Contra as leis do amor

Por morelocin

406K 24.3K 2.6K

"Sim, por você, eu vou tentar e recolher esses cacos até eu sangrar se isso fizer você ser... Más

NOTA
Prólogo
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze, pt. 1
Onze, pt. 2
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e quatro
Vinte e cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta
Trinta e um
Trinta e dois
Trinta e três
Trinta e quatro
Trinta e cinco
Trinta e seis
Trinta e sete
Fim
NA

Dezesseis

6.8K 517 127
Por morelocin

We looked for stranger things
            'cause that's just who we are (...)

Me permito refletir sobre a letra da canção, então, com um olhar intrigante de canto, encaro Brandon.

Somos nós, estranhos?

Nessa quietude todas as músicas da Billboard que tocam nesse carro parecem se associar ao que estamos vivendo. Espero que ele não tenha visto minha risada de dois segundos por pensar isso.

Porque há muito mais para se importar, como, no fato de estar há não sei quanto tempo percorrendo estradas que saem da cidade. Seria demais pensar que possa ser sequestro. Mas, também espero que ele não esteja me levando para o meio do nada.

— Estou entrando em desespero — murmuro observando algumas placas.

Ele sabe que estou. Mas de alguma forma, meu desalento não o faz mover um músculo sequer. Tento fazer com que Brandon me responda, olhando diretamente para seu rosto.

— Dá pra dizer alguma coisa?

Ele sussurra um “shiii” e desacelera o automóvel.

Puta merda.

Esse barulho.

— Não brinca... — me apoio no banco e abro meu mais branco sorriso, de imenso alívio e euforia.

— Estamos quase lá, princesa.

Desta vez Brandon Campbell se atreveu a ir mais longe, e conseguiu me surpreender. Eu jamais suspeitaria que estaríamos indo em direção a praia.

Nós dois juntos, não mesmo.

Nada como o contraste do mar com a areia – o som das ondas que definem a mais pura placidez que se pode ter em meio ao caos, num lugar desses. Suspiro fundo com os olhos a contemplar nossa vista.

Brandon abre o porta malas, revelando uma cesta. Mas, espera! Vamos fazer um piquenique? Me certifico de que ele apanha o objeto, e, com uma expressão otimista, ele diz de supetão:

— Em qualquer lugar, a qualquer hora, comida é sempre bem vinda.

Sorrio em concordância.

Há inúmeras (e grandes) pedras por aqui. Conchas que cobrem os grãos de areia nívea que gradualmente são levados pela água salgada – chego inclusive, a tocar meus pés no mar. Logo, vejo que Campbell estica um pano de algodão para nos aconchegarmos numa área pouco mais acima de nós, assim como o mesmo põe a cesta ao nosso lado.

Bem, aqui estamos.

De novo.

— Hum, isso é um banquete — digo alegremente no momento em que fito a comida que ele faz questão de colocar sobre o tecido – embutidos, suco, e até mesmo uma torta doce. Ele pensara em tudo.

— Eu tinha pensado em vinho — ele aponta para a jarra de suco industrializada.

— O lado positivo é: sem álcool. O lado negativo é... sem álcool.

— Não precisamos disso, afinal.

— Nem dos cigarros — gesticulo para que ele coloque o maço que antes estava no bolso de sua bermuda branca, na minha mão. Brandon hesita, mas o faz. Não que eu seja uma controladora ou coisa do gênero, mas não é agradável estarmos num lugar como esse e vê-lo inalar uma fumaça tão fatal. Se podemos aproveitar sem uma gota de álcool, podemos aproveitar sem fumaças também.

— Vai me devolver depois, não é?

— O que eu iria fazer com um pedaço de tabaco enrolado?

Ele dá de ombros.

— Seja um bom menino — desvio meu olhar do seu, dirigindo minha atenção ao nosso redor.

Só então percebo que, poucas são as pessoas que vêm a estes lados.

— Você será uma boa menina?

Processo sua questão com uma pontada de escárnio na tentativa de me deixar envergonhada – antes fossem apenas suas palavras, mas com ele observando cada ação que meu corpo executa, é uma injúria silenciosa.

— Essa torta parece saborosa — pela primeira vez, me vejo perdida no caminho que oculta meu mais temido desejo, e me aproximo de Brandon. No instante em que nossos rostos quase se colidem, me viro e completo: — quer um pedaço?

Ele reprime os lábios, rindo de maneira descontraída.

— Obrigado, mas estou satisfeito com meu sanduíche.

Acho uma sofisticação quem diz ‘sanduíche’.

