Um Grito de Honra

By LilaSilva428

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Thor voltou da Centena como guerreiro aguerrido e agora deve aprender o que significa lutar por sua terra nat... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 29

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By LilaSilva428

Gwendolyn estava entre as colinas, naquele belo dia de outono, Krohn brincava ao lado dela.

As flores desabrochavam formando um verdadeiro tapete de roxos, amarelos e brancos, cobrindo a paisagem até perder-se de vista. Ela respirou fundo, fez pontaria com seu arco e deixou a flecha voar.

A flecha passou zunindo pelo ar e mal roçou o alvo no tronco de um carvalho distante. Ela franziu a testa. Era a sua décima tentativa de acertar e ela havia falhado cada uma delas. Quando ela era mais jovem, havia passado anos treinando com o arqueiro real e sua pontaria sempre tinha sido certeira. Embora ela não tivesse pegado no arco em anos, ela esperava que sua pontaria ainda fosse precisa. Mas não era assim. Talvez fosse porque ela já estava mais velha, ou talvez ela tivesse perdido a habilidade que algum dia ela tinha tido.

Gwen baixou o arco e respirou o ar profundamente, apreciando a beleza de seus arredores. Ela tinha saído ali para arejar sua mente, para tentar desviar seus pensamentos de Thor. Krohn gritava e pulava no campo perseguindo um coelho e ela sorria ao vê-lo. Ele havia sido um verdadeiro companheiro desde que Thor havia partido. Ao vê-lo, ela pensava constantemente em Thor e tinha uma sensação de segurança. Ela amava Krohn como se ele fosse seu, ela podia sentir sua proteção e estava muito grata por isso. Ele estava crescendo a cada dia diante de seus olhos e estava desenvolvendo-se bem para se tornar um leopardo completamente adulto. Às vezes, ela olhava para ele e tinha medo, até que ele olhava para ela e ela podia ver o amor em seus olhos.

Gwen olhava para o belo dia de outono e via a luz mudando nas nuvens, o balanço distante das árvores; o campo de flores parecia vivo quando o vento movia as cores para um lado e para o outro.

Ela observava o horizonte enquanto pensava em Thor. Ele estava em algum lugar lá longe, naquela aldeia, trabalhando na reconstrução. Ela imaginava o que ele estaria fazendo naquele momento. Ela havia tentado demonstrar fortaleza em seu rosto quando tinha se despedido dele, mas por dentro, seu coração estava destroçado. Seu coração doía de vontade de vê-lo novamente, ela sentia a falta dele muito além do que poderia descrever e desejava mais que nunca que ele estivesse ali com ela, naquele momento.

Gwen também sentia um forte desejo de deixar aquele lugar. Ela não se sentia mais segura ali desde o atentado contra a sua vida, desde que os Nevaruns tinham aparecido para levá-la com eles.

Ela sentia uma segurança relativa, vivendo ali na fortaleza de sua mãe, longe do castelo e passando o seu tempo isolada dos demais, naquelas colinas. Ela também sentia uma certa segurança com Krohn ali e em saber que Thor iria voltar em breve. Ela não podia esperar até que ele voltasse e os dois pudessem deixar aquele lugar, de uma vez por todas. Nesse meio tempo, ela orava para que Godfrey conseguisse encontrar toda a evidência necessária para derrubar Gareth, de uma vez por todas. Se ele pudesse fazer isso, ela não precisaria nem sequer fugir; mas Gareth parecia indomável e ela tinha suas dúvidas de que eles teriam sucesso ao destituí-lo.

Gwen viu o rosto de Thor em sua mente e lembrou o momento em que ele a havia olhado como se estivesse prestes a perguntar-lhe algo. E então, algo como o medo havia cruzado seu rosto. Ela se perguntava o que poderia ser. Será que ele iria pedi-la em casamento? Seu coração inchou com o pensamento. Não havia nada que ela desejasse mais. Mas ela não entendia por que ele não tinha pedido sua mão ainda. Seriam os sentimentos dele menos intensos do que os dela?

