angelic ・ jikook

Galing kay babysunchild

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Tímido, solitário e infeliz. Era assim que Jeon Jungkook se definia. Vivendo em uma pequena casa em um bairr... Higit pa

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3 ・ novelty
4 ・ alliance
5 ・ stillness
7 ・ sensitivity

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Galing kay babysunchild

👼

Foi em meio as risadas e os gritos divertidos dos meus amigos do outro lado da linha que eu adormeci.

Apesar da desconfiança, não foi muito difícil convencer Taehyung de que Jimin nunca tinha tido a oportunidade de comer um hambúrguer porque em Busan, a sua cidade natal fictícia, a população prezava mais por comidas tradicionais coreanas, assim, o meu anjo da guarda nunca tinha tido interesse em experimentar qualquer fast-food.

Eu não gostava de mentir desse jeito, mas eu faria tudo para proteger a identidade do meu anjo da guarda.

Nos dois dias subsequentes minha rotina não foi diferente. Acordar, ir para a escola, conversar com Taehyung, me encontrar com Jimin e ir para o trabalho.

Nesse meio tempo, foram poucas as vezes em que meu pai apareceu em casa. Ele sempre tinha uma desculpa de que ia sair pra algum lugar e assim o fazia. Sem qualquer remorso, ele saia pela porta da frente sem nem mesmo se preocupar com feridas que ele tinha deixado em mim, em minha mãe e em meu irmão.

Jimin ainda procurava por um emprego. Tentou em restaurantes, abrigos e até em mercados, mas nenhum deles contratava pessoas sem experiência na área. Apesar de tentar esconder sua verdadeira condição por detrás sorriso, eu conseguia perceber sua feição cansada toda vez que ele chegava no portão da escola depois de ter andando o dia todo em busca de um lugar para trabalhar.

Eu não tinha visto muita a minha mãe também, ele tentava pegar todos os plantões que podia, afinal o aviso que indicava que a nossa luz seria cortada caso nós não pagássemos as contas atrasadas havia chegado por debaixo da porta alguns dias antes.

Já havia chegado o sábado e apesar de não ter aulas eu ainda tinha que cumprir meu horário de trabalho na loja de conveniência. Durante o final de semana eu tinha que chegar mais cedo, já que muitos jovens inconsequentes buscavam por bebida alcoólica antes mesmo do meio-dia.

Apesar do cansaço do dia anterior, acordei às cinco da manhã e me encaminhei ao banheiro. O banho gelado retirou parte do meu sono e ao me olhar no espelho pude perceber que alguns roxos espalhados pelo meu corpo já estavam tomando coloração amarelada e outros até já estavam sumindo.

Depois de vestir uma roupa limpa fui até a cozinha buscando algo para comer. Já não tinha muita coisa, então preferi deixar o pouco de cereal e leite que restavam para o meu irmão mais novo. Preparei um chá e voltei para o meu quarto.

Sentado na mesinha baixa, coloquei os meus livros sobre o móvel. O dia não havia nem amanhecido completamente e eu já estava focado em apreender a matéria da semana.

Essa hora da manhã era a única que eu tinha para estudar e mesmo com sono e cansado eu tentava cumprir a promessa que eu tinha feito à minha mãe: eu terminaria meus estudos. Eu podia ser um desastre em tudo, mas eu não ia decepcioná-la.

Biologia, História, Física e Matemática. Como em tão pouco tempo os professores já tinham passado tanto conteúdo? Eram páginas e páginas de exercícios e, como sempre, eu não consegui resolver nem metade deles.

No ano anterior, foi por pouco que eu não repeti de série.

No período das provas finais, as atitudes do meu pai se tornaram mais agressivas tanto comigo quanto com minha mãe e meu irmão, o que fez com que eu me tornasse mais ansioso. Eu constantemente me perdia nos meus próprios pensamentos e não conseguia me concentrar nas aulas. Se não fosse pelas madrugadas que eu passei em claro e pela intervenção divina eu com certeza estaria fazendo o penúltimo ano novamente.

Depois de revisar parte dos assuntos e tentar entender o que eu conseguia guardei os materiais, me levantei rapidamente e troquei de roupa. Estava na hora de trabalhar.

Às sete da manhã eu entrei no ônibus que me levaria para a loja de conveniência. Ainda com os olhos pesados de sono recostei a cabeça na parte superior do assento, coloquei os fones de ouvido e me aconcheguei no meu próprio casaco.