Eu me sinto... Em paz. Não completamente, mas sei que meu estado interior clamava por uma tarde serena como essa. Algo sussurra em meus ouvidos que estou prestes a entrar numa estrada deserta e escura, o outro algo, não quer que eu largue mão desse sentimento, ora inútil, ora que me deixa extasiada. E se eu disser que um desses lados tem ganhado força? Eu me assusto. Me assusto com a hipótese de gostar de um cara como ele. Entretanto, pressinto como se tivesse ganho na loteria por tê-lo conhecido.

Prove para mim, Brandon, que você vale meus pensamentos da noite. Que você vale minha dúvida, mesmo quando elas não deveriam existir.

Esses devaneios me perturbam.

Num piscar lento de olhos, esfrego as mãos no rosto para ter a certeza importuna de que estou crendo na imagem a minha frente. Brandon está tirando sua camiseta, sem mais, nem menos. Limpo a garganta enquanto evito de sujar minhas fantasias até então, malucas.

— O que vai fazer?

— Eu não viria a praia sem dar um mergulho, não acha? — ele responde como se fosse o óbvio. De fato, é. — E você não vai ficar aí sentada.

Calho a rir.

— Ah, vou sim. Com absoluta certeza — enfatizo com sarcasmo.

Ele pega na minha mão com a maior rapidez e quase sem esforço, me levanta. Quanta sacanagem!

— O dia está perfeito para entrar no mar — ele me encara com confiança. — Se você não for, não imagina o quão desapontado eu ficaria.

— Que fique. Se esqueceu que foi você quem quis fazer uma “surpresa”? — meu tom de voz e minha careta é a combinação mais visível do chamado deboche. — Como pode ver, eu não vim preparada.

Mesmo se ele avisasse, de forma alguma eu me exibiria com traje de banho em sua frente.

— Entra com roupa, resolvido. Eu só quero que você vá.

Nego com a cabeça.

— Não sabe o que está perdendo — Brandon se afasta com passos vagarosos, e caminha em direção a água.

Arquejo de raiva.

Brilhante.

Analiso cada metro mais distante para ver se alguém está olhando, então me coloco de pé e crio coragem para ir. Hohoho – eu não errei tanto ao vir com esse macacão azul claro e levíssimo. Merda, Emma.

— É uma miragem ou estou vendo uma bela sereia se aproximando? — Brandon fala com o sorriso mais triunfal possível.

— Sereia sem cauda? Essa é ótima.

A essa altura meu cabelo já está encharcado, minha vestimenta, tudo.

Eu não sei explicar a força das coisas. Mas, Campbell e eu somos simplesmente empurrados um ao outro, é como se espontaneamente estivéssemos indo se encontrar. Neste instante eu só penso em não escapar dos meus demônios. Não irei lutar contra a maré, não quando ela pretende me levar.

— Eu te quero, Emma. Com todas as minhas forças — sua voz é um indago baixo que passa pelos meus ouvidos e arrepia o corpo.

Ele deve estar pensando o mesmo que eu. Seus olhos emanados de cobiça, temor e impavidez, tiram de mim o que me restara há um segundo. São esses mesmos olhos que me enfurecem e me perseguem. E que agora estão a menos de três centímetros do meu. Sua mão, com cuidado, aperta minha cintura. Porra. Por duas vezes tento levantar minhas mãos, na terceira elas percorrem seu braço nu e nós nos completamos. Nossas bocas juntas numa dança intensa e assistida por uma platéia chamada nossas vidas. Meu coração está prestes a saltar do meu peito com esse momento insano, porém fantástico. Eu sinto seu gosto, é como uma amostra perfeita do que Brandon Campbell é capaz de proporcionar. Minha fúria e insensatez dão espaço agora para um sentimento em ascenção que ofusca qualquer atrito que há entre nós dois.

Nunca, nunca me senti tão arrebatada da maneira em como estou.

Todo aquele acúmulo nos trouxe aqui.

E eu não quero sair disso nunca mais. Quanto mais eu o exploro, mais quero desbravar lugares que antes ninguém fora.

Seguir leyendo

También te gustarán

12.3K 1.3K 96
Dois jovens que se esbarram por um acaso e começam uma grande amizade com direito a segundas intenções. No que isso vai dar? Mia, uma garota carismát...
31.1K 1.4K 56
- Por quê você me odeia tanto? Eu fiz alguma coisa pra você? - diz Talia. Suas lágrimas já estavam caindo em seu rosto delicado. - Argh....- murmura...
1.8M 154K 100
Os irmãos Lambertt estão a procura de uma mulher que possa suprir o fetiche em comum entre eles. Anna esta no lugar errado na hora errada, e assim qu...
325 68 10
As férias de noah chega e ele vai passar as mesmas no interior na casa da sua vó, lá ele conhece josh um jovem que também morava por lá.