A Garota das Borboletas ✔️

Av haylelen

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"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses." A Garota das Borboletas m... Mer

1 - Quando o menino segue uma borboleta
2 - Quando o menino conhece a garota das borboletas
3 - Quando o menino retorna ao chalé
4 - Quando a garota das borboletas começa a falar
5 - Quando o menino descobre um segredo
6 - Quando a garota das borboletas se explica
7 - Quando o segredo das borboletas é revelado
9 - Quando há uma exceção e sobre a garota das borboletas

8 - Quando o menino perde alguém

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Av haylelen

Fazia dois anos que Kamui Murakami havia conhecido a garota das borboletas e descoberto seu maior segredo, mas mesmo assim ele continuou a ir visita-la regularmente, ajudando-a a cuidar de suas flores e de suas borboletas.

As visitas foram diminuindo porque ele havia conseguido um trabalho como ajudante de vendedor, ajudando a carregar as mercadorias para cima e para baixo pela vila e os vilarejos próximos. O relacionamento com sua mãe, no entanto, não havia mudado como ele achava que mudaria se arrumasse algo que ajudaria com as despesas. As broncas e gritos continuavam e aquilo deixava Kamui cada dia mais infeliz.

Ele não pôde estar com a mãe quando ela adoecera novamente, pois não podia deixar de ganhar o pouco de dinheiro que recebia, ou então as coisas piorariam e ele não poderia comprar comida para ajudar na recuperação da mãe. E também era a única coisa que podia fazer, já que não tinham dinheiro o suficiente para pagar o médico da vila.

Kamui estava voltando de outra vila quando uma aldeã o viu e correu em sua direção, seu rosto estava molhado, não de suor, mas de lágrimas. O menino sentiu que aquilo não era bom sinal.

— Kamui-kun, eu sinto muito... — A senhora disse tentando secar o rosto avermelhado. — Sua mãe...

Não! — Ele exclamou e saiu correndo em direção à sua casa sem deixar que a senhora terminasse de falar.

O menino entrou correndo em sua casa e viu algumas pessoas da vila em ao redor do futon em que sua mãe estivera deitada por longos dias. Todos estavam com olhos marejados e vermelhos e Kamui abriu caminho entre eles.

— Mamãe! — Chamou chacoalhando a mulher inerte e pálida com toda a força que tinha. — Mamãe, acorde! — Choramingou.

— Murakami-kun...

— Mamãe, por favor!

Alguns instantes se passaram sem resposta e as lágrimas se acumularam nos olhos de Kamui, que fungou tentando não chorar. Foi quando ele ouviu um sussurro que mais parecia um grasnado.

— Mamãe! — Exclamou jogando-se em direção à mulher, a abraçando.

Kamui... E-eu sinto m-muito... — Ela gaguejou, a voz por um fio.

— Não diga nada, mamãe, eu vou cuidar de você!

Kamui... D-desculpe... D-desculpe por não ser uma boa m-mãe...

— Por favor, mamãe... — Ele choramingou, implorando mentalmente para que ela não dissesse mais nada e só se recuperasse.

E-eu queria ter p-podido ser uma pessoa m-melhor.

— Você é, mamãe! A melhor do mundo! — Ele exclamou com as lágrimas escorrendo por seu rosto.

O-obrigada... M-meu filho... — Ela gaguejou uma última vez e então sua respiração parou.

— Mamãe? Mamãe? MAMÃE, NÃO! — gritou com o desespero tomando conta de si. Kamui a chacoalhou mais vezes tentando fazê-la acordar, mas aquilo não aconteceu. E nunca mais aconteceria.

--

O sepultamento de Makoto Murakami havia sido breve. Não havia muita gente para lamentar e Kamui fora deixado sozinho junto ao túmulo da mãe que era marcado apenas por um amontoado de pedras. Ele chorou por horas ali. Até que uma mão encostou suavemente em seu ombro. O menino estava pronto para repelir qualquer aldeão que fosse, mas se surpreendeu ao reconhecer a face de Shiori Sasaki que o encarava com um sorriso triste.

— Sinto muito, Kamui... — Ela disse se abaixando ao seu lado.

O menino limpou o quanto pôde as lágrimas do rosto com as mãos, mas não havia tido muito sucesso.

— Minha mamãe, senhorita Shiori... Minha mamãe... — Ele choramingou e então se agarrou à garota escondendo seu rosto no meio de um abraço.

— Shh... Vai ficar tudo bem... — Shiori murmurou acariciando a cabeça do menino.

Os dois ficaram vários minutos daquela forma, com Kamui chorando inconsolavelmente nos braços da ceifadora.

— Eu preciso coletar a alma dela agora, Kamui. — A shinigami anunciou se separando do abraço.

— Por favor, não leve minha mãe...

— Você sabe que não é assim que funciona, Murakami-kun... Se eu pudesse, ela ainda estaria aqui com você.

Kamui assentiu limpando as lágrimas novamente. Ele sabia que Shiori dizia a verdade. Não havia nada que pudesse fazer para ter sua mãe de volta. Ele então acompanhou a ceifadora até a sepultura de Makoto. A garota já estava agachada com um de seus potes de vidro em mãos, observando. Um pedacinho de terra se remexeu por um instante e então uma pequena lagarta de borboleta abriu caminho para fora da sepultura.

— Oi, mamãe... — Kamui murmurou observando tristemente a lagarta.

Shiori estendeu a mão e pegou a criaturinha com todo o cuidado colocando-a dentro do pote que trouxera.

— Vamos, você vai me ajudar a cuidar de seus pais agora, Murakami-kun.

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