Stranger

Galing kay MaduKoby

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(+18) Gael é um alfa albino e autista, mas nada o impede de ser o cara mais inteligente que Alan já conheceu... Higit pa

AVISOS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítul0 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49

Capítulo 16

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Galing kay MaduKoby




– Ei, Gael! – Alan exclamou, vendo o albino pesquisar nos computadores da informática. – O que está havendo?

– Ao que você se refere? – Perguntou, surpreso por Alan conversar com ele.

Depois do vexame que Gael deu quando praticamente desmaiou em Alan, sua memória se apagou. Mas Judith podia ser sua memória. Ela tinha contado que Alan precisou carregá-lo NO COLO e a partir desse momento sua dignidade desmoronou.

Sua pele formigava quando lembrava que Alan poderia ter lhe transferido germes. Gael pensou que sufocaria: como se seu corpo estivesse imerso em água impura que o cercava por todos os lados. Ele se sentia assim quando alguém o tocava, mesmo que a sensação da pele de Alan fosse boa.

– Você ainda está com olheiras e seu corpo parece que foi destruído por um trator.

Gael nunca olhava para os olhos de Alan, mas com o tempo ele aprendeu a fazer leitura labial e entender o que a pessoa sentia só com o jeito que movimentava a boca. E agora Alan estava preocupado e irritado.

– Sua preocupação não faz sentido em absoluto.

– De novo essa merda? – Bufou.

– Você me conhece a pouco tempo e até alguns dias nós estávamos travando intrigas. Você estava fazendo piadas de cunho pejorativo com a minha situação que faz parte de um dos transtornos do espectro autista, não obstante você...

– Eu já pedi desculpas! – Cruzou os braços, corando. – Você não vai esquecer?

– Esquecer? Têm memórias que o cérebro não apaga na fase do sono de ondas lentas – Esclareceu, sem entender porquê Alan estava se exaltando.

– O quê? – Olhou-o, ainda mais perdido. A questão era que nenhum dos dois se entendiam. – Eu sei que fui horrível, desagradável, babaca e...

– Você deduz que eu esteja bravo? – Perguntou, vendo a urgência de Alan em se explicar. – Você já pediu desculpas. Você foi devidamente cortês e usou suas habilidades de empatia.

Alan não estava entendendo porra nenhuma, e toda a situação piorou quando Gael lhe entregou um pirulito.

– Pirulitos para palavras mágicas – Sussurrou, se lembrando de seu avô.

– Haaaaã.... Isso é para mim?

Gael assentiu.

Caralho, ele realmente não era normal.

– Tá, valeu... – Fez uma voz estranha, mas mesmo assim guardou o pirulito no bolso.

– Não se esqueça de passá-lo debaixo da água corrente. É mais higiênico – Concluiu, e Alan não viu sentido nisso até se lembrar que Gael tinha TOC.

Calma.

Alan precisava ter paciência. Foi o que Alina disse para ele.

– Bem, eu vim aqui para te perguntar se você não quer sentar com a gente no refeitório. Nós vamos almoçar.

Depois do incêndio no laboratório, todos os alunos se esforçaram ao máximo para conseguir ressarcir os danos. A equipe responsável teria que pagar pelo estrago, além da reprovação. Mas Gael não fazia parte dessa equipe; ele trabalhava sozinho. Só precisou convencer os professores para fazer outras atividades práticas sem o laboratório. E como Gael era uma espécie de "queridinho", mesmo que não fosse lá muito querido, ele ainda era uma benção para a grade de bioquímica que sempre ganhava pontos por tê-lo como aluno.

Ele ainda poderia se formar no final do ano, mesmo que precisasse ficar acordado nas noites para preparar trabalhos acadêmicos.

– Eu não vou repetir – Comentou, a voz calma mesmo que suas palavras fossem duras.

– O quê?

– Faço minhas refeições em casa.

– Foda-se. Você terá que ficar até mais tarde até o final do semestre. Não vai dar, de qualquer forma, para você comer em casa.

Como Alan era insistente! Ele já deveria saber que Gael não comia perto de outras pessoas. Mas se lembrou do que seu terapeuta um dia disse: "ninguém tem obrigação de entendê-lo, é você que precisa compreender as pessoas".

Estava difícil entender pessoas normais, ainda mais quando essa pessoa era Alan.

– Eu não posso... – Fez uma careta, lembrando do alvoroço de vozes que era o refeitório.

– Vai ser rápido. E você sabe que você está parecendo o com esse descaso com sua alimentação.

