The Cure

By userJayKay

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Louis tinha uma fobia desde criança que não lhe permitia cantar. Depois de seus pais tentarem mas não consegu... More

Prólogo
Pousada Sullivan
Oh how I wish
Styles
The voice
Don't go there
Missing
About cats and friendship
New
Duet
Take Me Home
Kiss You
Cheshire
Trust
Long Story
It's still you
Art Class
Can you...?
Second Chance
Best Friends
Close
Sensation
Help
Reward
I like
Date
Not Bad
I win
My Cure

You make me strong

7.8K 806 1.3K
By userJayKay

Gente, muito obrigado por todos os comentários e favoritadas na fic! Mesmo! 
Espero q gostem desse cap :x

Enjoy!

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Nos dias que se seguiram, Zayn e Liam não se desgrudaram. Eles teriam voltado para Bradford, mas Louis insistiu para que ficassem mais, sem custos – Tia Megan não tinha nada contra, ela achava bonitinho os dois andando de mãos dadas para cima e para baixo e ai de quem reclamasse. Dois dias após a festa, Niall havia ido viajar para a Irlanda, sua terra natal, com os pais e o irmão mais velho, o que deu a Harry algum tempo de folga dos seus shows noturnos. Ele então decidiu colocar em prática seu plano para ajudar Louis.

Ele tinha proposto uns exercícios de respiração para diminuir o nervosismo. Parecia funcionar bem. Ele até conseguira fazer Louis subir no palco com ele. O mais velho observara que não era muito problema subir, desde que ele não tivesse que fazer nada.

- Isso não ajudaria também! – Harry protestou.

As aulas de Lottie prosseguiam, mas agora ela estava mais... desconfiada? Ela ainda tentava chamar a atenção de Harry – e Louis riu TANTO quando a irmã tentou dar uma de Mariah Carey gritando e engasgou – mas aparentemente ela pegara birra do irmão ali e não só por causa das risadas. Lottie realmente não queria ele ali porque aquela coisa do beijo na festa dela tinha levantado possibilidades absurdas na sua cabeça loira. Ao ponto de ela perguntar para Louis porque ele não arrumava uma namorada ao invés de ficar andando com Harry o tempo todo.

- Ele não beija você porque você é pirralha e não porque eu tenho algo com isso! – ele respondera.

- Oh mãeee! – ela choramingara. Jay pediu para que os dois parassem.

Alias, os pais de Louis eventualmente haviam comentado algo sobre o beijo da festa. Jay só com curiosidade do porque Zayn estava com aquela garota se ele gostava do Liam e Mark com uma expressão carrancuda, achando a juventude atual liberal demais, mas sem parecer se importar muito.

Enquanto isso, Harry descobriu que Louis sabia tocar umas três músicas no piano e que ele conseguia tocar com alguém ali apesar de ter ficado sério e com o olhar no piano o tempo todo, parecendo desconfortável, porém ainda sem uma de suas crises.

O mais novo não sentia muitos progressos. Três dias de tentativas de fazer Louis acompanha-lo nos exercícios de canto e nem isso ele fazia. O garoto de olhos azuis ficava nervoso de tentar, ainda não tendo propriamente uma crise, mas só conseguia rir de Harry lhe mostrando os exercícios, não por maldade, por nervosismo.

- Louis! – Harry já estava perdendo a paciência naquela tarde. – Não tem graça! Você precisa preparar a sua voz. Pode ser hoje que você supere isso! Colabora!

- Desculpaaaa Hazza. – ele se ajeitou. Os dois estavam sentados um de frente para o outro, em uma das mesas em frente ao palco. – Não é por maldade, sério! Eu quero mesmo que você me ajude, ok?

- Então pare de rir! – ele cruzou os braços, zangado.

Louis achou o bico dele adorável, embora isso fosse estranho de se achar, e segurou uma nova risada.

- Desculpe. Vamos de novo.

Sem sucesso.

