coração. O garoto era um arraso de pessoa, exalava humor e era muito divertido.

   - Vamos... - disse ele, grudando suas mãos e fazendo esforços para ergue-la da cama. - Já para o banho! Não quero perder nem mais um segundinho.

   Dando-se por derrotada, a jovem se deixou ser erguida, ainda fazendo birra com suas expressões.

   - Vou separando sua roupa. - Avisou sua mãe, fuçando no roupeiro da filha e fazendo careta para algumas peças que encontrava, como se desaprovasse a vestimenta. Luce fez cara feia para ela, e pegou uma toalha. Caminhando logo em seguida para fora do quarto e rumo ao banheiro. Se esquecendo completamente do abajur quebrado.

    Uma vez em seu destino, ela se despiu rapidamente e deixou a água cair sobre seu corpo, expulsando o cansaço e o sono. Sua vontade era ficar se banhando por horas, mas seu melhor amigo e sua mãe já estavam impacientes. Então deixou que seu banho durasse minutos. Desligou o interruptor e enrolou a toalha em torno de seu corpo, seus cabelos longos e negros caíram por cima do pano, batendo um pouco abaixo de sua poupa. Quando tornou a entrar em seu quarto, percebeu o cômodo vazio e uma roupa separada sobre a cama. Era um vestido suave, branco e de renda. Não era chamativo, sendo discreto e muito bonito. Batia pouco acima de seus joelhos, a roupa perfeita para colocar por cima de seu biquíni rosa.

A vestimenta fora vestida e seu cabelos longos presos em um rabo de cavalo bem alto. Luce estava acostumada a passar a tarde na praia ao lado de sua mãe, por tanto sabia que a brisa que sempre encontrava lá, jogaria seus cabelos em seu rosto, o que era bem irritante. Para não dizer que a jovem saiu de "cara limpa" ela passou um pouco de rímel em seus cílios e um glos suave nos lábios, deixando-os com um pouco de brilho.

   Abandonou o quarto. Sua casa não era grande nem pequena, mas sim ideal para apenas duas pessoas. Já que sempre fora ela e Agatha, de vez em quando uma visitinha de Bellamy Martin, somente.

   Luce nunca conhecerá seu pai, Agatha costumava dizer que ele as havia abandonado. Mas que ela não o culpava pois um adolescente de dezenove anos não sabia o que fazia da vida. Porém a filha o culpava sim, pois sua mãe engravidará tão jovem quanto ele era na época e mesmo assim não havia fugido de suas responsabilidades.

    Afastando seus pensamentos ela caminhou até a cozinha, se esticando sobre a mesa até alcançar a fruteira e retirar de lá um pêssego. Quando já estivessem na praia, faria sua mãe lhe pagar um churros, era o mínimo, já que eles não haviam lhe dado tempo de sequer beber um café.

   - Vamos logo, gata. - ouviu o grito de Bellamy do lado de fora da casa e logo o soar de uma buzina lhe apressando.

   Reconhecendo que já estava fazendo os esperar tempo demais, Luce se apressou em deixar a casa, se certificado de ter fechado a porta antes de caminhar a passos ligeiros até o carro moderno de Agatha.

    - Achei que não viria hoje. - resmungou seu melhor amigo, ajeitando seu exagerado óculos de sol enquanto a menina ocupava o banco do carona.

    - Não reclamem. Eu não queria vir. - lembrou mordendo a fruta com tanta vontade que chegou a emitir um pequeno ruído.

    Antes que a discussão pudesse ser prolongada, Agatha tomou as rédeas e colocou uma música da Marília Mendonça para tocar. Fazendo o clima mudar consideravelmente enquanto todos acompanhavam a cantora com um humor renovado e vozes desafinadas.

       Rebeka estava sentada ao lado de sua prima, vendo pela milésima vez a culpa é das estrelas. A garota ao seu lado nem piscava, concentrada demais no romance que lhe deixava emocionada. A outra jovem por sua vez, não estava nem um pouco satisfeita com o programa daquele sábado a noite. Era uma garota avoada, gostava do agito e da adrenalina, ficar entulhada de cobertas sobre o sofá não era muito de seu agrado, ainda mais com uma companhia tão introvertida.

   Seu celular apitou anunciando a notificação de uma nova mensagem, fazendo-a receber um olhar de repreensão de Clark.

   - Chata. - resmungou erguendo seu corpo e jogando uma almofada na outra, que nem com isso tirou seus olhos molhados por lágrimas, da Netflix.

