Allyson Parker
Acreditar no Scott me deixou muito feliz, mas sinto que logo logo virá outra bomba. Tenho que me preparar mentalmente pra aguentar tudo isso e permanecer firme.
O dia foi puxado, tive que remarcar reuniões que já estavam fechadas. Um certo problema no setor comercial me prendeu lá a tarde inteira.
Liguei para Angel mais cedo e disse o que aconteceu, ela me elogiou bastante dizendo que eu havia crescido, mandou eu ir preparar por que Geovana foi só a primeira vadia que apareceu na minha vida.
Essa é a Angel que conhecemos e amamos!
Estou esperando Scott sair da sala, vamos embora juntos hoje, ele irá jantar na minha casa.
Aguardo mais alguns minutos e finalmente ele sai.
— Está pronta?— pergunta.
— Estou, só estava esperando você.
Ele vem até mim e coloca o braço em volta da minha cintura. Vamos até o carro e seguimos para casa. Depois da nossa conversa, não tocamos mais no assunto Geovana, preferi assim.
Chegamos em casa e Angel já estava fazendo comida, dou uma rápida ajuda e em seguida tomo um banho. Saio do banheiro e vou para o meu quarto, Scott está lá vendo o porta retrato com a foto dos meus pais.
— Tudo bem? — pergunto.
— Sim, só estava olhando, você tem os olhos dela.
— Angel também diz isso. Vamos comer?
Ele acena com a cabeça.
Saímos do quarto e vamos até a cozinha, para minha surpresa, Gustavo está aqui.
— Oi Ally, quanto tempo. — ele vem até mim e me abraça.
— Oi Gusta.
Estranho sua atitude, apesar de gostar dele, não temos essa intimidade toda.
Ele vai até Scott e estende a mão.
Pela sua cara, sei que Scott colocou mais força do que devia, Gustavo morde os labios, e quando solta, vejo ele massageando a mão.
— O Gusta vai jantar com a gente. — diz Angel.
— É eu estava passando por aqui, senti o cheiro dessa comida deliciosa e vim matar a saudades da Angel.
Ele passa os braços envolta da cintura dela e beija sua bochecha.
Nós jantamos e vi Scott lançar vários olhares assassinos a Gusta cada vez que ele abria a boca, isso foi estranho.
Assistimos a um filme e quando já estava ficando tarde, Scott disse que iria embora mas o convenci a ficar.
Temos passado bastante tempo juntos, o que é bom, sempre quis alguém para dormir de conchinha.
Ele acaba de tomar banho e vem deitar do meu lado da cama, seu cheiro pós banho invade as minhas narinas e me faz suspirar.
— Isso que eu nem passei perfume. — ele ri.
— Engraçadinho. — jogo uma almofada nele. — Vem cá.
O puxo para deitar em cima da minha barriga e começo a mexer em seu cabelo.
— Quero conversar com você.
— Eu já aviso que não fiz nada.. — diz já se levantando
— Não é isso. — sorrio e ele deita de novo. — Por que ficou lançando olhares assassinos ao Gustavo?
— Eu não gosto dele.
— Se você não falasse, eu nem ia perceber.
Ele reviva os olhos.
— É apenas instinto Ally. Eu não gosto dele e aviso, esse cara não presta. Se fosse você avisaria para Angel tomar cuidado com ele.
Fico pensando nas suas palavras. Ele parece ter certeza do que diz.
— Ally sei que não quer falar, mas acho que devemos conversar sobre a Geovana.
— Certo, eu também acho.
Ele coça a barba.
— O que tem pra falar? — pergunto.
— Eu conheci Geovana quando era um adolescente, nós erámos amigos. Ela tinha a fixação de querer ficar comigo, dizia que nós éramos iguais e que isso era coisa do destino.
Ele fita o chão.
— Como eu gostava dela, nunca a afastei da minha vida. Hoje percebi que foi um grande erro, Geovana é louca. Sempre mantivemos contato, e eu acreditava que ela já tinha desistido dessa coisa, mas pelo jeito não. Eu sinto muito Ally, não queria que você tivesse passado por aquilo.