No dia seguinte, Harry estava sentado com Zayn na beira do campo de futebol, na grama sintética. Fazia uma tarde fria e úmida, mas nada muito insuportável, no entanto os hospedes estavam em grande parte dentro da pousada, o que deixava o campo vazio. Louis e Liam estavam jogando futebol. Bom, na verdade Louis estava driblado Liam várias vezes e dando risada. Harry tinha jogado um pouco, mas verdade fosse dita: ele era ridiculamente péssimo. Já Zayn, não gostava muito do esporte.

- Fica desanimado não Harry, todo mundo é ruim em alguma coisa. – Zayn deu tapinhas nas costas dele e ele riu.

- É, tudo bem. Nem tô desanimado por causa disso. – ele alongou as pernas. – Digo, não que eu esteja desanimado...

- Tarde demais. Você já disse que tá. – Zayn piscou um olho para ele. – Algo que eu possa saber?

- Ah, é só que eu estou tentando ajudar o Louis com... uma coisa e não tá funcionando. Eu tava animado, mas me sinto inútil. – ele encarou a grama.

Zayn o observou e depois olhou para o campo. Liam havia puxado Louis pela camisa ao tentar roubar a bola dele e o mais velho ria porque não tinha funcionado nenhum pouco. Zayn sorriu.

- Talvez você esteja fazendo do jeito errado. – ele se voltou para Harry.

- Mas eu não sei outro jeito! Digo, eu pensei em uns três, nenhum funcionou. – ele continuava a encarar a grama, frustrado.

- Eu precisaria de mais informações...

Harry o encarou. Ele precisava mesmo de um conselho. Claro que ele não contaria tudo, pois aquele era um segredo muito íntimo para Louis, mas dava pra contornar aquilo:

- Louis me pediu para ajuda-lo a conseguir cantar em público. Você sabe, aquela velha história de que ele não consegue. – Harry finalizou mordendo os lábios para evitar falar demais.

- Ah! – Zayn acenou positivamente. – Bom, tente fazer de outro jeito. O que você tem feito?

- Tenho feito exercícios de canto para diminuir o nervosismo. Também pedi pra que tocasse o piano, ele não tem muitos problemas com isso desde que fique de costas pra mim. Tentei fazer ele dizer algo ao microfone, sei lá, meio que se expor lá em cima e ele ficou batendo no pobre objeto para testar se estava ligado e...nada, não saiu disso. –  trouxe os joelhos para perto do corpo e olhou rapidamente os outros dois no campo antes de se voltar para Zayn. – Sinto que tô mais atrapalhando do que ajudando.

Zayn deu pequenos tapinhas no ombro dele.

- Talvez você devesse tentar em outro lugar. – ele pensou um pouco. – Sabe, só você dois.

- Mas é sempre só nós dois...

- Sim, mas no palco? Se Louis te pediu isso é porque confia que você pode fazer algo. – Zayn sorriu. Liam tinha razão: a amizade daqueles dois era tão familiar! – Talvez um lugar mais reservado? O plano é fazer ele cantar afinal, né?

Harry mordeu os lábios. Bom, em grande parte era. Ele precisava fazer Louis cantar primeiro, com certeza. Talvez... ir mesmo por partes era o que faltava.

- Tem razão, Zayn! Eu estava usando o lugar errado! Obrigado!

Ele finalmente abriu um sorriso e Zayn não pode evitar sorrir também dos olhos verdes brilhantes ao seu lado.

- Agora me diz uma coisa... – Harry continuou se lembrando da festa. – O que o Liam quis dizer sobre lembrar de vocês olhando as brincadeiras minhas e do Lou?

Zayn só o encarou com um sorriso divertido e lhe deu um abraço, sem responder a pergunta.

- Você pode dormir na cama da Gemma ou na minha. A cama dela é bem rosa... né?

Harry havia convidado Louis para dormir em sua casa assim que acabara o “jogo de futebol” onde Zayn o aconselhara e perguntou a mãe se podia quando chegou em casa.

Gemma iria a um aniversário e dormiria na casa de uma amiga naquele fim de semana por isso Harry marcara o convite para aquela sexta mesmo. Louis aceitou de bom grado. Jay mandou umas pulseiras artesanais para Anne e Gemma, o que fez Anne e Jay começarem uma amizade por telefone a qual Harry e Louis deram de ombros, subindo para o quarto do mais novo.

