GUCCI FOOTBALL CLUB

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Harry está repleto de rachaduras, ferido e magoado ele tenta juntar seus cacos e seguir em frente na nova eta... Mere

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez

Capítulo Onze

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Olá, perdoem os erros e a demora. Amo-vos a todos ♡♡♡

Leiam as notas finais, vocês vão gostar :)

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O retorno para Londres não foi calmo como o previsto.

De algum modo as revistas de fofocas, os paparazzi e jornalistas descobriram sobre a chegada do casal Larry Stylinson e todos queriam uma foto do famoso jogador Louis Tomlinson - que fora indicado a categoria de Melhor Jogador contra Luka Modrić e não saia da mídia - e seu marido grávido, o estilista consagrado Harry Styles.

O pouso do avião foi fácil como a transição pelos portões. O pânico veio depois, com o tsunami de gritos e flashes que começou quando alguém viu as alianças douradas na mão esquerda de Louis e Harry. Os seguranças particulares fecharam-se num círculo ao redor deles, com uma uma barreira humana formada pelos seguranças fornecidos pelo aeroporto. Mas, de qualquer modo, não foi difícil.

Foi desastroso.

Somado a mídia, os curiosos e a multidão de fãs que Larry adquiriu desde o começo do namoro - o aeroporto de Londres tornou-se pequeno demais para suportar tantas pessoas juntas. Resultando num ataque de pânico em Harry - que fora empurrado e esmagado entre os segurancas com o jogador, cercado por todos os lados e sem chance de fuga.

Louis o abraçou como pode, tentando tranquilizar o esposo. Sem sucesso, seus pedidos caiam em ouvidos surdos. Harry tremia e chorava, as mãos segurando protetoramente a barriga enquanto implorava para sair dali. A multidão o sufocava, empurrando o ar para fora de seus pulmões. Era difícil respirar, andar, e só queria sair dali e ficar escondido contra Louis.

O alvoroço foi tamanho que a Polícia fora chamada para auxiliar na saída dos dois, levando-os escoltados para o Hospital ao invés de sua casa. Harry só parou de gritar e chorar ao entrar com Louis na traseira do SUV blindado os esperando no estacionamento, deitando a cabeça no ombro do marido.

O mês de férias na Itália não compensou o drama que só a volta para Londres causou.

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"Nesses últimos dois meses as especulações sobre o possível casamento privado de Harry Styles e Louis Tomlinson tem ganhado forças. Num recente jogo beneficente, o famoso atacante do Manchester United, Louis, deu uma entrevista e foi impossível não notar a grossa e bela aliança em seu dedo anelar…."

Louis bufou para a televisão do mercado orgânico, esperando na curta fila para o caixa com a cestinha. Dali a uma semana Harry e ele completariam dois meses de casados, dois meses de Harry internado na UTI e dois meses de seu ataque de pânico no aeroporto que quase o fez perder Matteo.

Faltou pouco para que a Doutora Kate arrancasse a pele de Louis com as próprias mãos ao ser tão descuidado com a saúde física e mental do esposo. Harry não podia - em hipótese alguma, sofrer grandes emoções, ainda mais em sua condição, e sua exposição ao aglomerado de pessoas nem um pouco educadas ao importando-se com sua situação delicado, o pôs em risco tanto quanto os bebês.

O jogador pedia desculpas todos os dias, chegava a chorar escondido no banheiro do hospital quando a pressão e a angústia eram demais para suportar. Nunca na frente de Harry. Precisava ser forte por ele, assim como Harry estava sendo forte para seus três filhos.

É final de Janeiro, dia 29 e Tomlinson tinha subornado o Diretor Geral do hospital e as enfermeiras da UTI para que pudesse fazer uma surpresa no aniversário do esposo, como fez em Dezembro para o próprio aniversário e no Natal também. Não permitiria que a data passasse em branco. Era o primeiro aniversário de Harry que comemorariam juntos e faria a festa de um jeito ou de outro.

Comemorar datas especiais assim em hospitais soa estranho, mais estranho ainda quando você praticamente mora no local. Com a barriga enorme e andando lentamente, Harry passeava pelo hospital em uma cadeira de rodas, nunca deixando de vestir-se bem ou aplicar alguma maquiagem. Mesmo com tantas preocupações e problemas, o estilista ainda conseguia arrancar sorrisos das crianças na ala do câncer.