Ela rezava para que esse não fosse o caso. Ela estendeu a mão e tocou seu ventre, então se lembrou das palavras de Argon e não podia deixar de sentir-se um pouco mais forte a cada dia, sentindo com toda a intensidade de seu ser que dentro dela estava o filho de Thor. Uma criança mística, poderosa.

Gwendolyn ouviu um barulho e virou-se, ela viu ao longe um homem correndo pelos campos, trotando seu caminho. Ela olhou atentamente, percebendo sua baixa estatura, sua corcunda e o seu jeito notório de caminhar mancando, então ela lembrou-se: Steffen. Ela tinha enviado um de seus assistentes para convocá-lo, sem saber se ele viria. Ela ficou emocionada ao ver que ele tinha vindo.

Gwen jamais esquecia aqueles que eram gentis com ela, especialmente aqueles que haviam salvado sua vida. Ela queria recompensar Steffen por sua bondade. Ela odiava a ideia de tê-lo escravizado na ala dos servos, especialmente depois do que ele tinha feito por ela. Simplesmente não era justo. Ele era um bom homem a quem todos julgavam mal, devido à sua aparência. Ela tinha de admitir que ela mesma o havia julgado mal, a princípio.

Steffen aproximou-se, tirando o chapéu e curvando-se diante dela, sua testa estava encharcada de suor.

"Minha senhora." Ele disse. "Eu vim assim que recebi seu chamado."

Krohn veio correndo, colocou-se em atitude protetora ao lado de Gwen e rosnou para Steffen.

"Krohn, está tudo bem." Disse Gwen. "Ele é um de nós."

Krohn relaxou instantaneamente, o pêlo eriçado de suas costas voltou a suavizar-se, ele baixou as orelhas como se estivesse demonstrando que entendia. Ele deu um passo para a frente e quando Steffen estendeu a mão, Krohn a lambeu. Logo, ele levantou-se e lambeu o rosto de Steffen.

Steffen riu.

"Ele é o filhote de leopardo mais carinhoso que eu já conheci." Steffen disse.

"Se você estiver do lado dele, sim." Gwen respondeu. "Obrigado por ter vindo. Eu não sabia se você viria."

"E por que eu não viria?"

"Com Gareth governando, parece perigoso ficar perto de mim. Afinal, veja o que aconteceu com Firth. Eu pensei que talvez você tivesse medo de involucrar-se novamente."

Steffen deu de ombros.

"Poucas coisas me assustam, minha senhora. Depois de dormir em um porão por trinta anos, eu sinceramente, não tenho muito a perder. Eu não tenho medo dos reis. É a injustiça que eu temo."

Ela examinou Steffen e podia ver que ele estava dizendo a verdade. Quanto mais tempo ela passava com ele, mais respeito ela tinha por aquele homem engraçado e sutil que via o mundo à sua maneira. Ele era muito mais sábio e mais inteligente do que ela pensara e ela se sentia tão grata a ele pelo que ele tinha feito por ela. Ela sentia que ele era um amigo achegado, uma das poucas pessoas daquela Corte em quem ela poderia realmente confiar.

"Eu o chamei aqui porque eu nunca tive a chance de agradecer-lhe adequadamente." Disse ela.

"Não há nada pelo qual agradecer-me, minha senhora."

"Mas eu agradeço. E eu sempre pago minhas dívidas. Não parece justo aos meus olhos que você continue a ser um servo, quando você salvou a vida de um membro da realeza. Eu tenho uma grande dívida para com você e eu gostaria de lhe recompensar. Por favor, me diga como. Gostaria de ter riquezas? De obter uma nova posição?"

Steffen abanou a cabeça.

"Minha senhora, eu não tenho necessidade de riquezas. Talvez na minha juventude, mas não agora. Eu não tenho nenhum lugar ao qual eu chame de lar. Eu durmo em uma pequena sala adjacente aos aposentos dos criados. Eu não tenho família, pelo menos nenhum parente que me reconheça. Eu não tenho ninguém, nem nada no mundo. Então, eu não tenho necessidade de coisas. As coisas sempre foram assim para mim."