- Eu tenho quatro irmãs, Hazza, tô acostumado com coisas rosa!

Os dois riram. O restante da noite jogaram vídeo game, jantaram, ajudaram Anne com a louça – mais jogaram água um no outro, na realidade – e foram se instalar no quarto para dormir. Claro que  não planejavam dormir naquele instante, ainda eram dez horas da noite.

Por volta das onze e meia, Harry pode ouvir Anne indo dormir. Era a deixa que ele precisava: iria aproveitar que estavam sozinhos no quarto para tentar fazer Louis cantar para ele. Anne tinha sono pesado e ele tinha que esperar ela ir dormir antes de fazer aquilo porque não queria correr o risco da mãe entrar no quarto atraída pela voz de Louis. Porque era uma voz atraente.

Ele se espantou com o próprio pensamento e sacudiu a cabeça arrumando os cachos, antes de trazer o assunto a tona - sobre o canto e não sobre a voz de Louis ser atraente, veja bem:

- Lou, eu tenho um programa de karaokê no computador. – ele abriu a tela do programa. Os dois estavam sentados lado a lado com notebook de Gemma na cama dela, era a primeira coisa que a irmã tinha comprado ao receber seu primeiro salário e ela dizia que era dos dois, por isso ele havia instalado o programa. – Eu... Baixei algumas músicas do The Fray.

Louis ficou em silencio vendo a tela do programa se abrir. O sorriso que estivera o tempo todo no seu rosto diminuiu.

- Ah...certo.

- Olha, – ele colocou o notebook de lado e desencostou da parede ao lado da cama para ficar de frente para Louis, que não se moveu. – Eu percebi que deveria tentar algo... hum... menor, digamos. Aqui você tá dentro do meu quarto, um lugar mais fechado e minha mãe capota quando deita, ela não vai ouvir nada.

Louis olhou para as próprias mãos sobre seu colo. Ponderou um pouco. Ele confiava em Harry, muito mesmo. Mas não era questão disso, porque seus ataques independiam da pessoa. Oras, ele sempre tivera a mãe a seu lado segurando sua mão e nada tinha acontecido. Ele queria superar aquilo. Queria que Harry e ele pudessem cantar juntos! Tinha tido tanta inveja de Zayn por cantar com ele e sentia até certa inveja de Niall por poder ir ao palco com Harry sempre. Louis queria aquilo.

- Ok. – inspirou forte. – Eu topo.

O sorriso de Harry quase não cabia em seu rosto. Aquilo era tão importante!

O mais novo se sentou novamente ao lado dele, colocou o notebook no colo e lançou um olhar a Louis quando posicionou a seta em cima de “Look After You”, a música de quando eles se conheceram.

Louis inspirou de novo e fez sinal afirmativo para que ele apertasse o play.

A música encheu o ambiente, não muito alta nem muito baixa. Harry não sabia se deveria olhar para Louis ou deveria ficar olhando o notebook para não exercer nenhum tipo de pressão. Optou pela segunda.

Ainda assim, Louis não cantou. A deixa para que ele começasse veio e se foi. Harry apertou o pause.

- Desculpe. – Louis suspirou zangado consigo mesmo. Seu coração tinha disparado logo que a música começara a tocar.

- Sem problemas, Lou! Eu aperto play e pause quantas vezes você quiser combinado? – ele lançou um sorriso, mas Louis não conseguiu sorrir de volta, por mais que quisesse.

- De novo então.

O mais velho ajeitou melhor as costas na parede e puxou a blusa do pijama para baixo, mesmo sem necessidade. A deixa veio e foi de novo. Ele tentou os exercícios de respiração que Harry havia lhe ensinado, mas o coração continuava disparado e, na quarta tentativa, suas mãos começaram a suar.

- Não dá. Não vou conseguir.

Louis se levantou esfregando a mão uma na outra, os ombros tensos. Harry o assistiu por alguns minutos, lhe ofereceu água, chá, no entanto Louis estava no inicio de um ataque completo. A ansiedade aumentava sua fobia social leve e tantas falhas seguidas aumentaram a presença dos sintomas.