A primeira vez que visitou as crianças, Louis teve que retornar ao quarto com Harry soluçando e chorando alto em seus braços, triste pela situação dos pequenos guerreiros que conheceu. Após a sessão de choro e lamentações de como o mundo é cruel, Styles decidiu que faria melhor uso do seu tempo.

Doou dinheiro ao hospital, pagou reformas, aparelhos e entretenimento para as crianças, ele mesmo se prontificando a brincar com elas - Louis não ficou para trás, juntando-se ao esposo em prol da causa, usando sua voz na mídia para divulgar e pedir ajuda. Não demorou para conseguir marcar um jogo beneficente e promover bailes para arrecadação de dinheiro. Harry até mesmo cortou o querido cabelo cacheado para fazer perucas para as crianças.

Não importava o quão ruim fosse - ou o quão difícil a situação ficava, juntos, Harry e Louis sempre conseguiam ver a beleza e a esperança onde ninguém mais via.

— Próximo.

A atendente de caixa resmungou entediada, torcendo os lábios para a quantidade de vegetais e frutas orgânicas postas na esteira que Louis acomodou nas sacolas de tricô que ganhou num bingo no fim de ano. Os idosos do hospital adoravam falar e assistir os jogos de futebol, perdendo só para os domingos de bingo. Louis, obviamente, convenceu Harry e a família a participar e adicionar prêmios para quem participasse.

Louis ganhou sacolas de tricô e o esposo toalhinhas coloridas com o nome das gêmeas e Matteo bordadas.

— Dinheiro ou cart- — A voz da menina, provavelmente uma jovem com seus dezoito anos, sumiu ao olhar pela primeira vez para Louis. Seus olhos dobraram de tamanho, o queixo caindo aberto comicamente. — Meu Jesus Cristo!

— Olá.

— Aí meu Deus do céu, — A menina engasgou, segurando-se no caixa para não cair de cara no chão. — Louis Fucking Tomlinson!

Tomlinson sorriu, colocando apressadamente a bolsa de tricô rosa no ombro e o dinheiro sobre o caixa, pegou a caneta presa na esteira e rabiscou um autógrafo no pedaço de papel. — Obrigado moça. Tenha um bom dia. Pode ficar com o troco.

Correu para fora do mercado, puxando o cinto de segurança depois de ligar o carro e acelerar para a rua principal, pegando a saída mais rápida para o Hospital. Olhando o retrovisor não conteve o sorriso largo ao ver as três cadeirinhas de bebês já anexadas no banco.

Estava tão feliz.

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Harry sorriu olhando ao redor - para os funcionários do hospital e seus residentes, pacientes idosos, adultos e crianças - todos cantando Parabéns Para Você com chapéus na cabeça e pompons nas mãos. Harry, ao contrário deles, vestia uma coroa de ouro que Louis encomendou especialmente para ele.

— Vida longa ao Harry! — Louis gritou no fim da canção, puxando um coro de vozes repetindo-o. Harry se curvou minimamente soprando a vela que marcava seus 25 anos, rindo ao ter o rosto salpicado de beijos pelo marido. Segurou seu rosto com uma mão, a outra protetora embaixo de sua barriga, e o beijou com carinho. — Feliz aniversário meu amor.

— Obrigado amor. — Harry tinha as bochechas doloridas do tempo que passou sorrindo, mas não pode evitar. Até mesmo a felicidade exigia alguns sacrifícios. — Amo você, mas podemos nos sentar? Minha coluna está me matando.

— Claro, vem, eu te ajudo.

Um por um dos convidados vieram o parabenizar, entregando cartões simples e as crianças desenhos repletos de glitter e muita purpurina. O estilista não conteve as lágrimas ao ver Sam, uma garotinha de três anos e meio vir até ele com sua nova peruca de cachinhos. Os seus antigos cachos.

Ela secou suas lágrimas com os dedos fininhos, dizendo que Harry é o herói-anjo da vida dela todinha e que sempre iria agradecer por ter conhecido ele.

