Castelos de Areia

By JulietGeorgia

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"Ela não podia ficar. E não queria fechar os olhos. Precisava manter dentro dela a visão dos cabelos loiros d... More

Prólogo
1. O Garoto Atleta
2. A Menina do Livro
3. O Jantar
4. Não Dá pra Gostar de Você
5. Kimmie
6. Ciúme de Você
7. Tudo ao Mesmo Tempo
8. Incompreensível
9. Desafio
10. Francesinha
11. Ombros
12. Roda-Gigante
14. Provas (+18)
15. Entregue (+18)

13. Do Avesso (+18)

164 17 92
By JulietGeorgia

"If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again"

Everlong - Foo Fighters

9 de junho de 2000.

Duck, Carolina do Norte.

Taylor.

Era um cabo de guerra. Era bom, admito. Mas era um cabo de guerra.

Se eu puxasse com algum ímpeto, Bree vinha. Então, como se acordasse de repente do lado de lá, ela fazia força contrária e eu, meio distraído, perdia um pouco de território.

E não saíamos do lugar.

Aquele tipo de joguinho nem fazia meu gênero. Se a garota não queria, adeus. Não ficava perdendo tempo com esse tipo de coisa. Eu não precisava perder tempo com isso. Mas com Bree era impossível. Quanto mais difícil era, mais eu queria. Quanto mais a gente ficava perto, mais perto eu queria estar. Era assustador.

O problema era que as atitudes de Sabrina continuavam a ser um grande mistério pra mim. Por exemplo, ela queria saber a todo custo porque eu não tinha falado com ela durante o ano. Parecia incomodada com isso, assim, de verdade. Eram nesses momentos que eu achava que ela estava na minha. Mas aí eu tentava alguma aproximação quando tinha alguém conhecido por perto, e ela quase saía correndo. Não queria de jeito nenhum.

O pior era que eu queria ficar irritado com isso. Porque era irritante. Mas não conseguia. Mal chegava a me incomodar.

Nesse dia, ela estava andando na minha frente, enquanto voltávamos da praia. O vestidinho azul listrado estava molhado onde encostava no biquíni que ela usava por baixo. Bree botava um pé na frente do outro, como se andasse em uma corda bamba; às vezes, esticando o braço com a bolsa de palha pendurada de um lado, às vezes, segurando o chapéu na cabeça. Até olhar para trás e sorrir.

Você não age como se nada tivesse acontecido quando a menina com quem você fica todos os dias está andando de biquíni no seu nariz e sorri daquele jeito. Dei dois passos longos à frente, enrolei meu braço na sua cintura e a puxei para mim, levantando-a um pouco. Bree deu um gritinho e bateu as pernas no ar.  Assim que botou os pés no chão, se virou para mim com aquela cara de brava, mas se divertindo.

Faísca.

Eu e ela, pelo resto dos dias, seríamos fogo e pólvora, querosene, gasolina, dinamite. Acho que aquela foi a primeira vez que tive a noção exata disso. Eu a vi piscar os olhos verde-escuros e separar os lábios como em câmera lenta. Não era um gesto intencionalmente sexy. Mas me acendeu por dentro. Em momentos como esse, eu ficava tão fora do meu normal que poderia ter aceitado ir para a faculdade se esse fosse algum tipo de condição para ficar com ela. Mas a Bree nunca pediria que outra pessoa mudasse suas convicções para seguir o que ela queria. Ela nunca ia me dizer uma coisa dessas.

Me curvei levemente e estiquei o braço para pegar sua mão, mas ela a escondeu atrás do corpo.

_ Já te falei que não. - Bree olhou em volta, com evidente pânico no olhar.

O que eu precisava fazer pra essa garota dar o braço a torcer?

Estávamos quase chegando às nossas casas. Eu não ia fazer o que ela temia, embora devesse agarrá-la bem ali na frente e ainda chamar a Martha para ver. Por outro lado, eu tinha que beijá-la. _ Eu quero te beijar. - falei em um tom lamentoso.

Os instantes em que ela parecia baixar os escudos eram os mais bonitos. Era uma pena que durassem três segundos.

_ Eu também quero. Mas eu preciso me trocar para trabalhar.

Era verdade, mas 15 minutos não iam matar ninguém. Respirei fundo, mais para controlar minha vontade de tomá-la nos braços. E indiquei com o queixo o espaço que separava as cercas das nossas casas onde ficavam as lixeiras. Demos apenas cinco passos antes que Bree, claro, fizesse uma objeção.

_ Eu não vou ficar com você no meio do lixo. - ela esganiçou.

Eu ri. _ Claro que não.

Abri a porta lateral, que dava para o jardim da minha casa. Dava para ouvir as vozes das crianças na piscina, mas elas não veriam a gente. Não sei como não tinha pensado naquele pequeno cubículo de madeira onde meu pai guardava cloro para a piscina e outras tralhas de jardinagem e afins. Quando pisamos na grama, segurei a mão de Bree, que prontamente entrelaçou seus dedos com os meus. Tirei a chave da portinha, entramos furtivamente, e tranquei por dentro. Era um pouco maior que um banheiro químico, e as ripas de madeira formavam frestas largas que deixavam o sol entrar.

_ Acho que você faz isso de propósito, Sabrina. Pra eu não conseguir pensar em outra coisa que não seja te beijar.

Ela sorriu e colocou os braços envolta do meu pescoço. Senti o cheiro doce do protetor solar.

_ Não posso demorar.

Só fiz que sim com a cabeça antes alcançar a boca dela com a minha. Não queria mais perder tempo. E a Bree tinha um autocontrole que eu não fazia a menor ideia de como ela fazia, sinceramente. Se eu só tivesse dez minutos com ela antes de um compromisso, ficaria meia hora achando que tinham passado vinte segundos e, na verdade, não ia me importar se atrasasse. Já ela parecia ter um relógio interno. Se falasse que eram cinco minutos, aos quatro e quarenta segundos, ela pararia o que quer que estivéssemos fazendo e iria embora.

Não queria pensar em tempo, porém. E nem dava. Fazia pouco tempo que ficávamos, mas cada vez era mais intenso, e eu tinha mais e mais vontade de explorar cada milímetro da pele dela. Afastei a alça do vestido e a do biquíni ao mesmo tempo e beijei seu pescoço, bem onde ela tinha um trio de pintinhas pequenas e escuras. Senti seus dedos puxarem meus cabelos atrás da cabeça. Já tinha feito isso dois dias antes e queria tanto fazer de novo, então, puxei o vestido para baixo até que o bico do seio dela ficasse quase à mostra. Quase me assustou o tanto que meu pau ficou duro na mesma hora. Passei o polegar ali e a senti ofegar de leve. Finalmente desloquei a roupa completamente para o lado, me inclinei e apanhei o mamilo entre os lábios, passando a língua e sugando.  Já tinha aprendido a adorar a textura rugosa e o gosto de mar que, por vezes, tínhamos na pele. Bree suspirou, mas no mesmo movimento em que se arqueou de encontro a mim, afastou-se. Colocou uma mão no meu peito e com a outra recolocou a roupa no lugar.

_ Taylor... Por quê? Isso aqui faz pouco sentido pra mim.

As mãos dela chegaram a tremer quando disse isso. Eu realmente não acreditava que ela ia parar aquele momento incrível para me perguntar a mesmíssima coisa que eu já tinha deixado bem claro que não queria discutir. Mas era o que ela estava fazendo e talvez responder essa maldita questão fosse o único jeito de as coisas andarem.

Por que a gente não tinha se falado? Por que eu não tinha falado com ela? Por um momento pensei em inverter a pergunta e indagar por que ela não tinha falado comigo. Mas achei que seria canalha demais até pra mim. Afinal de contas, fui eu quem jogou pedras no vidro dela. Eu que me declarei. Eu que fiz ela desistir do namoro francês (ela terminou definitivamente com ele pouco depois, Ike me contou. Se tinha sido por causa do que houve entre a gente, eu só podia supor, mas apostava que sim).

Eu passei um ano do inferno. Era essa a verdade. Não tinha vontade de fazer nada. A escola foi um suplício. Eu comecei a ir a muitas festas, beber demais e ter ressacas homéricas, o que fazia o rolê da escola ficar ainda mais difícil. Pra não pensar em nada, eu pegava todas as meninas que me davam mole. E, cada vez que fazia isso, só conseguia pensar em como a Bree ia me achar um otário. Aí, no dia seguinte, em vez de tentar mudar alguma coisa, fazia ainda pior. Quando falei em casa que não ia pra universidade nenhuma, porque não fazia sentido pra mim, minha mãe teve crises de choro e meu pai gritou como nunca. Como é que eu ia contar pra ela, que tem aquele cérebro brilhante, que a gente não tinha se falado porque eu era um idiota escroto que não quer nada da vida? Que até no dia do aniversário dela, quando eu finalmente tomei vergonha na cara e dei um telefonema, eu comi uma menina no estacionamento do Wal-Mart três horas depois? Como? Eu só estava ali, em Duck, naquele momento porque minha mãe achou melhor eu ir com eles do que me botar pra fora de casa.

E aí a realidade caiu na minha cabeça como um vaso de vinte quilos. Eu não quis sair de casa. Não quis porque tive vontade de ir pra praia. E aceitei ir pra Duck com a família que me achava a pior pessoa do mundo porque queria vê-la de novo.

A realidade: eu só estava ali, naquele momento, por causa da Bree.

Tinha ficado mudo, mas não sabia se fazia minutos ou segundos. Ela continuou. _ Eu preciso saber por que um ano todo se passou e você me ligou uma única vez. E agora a gente está aqui de novo. Vai ser sempre assim? É isso? Você se declara, a gente fica e você some?

Suspirei. Em minha defesa, já estávamos juntos fazia uma semana e eu não tinha sumido. Mas não podia falar pra ela. Contar tudo. Então, falei qualquer coisa que fosse meio verdade.

_ Eu não te liguei porque você é demais pra mim.

Jogada errada. Ela largou as mãos ao lado do corpo.

_ Ah, Taylor. Conta outra. Você? Achando que alguém é demais pra você?

Minha fama era tão maravilhosa que nem quando eu falava algo (meio) sério ela acreditava em mim. Perdi um pouco a paciência.

_ Você quer ouvir que eu não te liguei porque não estava nem aí, Bree? Não vai acontecer porque é mentira. Eu não sei. Não sei porque a gente não se falou. Mas eu não menti quando disse que gostava de você no ano passado. Gostava e gosto ainda mais agora. Gosto tanto que queria poder te chamar de namorada logo e desfilar com você por aí, porque você é tão linda e tão incrível. Não sei se você tem medo que eu não te queira, mas não vai acontecer. Só que a única coisa que eu tenho é a minha palavra.

Ela me olhava fixamente. Achei que tinha exagerado e resolvi fazer uma piadinha.

_ E a vontade de te beijar o tempo todo, se contar.

Não teve muito efeito. Bree não falou nada. Nem um pio. Durante um minuto interminável, ela pareceu apenas ponderar a respeito. Nesse tempo, a única coisa que fez foi se aproximar de mim novamente e colocar a mão direita no meu peito, tocando os colares que usava no pescoço. Quando vi que ela ia finalmente falar, entrei em pânico. Não podia perder a única coisa que fazia algum sentido pra mim.

_ Eu te adoro, Bree.

Foi sincero e um pouco desesperado. A resposta foi um olhar que pareceu acreditar. Levantei seu rosto pelo queixo e colei minha boca na sua. Abrindo os lábios devagar e sentindo sua língua acariciar a minha. Mas o que começou suave logo se intensificou. Quando percebi, o beijo tinha me tirado o fôlego e eu já tinha quase esquecido a curta conversa complicada que tínhamos acabado de ter. Quando ela partiu nossos lábios, mordendo a boca, e me fulminou com um olhar intenso, demorei um segundo para entender. Achei que íamos entrar novamente em alguma discussão ou que ela iria embora. Não entendi que ali estava a pólvora do meu fogo, não enxerguei a faísca.

Antes que meu cérebro pudesse processar qualquer coisa, Bree enterrou as mãos nos meus cabelos e me beijou de um jeito que só podia descrever como apaixonado.

Me atirei.

Novamente, beijei seu pescoço, lambi seu gosto salgado, e estava me preparando para poder novamente mergulhar na maciez do seus seios quando ela segurou minha mão, que ia em direção ao seu ombro, com firmeza e a baixou. Bree a deslizou de baixo para cima na sua coxa, por baixo do vestido, parando onde meus dedos tocavam de leve a costura do biquíni. 

_ Eu também te adoro, Tay.

Senti sua língua novamente na minha. Eram beijos completamente novos. Entregues e sensuais, ao mesmo tempo doces e honestos. Ela movimentou o quadril um pouco sem jeito. Eu sinceramente não estava esperando por isso, mas, Deus do céu, a essa altura, já estava pronto para a briga de novo. Se eu não estivesse de roupa de banho, sentiria dor nas bolas de tanta vontade. Afastei a calcinha da roupa de banho dela e, sem deixar de beijá-la, acariciei sua abertura. Senti meus dedos umedecerem, e a abracei mais forte na cintura. Não sabia muito bem até onde ela queria que eu fosse, mas só aquele nada que estava fazendo já tirava da sua boca gemidos baixinhos e lindos.

_ Bree? Quer que eu pare?

Ela abriu os olhos. _ Você quer parar?

Me dei conta de que tinha falado a coisa errada, e ela tinha soado um pouco ofendida. _ Não! - falei um pouco alto demais e continuei sussurrando, repentinamente me recordando de que estávamos no meio do jardim, ainda que dentro do cubículo. _  Não. Eu quero mais. Eu quero sentir você.

Bree era muito mais esperta do que eu imaginava. O que era ótimo, mas um tanto amedrontador. Novamente, segurou minha mão com firmeza, mas dessa vez de encontro a si mesma.  Me empurrando para si. Não queria nem começar a pensar em quem tinha ensinado a ela um negócio daquele. Minha sorte foi que quando escorreguei o dedo para dentro dela, Bree abriu a boca e fechou os olhos, e a cena foi tão linda que eu não consegui (ainda bem) imaginar mais nada. A única coisa que eu queria era assistir aquela garota sensacional se desfazer no compasso do movimento que eu ditava.

Eu estava revirado do avesso. E estava implorando para que a pessoa que eu mais admirava me botasse do jeito certo.

Eu estava apaixonado.

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