- Melhor você sentar Louis. Tá ficando muito branco... – Harry tinha lido sobre os sintomas e era claro o que estava acontecendo, não que saber o que estava acontecendo  ajudasse muito na situação.

Louis sentou na beira da cama e Harry ofereceu algo para beber novamente. Ele recusou.

- Você ainda se sente exposto? – perguntou com cuidado.

- Eu não sei o que sinto. Eu deixei de entender direito isso quando me conformei de ter uma doença idiota dessas! – ele se jogou para trás na cama.

- Não fique assim, Lou. Eu vou te ajudar.

- O problema não é você. Você é ótimo. Eu sou o problema. – ele suspirou. Depois encarou Harry. – Nossa! Isso pareceu término de namoro!

Os dois riram. Harry mordeu os lábios em seguida enquanto Louis ainda ria.

- JÁ SEI! – ele levantou de repente. – Vamos fazer o seguinte: eu vou apagar a luz e virar o notebook pro outro lado pra não ficar luz na nossa cara. Pra você ver nada, nada. Talvez isso te dê mais segurança!

- Ham... Não sei. Tô topando qualquer coisa, sério. – Louis se sentou na cama novamente.

Harry fechou a janela e depois apagou a luz. Foi até a cama pegando o notebook se sentando de frente para Louis. Este lhe acenou positivamente, vendo seu rosto só por causa da luz do aparelho. Harry clicou e virou o notebook para o outro lado. Agora a escuridão era total entre eles.

Louis ouviu a deixa para cantar e, embora se sentisse um pouco mais a vontade, não fez nada. Nenhum som. Harry pegou o notebook novamente.

- Hazza, não dá. Não dá mesmo. Me desculpe fazer você perder tempo! – Não deixou que o outro falasse, emendando frase por frase enquanto sua fala saia agitada e nervosa.  – Eu sou um idiota. Eu me odeio por isso, por tudo isso. Antes era só um detalhe, mas agora eu me importo porque... Te ver cantando é... Me deu uma nova perspectiva ou qualquer coisa profunda desse tipo. Eu queria poder estar lá também... com você.

- Você pode Lou... – Harry disse baixinho. A luz do notebook mal chegava a seus olhos de forma que os dois ainda estavam na escuridão do quarto.

- Não. Não dá. Eu não vou poder. Me desculpa.

O silêncio que se seguiu era tenso.

Harry deixou o notebook de lado.

- Senta aqui. – ele não parecia zangado ou magoado como Louis pensava que ele estaria àquela altura. Ele parecia sério. Louis se sentou de frente para ele suspirando frustrado. – Ok, agora, vamos cruzar as pernas. – Louis estranhou, mas assim o fez. Seus joelhos se encostaram, pois Harry ficou na mesma posição. – Então, olha: você não é idiota Lou! Não é algo que você escolheu, é algo que acontece.

- Bem, sim, mas...

- Eu viro a madrugada se for preciso. Hoje, amanhã, quando as férias acabarem, quando a gente se formar, o que seja. Eu também quero você comigo no palco. Cantando para uma multidão ou pra mim ou para nossos amigos, qualquer um. Porque eu sei que você pode. Alguém com a sua voz não é pra ficar sem alguém pra ouvir. Se você tem essa voz é porque você pode exibi-la.

O silêncio preencheu o ambiente novamente. Os dois se encaravam embora não desse para ver nada. Eles sentiam o olhar um do outro.

- Eu... Obrigado. – Louis conseguiu dizer. Sua voz era baixa. Ele havia se espantado com a convicção de Harry em cada palavra. Aquele garoto confiava nele cegamente. Porque ele tinha recebido aquela sorte toda? Se ele estivesse disposto como Louis ousava não estar também? – Liga de novo, mas... me dá as suas mãos, depois.

- Ok. – ele pegou o notebook novamente. Louis podia. Ele sabia que Louis podia.

Assim que apertou o play e colocou o note para o outro lado, Harry sentiu as mãos de Louis procurarem as suas. Estavam geladas e ligeiramente suadas. Ele respondeu ao aperto firme com outro aperto firme. Ouviu Louis respirar fundo e sentiu que ele ajeitava a postura.