Gwendolyn sentiu seu coração partir.

"Mas isso não é justo." Disse ela.

Ele deu de ombros.

"Assim são as coisas neste mundo. Algumas pessoas nascem com muito e outras com pouco."

"Mas nunca é tarde." Disse ela. "Eu quero, pelo menos, elevar a sua posição. Eu quero dar-lhe um emprego em outro lugar, um trabalho mais digno."

"Enquanto o seu irmão for rei, eu não quero estar em nenhum lugar perto dele. Os porões estão bem demais para mim."

"E o que aconteceria se um dia houvesse um novo governante?" Ela perguntou.

Ele olhou através dela, entendendo-a instantaneamente. Ele era mais perspicaz do que ela pensava.

"Minha senhora, se este soberano for a senhora, e eu rezo para que um dia seja, então eu ficaria honrado em ocupar qualquer posição que a senhora me desse. Mas até esse dia chegar, eu estarei contente assim."

Ela assentiu com a cabeça e de repente, percebeu o que ela faria.

"Se esse dia chegar." Ela disse. "Eu vou precisar de muitos conselheiros. Haverá poucos em quem eu poderei confiar, da mesma maneira que eu confio em você. Sem mencionar que eu desfruto muito de sua companhia."

Steffen sorriu; era a primeira vez que ela o via sorrir. Isso a entristeceu; ela podia ver o menino por trás de seus olhos, aquele que uma vez havia desejado ser amado, no entanto havia sido unicamente rejeitado. Gwen percebeu que aquela poderia ser a primeira vez que ele havia sido aceito por alguém em sua vida, a primeira vez que ele tinha sido escolhido para qualquer coisa.

"Minha senhora." Ele disse humildemente, com lágrimas em seus olhos.

"Nada me faria sentir tão honrado."

De repente, ele se adiantou, abaixou-se e pegou seu arco.

"Se eu vou ser seu conselheiro." Disse ele. "Se é que posso ser tão ousado, talvez eu pudesse começar agora, com uma lição sobre arco-e-flecha."

Ele sorriu, apontando para o alvo distante dela.

"Perdoe-me, minha senhora, mas eu não posso deixar de notar que sua pontaria poderia precisar de alguma correção, se não se importa que eu o diga."

Gwen sorriu de volta, feliz e surpresa; ela estava duvidosa de que alguém com sua forma pudesse ensiná-la, mas ela decidiu fazer caso a ele e agradá-lo. Ele era um homem peculiar.

"Fico feliz que você haja notado." Disse ela. "Porque precisa de muita correção. É o tiro com arco e flecha uma habilidade sua?"

Ele sorriu abertamente enquanto levantava uma flecha, pesava-a na palma da mão. Ela nunca tinha visto ninguém lidar com uma flecha assim antes.

"Eu tenho poucas habilidades neste mundo, minha senhora." Disse ele. "Mas o arco-e-flecha é uma delas. A senhora pensaria que eu não tenho tal habilidade, mas há algo em minha corcunda que realmente faz com que seja mais fácil atirar. Sempre foi assim. Meus poucos amigos costumavam brincar comigo, dizendo que eu nasci com a forma de um arco. Mas, às vezes, eu acho que isso é uma coisa boa."

De repente, Steffen colocou a flecha no arco, puxou a corda para trás e em seguida, soltou-a, tudo isso enquanto olhava para Gwen e sorria.

Um segundo depois, ouviu-se o som da flecha atingindo o alvo. Gwen olhou ao redor sem fôlego, ao ver que ele tinha atingido o alvo perfeitamente.

Gwen engasgou. Ela não conseguia entender como ele tinha feito isso: ele estava olhando para ela, quando disparou. Ela nunca tinha visto nada parecido em sua vida, nem mesmo entre os arqueiros reais.

"Você pode me ensinar a fazer isso?" Ela perguntou com admiração.

