Para Sempre Você

By OsawaRei

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"Você entende que a vida é complicada, quando a mesma pessoa que te ensinou o que é amor, é a mesma que te fa... More

Introdução/ Elenco
Para Sempre Você
Prólogo
Capítulo 1- Frustração
Capítulo 2- Olhos Azuis
Capítulo 3- Carteira Perdida
Capítulo 4- Surpresa
Capítulo 5- Duplas
Capítulo 6- Sorte ou Destino?
Capítulo 8- Dor
Capítulo 9- Passado
Capítulo 10- Amigos
Capítulo 11- Festa
Capítulo 12- Primeiro Beijo
Capítulo 13- Fica comigo?
Capítulo 14- Menino de Ouro
Capítulo 15- Cantinho do Matthew
Capítulo 16- Felicidade
Capítulo 17- Por um Triz
Capítulo 18- Esconderijo Secreto
Capítulo 19- Nova Fase
Capítulo 20- Uma Grande Proposta
Capítulo 21- Senhorita Parker
Capítulo 22- Conselho de mãe
Capítulo 23- Bournemouth
Capítulo 24- Decepção
Capítulo 25- Jantar Especial
Capítulo 26- Eu Te Amo
Capítulo 27- Companheiro de Equipe
Capítulo 28- Insegurança
Capítulo 29- Mal Estar
Capítulo 30- Lembranças
Capítulo 31- Ombro Amigo
Capítulo 32- Traição?
Capítulo 33- Acidente
Capítulo 34- Realidade
Capítulo 35- Desespero
Capítulo 36- Liberdade

Capítulo 7- Ciúmes

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By OsawaRei

"Seja a razão pela qual as pessoas ainda acreditem na bondade e na generosidade humana."

***

17 de Junho de 2013

Helena

Só quando saí do carro do Matthew e coloquei os pés na minha casa, consegui respirar fundo.

Eu vim a todo momento controlando minha respiração ao lado dele.

Durante todo o caminho, Matthew não parava de me olhar. Ele parecia perdido em pensamentos, mas mesmo assim, continuava me olhando. Como se estivesse conferindo se eu ainda estava ali.

O olhar dele sobre mim me desestabilizava.
Eu não conseguia me sentir bem ao lado dele.

Talvez Matthew não percebesse o poder do seu olhar. Mas era muito intenso.
Esta intensidade toda me deixava nervosa.
Eu não sabia o que ele estava pensando.. Ou que planejava fazer..
Na verdade, eu nem deveria ter entrado em seu carro. Eu não o conhecia. Isso foi um risco muito grande.

Botei a mão na cabeça.
Como fui me esquecer disso?

"Não entre no carro de estranhos." -Minha consciência alertou.

Mas eu entrei. Eu desobedeci uma regra!

O que estava acontecendo comigo?

Começei a entrar em pânico.
Minha mãe vai me matar se descobrir.

Arragalei os olhos.
Se descobrir ..
Agora eu estava começando a esconder as coisas dela..

Começei a dar voltas pela sala de estar.
Meu Deus. Eu estava tão ferrada..
Não me reconheço mais.

Mas.. pensando bem.. Não.. eu não fiz isso.
Afinal, Matthew não é um estranho, certo?

Estudamos na mesma faculdade, ele veio aqui em casa, conheceu minha família, vamos fazer um trabalho juntos.. Então, isso não faz dele um estranho, certo?

"O que você sabe sobre ele Helena? Você o conhece o sufiente para entrar em seu carro?" -Minha consciência alertou.

Droga! Ela tem razão.
Voltei a dar voltas pela sala de estar, quando alguém apareceu, me assustando.

-Filha? Chegou cedo. -Ela disse sorrindo, mas parou ao ver meu estado. -Helena, tudo bem? -Perguntou preocupada.

Engoli em seco assentindo.
-Sim. Tudo.. está perfeitamente bem mamãe. Super bem. Não há nada de errado. Jamais. -Falei me enrolando.

Calma Helena. Se concentra.

Mamãe me fitou com uma expressão desconfiada.
-Mesmo? Você parece estar nervosa. -Ela disse se aproximando da janela.

Não.. a janela não.
Se ela chegar mais perto, vai ver a caminhonete de Matthew e ai sim que minha vida estará definitivamente acabada.

-Não. É ..eu estou bem. Mamãe.. porque a senhora não sai de perto dessa janela e vem me ajudar a arrumar umas coisas? -Sugeri com um sorriso amarelo.

Mamãe sorriu.
-O que tem na janela que eu não posso ver? -Ela disse se aproximando ainda mais.

Janela? Que janela? Alguém falou em janela?

-Mamãe.. -Eu estava quase implorando para que ela se afastasse, mas foi tarde demais. Ela já estava na janela e agora fitava a rua.

Minha vida acabou.