A parte cantada começou, mas Louis não fez nada, somente apertou as mãos de Harry mais forte e não permitiu que ele se mexesse para dar pause. O mais novo entendeu que ele não estava preocupado em cantar desde o começo, só em cantar.

Harry o ouviu murmurar as palavras pré-refrão e quando este começou, o aperto em suas mãos aumentou, ao que ele correspondeu quando ouviu Louis cantar com aquela mesma voz encantadora que da primeira vez que Harry o havia visto.

Oh, oh, oh
         Oh, oh, oh
         Be my baby
        Oh, oh, oh

Oh, oh, oh
          Oh, oh, oh
          Be my baby
          I'll look after you

Harry não pode evitar sorrir. Ele conseguira. Louis estava cantando. O volume era baixo, em algumas partes era ligeiramente abafado pela melodia, mas era perfeito. Deus, Louis não podia ser real! Aquela voz não podia ser real! Ele gostava muito da própria voz, mas a voz de Louis era toda tão ele que isso bastava para que Harry achasse melhor que a sua. Seu cérebro só registrava aquele som magnifico e repetia “Louis, Louis, Louis. Louis está cantando, Louis está cantando!”. Seu sorriso parecia não caber no rosto e ele tinha vontade de gritar, mas jamais interromperia o outro.

Quanto a Louis, este fechara os olhos e se concentrara nas mãos entre as suas. Sua mãe lhe segurara as mãos tantas vezes e não era tão seguro quanto aquelas mãos grandes em suas mãos pequenas, apesar de ele ser o mais velho. Harry lhe transmitia força. Sua determinação o havia contagiado e ele não queria pensar no fato de que, Deus, ele conseguira. Por mais que mantivesse a voz baixa quando poderia muito bem cantar na altura certa, ele se concentrava nas mãos e às vezes nos joelhos que se tocavam ligeiramente. Harry quem havia feito aquilo por ele. Aquele garoto adorável e paciente a sua frente. Aquele que significava tanto para Louis agora. Aquele que era seu porto seguro.

It's always have and never hold
         You've begun to feel like home
         What's mine is yours to leave or take
         What's mine is yours to make your own

Os dedos se entrelaçaram sem que os dois percebessem, tão concentrados que estavam naquele pequeno milagre. Harry passava o dedão ligeiramente nas palmas das mãos de Louis e este apertava os dedos mais contra os dele.

Oh, oh, oh
          Oh, oh, oh
          Be my baby
          Oh, oh, oh

A música findou e Harry mordeu o lábio inferior, sorrindo ainda. Louis abriu os olhos e percebeu que a tensão em seus ombros havia sumido. Mesmo com o silêncio e os dois querendo falar sobre aquilo e pular e gritar, nenhum deles se moveu.

O coração de Louis havia desacelerado, mas ainda batia forte. A respiração de Harry estava pesada, ele podia ouvi-la. Ambos sentiram os dedos entrelaçados pela primeira vez, pois haviam colado as palmas no mesmo instante. Sentiram o peso do olhar um do outro mesmo sem ver e, ao mesmo tempo e sem pensar, se inclinaram fazendo os lábios se tocarem primeiro em um selinho longo e depois em um beijo de verdade.

Louis soltou uma das mãos de Harry para levar a sua a nuca, sentindo os cachos e os pelos arrepiados. As línguas não tinham pressa. Harry levou a mão livre para a cintura de Louis, sem saber ao certo o que fazer. Ele tinha beijado duas garotas antes, mas sempre fora rápido e sem muita emoção. Mas o beijo que trocava com Louis era diferente de um jeito infinitamente melhor. Agora era a vez de seu coração estar disparado.

Nenhum dos dois pensava no porque daquilo. Era só uma necessidade que eles nem sabiam que tinham, mas era certo e era preciso. Sentiam isso.

Louis se inclinou um pouco mais sem pensar, perdido nas sensações daquele beijo e Harry foi indo para trás até sentir que estava empurrando algo com as costas.

Se separou de Louis mesmo sem querer fazê-lo.