O dia estava frio e nem mesmo o tecido pesado das minhas roupas foi capaz de me esquentar completamente.

Terminado o percurso saí pela manhã congelante de Seul e cheguei até a porta do estabelecimento um pouco antes das oito horas.

Tudo estava do mesmo jeito que eu tinha deixado na noite anterior, com exceção de uma coisa: Jimin não estava lá.

Durante toda semana, depois do fim das minhas aulas eu sempre encontrava meu anjo da guarda no mesmo lugar de sempre e íamos juntos até o meu trabalho.

Mas hoje era sábado, ou seja, sem escola e sem Jimin.

Os finais de semana eram sempre os mais tensos. Os clientes sempre ficavam mais alterados durante esse período. Não era incomum acontecer uma briga ou duas dentro da loja nesses dias. Apesar da minha vontade de ligar para a polícia sempre que isso acontecia, eu fui instruído pelo Sr. Han que eu não devia me meter nisso já que não era problema meu.

Entretanto, eu sabia muito bem que ele estava querendo evitar problemas para si mesmo, afinal, seu estabelecimento estava cheio de irregularidades e se os agentes policiais os descobrissem ele seria preso.

E caso isso acontecesse, eu ficaria sem emprego. Então, eu preferia permanecer em silêncio e me esconder toda vez que um desses eventos aconteciam.

Já acostumado com a presença do meu anjo da guarda, agora eu me sentia sozinho. Já era costume nós conversamos sobre os mais diversos assuntos quando não tinha nenhum cliente na loja, mas hoje eu infelizmente teria queria que conversar com as paredes se eu não quisesse permanecer entediado.

O som do leitor óptico já se tornava incomodo depois de tanto tempo passando os produtos.

Uma senhora que comprava comida congelada reclamava dos preços enquanto três adolescentes pegavam várias garrafas de Soju na parte lateral do estabelecimento.

Suspirei enfadado.

Depois de alguns minutos a loja estava vazia novamente.

Eu estava distraído em meus pensamentos quanto ouvi um som de buzina vindo do lado de fora. Um carro desconhecido estava estacionado junto a calçada.

Dei de ombros achando que era apenas louco que não entendia que ainda era muito cedo para buzinar descontroladamente.

Foi quando os vidros do carro se abaixaram que eu reconheci duas das três pessoas que estavam dentro dele.

Jimin e Taehyung.

Taehyung acenava freneticamente para que eu me aproximasse. Corri e atravessei a porta de vidro indo rapidamente ao encontro dos meus amigos, ainda confuso com o motivo deles estarem ali.

Tae, como o esperado, era o motorista que buzinava como um maluco. Jimin estava no banco de trás, com os olhos ainda inchados de sono, mas mesmo assim o sorriso não desaparecia do seu rosto. Havia uma terceira pessoa que eu não conhecia. Ele estava sentado no banco do carona, tinha cabelo castanho e uma feição tranquila no rosto.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Falei ao me aproximar do veículo.

— O Jimin me fez acordar sete horas da manhã pra trazer ele aqui. — Taehyung lançou um olhar levemente irritado para o loiro no banco de trás. — Ele insistiu que se ele te deixasse sozinho algo de ruim poderia acontecer. Depois eu que sou dramático demais...

— Tchau, Taehyung. — Jimin saiu do carro se posicionando ao meu lado com a expressão vitoriosa. — Obrigado pela carona. Eu fico te devendo essa.

— Você lava toda louça por uma semana. — Tae rebateu.

— Fechado. — Respondeu com um sorriso.

— Me explica por que mesmo você me derrubando da cama sábado de manhã eu não consigo sentir raiva de você? — O motorista perguntou depois de ponderar por alguns instantes.

— É o meu charme natural. — O menor ao meu lado disse e Taehyung revirou os olhos em um falso descontentamento antes de gargalhar.

Depois de nos despedirmos e o observarmos o carro sumir na distância entramos na loja.

Mesmo com pouco tempo que meu anjo da guarda tinha ficado no apartamento de Taehyung já era perceptível que eles tinham uma sintonia incrível. O equilíbrio entre as personalidades dos dois era de dar inveja em qualquer um.

Até mesmo em mim.

