As últimas semanas têm sido de provações. É a minha ideologia sendo posta a prova, é Mariana e Vinícius em discussões diárias porque ela não quer ir morar com ele, Anderson, empresa, sanidade, Anderson...Enfim, um conjunto para me deixar louca a cada segundo que passa.
Pelo menos uma notícia boa em tudo isso; conseguiram pegar o cara que atropelou ela, e o mandante era o desgraçado do Rone que fora encontrado morto a uns dois dias. Desconfiava mas não acreditava que ele seria tão maldito a esse ponto.
Suspiro me pondo de pé.
A Empire é uma empresa grande e emprega mais de setecentas pessoas só na sede, as produções de jóias tem aumentado bastante e agora temos trabalhado em uma nova coleção. Seu Otávio já estava a par de tudo antes de se aposentar, contudo decidiu deixar para Anderson assumir. Com os relatórios em mãos, eu caminho para o elevador pronta para conversar um pouco sobre o contrato de novos designres para acelerar já que tem data marcada e eu não percebi ele comentar em nenhum momento sobre isso, de todas as maneiras pus algumas observações por escrito.
O elevador abriu. Sai e olhei diretamente para a minha antiga mesa. Foram anos trabalhando aqui nesse andar, é impossível não senti saudade.
Vou a passos largos em direção a sua sala e, após duas batidinhas leves ouço sua voz autorizando minha entrada, então faço. Não sei descrever o que sentir ao ver a cena a minha frente, o coração saltou no peito e eu apertei os papéis em minhas mãos sentindo algo irradiando meu corpo, tentei descartar a sensação de imediato todavia não obtive sucesso.
Meu chefe estava sentado atrás de sua mesa enquanto uma mulher extremamente linda e radiante se encontrava sentada sobre ela, inclinada, mostrando algo em seu celular para ele enquanto ambos riam. A mão livre acariciava seu braço e o sorriso mostrava que ela o queira, não era impressão, juro que não! Ela não me olhou quando entrei tampouco continuei encarando-a, mirei em Anderson e ele me olhava atentamente agora, sem da a mínima para ela que colocou o aparelho na mesa ao ver o foco da sua atenção mudar.
— Pode se aproximar Deise. — Me chamou. Só então percebi que tinha parado na porta com os papéis em frente ao peito.
Os nós dos meus dedos doendo de tanto apertar.
A mulher então me encara de cima a baixo, analizo-a outra vez e não desvio o olhar, ganhado uma careta em resposta.
— Eu estou indo. Nos vemos a noite? — Perguntou ao descer com elegância. Pegando a bolsa e dando a volta na mesa para então beijar-lhe o rosto demoradamente demais para o meu gosto.
Achei desnecessário.
Uma aproximidade que julguei ser supérfula, mas, como não a conhecia não tinha o direito de falar nada. Eu nem sabia se ele era ou não casado, esse pensamento me lembra de questiona-lo quando tivermos a sós.
— Claro Amanda. Te encontro no seu apartamento. — Ele disse sorrindo.
Revirei os olhos mentalmente.
Te encontro no seu apartamento.
Ao passar por mim fui alvo do seu olhar acusatório quando fitou meu corpo. Não sabia quem ela era, mas podia garantir que o ranço instalou de primeira ao ver o preconceito estampados por míseros segundos.
Quando enfim a porta fechou suspirei alto.
— O que tem para mim? — Nada que você mereça, mas mesmo assim quero te dar.
— Relatórios do andamento da nova coleção. — Estendo a ele. — Eu estive analisando e cheguei a conclusão de uma coisa. — Comento ao me sentar.
Ele ri de lado, arqueando a sobrancelha, cruzando os braços e encostando na cadeira em uma ação clara de "prossiga".
— Me fale senhorita Duarte. Qual foi a sua conclusão? — ele está se divertindo.
Ignoro.
— Como estava dizendo... As produções estão okay mas como você sabe, tem muitas etapas para enfim a jóia poder ser vendida. Os designers não irão da conta e o lançamento é daqui a dois meses, muito pouco tempo.
— E o que sugere?
— Contratar novos designres. — Dou de ombros — Eu não sei Anderson, você é o chefe. Eu só estou comentando o que achei que deveria.