– O pó? Você está fazendo uma alusão a cocaína? – Olhou-o alarmado e Alan negou. Ele odiava quando Gael interpretava tudo literalmente.

– Modo de dizer, mas você está mesmo parecendo um viciado com crack com essa sua aparência. Agora venha comigo que Judith está nos esperando.


– Ei, estamos aqui! – Judith gritou e acenou quando viu os dois.

Tinha sido um parto doloroso fazê-lo descer para o refeitório. Mas então Alan percebeu que Gael sentia-se incomodado com sua persistência, então só precisou ser um pouquinho mais chato até que o alfa cedesse.

– Minha nossa, cara. Você está acabado – Elias comentou e Judith o acotovelou, vendo Gael se encolher contra o banco, parecendo mais desconfortável que nunca.

Alan o deixava sufocado; Elias duas vezes mais. Toda vez que olhava para o alfa se lembrava dele penetrando Alan.

– Sexo – Sussurrou, fazendo os três se assustarem. – Alguém viu vocês dois?

– O que ele está falando? – Elias estava boquiaberto enquanto Alan suspirava.

– Não, ninguém viu – Garantiu. – E isso já faz tempo. Agora, vamos apagar isso de noss....

– Coito.... Orgias... Copulação... sexo é censurado pelo regulamento da nossa universidade – Alan fechou os olhos com força quando viu outros alunos olharem para Gael. – Tragar maconha e outras drogas ilícitas também é proibido.

– Nós já sabemos disso – Disse entredentes. – Você já falou isso. Não é você que não gosta de repetir?

– Sim, eu desaprecio – Deu de ombros, ingenuamente. – Contudo, é válido ressaltar.

Elias e Alan se entreolharam, antes do ômega provocar:

– Eu não sabia que você entendia sobre sexo.... trepar... foder... transar – Riu e Elias o acompanhou .

– Por que eu não compreenderia? – Estranhou, antes de Judith grunhir.

– Gente, eu estou comendo....

– Ué, você é virgem, não é? – Perguntou malicioso: Gael percebendo o tom distinto na voz, mas sem entender o motivo.

Assentiu, fazendo Alan rir debochado. Ele ainda tinha a inclinação de ser maldoso com Gael, mas sem machucá-lo de verdade.

– Por que você está rindo?

– É que você é tão inocente – Sorriu, agora um pouco mais afável, olhando fixamente para o rosto de Gael que corou, se encolhendo um pouco.

Ele adorava essas provocações, porque Gael sempre tinha as relutâncias mais fofas.

– Isso é por causa do seu autis... – Elias se interrompeu. – Da sua dificuldade de interação social?

– Sexo é impuro... abjeto... desprezível.... ignóbil... – Mordeu a língua, sabendo que sua citação de sinônimos poderia irritar.

Nojento? – Alan assoviou. Pelo jeito Gael tinha uma alma tão clara quanto sua pele. – Você não entende de sexo, pelo jeito.

– Eu tenho livros sobre reprodução assexuada e sexuada, principalmente sobre o reino animal – Se empolgou, lembrando do quanto aprendeu para usar nas aulas de biologias e fazer a garotas torcerem o nariz quando falava em voz alto no meio da turma, até sua professora mandar calar a boca. – Algumas espécie de papagaios regurgitam na bico da fêmea. Isso mostra para sua parceira que ele pode alimentar seus filhotes.

Alan e Elias se entreolharam de novo, mas Gael tinha mais para contar:

– Entre abelhas, o sexo é doloroso. O macho perde seu aedaegus...

– O quê? – Alan olhou-o horrorizado.

– ... Pênis na penetração. Ele sangra até a morte – Gael estava eufórico. – Há também os peixes palhaços que passam por uma metamorfose de permuta de sexo e...

– Ah, tá. Nós entendemos perfeitamente que o reino animal pode ser estranho – Judith concluiu, vendo Gael ficar desapontado por não poder compartilhar mais.

– Tudo isso me parece legal – Elias disse. – Sexo é incrível. Deveria experimentar.

– Eu jurava que Gael diria que leu naqueles livros infantis – Alan sorriu. – Quando um ômega e um alfa se apaixonam, o alfa coloca a... semente? Tem a ver com sêmen, então acho que dá para seguir essa lógica.

– Apaixonar-se? Alfas e ômegas não precisam estar com intensos laços afetivos. Existe sexo casual, não é? – Olhou para Alan que se desequilibrou. – Você e Elias é... como você afirmou? Parceiros de foda.

– Alan! O que você anda dizendo por aí? – Elias corou e o ômega riu alto, tendo que respirar fundo para se acalmar.