Durante esse tempo, Tae emprestou algumas roupas para Jimin e, ao contrário das minhas, elas todas seguiam o que tinha de mais moderno na moda e, ao mesmo tempo, não deixavam se ser casuais.

— Eu pensava que você não viria. — Falei depois de me posicionar atrás do balcão.

— Eu ia chegar mais cedo, mas eu não sabia qual ônibus pegar. — Disse enquanto caminhava para mais perto. — Eu acordei o Tae pra perguntar e ele disse que vinha me trazer.

— Você realmente derrubou ele da cama? — Perguntei e soltei uma risada só de imaginar a cena.

— Não exatamente. — Falou pensativo. — Eu bati na porta uma vez e ele não ouviu, na segunda vez eu bati mais forte e ele deve ter se assustado tanto e caiu da cama.

— Eu não acredito, Jimin. — Caí na gargalhada.

— Nós fomos dormir muito tarde ontem. — Declarou. — Até eu acordei com sono.

Hum.

— O que vocês fizeram ontem à noite? — Tentei não exprimir o que eu realmente estava sugerindo, mas eu falhei miseravelmente quando a minha expressão se fechou.

Apesar do real interesse de Taehyung em meu anjo da guarda na primeira vez que ele o viu, nos dias seguintes ele tinha dito que Jimin apesar de ser uma das pessoas mais adoráveis e atraentes que ele já havia conhecido — palavras dele — eles eram apenas amigos e nada mais que isso.

Mas algo dentro de mim ainda me incomodava e eu não sabia o que era.

— Nós assistimos um filme. — Jimin começou a andar distraído pela loja. — Depois eu fui dormir e ele foi para o quarto com o amigo dele.

No quarto com um amigo?

— Que amigo? — Perguntei curioso.

Curiosidade era com certeza um dos meus maiores pecados.

— O que estava no carro com ele hoje. — Falou sem preocupação. — Ele passou a noite toda lá.

— Então ele que é o melhor amigo do Tae? — Só podia ser amigo que Taehyung vivia falando. O que tinha se mudado recentemente. Fazia todo sentido ser ele.

— Não... — Jimin pensou por uns instantes. — O Tae me falou que eles se conheceram recentemente. Faz duas noites que ele tem dormido no apartamento.

— E... — Mais uma vez eu estava jogando a racionalidade no lixo e sendo curioso demais. — O que eles fizeram... dentro do quarto?

Jimin parou o que estava fazendo e me olhou confuso.

— Jungkook, eu não fiquei escutando o que eles fazeram atrás da porta.

Eu era idiota demais. Eu não podia simplesmente falar tudo o que vinha na minha cabeça. Eu sempre acabava passando vergonha.

— Claro, claro. — Falei sem jeito. — Como vai a procura pelo emprego?

Tentei mudar de assunto. O clima já estava estranho demais.

— Eu estou tentando um pouco de tudo. — Falou. — Segunda-feira eu tento de novo. Eu vou conseguir. Eu tenho que conseguir.

Ele fechou os olhos por alguns segundos e suspirou.

— Conseguiu estudar hoje? — Foi a vez de Jimin trocar de assunto. — Ontem você disse que ia acordar cedo só pra fazer isso.

— Eu tentei, mas é tanta coisa. Eu cheguei a pensar que Artrópode era nome de algum ditador importante. A minha cabeça está uma confusão e só passou uma semana de aula.

Era exatamente isso que eu passava cada segundo do meu dia. Confusão. Uma hora vinha um exercício de matemática, outra hora a preocupação de se a minha família teria o que comer no dia seguinte e outra até de como as pessoas descobriram que as girafas se chamavam girafas.

— Eu vou te ajudar. — Jimin falou confiante depois de alguns momentos em silêncio.

— Como? — Um emaranhado de pensamentos pairaram a minha mente. —Eu sou uma negação nos estudos.

— Você vai ser o melhor aluno daquela escola, Jungkook. — Falou e eu ri descrente.

— Eu só quero me formar.

— Você vai fazer muito mais que isso. Eu prometo. — Jimin se aproximou e olhou nos meus olhos. — Eu só preciso resolver umas coisas antes.

Um cliente entrou na loja e nos atrapalhou antes que eu pudesse lhe responder qualquer coisa.

Depois disso, quase não tive tempo de conversar com meu anjo da guarda já que a cada minuto uma nova pessoa entrava pela porta. Nunca ficávamos à sós então eu apenas o observava de longe.

