Stranger

By MaduKoby

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(+18) Gael é um alfa albino e autista, mas nada o impede de ser o cara mais inteligente que Alan já conheceu... More

AVISOS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítul0 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49

Capítulo 5

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By MaduKoby




– Eu quero meu copinho – Reclamou Ícaro quando Alan entrou no estoque depois de atender um cliente.

– Está na sua bolsa? – Perguntou.

Ícaro assentiu.

– Tá, espera ai. Eu já volto.

Depois que Alan se foi, Ícaro se virou para trás para ficar olhando para Gael que tirava o pó de algumas móveis.

O menino tinha achado curioso a aparência de Gael, vendo com olhos brilhantes tudo o que era diferente. Ele tinha aprendido com seu pouco tempo de vida que nem tudo que era estranho era assustador. Ícaro, inclusive, achava surpreendente: o albino parecia uma boneca de porcelana para ele, mas sem maquiagem e vestido.

O garotinho suspirou entediado, surpreso pelo alfa não puxar assunto com ele. Normalmente às pessoas sempre o olhavam com simpatia, mas Gael não se encaixava nesse modelo.

Começou a andar pelo espaço, puxando algumas coisas do lugares. Encontrou em cima de uma das cômodas uma garrafa grande de vidro e foi logo pegando, vendo que tinha um líquido cor-de-rosa atraente dentro.

Achou impressionante e elevou aos lábios.

Gael olhou para o menino ao ouvir o som oco do vidro, vendo o garoto com sua garrafa. Seu sangue gelou na hora.

– NÃO! – Tirou com brutalidade a garrafa da boca de Ícaro que se assustou e cambaleou para trás, cortando seus lábios no canudo metálico.

Ícaro caiu sentado no chão, sentindo o gosto amargo de sangue. Olhou para Gael, confuso, antes de seus olhos se encherem de lágrimas.

Gael começou a entrar em pânico ao ouvir os rosnados baixos do garotinho que esfregava os olhos chorosos, se encolhendo.

– O que você fez, imbecil?! – Alan gritou e Gael prendeu sua respiração. Ele não tinha ideia de que o ômega estava ali.

– Perdoe-me. Eu não aspirava feri-lo – Sussurrou, se encolhendo quando via Alan pegar o garotinho no colo; uma briga já se formando em seu interior.

– Caralho, é só uma criança! Não é como se ele fosse destruir sua garrafa! – Grunhiu irritado, seus olhos parecendo chamas.

Gael não entendia como ele e Alan desferiam golpes verbais um no outro mesmo que não se conhecessem direito. Mas ele não estava surpreso: pessoas como Alan sempre eram responsáveis pelo caos.

– Você não compreende... – Fechou os olhos, buscando se acalmar. – Compartilharemos germes e parasitas se ele tocar na minha garrafa.

– Grande coisa. Você está com germes nesse momento. Ícaro não é cheio de doenças – Alan reparou que sua voz soava acusadora, o que ele sabia não ser justo. Mas Alan nunca foi justo.

– Crianças usam o palato para nutrir novas experiências. Ele, literalmente, coloca tudo na boca.

– Tá, e precisa machucar? – Revirou os olhos.

– Eu já afirmei anteriormente que não foi meu intento.

– Você tem alguma porra de doença que te deixa assim tão chato e perturbado? – Era óbvio que era Alan que estava sendo maldoso, mas ele não se importava: seu lado irracional sempre falava mais alto, e era exatamente esse seu lado que se incomodava com Gael de um jeito que ele não conseguia entender.

Alan sentia mais do que pensava, então suas palavras sempre eram pura raiva.

– Eu tenho TOC, Alan – Confessou, brando.

– Ah, tá. Essa é sua melhor desculpa?

– É risível que você não entenda, entretanto, eu uso luvas por alguma razão.

Alan baixou os olhos para as mãos de Gael, notando que era verdade que ele não as tirava por nada.

– Você é muito problemático. Isso se chama frescura no meu mundo.

Gael olhou para o ômega, sentindo sua pele queimar.