Abalado e cansado, escapuliu da sala e foi para o banheiro cambaleando, não querendo incomodar ninguém para o acompanhar. Usou o banheiro, lavou as mãos e estava quase de volta a festa quando o viu. Nicholas Grimshaw com um balão escrito Feliz Aniversário Amigão!.

O homem sorriu ao vê-lo, o maldito IPhone na mão. Olhou-o dos pés a cabeça, fazendo uma careta de desgosto para o barrigão do estilista.

— Então conseguiu o que tanto queria, não é? — Apontou o dedo para Harry, aproximando-se. — Deu para quantos até conseguir esse pestinha aí?

— Mais do que você com sua cabeça oca possa contar. — Sem pensar, respondeu. A raiva tomando conta dele. — Como ousa vir aqui?

Nicholas deu de ombros. — Queria ver se era verdade. Se você realmente tinha encontrado um trouxa para enfiar o pau em você e o engravidar.

— Credite ou não, meu marido Louis, ao contrário do inútil que você se mostrou ser, precisou só de uma chance e menos de um ano para me engravidar. — Cuspiu, não mais sendo o frágil e traumatizado Harry. — Me fazer feliz, desejado e amado. Tudo o que você não teve capacidade de fazer todos os anos que nos conhecemos.

Nicholas riu negando com a cabeça. — Você é realmente uma puta rancorosa não é? Eu venho aqui com um balão de paz, — Puxa e aponta para o balão flutuando. — E você me ataca? Quanta ingratidão. Depois de tudo o que passamos juntos. Nossos anos de ouro. Os anos que passou me implorando atenção e amor. Tsc, tsc. Harry, melzinho, você só pirou com o tempo.

Styles apertou a maçaneta da porta, o nó dos dedos brancos e as pernas tremendo pelo esforço de caminhar uma distância tão longa e agora permanecer de pé. Desejava mais do que qualquer coisa poder bater em Nicholas, bater nele até o fazer sumir. Bater nele por ter a audácia de aparecer no seu aniversário, depois de meses, e tentar estragar sua felicidade, sua nova vida.

— É um completo desprazer te ver também Grimshaw. — Respondeu cínico, — Faça-me o favor de sumir da minha vida de uma vez. Obrigado.

Nicholas riu, apoiando o peso do corpo na porta para que o outro não pudesse abri-la. Harry nem poderia gritar por ajuda se o ex marido o fizesse algo, a sala era a prova de som, especial para festas, e de repente, o pânico surgiu rastejando em seus pés.

— Saí, ordinário. Saía da minha frente!

— Quanto rancor nesse coraçãozinho. Não me ama mais? — O veneno escorria por sua língua. Ele estendeu a mão, movendo-se rápido para tocar a barriga dele. — Olha só, é de verdade! — Fingiu surpresa estapeado com força demasiada Harry. — Tem certeza sobre quem é o pai puta, ou deu para tantos que não se lembra?

Antes que Harry pudesse pensar em chutar Nicholas ou bater a cabeça dele contra a porta - uma mãozinha enrugada e cheia de manchas agarrou o pulso do homem, torcendo num aperto forte. Nicholas gritou com a surpresa da dor, caindo de joelhos com a mão livre tentando soltar seu agressor. Ou melhor, sua agressora.

— Nunca mais toque no Herr Styles. — Fritza grunhiu, pisando na panturrilha de Nicholas com seu tamanco, a mão livre batendo aberta num tapa ardido em sua bochecha, o punho firme no pulso torcido do homem. Ele grunhiu de dor, debatendo-se.

Harry nunca havia visto Fritza brava daquele modo, ela parecia assustadora vociferando em alemão e o protegendo, o fez se sentir seguro. A dor do tapa em sua barriga fez seus bebês se moverem e sentiu seu interior contrair, curvando-o sobre a dor. Harry podia ouvir Fritza grunhindo para Grimshaw, o homem gemendo de dor, a pancada que levou o afundando num poço escuro.

— Dein Scheiße! Hasse dich! (Seu merda! Eu te odeio!)

