Stranger

By MaduKoby

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(+18) Gael é um alfa albino e autista, mas nada o impede de ser o cara mais inteligente que Alan já conheceu... More

AVISOS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítul0 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49

Capítulo 4

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By MaduKoby





– Você deve se comportar – Judith entrou na loja segurando a mão do garotinho e com a outra equilibrando uma pequena mochila.

– Ok...– O garotinho se esfregou contra a coxa da garota, bocejando. 

– Ei! Ícaro! – Assobiou Alan. – Você não vai me dizer "oi"?

Ao ouvir a voz familiar do ômega, o menino arregalou os olhos e correu em direção a Alan, acenando alegremente.

O ômega pegou-o nos braços, vendo os olhos do garoto, tão escuros quanto o Judith, brilharem em contentamento, embora ele não admitisse que gostava de ficar no colo.

– Parece que faz anos que não nos vemos! – Sorriu amigavelmente, mostrando sua personalidade doce que só demonstrava para crianças gentis. Ele se sentia um pouco constrangido quando fazia isso, mas não conseguia resistir quando era Ícaro.

– Muito tempo – Olhou radiante para o ômega.

– Não se empolgue tanto – Judith advertiu. – Ele não é confiável.

Alan chiou, irritado.

– Sua tia tem inveja da nossa relação – O garotinho riu. – Ela é uma mal-amada.

Judith rosnou, de brincadeira.

– Tenho certeza que os professores gostam muito mais de mim do que um delinquente como você. Eu posso pedir qualquer coisa que eles fazem.

– Se eu tivesse tantas curvas como você eles também ficariam de quatro por mim – Mostrou a língua para Judith que riu, antes de se afastar e ajudar mais um cliente que entrava pela porta.

– Mais tarde podemos te levar para a sorveteria – Disse Alan, sentando Ícaro em cima do balcão ao ver uma das moças que entraram olhar apaixonada para o garotinho que ficou todo tímido.

Qualquer atenção que o pequeno alfa recebia o fazia corar. Isso era consequência dos suas pais, que se preocupavam mais com diversão e bebedeira do que com o próprio filho. Todas às vezes que Alan se encontrou com os pais do menino, se assustou com a falta de afinidade. O alfa parecia agressivo e mal-humorado, desclassificando seu lado paciente com Ícaro; e a ômega era gentil, mas ainda negligente, dando mais importância a seu alfa e suas traições do que com a criatura indefesa que tinha em casa.

– Eu tenho um novo brinquedo – Comentou, puxando sua mochila e alcançando seu boneco para mostrar a Alan que sorriu, acariciando a bochecha do garotinho.

– É muito lindo, alfinha. Podemos brincar mais tarde – Ícaro assentiu, feliz.

Alan não entendia como os pais de Ícaro conseguiam abandoná-lo com Judith durante dias, sem nem ligar para saber como ele estava.

– Esta é a criança? – Uma voz perguntou e Alan se virou para o lado, vendo Gael analisar Ícaro que corou, se aproximando mais do ômega.

Alan estava começando a odiar as entradas silenciosas de Gael.

– Eu acho que você já sabe a resposta – Grunhiu, não sabendo o porquê de estar irritado.

– Cumprimente Gael, querido – Judith interferiu, se aproximando enquanto deixava o casal de clientes serem atendidos por Elias.

– Oi... – Sussurrou com sua voz delicada de criança de dois anos.

Gael piscou durante um tempo, como se estivesse esquecido de falar.

– Olá.

Ícaro deu um boa olhada em Gael, sem saber que o deixava desconfortável, antes de fazer Alan se abaixar para ficar próximo ao seu rosto.

Estranho – Segredou, não entendendo que Gael ouvia.

– Sim, não é? – Alan sussurrou, sabendo bem que Gael estava atento.

– Ícaro! – Judith repreendeu. – Peça desculpas!

– O quê? – Olhou confuso para tia, sua pele morena clara corando.

– Ué, ele mentiu? – Alan revirou os olhos, achando suspeito Gael não esboçar nenhuma reação. – Você é bizarro mesmo.

Bizarro? – Repetiu Gael, aparentando frieza que queimava.

– Você é albino e tem autis...

– Ei, querido? – Judith se jogou na frente dos dois, agarrando com certa urgência os braços do menino; sentindo a tempestade se aproximando. – Quer mostrar seu caderno de colorir para Gael?

– Sim, tia – Obedeceu, abrindo sua mochila e alcançando seu caderno.

Ícaro engatinhou pela balcão até chegar ao albino, oferecendo suas pinturas para Gael que demorou um pouco para assimilar, se sentindo constrangido pelos olhares fixos. Começou a detestar a transparência do menino.

– Crianças não tem boa coordenação motora finita, visto que o sistema educacional é pautado apenas em aspectos filosóficos e matemáticos, sem ter ênfase na neurociência – Passou as páginas, vendo que o garotinho pintava com aquarela de um jeito maduro, mas sem notar que ninguém estava entendendo nada do que falava. Mas isso não era novidade – Fascinante. São bons para alguém do seu tamanho.

O menino piscou, confuso. E Judith riu, cutucando-o para agradecer.

– Obrigado? – Franziu o cenho.

Alan olhou para Judith, balançando os ombros com malícia, mas ela não deu bola.

– Branco – O garotinho sussurrou, apontando para a pele de Gael que se afastou um pouco.

– Ele é albino – Explicou Alan, arrancando com certa brutalidade o caderno de Gael.

– Hum?

– Deficiência na produção de melanina – Resumiu Gael, surpreendendo Alan por ter decidido falar por conta própria. – É devido à ausência de uma enzima envolvida na produção desse derivado polimérico. É consequência dos alelos. Eu sou muito suscetível a dilemas como fotofobias e...

– Dá para falar nossa língua? – Alan cortou, provocativo. – Tem uma criança de dois anos aqui.

– Será mesmo que é só a criança que não compreende uma linguagem mais formal que vai um pouco além de legendas de filmes pornográficos? – Comentou baixinho, notando com satisfação as pupilas de Alan dilatarem. Alan era muito fácil de se estressar.

– Filmes pornôs não tem conversas – Judith desconversou, parecendo preocupada com rumo das coisas.

– Exatamente. Ele praticamente me chamou de analfabeto! – Bufou Alan, olhando Gael de cima a baixo, desdenhosamente.

– Bonito – O garotinho interrompeu, fazendo os três olharem para baixo e observarem Ícaro tocar delicadamente no único feixe de pele nua de Gael, o pulso.

O albino puxou o braço com pressa, sentindo seu corpo tremer por dentro. Ele tolerava muitas coisas, mas sua calma mortal não permanecia por muito tempo quando alguém o tocava, mesmo que fosse uma criança.

– D-desculpe... – Ícaro se encolheu, seus olhos grandes se estreitando de vergonha, antes de correr para Judith, que deixou que o garotinho escondesse seu rosto em seu casaco.

– Eu sinto muito, Gael – Suspirou cansada. – Ele vai ficar lá para dentro. Você não vai mais nos distrair, ok?

Ícaro assentiu, dando a mão a Judith que o colocou sentado numa das cadeiras do estoque, com um tablet.

Alan observou alarmado Gael – mesmo sabendo que ele jamais retribuiria –, mas com aquele olhar Alan mostrou tudo o que pensava:

Esse cara é estranho para caralho.

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