   Rebeka foi para seu quarto, sentou-se no divã e leu a mensagem na barra de notificação: "Vai rolar uma festinha na praia hoje. Te vejo lá?" Contava e questionava sua melhor amiga Danna, acompanhada por vários emojis safados. Ela digitou "sim" com um grande sorriso. Sentindo seu sábado ser salvo com aquela notícia. Festas eram as melhores partes de sua vida, já que raramente acontecia algo de interessante naquela cidade tão pacata, cuja maior atração era a praia.

    Rebeka entrou novamente na sala e procurou imediatamente pelo controle, sabia que a única forma de fazer Clark lhe dar atenção era se ela atrapalhasse sua sessão de choro emocionados por conta de um filme água com açúcar.

   - Temos uma festa para ir. - fora dizendo rapidamente,  aproveitando o curto tempo que teria com o filme no pause. A nerd lhe fuzilou com os olhos, ansiando poder queima-la por ter sido ousada o suficiente a ponto de interromper a melhor parte do filme. 

    - Você tem uma festa para ir.  - corrigiu cruzando seus braços impaciente e de cara fechada.  - EU tenho que estudar.

    Rebeka bufou pelo nariz e revirou os olhos, sentando-se ao lado de sua prima logo em seguida.

   - Qual é, Clark. Temos a semana toda para estudar, e além do mais, Riley vai estar lá.  - apelou para a quedinha que a garota tinha por um dos mais populares. A outra se alarmou, mudando de posição sobre o sofá. Com brilho nos olhos e um interesse renovado no assunto.

   - Me-mesmo?  - gaguejou ajeitando seus óculos. Tentando não parecer mais nervosa do que estava.  - E se e-eu for, a-assim... O-o q-que devo usar?

    - Vamos nos arrumar na casa da Danna. - respondeu como se aquilo fosse o de menos. - Temos que convencer titia de que vamos lá para estudar.

   - Mentir? - perguntou alterada, seu tom estava em protesto. - Você sabe que eu não gosto dessas coisas...

   - Estamos omitindo. - sussurrou incentivando-a a fazer o mesmo, não queria que seus tios escutassem e a festa fosse por água abaixo. 

Ouviram barulho de algo se arrastando na cozinha e trocaram olhares rápidos.

-Vem. - chamou Rebeka, já ficando em pé e caminhando rumo ao som.  - Boa noite, titia.- cumprimentou assim que entrou na cozinha e encontrou a mulher sentada, saboreando um Doritos com os dedos todos sujos.

    - Boa noite. - devolveu acompanhado por um sorriso. Se levantando logo em seguida e depositando a embalagem no lixo, para começar a lamber as mãos cujas ainda haviam vestígios do salgadinho.

   - Estávamos pensando em estudar na casa da Danna hoje. - Rebeka tomou a frente ao perceber que Clark ficaria calada, a garota estava atônita e se abrisse seus lábios, sua mãe perceberia que estava mentindo. Glória lhe olhou e arqueou uma de suas sobrancelhas, como se duvidasse das palavras da sobrinha.

   - Estudar? Em um sábado a noite?

   - O que posso dizer? Preciso tirar notas melhores. - sua voz soava hesitante e o pequeno sorriso também não soava muito convincente.

   - Não acredito em você. - soltou uma risada, negando com a cabeça. - Se fosse Clark me dizendo isso, tudo bem. Mas você... Você é você, Rebeka. Não gosta de estudar nem nos dias de semana, imagina se ia desperdiçar seu sábado.

   Rebeka não conseguiu segurar o riso e caiu na gargalhada na hora mais improvável, mas não poderia negar que havia razão nas palavras de sua amada tia. O olhar de Glória denunciava que ela sabia a verdade e sua sobrinha não teve outra escolha se não abrir o jogo de uma vez por todas, arriscando sua sorte, disse revirando os olhos:

     - Tá, pode ser que não estejamos exatamente indo estudar...

     - Então estão indo para a festa que vai rolar na praia, não é? - foi mais uma confirmação do que uma pergunta.

      - Sim. - fora Clark quem revelou em um sussurro tímido, envergonhada por ter sido pega mentindo. Sua prima lhe fuzilou por ela ter terminado de entregar o segredo. Glória examinou ambas as duas, como se estivesse avaliando o que dizer logo em seguida, e após um tempo que para as jovens pareceu uma eternidade, declarou:

   - Podem ir. Contanto que voltem cedo.

   - Mesmo? - perguntaram em uníssono, se recusando a acreditar naquilo. As animações contidas em suas vozes ansiosas.

   - Mesmo.

   Rebeka e Clark gritaram em comemoração, pularam sobre Glória e beijaram lhe a face. Agradecidas.
  
  
  
  

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