Ficou apoiado na parede enquanto a alemã empurrava Nicholas para o elevador sem o soltar, todo seu braço torcido dolorosamente durante o percurso, a bochecha carregando a marca rosa dos cinco dedos dela. Harry sentia que suas pernas e suas costas latejavam sem parar, o suor escorria pelo interior das coxas e sua testa. Uma tontura o pegou, afundando-o no poço escuro para depois o trazer de volta com uma forte contração no ventre.

— Komm nicht zurück! (Nunca mais volte!)

Fritza jogou Grimshaw dentro do elevador e ajustou a longa saia, virando-se apressada para o seu chefe com um olhar preocupado, os tamancos estalando barulhos altos no chão.

— Você está bem Herr Styles? — Pegou seu rosto com delicadeza, examinando-o em busca de contusões. — Aquele Scheiße não vai mais te importunar, ok?

— Obrigado. — Murmurou, pálido e ofegante. — Obrigado por me ajudar Fritza.

— Sim, sim. Sempre Herr Styles. —A mulher idosa acenou com um sorriso fraco, — Agora me diga por que está aqui fora sozinho?! Não pode ficar andando por aí com oito meses de gravidez e três bebês! Você precisa ficar sentado, descansando. Onde está o Herr Tomlinson?

— Eu não quis incomodar ninguém, eu acho…— Harry começou a ver embaçado, os braços e as pernas perdendo as forças. Olhou para baixo, para a poça translúcida que surgia aos seus pés. — Eu fiz xixi?

Oh mein Gott! — Gritou ela seguindo seu olhar, empurrando a porta com força, puxando Harry para os braços Fritza gritou estridente chamando a atenção de todos na festa. — Herr Tomlinson! Herr Tomlinson, du wirst Papa sein! (Oh meu Deus! Senhor Tomlinson, você vai ser papai!)

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— Harry, amor, abra os olhos para mim. — Louis suplicava pelo que parecia a centésima vez. A touca, a máscara e toda a roupa hospitalar que o fizeram vestir para ficar com Harry durante o parto cobrindo-o todo. — Sugar, por favor.

— A anestesia surtiu efeito. Podemos começar a cesariana. — Doutora Kate ajustou as luvas de látex entrando na sala de cirurgia, olhando para Louis com carinho. — É possível que ele vá acordar durante a cesariana, fale com ele e o mantenha calmo se acontecer. Vou retirar as gêmeas e então o menino. — Kate olhou fixamente o jogador. — Harry não vai sentir dor alguma, mas o medo vai fazer com que seu cérebro mande informações assim. Fale com ele, mantenha-o consciente e confie em mim, ok? Você não vai perder ninguém Louis. Eu não vou deixar que perca ninguém, me entendeu?

— S-sim. — Louis engoliu seco, os olhos transbordando lágrimas e apertou mais forte a mão pálida e mole de Harry contra o peito, o coração acelerado o suficiente para fazê-lo sentir dor a cada batida.

Virou a atenção para o rosto sem cor do marido, os olhos verdes cobertos pelas pálpebras, os lábios secos e roxos. Prendeu um soluço, o peito e os ombros sacudindo, começou a cantarolar baixinho em meio a súplicas para Harry abrir os olhos, sem se importar com os médicos e os bisturis afiados que cortavam-no naquele exato momento.

Nunca sentiu tanto medo na vida. Ver Harry desacordado nos braços de Fritza, com a bolsa rompida e sangue escorrendo do meio de suas pernas.

Os médicos se prontificaram e tomaram a frente, pondo Harry em uma maca e colocando diretamente na sala de cirurgia para uma cesariana de emergência. Não era para os bebês nascerem agora. Os bebês não podia nascer agora. Harry completaria oito meses das gêmeas e seis de Matteo. As chances de seu pequeno milagre nascer morto colocaram o jogador em um espiral de dor sem fim.

Louis só tirou os olhos de Harry quando ouviu um choro estridente. Uma de suas meninas nasceu, ela gritava e se debatia nos braços de Kate, coberta de sangue. Uma enfermeira a pegou para fazer os exames de rotina antes de a embrulhar num manto amarelo e ir em direção a Louis.

— Está é a da direita.