No horário do almoço, devido à grande movimentação eu mal consegui comer. Com o pouco tempo que eu tinha eu dividi um pacote de salgadinhos e uma latinha de refrigerante com Jimin.

Com a proximidade do escurecer, alguns homens e mulheres entravam no estabelecimento já bêbados e mesmo eu já estando acostumado com aquele tipo de comportamento, toda vez que um deles aparecia eu sentia um frio na espinha.

Eu nunca sabia o que eles podiam fazer comigo.

Minhas mãos tremiam e eu senti meus olhos levemente arregalados. Jimin se aproximou percebendo a minha ansiedade.

Enquanto eu atendia os clientes, ele ficou ao meu lado com um sorriso tranquilizador nos lábios.

"Eu estou aqui. Não vai acontecer nada. " Sussurrava no meu ouvido toda vez que via um embriagado se aproximar.

Algumas horas se passaram e realmente não aconteceu nada. Os clientes entravam e saiam sem fazer qualquer tipo de comentário malicioso ou indiscreto e alguns até deixavam gorjetas no pote de vidro.

Já quase no final do meu horário de trabalho eu escutei a porta se abrindo abruptamente e o senhor alto e acima do peso entrando no local.

— Sr. Han. — Falei ao reconhecer seu rosto.

— Vim trazer o pagamento. — Meu chefe falou e a onda de animação me contagiou. Aquele dinheiro tinha vindo em boa hora. Apesar de meu chefe ter atrasado duas semanas eu estava verdadeiramente alegre em poder voltar para casa e ajudar nas contas. — Eu não consegui tudo, então eu vou pagar metade agora e metade final do mês.

O meu sorriso se esvaiu.

Metade do meu salário não era suficiente para pagar a conta de energia e comprar comida para o restante do mês. Nós íamos ter que escolher um dos dois.

— Obrigado, Sr. Han. — Agradeci fraco enquanto o mais velho me entregava as notas.

O homem nunca foi um dos mais generoso tanto que atrasava constantemente o meu pagamento e sempre fazia de tudo para tentar baixar salário, mas eu estava grato aos céus mesmo assim. Melhor voltar pra casa com pouco dinheiro do que com nada.

— Quem é esse? — Sr. Han fixou os olhos em Jimin.

— Park Jimin. Ele é meu amigo. Está passando um tempo comigo. — Falei e o meu chefe assentiu.

— Tomem cuidado quando forem sair, garotos. Essa hora da noite não é nada seguro andar em Seul.

Concordamos enquanto o mais velho saia pela porta da frente nos deixando à sós.

Fechei a loja e caminhamos até a parada de ônibus.

— Eu posso ir sozinho, Jungkook. Só é você me dizer qual o ônibus eu tenho que pegar. — Jimin disse se agarrando às próprias roupas.

— Não. Eu vou com você. — Falei firme.

— Não precis- — Jimin começou a falar, mas eu o interrompi.

— Você ouviu o que o Sr. Han disse. Eu não vou deixar você andar sozinho ainda mais à noite. Eu protejo você e você me protege. — Declarei determinado entrando no ônibus que nos levaria até o bairro de Taehyung.

Jimin ponderou por uns instantes antes de voltar a me olhar com um sorriso no rosto, balançar a cabeça em afirmação e subir no coletivo.

— V-Você acha mesmo que eu posso ser mesmo um bom aluno? — Perguntei com o veículo já em movimento.

Durante o tempo que eu permaneci trabalhando na loja esse assunto rondou meus pensamentos. Ser um bom aluno sempre foi um sonho inalcançável para mim, mas quando Jimin disse que era possível eu senti uma pontinha de esperança. Talvez meu sonho distante não estava tão distante assim.

— Eu tenho certeza disso, Jungkook. — Jimin passou a me encarar.

— Mas... eu não sou bom em nada. Nem Física ou Química ou Matemática. — Olhei para as minhas próprias mãos envergonhado da minha situação atual.

— Jungkook... — Meu anjo da guarda se aproximou. — Você não consegue se enxergar como eu te enxergo.

Ele estava perto demais.

— E como exatamente você me enxerga? — Perguntei sem pensar.

— Você vai ter que descobrir isso sozinho, Jungkook.

Apesar da minha insistência Jimin não falou mais nada e, assim, permanecemos em silêncio durante o restante do trajeto.

Jimin observava as luzes dos prédios e postes que iluminavam a noite e eu observava-o.

Saímos do ônibus e caminhamos alguns metros até que chegássemos no apartamento de Taehyung, que agora era de Jimin também.

— Você não vai querer subir? — Jimin disse já com o chaveiro nas mãos.

— Eu tenho que preparar o almoço de amanhã. — Falei cansado.

— Eu vou ter que ficar sozinho com o Taehyung e o amigo dele então... — Jimin fez uma careta engraçada.

— Sim. — Ri de sua expressão que era tanto confusa quanto revoltada. — Boa noite, Jimin.

— Boa Noite, Jungkook. Volte em segurança. — Acenou antes de entrar no prédio.

No caminho de casa, eu aproveitei para cochilar no ônibus. Meu estômago roncava, a minha cabeça doía e a minha mente estava um turbilhão de pensamentos.

Ao entrar em casa, como de costume verifiquei os cômodos a procura do meu pai.

Ele havia saído novamente.

Andei até o banheiro e tomei um banho gelado com o objetivo de eliminar toda minha dor. Não foi cento por cento eficaz, mas já foi de grande ajuda.

Já vestido com uma roupa limpa, caminhei até a cozinha para preparar o almoço do dia seguinte.

Coloquei as verduras em uma panela e esperei o ponto de fervura. Em uma frigideira depositei os pequenos pedaços de frango. Por fim, acrescentei água, sal e pimenta e finalmente o ensopado estava pronto. Apesar dos poucos ingredientes o cheiro estava incrível.

Botei um pouco em uma tigela e no momento que eu coloquei a colher na boca pude constatar que apesar de não chegar aos pés da minha mãe, o caldo estava realmente delicioso — ou eu estava sendo enganado pela minha própria fome e na verdade não estava tão bom assim — Não importava. Eu só queria aproveitar momentos de tranquilidade como esses.

Quando cheguei no meu próprio quarto encostei a cabeça no travesseiro, mas não consegui dormir.

As palavras de Jimin rondavam a minha cabeça.

As pessoas sempre me definiram como um desastre em todos os aspectos e eu tinha já tinha assimilado aquilo, mas Jimin me via diferente. Como exatamente ele me via? E como eu ia descobrir isso sozinho? Eu ainda tinha salvação?

Fechei os olhos e com esses últimos questionamentos caí em sono profundo.

Na manhã seguinte, segui o mesmo ritual do dia anterior. Levantei, tomei um banho, verifiquei se Junghyun dormia, preparei um chá e sentei em frente aos meus livros.

Jimin disse que eu podia me tornar o melhor aluno daquela escola, mas eu não acreditava muito nisso. Não era tão simples assim. Mesmo eu me esforçando e virando noites acordado eu ainda não era, necessariamente, bom o suficiente em todas as matérias. As explicações dos professores sempre me deixavam confuso e quando eu ia fazer as atividades o fato de não conseguir resolver um problema sequer me deixava ansioso e aflito.

Eu estava tentando desastrosamente resolver uma questão de física quanto ouvi duas batidas leves na porta, o que era estranho já que essa hora da manhã a minha mãe ainda estava no trabalho e meu pai estava em algum bar decadente no centro da cidade.

Só tinha uma pessoa além de mim em casa...

— Hyung? — Ouvi a voz sonolenta do meu irmão através da porta.

— Pode entrar, Junghyun. — Falei e segundos depois o meu irmão abriu a porta ainda de pijama e com a cara amassada de sono. — O que você está fazendo acordado essa hora? Hoje é domingo.

— Eu estava com saudade de você, Hyung. — Meu irmão mais novo sentou ao meu lado. — Eu tentei lhe esperar acordado todas as noites, mas eu sem querer acabava dormindo.

— Não tem problema. — Falei sorrindo constatando com a sinceridade do menor.

— O que você está fazendo? — Ele disse olhando para os livros abertos em cima da mesa.

— Estou estudando. — Afirmei observando seus olhinhos curiosos examinando as páginas.

— Por que tem números e letras na mesma pergunta, Hyung? — Indagou enquanto apontava para um dos enunciados.

— É Física. — Respondi. — Você não precisa se preocupar com isso agora.

— Parece ser legal. — Seu tom era de animação. — Tomara que quando eu for grande e inteligente que nem o Hyung eu aprenda isso também. — Junghyun me encarou com um sorriso doce.