— Tudo bem amor, já passou. Como vocês se conheceram?
— Família e amigos em comum, meu pai era amigo do pai dela.
— Você não fala dele.
— Não gosto. Ele era um homem muito ruim, ele foi preso e morreu lá dentro.
— Sinto muito.
— Não sinta. — ele beija a minha testa. — Vai haver um jantar na minha casa sábado para alguns investidores e amigos, eu quero que você esteja presente. Assim aproveito para apresenta-los a minha namorada.
— Tem certeza?
— Claro. Quase todos já sabem, digamos que o Alex seja um fofoqueiro, ele também insiste que você compareça.
Me lembro do moreno que vi na empresa.
— Se você quer isso, então eu vou.
— Quero mais que tudo. — dou um leve beijo em seus lábios. — Angel também pode ir.
— Obrigada, vou me sentir melhor com ela lá.
Scott começa a acariciar meus cabelos e penso em como seria se eu não tivesse acreditado nele. Não posso negar, agora estou com medo de Geovana.
(...)
A semana passou voando, já é sábado e ainda estou receosa sobre a festa. Mesmo com muita relutância, Scott concordou em Angel levar o Gustavo.
Quando esse homem mete uma coisa na cabeça, é difícil de tirar.
Escolho um vestido rosa bebê e coloco um salto meia pata preto, faço uma maquiagem leve e saio do quarto.
Gustavo nos levou, e Glória veio conosco. Todos estão vestidos muito bem, Angel está com um vestido verde que caiu muito bem em seu corpo, Gustavo está com um terno cinza perfeitamente alinhado e glória veste um vestido preto, pela primeira vez ela se desfez de coque e deixou os cabelos soltos.
Já na mansão, envio uma mensagem a Scott avisando que cheguei, pedi que ele viesse até mim. Não pareço mas sou muito tímida.
Aguardo ao lado de todos enquanto ele não vem, Glória pareceu gostar muito do Gustavo.
Mais alguns minutos se passam e finalmente a grande porta da mansão de abre. Ele vem caminhando até mim com um sorriso enorme no rosto, está com um smoking sobe medida que desenha muito bem seu corpo. Não consigo evitar sorrir, eu já estava com saudades.
— Amor.
Ele me abraça e deposita um beijo calmo em meus lábios, abro passagem para a sua língua e me derreto em seus braços.
Ouço um pigarro.
— Que bom que vocês se lembram que tem mais pessoas aqui. — escuto Angel resmungar.
Sinto minhas bochechas arderem.
Scott cumprimenta rapidamente cada um deles e em seguida, nos guia até a casa.
O interior da mansão está todo arrumado, vou até a sala e encontro Susan sentada conversando com uma senhora. Vou até ela e Gloria me acompanha.
Quando ela me vê, se levanta e abre os braços para mim, retribui o abraço e ela faz o mesmo com Glória. Ficamos conversando por um tempo até que Scott aparece.
— Ally, pode me acompanhar? Gostaria de te apresentar uma pessoa.
— Claro.
Seguro o seu braço e vamos até o interior da casa. Vejo um grupo de homens conversando e reconheço o moreno que vi na empresa, assim que ele nos vê, ele vem em nossa direção.
— A ela já chegou. — ele diz olhando para mim.
Scott revira os olhos.
— Ally esse é o Alex.
— Dispenso sua apresentação agora Daniels, querida. — ele me pega desprevenida e deposita um beijo rápido no dorso da minha mão. — Não fomos apresentados corretamente, sou o Alex.
Scott o fuzila com o olhar e ele parece estar se divertindo horrores.
— Muito prazer Sr Clark. — digo.
— Me chame apenadas Alex querida, prazer é só na cama.
— Ah seu filho de uma..
— Scott, se controle. — puxo seu braço.
— É Scott, se controle.
— Vejo que não tem amor a vida Alex. — também me diverto com o ciúmes do meu namorado.
— Eu tenho. Mas vivi para ver o grande Daniels apaixonado, agora nada me fará perder a oportunidade de zoar com a cara dele.