Informou, sorrindo por detrás da máscara. Ela ajudou Louis a segurar a bebê, Chiara, sua filha. As lágrimas não paravam de fluir - uma mistura de felicidade, agonia e dor. Outro choro preencheu a sala e a mesma coisa aconteceu com Ravena; terminando com Louis segurando suas duas filhas sentado ao lado da cabeça de Harry, engasgado com o próprio choro ao se dividir entre admirar e proclamar amor a suas filhas e tentar acordar Harry.

Sugar, abra os olhos, — Sua nariz ardia, a visão embaçada. — Abra os olhos e olhe nossas meninas. Olhe como elas são bonitas.

Harry não acordou. Harry não respondeu. Harry não abriu os olhos.

— Louis, — Kate chamou, Matteo em seus braços, bem menor que suas irmãs, silencioso e imóvel.

Louis pressionou os dentes juntos, o queixo tremendo violentamente. — E-ele está…?

— Vivo.

Tomlinson quase caiu da cadeira, mantendo-se firme pelas suas meninas. As abraçou contra o peito com cuidado, beijando a testa de cada uma, pouco se importando com os rastros de sangue nelas.

— Vivos, nossos filhos estão vivos Harry! — Virou-se para ele, sorrindo ao ver seus olhos abertos, um pequeno pedaço do verde claro a mostra. — Sugar, você acordou! Os nosso bebês, amor, estão bem! Estamos todos bem!

Harry sorriu devagar, estendendo a mão para deslizar o dedo indicador na bebê mais próxima a ele, Ravena.

— Nossa família.

Louis se curvou para ele, beijando sua testa com carinho e devoção, a enfermeira se agachando próxima a eles com Matteo nos braços.

— Eu te amo Harry! Eu te amo tanto, obrigado por me dar eles amor! Eu te amo!

— Nossos bebês, — a voz de Harry nada mais era que um murmúrio fraco —  São lindos amor.

— Sim, eles são.  — Louis não conseguia para de chorar, não notando as máquinas ligadas à Harry começarem a apitar enlouquecidas e os médicos se moverem. — Nossos bebês.

— Sim. — Harry piscou devagarzinho, — Cuide bem deles Lou. — Harry sorriu, olhando demoradamente para o rosto de cada um de seus bebês antes de fechar os olhos outra vez. — Eu amo vocês.

— PARADA CARDÍACA! PARADA CARDÍACA! TRAGAM O DESFRIBILADOR, ESTAMOS PERDENDO ELE!

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— Senhor Tomlinson?

Louis olhou para cima, ainda com o dedo dentro da incubadora, acariciando sutilmente a bochecha delicada e avermelhada de Matteo.

— Oi Kate. — Forçou um sorriso para ela, voltando a posição a qual estava, com a testa e o nariz pressionados no vidro grosso da incubadora, assistindo como um maníaco o peito de seu menino subir e descer de leve, comprovando que ainda respirava.

Fazia pouco menos de uma semana que os médicos retiraram o bebê dos aparelhos de oxigênio e Matteo se manteve forte, crescendo e engordando como o previsto, por mais que ainda precisasse ficar na incubadora. Com uma olhada rápido para deu lado, Louis checou seus Ravena e Chiara continuavam dormindo nos bebês conforto e estavam bem aquecidas.

Eram quatro da manhã e havia invadido a ITU Neonatal para visitar seu menino com as irmãs deles, aproveitando para tocar um pouco. Contato pele com pele era bom para Matteo e acalmava o coração angustiado de Louis.

Faria um mês que Matteo e as gêmeas nasceram, um mês desde que Harry sofreu uma parada cardíaca por perda de sangue e um mês que o mesmo entrou em coma.

Kate explicou que ele logo voltaria, uma ou duas semanas para seu corpo se acostumar com o choque que sofreu e todas as outras coisas mais que suportou gerando e carregando três bebês. O tempo estipulado passou e Louis estava sentindo que criará raízes dentro do hospital, assim como a angústia em seu coração.

— Você quer pegá-lo? — Kate abriu a incubadora com sua afirmação muda dele, os olhos azuis cansados com bolsas escuras debaixo deles.

Com o pé Louis arrastou Ravena para mais perto de Chiara e ajeitou o cobertor sobre cada uma, sentando-se ansioso para receber seu filho nos braços.