— Inteligente? — Ri com sua afirmação. — Acho que você se enganou, Junghyun.

— Eu não me enganei. — Meu irmão respondeu resoluto. — O hyung é a pessoa mais inteligente, forte e legal que eu conheço. Por isso que quando eu crescer eu quero ser que nem você.

Junghyun sorriu e eu não consegui fazer nada além de sorrir de volta.

Eu estava surpreso com a afirmação do irmão. Nunca passou pela minha cabeça que eu era dono que qualquer uma daquelas características que ele tinha citado.

Em um impulso, abracei o menor que se assustou devido a minha movimentação rápida.

Era esse tipo de coisa que não me fazia desistir. Meu irmão durante todos esses anos foi quem fez eu permanecer firme. Eu precisava protegê-lo independentemente de qualquer coisa.

— Hyung. — Me chamou, fazendo com que eu desfizesse o abraço para o encarar. — Eu não sei bem como explicar...

— Pode falar, Junghyun. — Tentei tranquilizar meu irmão que agora esfregava as mãos inquieto.

O mais novo pensou por alguns instantes. Ele estava confuso e apreensivo com alguma coisa.

— E-Eu acho... acho que eu vi um anjinho. — Meu irmão falou de uma vez.

— O-O que? — Uma onda de desespero me invadiu. — C-Como assim?

— Eu estava dormindo e ouvi o barulho de alguma coisa se quebrando lá dentro do seu quarto e eu fui correndo para ver se o Hyung estava bem. A porta estava fechada e eu ouvi o papai brigando e você chorando. — Lágrimas se formavam no canto dos olhos do meu irmão. — Eu corri de volta pro meu quarto e me escondi debaixo do lençol e fechei os olhos que nem o Hyung me ensinou — Agora ele dava pequenos soluços em nervosismo. — , m-mas esse pesadelo parecia de verdade e eu não consegui dormir porque eu estava com medo.

Oh.

Senti a primeira lágrima deslizando pelo lado esquerdo do meu rosto. Todas as lembranças do dia em que o meu pai me agrediu voltaram a minha memória. O que mais me angustiava era o fato do meu irmão mais novo ter ouvido tudo. Desde o som da colisão do meu cofre no chão até os meus gritos de dor abafados.

— E então... — Falei baixinho o incentivando a continuar falando.

— Passou um tempinho e eu não ouvi mais nada. Hyung, e-eu estava com tanto medo. — Choramingou entrecortando as palavras. — Até que eu ouvi alguém entrando no meu quarto e achei que fosse o papai. Eu pensei que ele ia me bater. Eu fingi que estava dormindo. Alguém sentou na minha cama e fez carinho na minha cabeça. N-Não era o papai.

— E quem era? — Perguntei com os olhos já encharcados.

— E-Eu n-não s-sei, Hyung. Eu estava com os olhos fechados. — Junghyun parou de falar em meio aos soluços. — Eu só consegui ver que ele tinha o cabelo bem loiro e os olhos pequenininhos.

Sim, era ele. Definitivamente era ele.

— E por que você acha que ele era um anjo? — Perguntei comovido com a situação.

— Eu consegui ver. Ele tinha uma luz. Você acredita em mim, hyung? Acredita que eu vi um anjinho e que ele me protegeu? — O choro se tornou incessante e eu o puxei de volta para o abraço.

— Sim, Junghyun, eu acredito.

Oi, geeeente!

Comentem o que vocês acharam e não esqueçam de votar se vocês gostaram do capítulo.

Desculpa ter atraso esse capítulo é que eu realmente tive uns problemas e não deu pra postar no horário. :(

Perdão os errinhos de revisão.

Hoje o Junghyun apareceu um pouquinho mais e nossa eu amo tanto esse nenemm.

E essa história do Tae o que vocês acham hein? rsrsrsrs

Nos próximos capítulos vai aparecer mais um bebezinho lindo que eu amo muito e aposto que vocês vão amar também.

Ahhh! Obrigada pelos 2.8k de view, 520 votos e mais de 1000 comentários eu nunca pensei que angelic ia chegar nessa marca. Você são incríveis demaaaaais.

Não tem mais muita coisa pra falar não porque eu ainda to soft/sad com o final desse capítulo então é isto.

Até próxima quinta-feira. Fiquem bem.

─ Hera ❥

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