Não Há Felizes Para Sempre

By Gabrieldavi_

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CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
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DEDICÁTORIA + CAPÍTULO 1

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By Gabrieldavi_



Para todos aqueles, que assim como eu,

não acreditam em finais felizes.


O sonho.

Abro os olhos e me encontro em um local totalmente escuro. Que local é esse? Quando eu vim parar aqui? Pisco e logo o local toma forma. Meu quarto. Me sento na cama e sinto uma tontura, ao mesmo tempo, que minha visão fica toda embaçada e logo tudo se torna nítido novamente.

O telefone toca insistentemente. Meus tímpanos imploram para eu atender o telefone ou simplesmente desligá-lo. O número não é conhecido, tampouco está na minha lista de contatos. Desligar é o que irei fazer... mas por que eu sinto que não deveria fazer isso?

— Alô? — Sou o primeiro a falar.

— Alô! John? — A voz do outro lado da linha soa desesperada. A voz ecoa por todo o quarto.

— Sim... Quem fala? — Questiono tanto curioso, quanto nervoso. Sinto um arrepio na coluna. Com certeza não é nada bom... eu sinto... eu ouço.

— Você não deve mais lembrar de mim... — A pessoa suspira. Essa voz é familiar. — Sou eu, Better! A tia Betinha, lembra? — Finalmente a voz se identifica. Engulo em seco ao ouvir esse nome.

— Que brincadeira de mal gosto é essa? — O medo me faz elevar o tom de voz. — Ela morreu há anos! — Constato. Algo no meu âmago me diz que é de fato ela. Estou ficando louco!

— Não há tempo para perguntas! — Ela soa mais desesperada, como se não houve mesmo tempo. — Eu estou aqui para te dar um aviso. Não tenho muito tempo. — Tudo ao meu redor começa a se apagar. Acho que estou acordando. — Você corre grande perigo. A pessoa que você mais ama... está no mesmo barco que você. Fuja John! Salve-se e salve quem ama... John...

Tudo começa a desmoronar, fazendo um barulho ensurdecedor, que me faz cair de cima da cama. Tampo meus ouvidos e grito de dor. Meus ouvidos parecem sangrar. A ligação é encerrada bruscamente. Pulo da cama assustado. Me sento na borda da cama. Minha visão está turva e sinto meu peito bombear sangue rapidamente.

Alguém corre perigo... eu corro perigo! Quem é essa pessoa que eu amo? Minha madrasta? Ou seria Laura? Melhor eu esquecer isso. Foi só um sonho, mais um dos sonhos loucos.

Todos meus sonhos têm significados, mas nunca decifro eles na hora. Geralmente, eles trazem mensagens ou avisos e eu preciso decifrá-los. Ouço passos vindo em direção à porta do quarto e dirijo o olhar para a porta, no mesmo momento que ela se abre. — Bom dia! Acordado a essa hora, John? — é Magda, minha madrasta. A considero uma mãe. — Por que você está com essa cara? — Pergunta abrindo as persianas do quarto. Ela tem esse costume. — Parece até que viu um fantasma. — Ela brinca. Não sorrio, visto que, em meu sonho, eu falei com um.

Passo alguns minutos, que parecem uma eternidade, raciocinando e digerindo meu sonho. Olhando meu reflexo no espelho do banheiro, vejo que estou um lixo. Acho que fui atropelado por um trator enquanto dormia. Pego uma bermuda moletom preta confortável e uma camiseta regata. Desço para tomar café. Meus pais já estão na mesa, assim como Laura.

Difícil não a conhecer com suas mechas castanho-claro e encaracoladas. A bolsinha da Louis Vitton que lhe dei de presente, está na cadeira ao seu lado. Todo meu apetite se esvai quando meu olhar vai de encontro aos olhos bicolores de Diego - azul e castanho.

— Bom dia, meu amor. — Laura levanta e me dá um beijinho. Sorrio e retribuo o beijo. Laura tem um cheiro doce, que eu sou viciado. Como sempre, está com um batom marrom e uma sombra azul com fundo verde. Perfeita!

— Bom dia, amor. — Respondo em alemão. A voz de Laura é melodiosa, principalmente com seu sotaque alemão. Me sento ao seu lado. — O que faz tão cedo aqui? — Questiono. Não que isso me incomode, mas marcamos de nos encontrar no shopping na hora do almoço, para passearmos.

Estamos noivos há 3 anos. Faltam poucos meses para o casamento. Não moramos juntos, por ela ser filha única e os pais serem muito apegados a ela. Para muitos, ela é só uma garota mimada, mas ela é muito mais que isso... essa mulher é... perfeita! Magnífica! Minha melhor amiga! A mulher da minha vida! Tudo que sonhei.

— Bom dia, filho! Somente Laura está na mesa, certo? — Meu pai finalmente se pronuncia. Sorrio e dou bom dia somente para os dois.

— Ah, meu amor, eu só estou aqui para acertar mais alguns detalhes do casamento. Quanto menos detalhes tiver, menos dor de cabeça terei. — Dramática como sempre. Laura faz drama com tudo. Até a apelidei-a de dengosa. Fazemos nosso desjejum conversando sobre detalhes do casamento.