— Cuidado, ele está mais forte, mas ainda é frágil como porcelana fina. — Ela reforçou, colocando o pequeno menino nos braços do pai.

Louis queria chorar de emoção, mas não havia mais lágrimas disponíveis em seu corpo, contentando-se em sorrir e apreciar os raros momentos em que poderia segurar Matteo no colo.

— Quando ele vai poder ir para casa com a gente?

Kate mordeu o lábio, Louis se recusava a ir para casa desde que seus filhos nasceram - no aniversário de Harry, mudando-se efetivamente para a suíte onde o marido estava internado.

O jogador enfeitou o lugar com objetos pessoais e fotos, e todos os dias conversava com o estilista, mesmo que não tivesse resposta, e a cada tentativa dos médicos de o dizer que talvez Harry não acordasse mais, ele simplesmente virava e ia embora dizendo que tinha quatro bebês para cuidar.

Ravena e Chiara não iam para os braços de ninguém além da família Tomlinson e Styles e amigos íntimos. Ninguém tocava nas meninas com o jogador por perto, e Matteo só era permitido por seus médicos. Tomlinson não era grosseiro ou antipático, mas com a constante ameaça de Harry não acordar mais, Louis fechou suas joias mais preciosas ao alcance de seus braços e as protegia como um cão raivoso.

Doris e Anne eram as únicas com passa livre e autoridade o suficiente para tirá-lo do hospital e ficar com as crianças. Louis estava com medo de perder eles.

Morrendo de medo.

— Logo. — Kate apertou as mãos em punho, contendo a vontade arrasadora de chorar. Em toda sua carreira médica teve que ser forte - perdendo pessoas a todo momento, de diversas formas. Mas, o modo silencioso como Louis sofria a machucava mais do que tudo. — Logo todos vocês irão para casa. Eu prometo.

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Louis estava concentrado em pintar as unhas de Harry com o esmalte novo que ganhou de Doris - um amarelo forte e brilhante. A pele de Harry estava branca a ponto de poder ver suas veias e artérias, mesmo que Louis abrisse as cortinas e move-se sua cama para o sol por alguns minutos todos os dias.

O neurologista identificou um aumento na atividade cerebral de Harry, um aumento gigantesco e agora ele respondia com movimentos suaves. Podendo ouvir, mas não acordado totalmente, só alguns minutos. Preciosos minutos. O choque que seu corpo teve somado a tensão e o estresse fez seu cérebro desligar por um período, dando tempo para que o corpo se recuperasse sem maiores problemas.

Isso tirou Louis do fundo do poço e o jogou na nuvens, onde estava naquele exato momento.

Havia banhado as gêmeas e as vestido com roupas combinando, Matteo enroladinho em um casulo de mantas coloridas no bebê conforto ao seu lado, liberado recentemente da incubadora. Os três dormindo profundamente, limpos, cheiros e satisfeitos. Estavam entrando nos trilhos mais uma vez, pouco a pouco se ajustando e logo iriam todos os cinco para casa.

Suas irmãs vinham o visitar frequentemente, Anne sendo a única que vinha todos os dias, ajudando Louis a cuidar dos bebês enquanto ele tratava de Harry.

Anne secretamente chorava de alegria e orgulho pelo filho ter um marido tão dedicado a ele e seus filhos, mesmo não recebendo nada em troca. Louis realmente ama Harry.

Com as unhas de Harry prontas, Louis colocou as gêmeas no carrinho e pegou o bebê conforto onde Matteo estava dormindo dormindo, indo passear no pátio do hospital com eles como fazia toda tarde. Kate o disse para pegar sol, dar um pouco de ar puro e vitamina D para os pequenos e a si mesmo, e era isso que iria fazer. Nada fora do normal até então, quando sentiu um puxão em sua blusa.

— Hey! — A voz grave e rouca, quase um arranhado, o fez retroceder, quase caindo para trás ao ver Harry sentado na cama com os cabelos apontados para cima, coçando os olhos sonolentos. — Onde você pensa que vai com meus bebês Louis? Traga-os para mim já!

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— O quê você passa no cabelo para ele ficar tão brilhoso? — Zayn se curvou sobre a ilha da cozinha, tocando uma mecha do cabelo ruivo de Doris. — Ele brilha!