– Caralho, isso é muito constrangedor. Parece que estamos explicando sexo para uma criança.

– Eu não sou criança – Retrucou. – Eu tenho 21 anos.

– Eu estou brincando – Alertou, antes que Gael se frustrasse. – Ah, e eu preparei algo para você.

Colocou em cima da mesa bolinhos embalados em papel filme, com a proteção extra do recipiente. Gael olhou para Alan, confuso.

– Você está desnutrido e, por incrível que pareça, isso é muito saudável. E eu sou um ótimo cozinheiro.

Judith e Elias concordaram, roubando alguns bolinhos.

– É sério, isso é muito bom – Elias confirmou, vendo que Gael não iria aceitar.

– Eu só como ingredientes preparados por mim mesmo. Não aceito nada de estranhos.

Alan revirou os olhos.

– Eu não um estranho.

Porra, justamente quando ele imaginava que as coisas estavam progredindo, Gael desmanchava tudo.

– Você está dizendo isso por causo do TOC? – Judith perguntou e Gael concordou. – Alan é muito cuidadoso com o que prepara. Eu como tudo que ele faz e não morri até então.

O albino continuou negando.

– Você está se acomodando com o TOC – O ômega não costumava falar sobre os problemas de Gael, afinal, ele não entendia muito sobre. Mas depois que começou a conversar com Alina, ele se informava cada vez mais, mesmo que não tivesse nenhuma responsabilidade sobre isso. – Eu entendo que você tem compulsões. Eu sei que te dá angustia quando você não faz o que está programado. Você pensa que seguir isso te ajuda a se livrar da angustia do TOC, mas cumprir com o que seu transtorno ordena faz você reforçar esse problema em vez de se livrar dele.

– Todavia, eu não consigo... – Ele sabia que Alan estava certo, mas não era simples.

– Justificar e dizer a si mesmo que não há problema em continuar com essa obsessão faz o TOC piorar. Você pode começar a se livrar das suas paranoias em pequenas coisas, como experimentando isso – Empurrou o pote com bolinhos para perto de Gael que trancou a respiração, começando a ficar nervoso.

Ele odiava quando alguém o forçava a algo, mesmo que não fosse o que estava acontecendo. Alan queria ajudar, mas Gael já estava tão sufocado e ansioso que se sentiu tentado a rosnar.

– Não! – Gritou, fazendo o ômega se sobressaltar. Gael nunca gritava. – Eu não quero!

– Está tudo bem, Gael – Alan sussurrou, entendendo que precisava de paciência. – É só morder e se não quiser engolir, ok. Só tente.

Gael começou a respirar com dificuldade, a crise da sua síndrome e do TOC batendo a sua porta.

– Por favor, Gael. Me deixe te ajudar – Apertou suavemente o pulso de Gael que paralisou, sentindo a pele quente de Alan dar pequenos choques, que fizeram com que recuperasse a compostura.

Com Gael sempre precisava de delicadeza e cuidado quando se transitava pela sua fragilidade. Ele era como quadros de museus antigos: não podia tocar. Às vezes Gael precisava ficar longe, sem ter contato com ninguém; mas às vezes ele necessitava que alguém tocasse nas suas cordas mais profundas para que seu lado calmo ressurgisse.

– Não irá... me fazer mal? – Perguntou hesitante e Alan sorriu.

– Eu juro que não.

Gael respirou fundo antes de mordicar, trancando a respiração. Era difícil lidar com os olhos de Alan o aguardando. De alguma forma, estava começando a se importar com o que o ômega pensava.

– Você gostou? – Perguntou esperançoso e Gael concordou, engolindo.

Aquilo era incrível, mas ele não ousaria comer mais. Um passo de cada vez.

– Eu presumia que você estava sendo arrogante quando disse que era bom, mas é fascinante.

Alan corou, sentindo seu coração bater mais rápido. Porra, isso era ridículo, mas a opinião de Gael era a que mais contava para ele.

– Espera, isso tem carne? – Judith perguntou, enchendo a boca com bolinhos.

– Você não gosta?

– Claro que sim. Eu sou uma espécie de carnívora.

– Carne? – Gael olhou horrorizado para Alan que assentiu, vendo o alfa ficar pálido e com os olhos turvos.

– Ei, você parece que vai desmai...

Gael não deixo-o terminar, correu o mais rápido possível para o bainheiro, quase atropelando pessoas no refeitório; as mãos na frente dos lábios como se estivesse prestes a vomitar.

Que porra era essa?

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