— Ainda bem que logo, logo você vai embora! — Diego solta com um sorrisinho debochado. Todos saíram da mesa, ficando apenas eu e ele.

— Não precisa fingir, Diego. Sei que você me ama e irá sentir minha falta. — Dou um risinho debochado também. Ele fica cora.

— Está muito enganado... — Gagueja. Desdenho de sua fala e saio da mesa.

Diego, sim, é um mimado! Não faz nada. Não trabalha com nada. Ele é literalmente sustentado por meu pai e Magda. De certo modo, por mim também, já que tirei a empresa do fundo do poço. Hoje ajudo meu pai administrá-la. Ao mesmo tempo que fiz minha faculdade de advocacia, fiz cursos e mais cursos de administração. Todo o esforço valeu a pena para mim, mas para meu pai, isso foi apenas meu trabalho.

Não consigo tirar o maldito pesadelo da minha cabeça. Certeza de que passarei dias tentando desvendar. Adeus noites de sonos tranquilas. Por mais que eu ame Laura, algo me diz que não é ela. Mas se não é ela, quem é? Minha avó? Mas que perigo ela correria no Brasil? Fecho a porta do quarto e caminho até meu guarda-roupa, a procura de uma caixa de madeira. Guardei-a há alguns anos, mas não lembrava dela, até hoje. Entretanto, após esse sonho, algo me diz para procurar essa caixa. Encontro-a bem ao fundo do guarda-roupa. Uma caixa de madeira quadrada e com um odor forte de mofo. Abro a caixa e a primeira coisa que vejo é uma folha de papel... uma carta, na verdade. Pego-a e uma foto de eu era quando criança caí.

Me lembro bem do escritor dessa carta e do que fiz... por mais que eu goste da Laura, há alguém do meu passado, "Jack" - ele foi meu primeiro amor e que não consigo esquecer, nem superar o que fiz. Resolvo não lê, somente para não me deixar mal. Apanho a foto do chão. Dois garotos. Um moreno mais baixo e o outro da pele clara, abraçados de frente para uma árvore frondosa. Essa foto foi tirada quando éramos adolescentes e bons amigos, até mais que amigos. São memorias dolorosas, por isso fecho-a novamente.

Guardo-a no mesmo lugar, para que ninguém a encontre. Eu já me envolvi com alguns homens - antes de Laura -, mas era só sexo. O único homem que amei de verdade, hoje deve me odiar. Ouço batidas na porta e saio dos devaneios. Abro a porta para Laura e ela adentra no quarto, me olhando desconfiada. Seu perfume toma conta do quarto e eu inspiro fortemente.

— Por que essa cara, amor? — Pergunto beijando seu pescoço. Ela resmunga.

— Eu que pergunto... por que essa cara de assustado? — Questiona de volta. Largo ela e me deito na cama.

— Encontrei uma barata por aqui... — Brinco. Ela corre para cima da cama.

— Mentira? — Pergunta olhando cada canto do quarto. Caio na gargalhada e ela me bate, mas sorrir também.

— Sempre te arranco sorrisos. — Digo e a beijo.

— Idiota. — Fala sorrindo e se senta no meu colo.

— Te amo muito. — Confesso olhando nos seus olhos. Ela morde minha orelha e sussurra que também me ama. Me arrepio inteiro.

>><<

Começamos a escolher os tecidos para as persianas e tecidos para as mesas. As cores serão em tons de azul com bordas douradas. As cadeiras terão os estofados brancos com o suporte dourado. Os lustres serão de pequenos diamantes. Os pais de Laura são donos de várias joalherias aqui na Alemanha. O anel de casamento fora feito por sua mãe, sem Laura saber. A joia é perfeita. Um rubi moldado para parecer um coração, com as alças do dedo de ouro puro.

A degustação do bolo e docinhos, já fora feita há três dias e já está decidido. Toda a decoração será aqui na minha casa, já que tem um jardim imenso. Laura tem um ótimo gosto para roupas, tanto que ela que escolheu meu terno. Sendo diferente dos outros, será azul-marinho e não preto. O tecido é de seda, da melhor qualidade. Perto da hora do almoço saímos para o shopping.

Passamos em algumas lojas para Laura comprar algumas coisas. Eu fui literalmente seu empregado, carregando mil e uma bolsas de diferentes marcas. Aproveitei para passar em uma barbearia e fazer a barba e a depilação a laser que sempre faço.

— Não gosto disso. — Laura comenta enquanto seguimos para um restaurante. Pergunto ao que ela está se referindo, enquanto tento achar uma maneira de carregar todas essas bolsas.

— De outras pessoas verem você pelado. — Explica emburrada. Começo a rir. Ela é tão ciumenta.

— Que besteira. Eu sou todinho seu! — Asseguro-a. Ela me olha de canto e sorrio.

— Ah é? — Questiona sedutoramente. Sorrio abobado. Sou completamente dessa mulher.

— Você sabe que sim... — Sorrio enquanto entramos no restaurante. Escolhemos pratos diferentes. Laura é vegana desde seus dez anos e eu sou vegetariano há quatro anos.

— Hum... — Ela aprecia o risoto de batata. Sorrio enquanto como meu estrogonofe de brócolis apimentado. 

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N/A: Próximo Capítulo é um flashback.

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