Ele ri.
— Na verdade eu estava vendo isso hoje com Marcelo, analisando com os acionistas para chegarmos ao um veredicto. — Ah. — A mulher de um dos acionistas sugeriu fazermos uma festa de lançamento, com desfiles onde exibiremos algumas das criações.
— Muito bom. — Gosto da idéia.
— É sim. — Ele levanta. Dando a volta na mesa e passando por detrás da cadeira a qual estou sentada.
Os pelos na minha nuca eriçam e seguro o suspiro por muito pouco.
— O tempo é suficiente? — Questiono.
— Sim. Já está tudo sendo organizado, não se preocupe. E sua prima como esta? — Me viro na cadeira, vendo ele colocar um pouco de bebida em um copo e caminhar em direção a mesa outra vez
— Está bem e obrigado pelos... Presentes? —Ele ri com vontade agora da careta que faço. Posso considerar comida um presente? Acho que sim.
— Não foi nada Deise. Mulheres são em sua totalidade fortes demais e guerreiras. Somos conhecidos por sermos frios e não demostrar nada, chorar. Eu não quero imaginar como pode doer tudo que ela passou. Então fiz o que qualquer pessoa sensata faria... Comida as vezes é um ótimo remédio, um bom filme, livros... É essencial também não ficar sozinha, quando estamos sós ficamos a mercê de pensamentos ruins e lembranças dolorosas. As vezes é necessário, as vezes não.
— Você tem razão. — porque ele falando assim todo sério me deixa excitada?
A imagem dele virando o copo nos lábios se torna demais para a minha mente safada e fértil. Há algumas semanas que não transo, qualquer língua sobre os lábios como ele está fazendo agora me deixa febril. Repentinamente a sala de torna quente demais, e agradeço ter prendido o cabelo no alto da cabeça hoje.
— Eu já estou indo. — Arranho a garganta ao levantar. Quero sair dessa sala de tortura.
O suor desce entre meus seios, minha pele formiga querendo ter os dedos de Anderson sobre ela. Essa porra não é normal. Estou desnorteada quando caminho para a porta a passos largas e quase cambaleantes.
Preciso me esforçar para não agarrá-lo por inteiro, se o fizer ele entenderá de outra maneira e eu não quero isso.
É preciso controlar essa vontade de ter sua boca na minha, suas mãos em meu corpo, todo ele.
— Deise?
Prendo a respiração.
— Hum? — Me viro para olhá-lo, sobressaltado ao vê-lo vim até mim como uma fera descontrolada
O olhar cerrado. Ele parece irado e eu só quero sair dessa sala e respirar.
Tento pensar na mulher que estava aqui a pouco, eles marcaram de se encontrar e pareciam ter intimidade, quero muito que isso me faça o deter.
Levanto minha mão para pará-lo, porém ele é mais rápido ao me empurrar contra a porta e colar o corpo grande e másculo ao meu em um baque estrondoso.
Porque é tão difícil mandá-lo parar? Se afastar? Porque minha pele estar incendiando ao ver um pedaço da sua tatuagem ao olhar para o seu pescoço? E os braços? A manga da blusa dobrada deixando o antebraço veiudo e forte para fora. Porque resistir é tão difícil?
Sua mão percorrem meu rosto. Entreabro os lábios. Ele parece me examinar com delicadeza, posso garantir que minha pele clara está avermelhada e se possível a excitação transparecendo em meus olhos.
Então uma sensação estranha perpassa pelo minha estrutura ao ter seus lábios se chocando a minha com dureza e rapidez.
Meu gemido se perde em em sua boca
— Essa sua carinha excitada me faz ter vontade de jogar a delicadeza no inferno Deise, de voltar e mostrar quem eu realmente quero ser com você — murmura rouco.
Beijando meu maxilar, bochecha e orelha, onde mordisca.
— Porque você tem que ser tão difícil huh?
Uma de suas mãos esta na minha cintura, então ele aperta firme me colando a ele, paro de respirar. Sinto a ereção vigorosa e pulsante em meu ventre. Ele é o verdadeiro sem controle.
Último da semana.