Harry mordeu o lábio para conter o sorriso, sabendo com um olhar que Zayn se arrependerá de ter perguntado aquilo a ruiva. Doris não perdoa nada e nem ninguém.

— Sêmen. Do meu marido, claro. — Doris específicou rapidamente. — E não. Não vou dá-lo à você. Pegue o do seu próprio marido.

Sua mãe engasgou com o suco, rindo com as irmãs Tomlinson espalhadas pela cozinha.

Estavam comemorando os seis meses de Ravena e Chiara e os quatro meses de Matteo - que superando as expectativas de todos seus médicos, evoluiu de forma avassaladora para um bebê prematuro e agora aprontava junto as irmãs sem qualquer sequela.

Após um susto atrás de outro nos últimos meses de sua gravidez, Harry finalmente podia respirar aliviado. Tinha voltado para casa, estavam com seus bebês saudáveis, estava saudável e Louis também. No início ele quis permanecer em casa, adiar mais a sua volta aos campos de futebol, mas Harry via em seus olhos o desejo encoberto, a vontade de retornar a ativa, onda mais com o treinador Kendrik afirmando que ele seria o capitão do time durante a copa.

Seria injusto, muito bom para si, mas injusto prender Louis dentro de casa quando havia tantas pessoas dispostas a ajudar com os bebês e Louis merecia.

Harry descobriu nos primeiros meses que cuidar de crianças não era nada fácil. Principalmente quando se tem que cuidar de três, mas o instinto materno - e Anne - o ajudaram e muito na transição da maternidade teórica para a prática.

Olhou para Louis sentado no chão da sala, as costas apoiadas no sofá. Ravena estava deitada de bruços sobre sua coxa e puxava os fios do tapete. Chiara cochilava em seu ombro, aconchegada em seu peito e Matteo babava no mordedor, pendurado nos braços de Zayn e sendo paparicado por Jasmine que não perdia a chance de ficar perto de um dos três.

Lottie se sentou do lado dele, admirando o marido também, sem se importar se estava sendo óbvia demais ao colocar o queixo apoiado no punho e suspirar olhando Tommy.

— O quê você acha de uma nova linha de vibradores inspirados nos seus ternos?

Lottie soltou de repente, virando para ele, mais aleatória do que sempre foi.

Harry abriu a boca, as sobrancelhas franzidas, em conflito interno sobre o que responder. — Ah….é, seria interessante. — Concordou, incapaz de apagar o brilho nos olhos azuis da cunhada. — Poderia dar certo.

— O que poderia dar certo Sugar?

Louis chegou com Chiara adormecida nos braços e Ravena agarrada a sua panturrilha, gargalhando alto e gostoso a cada passo do pai.

— Nada amor. Coisas aleatórias. — Harry se curvou com um pouco de dor - por mais que o corte da Cesária estivesse fechado externamente e internamente e houvesse seguido a risca as prescrições da Doutora Kate para o repouso e a quarentena, Harry ainda tinha medo de algo acontecer. Por isso, previnia-se sempre.

— Venha aqui pedacinho de gente. — Ergueu a filha pelas axilas, a acomodando no quadril, dando-lhe um beijo na bochecha gordinha. — Menina linda da mamãe.

— Já está na hora das crianças dormirem, — Louis olhou para a irmã arqueado as sobrancelhas e a loira pegou a mensagem. — Passou da hora de ir para a cama já.

Quase dez meses sem sexo Louis estava a beira de enlouquecer ou seu pau declarar falência e cair - primeiro por conta do risco nos últimos meses da gravidez de Harry, então o coma, o tempo de recuperação de seu corpo. Louis jamais colocaria a saúde de seu esposo em risco por prazer carnal. Assim, decidiu esperar e entrar em celibato. Se Harry conseguia, ele também conseguiria.

Em menos de vinte minutos a casa estava vazia, nem mesmo Fritza havia permanecido. No tempo que Harry e as crianças ficaram no hospital Anne e a alemã se tornaram grandes amigas, saindo para passeios e encontrando uma na outra o apoio e a compreensão por terem perdido o marido que tanto amavam.

Uma bela amizade nasceu em meio ao caos, e Harry estava feliz pela mãe estar se abrindo sobre Robin com alguém e Fritza ter feito uma amiga.