Começei a chorar.
-Mamãe me perdoe. Eu não quis fazer isso. Me desculpe.. por favor. Eu me esqueci. Não queria ter entrado no carro dele.. eu juro que estou arrependida. Se quiser pode confiscar meu celular e meu notebook. Eu vou pagar pelos meus erros. Mas me perdoe mãe. Por favor.. -Implorei desesperada quando notei o olhar confuso da minha mãe sobre mim.

-Do que você está falando? -Ela perguntou me olhando como se eu fosse uma louca.

Pisquei várias vezes e corri em direção á janela. Quando olhei, notei que a caminhonete de Matthew não estava mais lá.

Será que ele havia desistido de me esperar?

Com certeza, esses meus surtos devem ter durado muito mais do que os "poucos minutos" que falei que levaria para me arrumar.

Mas tudo bem. É melhor assim. Pelo menos me evitou um grande problema.

-Então? -Ela perguntou novamente.

Desconversei.
-Não é nada mãe. Eu estava brincando com a senhora. E a senhora caiu direitinho. -Falei sorrindo.

Ela estreitou os olhos.
-Você está estranha. Porque foi liberada cedo hoje?

Expliquei tudo a ela, incluindo a parte do trabalho, porém, não contei que havia sido sorteada com Matthew.
Depois, contei a ela sobre a suposta "festa do pijama" no apartamento de Emily, dando a entender que Emily era minha parceira no trabalho, e por isso eu dormiria lá hoje. Para adiantar tudo.

Porém, mamãe parecia não acreditar muito em minhas palavras, mas mesmo assim, me ajudou a separar algumas roupas para levar.

Peguei um vestido preto, maquiagens e alguns remédios escondido, e coloquei em minha bolsa.

Emily sempre exagera nas bebidas e quase nunca há remédios para ressaca em seu apartamento. Então, já coloquei tudo em minha bolsa para não termos problemas.

Após arrumarmos tudo, mamãe estava me ajudando a descer as escadas com a minha mochila, quando escutamos vozes vindo da sala de estar.

Será que era o papai?

Olhei a hora.
Ia dar meio dia, e meu pai geralmente almoçava no trabalho. Então, de quem eram aquelas vozes?

-Seu pai já chegou. Ainda bem que adiantei o almoço. -Mamãe disse se apressando.

Assim que chegamos na sala de estar, meu coração quase parou quando vi meu pai com um braço ao redor do ombro de Matthew.

Eles conversavam e sorriam como se fossem grandes amigos.

O que ele estava fazendo aqui?
Ele não tinha ido embora?

Olhei a janela disfarçadamente e notei que a caminhonete de Matthew estava lá estacionada. Mas agora, em sua frente, havia o carro do meu pai.

Assim que mamãe viu Matthew, ela abriu um sorriso enorme, largou a mochila nos meus pés e correu em sua direção para cumprimentá-lo.

Fechei os olhos e respirei fundo.
O que eu fiz pra merecer isso?

-Matthew! Que supresa! É muito bom te ver novamente. -Ela disse o abraçando.

-Obrigado Senh.. Katherine. -Ele disse ao perceber mamãe o fitar com o olhar feio.

Papai sorriu.
-Amor, você viu a Hillux dele? -Mamãe negou. - É Perfeita. Já arrumei comprador para o Siena, e na próxima semana já vou estar com uma daquela em nossa garagem. -Papai bateu no ombro de Matthew. -Esse menino tem bom gosto para carros.

Matthew sorriu sem jeito.
-Obrigado Chistopher. E.. Katherine, eu trouxe o que prometi. -Matthew se virou, abriu a mochila e tirou um presente, entregando-o na mão da minha mãe, que abriu um sorriso enorme e logo pegou uma tesoura para abrí-lo.

Quando abriu, só escutei os gritos da minha mãe. Em seguida, a vi correndo em direção a Matthew e a abraçando, com uma pequena orquídea no braço.

-Oh Matthew, você é um amor. Muito obrigado por isso. Eu vou cuidar muito bem dela. -Mamãe disse quase babando pela orquídea.

-De nada. Sabia que iria gostar. -Ele disse sorrindo.

Bufei, sentindo a raiva passando pelas minhas veias.
Como ele sabia que minha mãe gostava de orquídeas?

Estavam todos conversando animadamente, quando peguei a bolsa cheia de roupas e bati no chão, chamando a atenção de todos.

-Obrigado por ter me deixado sozinha mamãe. -Falei tentando conter a vontade que eu estava de quebrar aquele vaso de orquídea na cabeça de Matthew.

Mamãe arregalou os olhos.
-Ah minha filha, me desculpe. -Ela disse se aproximando e me dando um beijo na cabeça. -Você viu o presente que Matthew me deu? -Ela me mostrou a orquídea. -Linda, não?

Assenti, fitando Matthew com os olhos semicerrados.
-É mamãe. Muito linda.

Eu nem havia olhado para orquídea. Na verdade, eu estava imaginado aquele vaso na cabeça de Matthew, que neste momento, trocava olhares com meu pai.

Ele sorriu.
-Não foi só sua mãe que ganhou presentes. Eu também ganhei. -Ele disse mostrando um vinho antigo. -Você tem noção do quanto esse vinho é bom? Matthew me supreende a cada dia. -Ele disse sorrindo.

