Quando nasce o amor? - Sam...

By barbaravitoriano

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Caitriona Balfe conhece Sam Heughan durante as gravações da série Outlander. O mundo inteiro acha que os dois... More

I - Calmaria
II - Teste de Química
III - Tudo começa com Claire e Jamie
IV - O contrato
V - Nada será como antes
VI - Casamento
VII - Quando nasce o amor
VIII - Eu sou o amor da sua vida
IX - De volta à Paris
X - A falta que você faz
XII - Entrevista
XIII - O topo da montanha
XIV - Arco-íris
XV - Trinta e três
XVI - Só por essa noite
XVII - Sempre haverá um novo capítulo
XVIII - Ao extremo
XIX - Do nada
XX - E as estrelas se alinham
XXI - Tudo termina com Claire e Jamie
Epílogo
Capítulo Extra I - Merece um livro
Capítulo Extra II - É assim que o amor nasce

XI - De volta pra casa

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By barbaravitoriano

O dia seguinte amanheceu lindo, claro e não muito frio. Sophie e Richard haviam ficado até tarde em casa, mas paramos a bebida cedo já que teríamos que trabalhar. Sophie queria dormir comigo para me fazer companhia e só foi embora depois que eu garanti a ela, pelo menos umas cinco vezes, que estava bem. E de fato, aquele dia eu estava realmente bem, talvez fosse o melhor dia desde que eu e Sam resolvemos seguir nossas vidas separadamente.

Cheguei no set primeiro que todos do elenco , íamos começar as leituras, então sabia que todos precisariam estar presentes, inclusive Sam, por isso, esse tempinho antes dele chegar seria precioso.

Como era bom estar de volta. Eu não imaginava o bem que me faria estar novamente com aquelas pessoas, naqueles locais. Todos vieram me recepcionar com abraços e café quentinho, além de roscas recém assadas. Era maravilhoso demais estar de volta.

Entrei no meu trailler que estava cuidadosamente arrumado, tudo que eu havia deixado em seu devido lugar: meus livros, as coisas da Eddie e até mesmo as fotografias. Quantas lembranças elas me traziam. Tantos momentos vividos desde que me vesti de Claire pela primeira vez. Outlander havia me dado presentes inimagináveis, amigos pra vida, experiência, visibilidade, carreira e um grande amor.

De repente ouvi batidas leves na porta, ainda olhando aquelas fotografias, dei um sinal para que a pessoa entrasse, ouvi a porta abrir, mas ninguém falar nada e quando me virei, entendi porque, era Sam.

Ele estava parado na porta com uma expressão apreensiva, talvez esperando que eu dissesse que ele realmente podia entrar. Mas eu simplesmente não conseguia. Ver ele ali na minha frente era uma mistura de medo, alegria, alívio, saudade, eu não sabia se corria para abraçá-lo, se era melhor não chegar tão perto agora, se pedia pra ele entrar ou para sair.

Porém era o Sam, aquele homem que já havia aprendido a ler meu olhar, a entender o que eu sentia sem que eu precisasse dizer uma só palavra.

Então ele entrou, chegou perto devagar, fechou os olhos e foi colocando seus braços em volta de mim, aos poucos me puxando e me aconchegando em seu colo. Fechei meus olhos e me deixei levar para aquele porto-seguro, para o lugar onde eu sempre encontrei paz, amor, onde eu sempre recarreguei minhas energias, onde desabafei minhas mágoas. Fechei meus braços em torno dele e descansei.

Esse não era o plano, estava certa de que precisava seguir meu caminho, deixar tudo isso para trás e tê-lo apenas como colega de elenco. É só um abraço, pensei, não vai passar disso.

E não sei quanto tempo ficamos ali, e isso não importava. Como eu precisava daquele abraço. O cheiro maravilhoso dele me tranquilizava e ele cantarolava bem baixinho alguma música em gaélico que mais se parecia com uma canção de ninar. Senti lágrimas escorrerem pelo seu rosto e cair sobre o meu. Eu queria dizer tantas, mas tantas coisas, entretanto, entre nós, mais uma vez as palavras não foram necessárias.

Fomos interrompidos com um sopetão que Sophie deu na porta sem querer. Imagino que alguém deva ter dito a ela que viu Sam entrar no trailler e ela veio saber se eu estava bem seguida por Richard que quase não conseguiu frear e deu outro encontrão na porta.

Saímos do abraço rapidamente e nos olhamos.

- Oi gente, preparados? - Disse Sophie tentando disfarçar sua real intenção ao ir até lá.

- Sim! - Respondeu Sam, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa - Só nos dá um minuto? Preciso discutir umas coisas da produção com a Cait. - Completou direcionando um olhar tranquilizador para Sophie.

Sam tinha um carinho tremendo por ela, tanto que era perceptível nas cenas, e Sophie por ele. Eu sei que quando nos separamos, muitas coisas ficaram um pouco estranhas, mas senti um grande alívio em ver que o amor e o cuidado entre eles não havia sido abalado.

Sentei na cadeira e Sam sentou em um banquinho ao meu lado. Chegou perto, pegou minhas mãos e só então começou a falar:

- Cait, tenho tanta coisa pra te dizer, tanta coisa, mas primeiro eu queria te pedir perdão, se algum dia eu falei algo que deu a entender que eu te culpava pela perda do nosso filho. - Ele dizia já com lágrimas escorrendo pelo seu rosto, resolveu ajoelhar para continuar a falar. - Eu sei que te pedi para não entrar naquele avião, eu sentia, sentia que não podia deixar você ir, parece que eu sabia que algo ruim ia acontecer. Juro pra você que eu quis ir correndo e pedir pessoalmente pra você esperar, mas eu não pude e eu me culpo demais por isso.

Não podia mais segurar o choro, o choro que segurei por tanto tempo vinha em forma de lágrimas e de alívio. Precisava colocar aquilo tudo pra fora. Deixar ir embora todo aquele sentimento de culpa que eu carregava desde aquele dia fatídico.

As coisas entre eu e Sam estavam um pouco complicadas, não por nossa causa, acho que se tivéssemos nos apaixonado em outras circunstâncias, as coisas teriam ido por outros rumos.

Nosso amor não era perfeito! Haviam discordâncias, desentendimentos, às vezes um excesso de ciúme daqui e dali, haviam pessoas que não eram para existir no meio do caminho, havia um contrato proibindo a divulgação do nosso relacionamento, eram muitas coisas, mas sempre havia amor e no final das contas, a gente sempre se respeitou muito e sempre se entendeu. Mas as coisas saíram totalmente do nosso controle no momento em que mais precisávamos estar em paz.

Eu havia recém descoberto a gravidez e estava muito feliz apesar de não saber como as coisas seriam dali pra frente. Sam parecia uma criança tamanha sua felicidade. Já havia carinho, cumplicidade, muitos planos e um amor indescritível por aquele ser que se formava em meu ventre, fruto do amor que a gente nutria um pelo outro desde aquele teste de química. Não tinha como ser diferente.

Um mês e três dias foi o tempo exato que tivemos para curtir a gestação. Mesmo com o tempo curto e mesmo com nosso relacionamento em segredo foram dias maravilhosos. O cuidado de Sam comigo e com o bebê era sensacional. Ele chorou muito no primeiro exame que fizemos, conversava com minha barriga em toda e qualquer oportunidade, havia planos com sua empresa e estava estudando novos negócios, pensando em nós, em nossa família.

Já estávamos juntos há mais de um ano, mas como a gente já previa o nosso relacionamento não foi bem recebido pela mesa diretora da TV, já sabíamos disso, nossos agentes já tinham nos alertado, mesmo assim a gente tinha tentado, colocamos as cartas em cima da mesa e recebemos um grande ultimato: enquanto a série estiver no ar não poderíamos fazer nenhum tipo de revelação do nosso relacionamento. Depois disso, Sam começou a ser escalado para entrevistas e eventos diferentes dos meus, foi difícil, complicado. Havia uma pessoa sempre presente nesses eventos que Sam ia sozinho: Mackenzie Mauzy e aquilo me incomodava de uma forma que eu não entendia o porquê.

Em uma dessas viagens, Sam foi flagrado em alguns momentos ao lado dessa mesma pessoa, conversando em um bar, assistindo a uma corrida e até tirando selfies juntos. Tínhamos tido uma pequena discussão aquela noite, acredito que os hormônios, a saudade dele e todas essas questões do trabalho interferiram na minha capacidade de julgamento e eu julguei Sam de estar me escondendo coisas, não seria possível a presença daquela mulher em tantos eventos em que ele ia sozinho, ser apenas uma coincidência.

Ele desligou o telefone rapidamente, precisava voltar para junto dos outros, haviam muitas pessoas importantes para um networking. Eu sozinha em Glasgow, resolvi ir visitar minha família, apenas informei Sam através de uma mensagem que estava indo para Dublin.

Mas, mais uma vez Sam sabia que havia algo, mesmo sem eu dizer. Ele sabia que eu estava incomodada com a presença de Mackenzie nos últimos locais em que ele estava, sabia que o início da gestação era incômodo, que eu estava enjoada e enfrentando algum mal estar. Ele não queria que eu viajasse assim antes de uma boa conversa entre nós e tentou me pedir para ficar, mas eu fui. E nessa viagem eu perdi nosso filho.

A culpa me consumiu, eu acreditava que eu havia causado aquilo. E apesar de Sam nunca ter me culpado eu acreditava que de alguma forma, ele me responsabilizasse por isso. Foi confuso, eu estava muito machucada. Ele chegou em Dublin no dia seguinte quando eu já estava hospitalizada, mas eu não tinha coragem de olhar em seus olhos, não havia forças para encará-lo e então pedi que fosse embora.

Sam agora estava quase soluçando, o choro vinha compulsivo, eu o vendo assim só partia ainda mais meu coração. Eu o abracei, deixei que meu corpo falasse por mim, dizer que eu não o perdoava porque não havia nada a que perdoar, dizer que eu o amava demais e que em nenhum segundo desse tempo eu deixei de amá-lo.

Nossos rostos foram se aproximando e sem a gente perceber um beijo surgiu entre lágrimas.

Seus lábios, aqueles que eu beijei a primeira vez como Claire, os lábios que eu sempre encontrei refúgio, a boca que eu já conhecia tão bem, seus beijos eram sempre firmes, eróticos, ali estavam trêmulos, inseguros, mas era o mesmo Sam e beijá-lo era como reencontrar meu lar, era como ir de volta pra casa.

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