Sugar?

Harry apertou a maçaneta da porta, estático na entrada do quarto.

Fazia meses que não tocava Louis intimamente, meses que o jogador não o via nu e Harry tinha total consciência de que seu corpo mudará. Sua gravidez foi difícil, conturbada, e a última coisa com que se preocupou ao finalmente voltar para casa são e salvo, foi com a aparência de seu corpo.

E se Louis não sentisse mais atração por ele? Se não gostasse mais de seu corpo?

Tenso, Harry fecha a porta e se vira lentamente, sendo encurralado ali. Louis colocando uma mão em cada lado de sua cabeça, o tronco nu e tonificado, a pele morena brilhando com a luz dos abajures ligados. Lambeu os lábios secos, apertando-se contra a porta. Dividido entre o prazer de tê-lo próximo e o medo da rejeição.

— Louis, — Sua voz não era mais que um sussurro. — E-eu não sou mais.…não sou mais aquele Harry, com aquele corpo bonito e com tudo no lugar eu….

— Shhi. — Com carinho, Louis embalou seu rosto tenso entre as mãos, beijando primeiro sua testa, seus olhos, a ponta do nariz e então os lábios. Empurrou a língua para dentro, lentamente pressionando seus corpos juntos, um braço descendo para abraçar Harry e o puxou para perto, caminhando cegamente para trás.

Suas pernas bateram no colchão e se sentou, trazendo Harry para seu colo. Ele veio fácil, flexível, buscando mais de seus lábios, tão necessitado quanto o próprio Louis.

Suas mãos apertaram os ombros de Louis, gemendo em deleite ao desliza-las pelo tronco malhado e forte. Louis pôs uma mão em sua nuca, os dedos entre seus cabelos curtos e o segurou imóvel, encarando-o ofegante.

— Quero que me escute bem agora, tudo bem, Sugar? — Beijou-o rapidamente depois de ganhar um aceno em concordância e a atenção total de Harry. Grandes olhos verdes piscando para ele. — Eu amo você. Amo sua mente, sua alma, seu coração e o seu corpo. Não me importo se está com estrias, celulite, se está flácido ou se engordou. Não me importa e não deve se incomodar com isso, me ouviu? Eu amo você muito além do físico, lembre-se disso sempre. Eu amo você por quem você é, não pelo seu corpo.

Harry balançou a cabeça, rodeando seu pescoço com os braços e o quadril com as coxas. — Eu realmente escolhi certo o homem para amar.

*

*

*

*

Oioi! Perdoem os erros e a demora, sim? Eu contei que estou trabalhando agora? Pois é, tornarei-me uma burguesa como nosso Harry que completou 25 anos ontem, parabéns atrasado bebê!

Eu esqueci de avisar, mas GFC acaba aqui, só tem mais dois capítulos, um epílogo que dividi entre o relacionamento dos Larry e outro deles com os filhos alguns anos mais velhos.

Ah, sim! PROPAGANDA DA SHORT FIC BDSM!!!!!

SINOPSE:

Harry não havia parado de odiar azul porque era a cor de seus olhos. Harry não havia voltado a sorrir porque seu sorriso criava ruguinhas ao redor de seu rosto bonito. Harry não havia mudado sua preciosa rotina monótona para vê-lo uma vez ao dia e Harry não havia dito boa noite depois de cinco anos de mau humor perpétuo porque sua voz era maravilhosa.

Harry não. Harry não. Com certeza, Harry não.

*
*
*

Ou, Harry é um escocês solteirão sem nenhuma expectativa de vida e conhece Louis, quem descobre ser um Dominante do Universo BDSM e o desperta sentimentos estranhos tanto na parte superior do corpo quanto na inferior.

Beijos, amo-vos a todos, me perdoem outra vez pela demora e qualquer erro. Bom dia/Boa tarde/Boa noite ♡ ♡ ♡

Fortsæt med at læse

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𝑬𝒍𝒂 𝒑𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒂 𝒆 𝒆𝒖 𝒇𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂𝒅𝒐, 𝑨 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒙𝒐 𝒆 𝒆𝒖 𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒆𝒏𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒓𝒐...