Stranger

By MaduKoby

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(+18) Gael é um alfa albino e autista, mas nada o impede de ser o cara mais inteligente que Alan já conheceu... More

AVISOS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítul0 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49

Capítulo 8

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By MaduKoby




Gael estava sentada com as pernas cruzadas, seus olhos rolando ao longo de uma apostila de estudo. Ele parecia indiferente ao que acontecia a sua volta, mas estava atento aos detalhes, principalmente os que envolviam Alan, que direcionava olhares zangados para sua pessoa.

– Por que eu tenho que viver no mesmo espaço que o esquisitão?

– Por que ele é o sobrinho dos nossos chefes – Respondeu Elias.

– Não confunda trabalho com vida pessoal, Alan – Alertou Judith.

Depois do que tinha acontecido no corredor da universidade, Alan e Gael não se encontraram mais. Qualquer possível local que pudesse ter uma colisão, os dois evitavam. Mas no trabalho não tinha como fugir.

– Eu não entendo como ele consegue ficar tanto tempo estudando – Elias comentou.

– Ele é inteligente. Esse é o segredo – Disse Judith. – Ah, e eu andei pesquisando sobre autismo e descobri que ele estava certo quando disse que poderia te denunciar. Tome cuidado, isso me parece uma coisa que ele faria com gosto.

– Aquele filho de uma...

– A partir de que momento vocês começaram a se odiar? – Elias interrompeu, se aproximando sutilmente de Alan como se quisesse relaxá-lo. Por alguma razão, nas últimas horas, o ômega estava lançando no ar feromônios mais intensos, e para um alfa estava sendo difícil não notar.

– Ele é escroto pra caralho. Esse é o segredo – Lançou olhadelas para Judith. – E ela tem a ousadia de defendê-lo.

– Pela milésima vez, eu não o defendo! Sua irmã Alina ficou desapontada quando eu disse que você estava maltratando um autista. Ela disse que você deveria tratá-lo com gentileza, não com desdém.

– Não é só por ele ser um autista – Alan se justificou, tocando seu braço fechado por tatuagens. Estranho. Sua pele estava febril. – Ele é uma pessoa horrível, é por isso que eu o odeio.

– Eu acho suspeito – Judith cortou. – Você não pode odiar alguém que não conhece.

– O pouco que eu conheci já me zangou.

– Você está se tornando escravo do ódio. Isso não fará bem a você – Elias insinuou, sua voz tornando-se mais protetora; roçando propositalmente a mão na coxa de Alan.

Judith viu isso e ficou com asco.

– Ah, não! Vocês estão se pegando de novo! – Emburrou, se metendo entre os dois. Elias quase gemeu de irritação. Estava sendo impossível ficar sem o contato de Alan, coisa que não acontecia fazia muitos anos. – Se eu ver vocês se comendo eu vou...

– Por que está gritando tanto? – Alan massageou as têmporas. – Eu estou com dor...

– Você está sentindo o quê? – Elias perguntou gentilmente, acariciando a bochecha do ômega que se inclinou sob seu afago.

Elias e Alan transavam quando lhes era conveniente. Desde o primeiro ano da faculdade os dois se enrolavam quando se desejavam, mas no dia-a-dia ambos eram só amigos. Nada de romantismo, apenas inclinações sexuais. Nenhum dos dois se tocava em público, só quando eles sentiam tesão, o que era raro já que cada um se envolvia com quem quisesse.

– Meu corpo está estranho – Alan sentiu suas pálpebras ficando pesadas.

– Você quer ir para casa? – Perguntou com indiretas. – Meu expediente já está acabando.

– Depois... – Gemeu sem fôlego quando Elias roçou seus lábios no canto de sua boca.

– Parem com isso! – Gritou Judith e Alan olhou preocupado com o escândalo para os clientes que rondavam o lugar, mas principalmente para Gael. Foi um susto quando seus olhos se encontraram e Gael tratou logo de desviar. Mas era claro que ele espionava Alan, e o mais estranho era que ele corou.

Ele ficava adorável quando corava. Suas bochechas albinas ficavam com um tom rosa visível, e seus lábios se estreitavam um pouco. Era curioso observar a pessoa mais sem reação esboçar algum sentimento.

– Me encontre depois na minha casa, ok? – Elias propôs e Alan concordou, vendo o alfa sair pela porta, os olhos verdes do amigo piscando em malícia.

Ele entendia perfeitamente o que aconteceria e seu corpo ficou ansioso com isso.

– Eu não sei como você não se apega – Judith comentou.

– Eu não estou querendo um alfa, querida. E nunca vou querer.


– Eu presumo que se situarmos os livros de física moderna e história medieval nas prateleiras mais baixas eles venderão mais prestamente – Disse Gael, olhando para as mãos de Judith enquanto falava. Era seu jeito de mostrar que estava se referindo a ela.

– Tem razão. Esses livros estão ficando empoeirados.

– Eu não acho – Retrucou Alan, mesmo que o assunto não fosse com ele.

Gael sentiu seu sangue ferver. Até a voz do ômega o irritava.

– Então o que você alvitra? – Perguntou, entendo que Alan não saberia o significado da palavra.

O ômega olhou confuso para Judith que sussurrou:

Propõe.

– Que deixemos os livros mais vendido em locais visíveis – Alan demorou para responder, sentindo sua mente cansada. Era como se ele estivesse perdendo lentamente a capacidade de pensar. – É mais seguro. Esses livros nunca saem, de qualquer jeito.

– Isso porquê falta iniciação cientifica, responsabilidade da mídia e dos educadores – Suspirou. – Isso me aturde vindo de um aluno de filosofia. Em tese, seu trabalho seria fazer os outros compreenderem a razão fundamental através da existência. Desafiar o despertar do senso crítico e...

– Por que está tão calor? – Alan interrompeu, com a voz bêbada, sem dar a mínima importância para o que Gael dizia.

– Eu acho que está frio – Judith estranhou, vendo Alan se abanar.

O ômega riu, passando as mãos pelo rosto corado.

– Tem tantos alfas aqui na loja, não é?

– Alan, não é hora de putaria – Judith revirou os olhos, ignorando-o, mas Gael pareceu reflexivo: olhando para Alan para se estivesse analisando um cálculo. – Ajude Gael a tirar os livros lá de cima e vamos levá-los para a vitrine. Eu vou atender alguns clientes e já volto.

Alan assentiu depois que Judith saiu, seus lábios se abrindo enquanto ele olhava para Gael sem nenhum pudor.

– Você já transou antes?

Gael olhou-o alarmado, mas se recompôs rapidamente.

– Não lhe devo elucidações sobre minha vida privada – Alcançou um dos livros, tentando não mostrar desconforto com o olhar penetrante de Alan.

– Você sente tesão?

Gael derrubou o livro no chão, respirando fundo.

– Eu já afirmei que...

– Você tem um cheiro bom – Alan sussurrou malicioso, seu corpo atrás de Gael que deu um salto, sem saber que ele estava tão perto. – Você está liberando feromônios?

Gael olhou para ele, se esforçando para manter-se firme por um tempo, para ter certeza do que estava acontecendo. Alan estava com as bochechas coradas, o corpo tremia e os lábios estavam semi-abertos. E seus olhos eram os mais estranhos: encarando os de Gael com uma intensidade de alguém que procurava sexo.

– Alan... Seu ciclo? Ele está saudável? – Gael deu um jeito de se afastar, sentindo suas pernas vacilarem.

– Por quê? Você está interessado agora? – Ele riu, fora de si. Essa era a única forma de descrevê-lo: ele parecia vazio de raciocínio, mas cheios de emoções que faziam seu corpo ferver como se estivesse em febre.

Alan estava em heat.

– Você precisa de supressores? Você sabe que é perigoso ômegas... hum... desse jeito – Não conseguiu pronunciar cio. Só de imaginar Alan excitado sua mente dava um nó.

– Você é um alfa – Disse com a voz mais sentimental, seu corpo chegando muito perto de Gael que apenas recuava.

O albino sentiu suas costas baterem na estante, entendendo que aquele era o fim. Alan estava tão próximo que ele sentia no ar o cheiro que ele exalava. Cheiro de sexo e submissão.

– Ah, então você acredita? – Se esforçou para parecer humorado, embora não soubesse como isso funcionava. Mas ele estava desesperado com Alan a sua frente, roçando em seu corpo com aquele aroma provocativo.

– Dá para sentir agora... – Sussurrou, encarando Gael hipnotizado. Mais do que isso, de um jeito vidrado e viciado. Gael parecia mais belo do que o normal, e o cheiro dele estava acabando com Alan.

– Você nota, pois seu corpo está... implorando por um alfa – Ofegou, o rosto do ômega muito perto.

Alan estava com a boca próxima até demais, dava para sentir seu hálito enquanto a respiração de ambos se enrolava e fazia uma conexão entre seus corpos. Todo parecia fazer um elo.

Gael pensou que explodiria em agonia.

– Implorando? Alfa? – Suas pupilas se dilataram, os braços se apoiando na estante, fazendo uma espécie de prisão.

Gael empurrou o ômega brutalmente quando este tentou tocá-lo, a raiva invadindo suas veias enquanto sua pressão subia. Ele não toleraria que Alan o encostasse.

– Por favor, fique longe! – Exclamou, recuando enquanto o ômega avançava em sua direção, as sobrancelhas franzidas, como se estivesse em dor.

– Por que você está fugindo?

– Você está em heat. Precisa se controlar – Era complicado respirar, Alan estava liberando cada vez mais feromônios e estava sendo difícil resisti-los.

– Não se afaste... – Choramingou, e o som deu o mesmo impacto que um tiro no alfa que teve que lutar para se manter firme.

Ele estava tão manhoso. Era seu jeito de ômega de barganhar com alfas em seu puro instinto. Mas Gael não cairia facilmente.

– Eu falarei com Judith – Trancou a respiração e caminhou até a porta, mas Alan o conteve, segurando seu pulso com delicadeza.

– Não me deixe sozinho...

Gael estremeceu com a voz dengosa. Parecia como se cada fibra do seu ser estava sendo tomado pelo desejo repulsivo de tocar Alan.

– Fique sentado e em silêncio. Eu irei trancar a porta e eventualmente nenhum alfa poderá entrar aqui – Levou Alan até um dos sofás que ficavam no estoque. – Você estará seguro.

– Você vai me deixar seguro? – Seus olhos cresceram enquanto seu interior ficava quente.

– Não. Os supressores vão – Interrompeu rapidamente, sabendo que tocaria nas cordas sensíveis de Alan caso fosse gentil.

– Rude... – Resmungou o ômega quando o albino o deitou no sofá, sabendo que ele mal se aguentava.

– Somos rudes um com o outro. Não se esqueça – Retrucou, se direcionando a porta, mas Alan começou a choramingar como um filhote indefeso, seu corpo se retorcendo.

– Não me deixa!

Gael sentiu vontade de arrancar seus ouvidos com o som.

– Pegue isso – Jogou seu casaco para Alan que agarrou no ar, olhando-o com curiosidade.

Alan fez barulhinhos inexplicáveis que só ômegas faziam, esfregando o tecido contra seu rosto, os olhos fechando em satisfação.

– Não saia daqui.

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