Respirei fundo e fechei os olhos.

Era Matthew pra cá.. Matthew pra lá.. Eu não aguentava mais ouvir aquele nome.
Se eu não saísse dali naquele momento, eu corria sérios riscos de ser presa por assassinato.

Mamãe e papai não paravam de paparicar Matthew, quando resolvi intervir.

-Matthew, não estávamos atrasados? -Perguntei o fitando seriamente.

Espero que ele entenda meu olhar. Se não, vou ser obrigada a jogá-lo pela janela.

-Ah.. S..sim. Isso. É mesmo. -Ele disse sorrindo e vindo me ajudar com minha bolsa e com a minha mochila.

Pelo menos nisso ele é útil. Em vez de ficar tentando comprar meus pais com presentinhos baratos, ele deveria ter me ajudado á muito tempo.

Pra começar, ele nem deveria estar aqui.

Mamãe suspirou.
-Matt já vai? Mas está muito cedo. Fiquem para almoçar.

-Ah.. eu..

-Sim mãe. Já vamos. Estamos atrasados. -Falei interrompendo Matthew e o empurrando para a saída.

Mamãe assentiu.
-Tudo bem. Mas Matthew, você nos deve um almoço! Quando vai aparecer novamente? -Ela perguntou.

-Um dia. -Falei sem deixar que Matthew respondesse.

Já chega disso. Chega! Não aguento mais escutar o nome dele!

-Tchau pessoal. Amo vocês. -Falei fechando a porta do apartamento, só dando tempo de escutar um "também" dos meus pais.

Assim que chegamos na caminhonete, fitei Matthew com o olhar mais furioso que eu já direcionei á alguém.
-O que você entende por "esperar lá fora"? -Perguntei o fitando.

Matthew sorriu.

Aquele sorriso idiota que era lindo, mas neste momento, aumentava minha vontade de querer esganá-lo.

Após guardar minhas coisas no porta-malas, Matthew levantou as mãos.
-A culpa não é minha. Seu pai que me convidou pra entrar. Eu juro que recusei, mas foi tarde demais.

Respirei fundo, sentindo minha raiva se esvair.

Ok. Meu pai. Tudo bem. Esta eu deixo passar. Mas.. e os presentes?

-E onde você arrumou aquelas coisas? -Perguntei.

Matthew sorriu.
-É que na última vez que vim aqui lhe entregar sua carteira, sua mãe havia me contado que gostava de orquídeas. Eu prometi que da próxima vez que viesse, lhe daria uma de presente. Não que eu quisesse vir novamente sabe.. Mas.. por educação eu prometi.
Então, já que eu estava aqui e a floricultura não era tão longe, aproveitei que você ia se arrumar, e fui lá comprar uma orquídea para ela.

Suspirei.
Agora está explicado o porquê da mamãe não ter visto seu carro pela janela.

-E o vinho?

-Que vinho? -Ele perguntou confuso.

-O vinho que você entregou pro meu pai.

Ele passou a mão no cabelo.
-Ah.. o vinho. Aquilo foi sorte. Eu só comprei porque o vendedor disse que era o melhor da loja.

Assenti, abrindo a porta e sentando em meu lugar. Vi quando Matthew passou a mão no cabelo novamente e se sentou ao meu lado.

Ele ligou o carro, mas antes de dar partida me fitou.
-Olha.. desculpe. Eu sei que você está brava, mas não foi minha intenção entrar em sua casa. Eu planejava te entregar o que comprei e pedir para que você mesma entregasse pra eles. Entrar lá nem havia se passado pela minha cabeça. Mas.. vimos que nem tudo sai como planejo. -Ele disse sem jeito.

Após alguns minutos encarando Matthew em silêncio, sorri.
-Tudo bem. Mas o único problema, é que agora minha mãe vai pensar que estamos namorando. -Falei fitando meu apartamento pelo vidro do carro de Matthew.

Com certeza, quando eu chegar amanhã, Mamãe vai me fazer um milhão de perguntas sobre o meu "suposto" relacionamento com Matthew.

-Eu não vejo problema nisso. Seus pais são maravilhosos.

No mesmo instante me virei em sua direção e o encarei.
-O que disse?

Ele passou a mão no cabelo novamente e deu partida no carro.
-Nada. É.. Vamos deixar isso no apartamento da sua amiga antes de irmos para o Starbucks? -Ele perguntou nervoso.

Assenti.
-Vamos. Eu te passo o endereço.. -Falei ligando o GPS e fitando Matthew desconfiada.

Então quer dizer que ele não se importa em ser reconhecido como meu namorado?

O que ele estava pensando?

As coisas não funcionam assim. Ele não pode chegar na minha casa, comprar meus pais com presentinhos e depois sair dando uma de "meu namorado".

Se ele acha que isso vai continuar assim, ele está muito enganado.
Vou tratar de colocar Matthew em seu devido lugar.

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