– Você é demasiado inculto, Alan – Deu um passo à frente, intimidante de um jeito que fez o ômega e o garotinho se encolherem um pouco. – Já pensou em começar a ler mais artigos científicos e não se alicerçar somente em deduções carentes de compreensão da psique humana? No seu mundo burro e limitado, TOC é frescura, mas no meu é um transtorno.

Burro? – Ergueu as sobrancelhas, ainda chocado com a atitude de Gael. Ele não imaginava que um cara como ele olharia em seus olhos profundamente, sem vacilar. – Eu não vou dar ouvidos para o que um autista fala.

– Autista? – Olhou-o alarmado. – Quem te disse isso?

– Eu não sou cego.

– Você disse a mesma coisa quando eu afirmei que eu era um alfa – Suspirou, tentando conter a raiva que crescia. Era amargo o jeito que Alan tirava-o do sério. – Você deveria estagnar seus julgamentos. Às pessoas não são tão previsíveis.

– Você me irrita com essas palavras difíceis. Você está se pagando de inteligente.

– Meu segredo não é a inteligência, são os livros. Talvez você devesse ouvir minha recomendação de ler menos rótulos de cervejas e maços de cigarro e começar a vislumbrar livros de verdade.

Rangeu os dentes, olhando desafiadoramente para Gael que tinha desviado o olhar, parecendo mais indiferente do que nunca.

– Você é tão arrogante...

Uma voz estranha tomou conta de Gael:

– É mesmo? Já se olhou no espelho?


– Vocês precisam parar de brigar! – Judith berrou, desapontada com Alan.

– Fácil para você falar, aquele filho da puta não te trata mal.

Alan torceu para que sua voz, durante a discussão, tivesse ficado mais alta do que a de Gael que permaneceu indiferente até Judith chegar e gritar com o ômega. Ele tinha agradecido que sua amiga não apareceu mais cedo, seria vergonhoso se ela visse o quanto ele ficou acuado. Ele odiava Gael por fazê-lo se sentir burro por suas longas frases complexas e intimidado e incompetente.

Se fosse outra pessoa, Alan já teria o quebrado osso por osso.

– Você chamou ele de autista e disse que TOC era frescura!

– E ele machucou seu sobrinho.

– Convenhamos que não é só por Ícaro que você está tão irritado – Debochou Elias.

– Parem de defendê-lo! Aquele cara não merece nada de respeito, ele vem nos tratando como dementes desde que nos conhecemos! – Berrou Alan, seus pupilas dilatando.

– Você vem sendo rude com ele desde que o viu pela primeira vez! – Rosnou Judith.

– Você o defende como se ele fosse seu alfa, suspeito, não é? – Insinuou Alan e Judith se ofendeu, começando a liberar feromônios agressivos no ar.

– E você que está tão intimidado por ele a ponto de se encolher? Você acha que eu não vi?

Ele demorou para encontrar sua voz, vendo Elias o olhar surpreso. Ele nunca se sentia sufocado com alfas, e isso fez Alan se achar inferior.

– Você está todo raivosinho desde que o viu. Você pensa que eu não fito seus olhos quando Gael passa perto de você? – Puxou a camisa de Alan, fazendo-o olhar em seus olhos. – Você está patético, Alan: tentando chamar a atenção do garoto de qualquer jeito, mesmo que seja através de ofensas que parecem ter sido arquitetadas por crianças de fundamental.

Alan demorou para compreender Judith, ainda enjoado com a expressão fria de Gael. A medida que a audição de Alan voltou, ele sentiu que tudo o que era de concreto em sua vida se esfarelar. Ele detestava o jeito que ela expunha os pedaços mais vergonhosos de si. Ele não se entendia, mas Judith parecia ter esclarecido tudo como se tivesse desenhado em cores nítidas o que seu lado irracional estava fazendo sem a sua permissão.

As palavras da garota foram como pregos em suas têmporas, e ele só conseguiu dizer:

– Vai se foder, Judith. Você não sabe de nada.


– Está se sentindo melhor? – Perguntou Gael para o garotinho que assentiu, deixando que o albino colocasse pomada no seu lábio.

