Coringa 🎭
Eu não sabia o que tava acontecendo, só queria deixar rolar, por uma noite.
Pq nós dois somos apenas isso, noites de transas.
Coringa: Vamo pra outro lugar.- Falei vendo ela me olhar enquanto eu subia na moto.
Luíza: Que bonitinho, vai andar comigo na frente de todo mundo.- Falou em deboche.
Coringa: O capacete vai cobrir tua cara, só por isso tu vai subir.- Fiz ela fechar o sorriso de deboche, me dando um soco no braço.- Sobe logo.
Luíza: Mas cadê o capacete? - Perguntou se ajeitando.
Coringa: Não uso, andar de moto só é foda pra tu sentir o vento batendo no rosto.- Falei dando partida.
Luíza: Você quer me matar.- Afirmou.
Ignorei ela e fui saindo do morro, sem pressa.
Todo mundo já sabia do que a gente tinha, tanto faz.
Mas quando a gente saiu do morro, botei pra fuder e sai voando.
Mas ela não segurou em mim, segurou no ferro de trás, enquanto as pernas me apertavam.
Parei em São Corando, só de olhar pro mar, já me bateu lembranças, até um vazio bateu.
Luíza: Que foi? Mudou a expressão do nada! - Falou olhando pra mim.- Vai dizer que o efeito da droga passou e você vai me foder agora?
Coringa: Você deveria me agradecer por te tratar mal, não soltar piadinhas.- Falei pisando na areia.
Luíza: Acho que isso é uma coisa que não devemos agradecer a ninguém. Mas você não me trata mal, você tenta. Nada que você diz tem significado ou importância pra mim.- Mentiu.
Coringa: Tem sim. Eu te trato como mundo vai te tratar, ninguém é tão bom Luíza, todo mundo tem um lado ruim pra caralho.
Luíza: Você só tem o lado ruim mesmo.- Riu.
Coringa: Me diz quantas vezes já te trataram mal e tu chorou, ficou mal ou até com isso na cabeça por mó cota? - Sentei na areia.
Luíza: Poucas vezes.
Coringa: Eu tô sendo sincero contigo, sem caô! Eu quero tua sinceridade também.
Luíza: Na maioria das coisas que me deixam mal, eu fico triste.- Respirou fundo.- mas com você não, de verdade. Eu simplesmente não consigo levar a sério o que você me diz, pq quando eu olho pra você, bem no fundo eu sinto que nada que você fala é verdade.
Coringa: Tem algumas coisas que é verdade sim. A questão é que as vezes a sinceridade te magoa e eu sou sincero.- Olhei pro mar.
Luíza: Você poderia simplesmente admitir o que sente por mim.- Jogou o cabelo pro lado rindo.
Coringa: Ódio, raiva pra caralho.- Sorri de lado.- E eu estou sendo sincero.
Luíza: Então continue na sinceridade e me diga, por qual motivo você me odeia? - Me encarou, em buscar de respostas.
Eu simplesmente fechei meus olhos e sorrir, negando com a cabeça.
Abri os olhos, olhando pro mar e ainda sorrindo falei...
Coringa: Porque eu não posso te amar mais ainda, o que me resta é te odiar pra tentar jogar o amor fora.