— É porque ainda não conheceu ninguém que realmente vale a pena Alex. — diz Scott, já mais calmo.
Olho para Alex e Angel me vem a cabeça.
Será?
— E nem vou conhecer meu amigo, eu nasci pra ser do mundo.
— Veremos.
— Enquanto isso vemos a suas crises de ciúmes, não é? — pergunta Alex.
Sorrio para ele. Esse gosta de provocar.
— Não é ciúmes, só acho falta de respeito.
— É ciúmes sim. — digo.
— Não, é falta de respeito.
Reviro os olhos, ele jamais assumiria.
Conheci mais algumas pessoas importantes e mais alguns amigos do Scott, mas pra ser sincera, não lembro o nome de ninguém. Alguns homens estavam acompanhados, e não só eu, mas Angel também viu algumas mulheres comendo Scott com os olhos.
Pelo menos ele saiu do meu lado poucas vezes. Sempre fazendo questão que eu lhe acompanhasse. Apesar e ser um jantar de negócios, o clima está bastante descontraído.
A comida estava uma delícia e Susan confessou que não gostou nada de deixar sua cozinha nas mãos de outras pessoas.
É sempre assim, toda vez que acontece alguma festa na casa de Scott, ele nunca a deixa cozinhar. De acordo com ele, sua comida é boa demais e podem tentar levar ela embora.
Como Scott a considera como mãe, sempre faz questão de que ela esteja presente, achei isso lindo da parte dele. Eu e Susan nos demos muito bem, Scott estava certo, ela é uma senhora amável que eu adorei conhecer.
(...)
Enquanto vou ao banheiro retocar a minha maquiagem com Angel, deixo minha taça sobre o centro. Quando volto, vejo que ela está cheia.
— O Garçom levou a sua taça embora e deixou outra. — diz Scott.
— Ah, tudo bem.
Me sentei ao seu lado e tomo um pouco do meu champanhe.
Ele conversa com alguns homens e as vezes eu até entro na conversa. Muitas pessoas já foram embora, mas ainda tem alguns amigos dele aqui.
Ficamos assim por alguns minutos até que escuto gritos.
— Ela é a minha namorada.
Gusta?
— Cara eu não fiz nada demais.
Espera, isso foi o Alex?
— Você a estava comendo com os olhos desde que chegamos, eu vi.
— O que é isso? — pergunta Scott a um dos garçons.
— Parece que o Sr Clark está brigando com um homem senhor.
— Eu vou resolver isso. — diz se levantando.
— Espera, vou com você.
Coloco a minha taça sobre o centro e o sigo até a porta principal.
— Deixe isso, vamos embora Gustavo. — Angel segura o seu braço e tenta o arrastar para fora da casa.
— Você bem que estava gostando, não é?
Sua cara é de choro.
Tento defender a minha irmã mas algo estranho acontece, sinto minha garganta formigar e ficar seca.
— Já chega, o que está acontecendo aqui? — grita Scott indo até eles.
Eu continuo no meu lugar.
Sinto uma pontada no meu abdômen e tenho medo do que está acontecendo comigo.
— Essa cara está pirando. — Alex se diverte como sempre.
— Eu só quero ir embora. — A essa altura, Angel já se derrama em lágrimas.
A dor é intensa, sei que não posso mais suportar ficar em pé. Coloco minha mão sobre minha barriga como se pudesse, de alguma forma, cessar a dor. Reúno todas as forças que posso e digo:
— Scott..
— Allyson.
Ele tenta me segurar mas é tarde, Já estou caída no chão.
— Allyson, amor, fala comigo.
— Scott a dor, não consigo.. dói demais..
A falta de ar vem.
— Alguém chama uma ambulância!
O grito de Scott é a última coisa que escuto antes que o gosto amargo impregne minha boca e eu apague completamente.
****
Boa tarde meus amores, que capítulo hein..
O que será que houve com a nossa Ally? Estou com dó do Scott.
E a Angel hein? O que aconteceu entre ela, o Gustavo e o Alex?
Ansiosa pra ouvir a opinião de vocês.
Não se esqueçam de votar ❤️
Até o próximo capítulo meus amores 😍