Ele se sentiu horrível quando viu Ícaro chorar. Gael nunca tinha se importado com ninguém, nem com crianças, mas ao saber que ele tinha machucado o pequeno alfa e ainda entender tudo o que Alan pensava sobre si, do jeito mais doloroso possível, fez o sentir o pior dos animais.

Mas ele ainda se sentia atônito quando via gente como Alan ficar alarmado. Não eram esses mesmo tipos que diziam sobre ação e reação? Ele sussurrava antipatia e ainda ficava assustado e ofendido quando palavras duras o atingiam; como se merecessem gentileza, mesmo sendo o mesmo tipo de pessoa que machucava os outros gratuitamente.

– Por favor, não lamba – Pediu, espalhando a pomada delicadamente com sua luva.

Ícaro não tinha se ressentido. Depois que Gael pediu para cuidá-lo, e ao ver que ele estava se esforçando, fez o espirito infantil de Ícaro se sentir confortável e seguro. Ele amava ser zelado.

– Ei – Gael sussurrou, tentando parecer mais informal. – Perdoe-me por melindrar... hã... machucar. Não foi minha intenção.

O menino piscou, confuso.

– Você me desculpa? – Insistiu, envergonhado. Tinha sido custoso dizer isso, mas ele estava realmente arrependido.

Ícaro concordou, estendendo os braços para Gael que demorou um pouco para entender.

Ele queria colo e Gael nunca tinha pegado uma criança nos braços antes.

Ícaro rosnou baixinho, querendo chamar a atenção. Gael hesitou em aceitar, mas se sentiu pressionado ao ouvir passos, agarrando o menino rapidamente em desespero, que deitou a bochecha em seu ombro, quase adormecendo quando se sentiu seguro ao estar perto do corpo de um alfa.

– Vejo que vocês se entenderam – Sorriu Judith ao abrir a porta, notando que Gael sacudiu o corpo para fazer Ícaro desencostar.

– Pode segurá-lo? – Correu até Judith com o garotinho; como se Ícaro estivesse pelando.

Judith conteve um riso. Gael ficava fofo daquele jeito.

– Dormir, tia... – Ícaro murmurou manhoso enquanto Judith o ninava suavemente.

– Sim, nós já vamos para casa – Prometeu, antes de se voltar para Gael. – Desculpe por Alan. Ele é meu melhor amigo, mas às vezes eu o odeio mais do que tudo.

Gael engoliu em seco, tentando não demonstrar o asco que sentia ao lembrar do ômega. Ele era a personificação de todas as coisas que já o feriram na vida.

– Tudo bem, Judith. Certamente que eu me senti ultrajado, e minha área cerebral ativada nesse momento foi tão primitiva que se torna tortuoso confessar. Contudo, meu córtex é robusto e eu consigo modular a raiva e reprimir os níveis de neurotransmissores como a serotonina e... – Se calou, vendo Judith unir as sobrancelhas. – Alan tem razão por me achar estranho. Todos têm.

– Não deixem que os outros te oprimam. Imponha-se e soque babacas quando for preciso.

– Esporadicamente eu me saboto e dou a chave da minha autoestima para os outros – Confessou, sentindo no ar os ferômonios de Judith. Como ômega, ela conseguia fazer os alfas se sentirem confortáveis, até um como Gael.

– Alan não percebe quando magoa às pessoas, ele é muito impulsivo. Ele segue o instinto – Olhou afetiva para o alfa que aos poucos quebrava o gelo.

– Ele me deixa exausto.

– Não leve-o a sério, ele não consegue lidar com o que é diferente.

– Ei, Gael – Interrompeu Elias, fazendo o albino dar um pulo. Ele esperava que Elias não tivesse ouvido sua confissão. – Eu e Alan estamos indo embora.

– Ok.

– Boa noite! – Exclamou, dando chutes em Alan para que ele permanecesse atrás da porta, sem querer que ambos se olhassem e discutissem.

Tarde demais. Alan jogou olhadelas iradas para Gael que retribuiu o desprezo, queimando nos seus olhos lilases. Os dois quase se atacaram de novo.

– Venha, e pare de ser chato – Elias puxou Alan que não se despediu de ninguém.

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