- O notebook!

Louis voltou para seu lugar rindo enquanto Harry tirava o aparelho da cama, o colocando no criado-mudo rindo também. O mais velho o abraçou assim que ele se sentou direito na sua frente novamente.

- Obrigado! Você não sabe o quanto isso tudo significa pra mim Harry. – ele não sabia se ria ou se chorava. Onze anos! Onze anos com aqueles sintomas estúpidos que o impediam de fazer o que ele gostava! Anos e anos de remédios, tratamento e ataques e ele tinha conseguido! – Eu nunca, nunca vou poder te agradecer o suficiente. Sério.

Harry sorriu enquanto devolvia o abraço. “Acho que você já me agradeceu da melhor maneira possível..." ele não tinha coragem de dizer aquilo em voz alta, mas era verdade: aquele beijo de felicidade, de confiança, de gratidão, era tudo.

Harry sabia que adorava o melhor amigo. Eles não se conheciam desde a infância, não tinham crescidos juntos, na verdade até um mês e meio atrás eles nem sequer moravam na mesma cidade, mas sempre sabiam o que o outro estava pensando, sempre riam das mesmas coisas – e como Louis fazia Harry rir! Era incrível! – e se preocupavam um com o outro. O mais novo o admirava muito. Louis lhe passava uma segurança que ele sempre achou que somente sua mãe e sua irmã conseguiam. Com Louis ele sentia que podia tudo e que tudo ficaria bem.

Com Louis as coisas não eram diferentes. Ele adorava Harry. Se pudesse o protegeria do mundo, ele tinha um coração tão bom! Era dedicado com aqueles que gostava, tinha paixão pelo que fazia e tinha um sorriso tão agradável que se Louis não tivesse aquela doença, ele montaria um stand up comedy de três horas só para ver o mais novo sorrir. A companhia dele era boa demais e Harry tinha aquela fala sem pressa, aqueles ouvidos dispostos a te compreender, te ajudar.

Aquele beijo não fora calculado e nenhum dos dois havia pensado que um dia chegariam àquilo, mas aconteceu e poderia ficar tudo muito estranho entre eles, mas aquele abraço parecia dizer o contrário. Mesmo assim, quando se separaram, nenhum dos dois falou sobre aquilo.

Louis disse que queria cantar de novo só para ter certeza, mas amanhã porque ele queria curtir aquele momento único para se lembrar da sensação para sempre. Ele ligaria para sua mãe se pudesse, mas tivera outra ideia.

- Hazza, o que você acha de treinarmos muito e montar algo para a minha família? Queria mostrar a eles e não simplesmente contar. Quero que sintam a emoção de verdade comigo ali no palco... ou na sala de casa, ham...

- Uma coisa de cada vez, Lou. Eles vão ficar felizes de te ver cantar mesmo que seja em um poço cheio de cobras!

Os dois riram e Louis o abraçou de novo. Harry estava adorando aquilo! Mas ele se perguntava se o outro não poderia só beijá-lo de novo e de novo. Muito provavelmente ele era gay? Tanto fazia. Liam e Zayn eram gays e eram felizes e bonitos juntos, se ele e Louis acabassem... não, não, rápido demais Harry Styles. Foi só um beijo, agora chega de devaneios. Embora agora o que Liam tinha dito na festa fizesse mais sentido...

- Acho que você merece um outro pedaço do bolo que mamãe comprou! – Harry disse interrompendo os próprios pensamentos quando Louis se afastou.

- Com chá? – Louis respondeu sorrindo.

- Com chá! Mas você faz. Seu chá é bem melhor que o meu.

Os dois se levantaram e se dirigiram para a cozinha no andar de baixo conversando amenidades. Louis conheceu as duas gatas de Harry que voltavam de um passeio noturno e ainda afagou Dusty que tinha deitado preguiçoso em cima dos pés do visitante. Ficaram mais algumas horas da madrugada jogando um jogo online que Harry gostava e dormiram no meio de uma conversa amena. Os dois sentindo falta de um beijo de boa noite, mas sem coragem para pedir. Amanhã seria outro dia. 

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