"Sim." Ele disse, estendendo os braços e entregando-lhe o arco.

Ela pegou o arco e colocou uma flecha nele, sentindo-se animada pela primeira vez.

"Mova-o, deixe-me ver a sua forma." Ele disse.

Ela puxou a corda, sua mão estava tremendo.

"O cotovelo deve estar mais elevado. E a senhora deve trazer os dedos para mais perto de seu queixo. Seu queixo deve estar mais baixo, seus olhos estão se mexendo muito. Escolha um dos olhos. Não pense demais. E não sustente o arco por tanto tempo, suas mãos vão tremer."

Gwen deixou a flecha voar e mais uma vez ela falhou o alvo, porém dessa vez a flecha chegou um pouco mais perto do centro.

"Há um vento forte hoje." Ele disse. "Isso deve ser levado em conta. Além disso, o chão sobre o qual a senhora está é inclinado. A senhora deve adaptar-se a ambos. E por último, este arco é muito pesado para a senhora. Isso deve ser levado em consideração. Para ajustar-se, mire um pouco mais alto e mais para a direita. E dobre os joelhos um pouco: eles estão bloqueados. Isso permitirá que a senhora respire. Respire fundo e dispare a flecha quando atingir o pico de sua respiração."

Gwen fez tudo tal como ele a instruiu e quando ela atirou a flecha, dessa vez parecia diferente.

Ela sentia-se mais no controle.

Ouviu-se o som da flecha atingindo o alvo e ela gritou de alegria ao ver que tinha acertado o alvo de uma maneira quase perfeita.

Steffen também sorriu de orelha a orelha e bateu palmas.

"Minha nossa, a senhora realmente aprende rápido!" Ele disse.

"Você é um bom professor." Ela respondeu radiante e sentindo-se orgulhosa de si mesma.

De repente, Krohn começou a rosnar ao lado deles. O pelo do seu corpo estava totalmente eriçado, ele virou-se e ficou olhando para o horizonte vazio, rosnando.

"Krohn, o que foi?" Ela perguntou.

Krohn continuou a rosnar e Steffen e Gwen trocaram um olhar, perguntando-se o que estaria acontecendo. Gwen começou a ficar preocupada com o comportamento de Krohn. Ela nunca o tinha visto assim. Ele estaria vendo algo?

De repente, ouviu-se um grande estrondo, como de um trovão, então apareceu no horizonte, cerca de uma dúzia de cavalos montados por homens de armadura amarela e verde. O coração de Gwen quase parou quando ela os reconheceu imediatamente: Nevaruns. Ela tinha suposto que eles haviam ido embora para sempre, depois de serem perseguidos no Salão de Armas. Mas, aparentemente, eles estavam esperando por uma oportunidade, esperando pelo momento em que ela não estivesse contando com isso.

Agora, eles avançavam direto para ela.

Gwen estava com raiva de si mesma; ela tinha sido tão estúpida. Ela não deveria ter se colocado naquela situação tão vulnerável, ficando sozinha naquelas colinas, especialmente sem seu cavalo, sem um meio de fuga. Steffen tampouco tinha cavalo e eles estavam presos ali, impotentes, não podiam fazer nada, a não ser esperar pela sua abordagem. De repente, ela desejou que Thor estivesse ali ao lado dela, seu coração estava dominado pelo pânico.

Mas seu coração também estava inundado pela força. Gwen sentia uma indignação crescente em suas veias. Afinal, ela era a filha de MacGil, a filha de um rei e tinha o orgulho de um rei. Seu pai não tinha fugido de ninguém e ela tampouco fugiria.

Gwen ouviu um grito e lá no alto ela avistou Estopheles voando em círculos, descendo; ela sentiu que seu pai estava com ela.

"Corra minha senhora!" Steffen gritou.

Ele deu um passo para a frente, pegou o arco das mãos dela, se abaixou e mais rápido do que qualquer arqueiro que Gwen já tinha visto em sua vida ele disparou três tiros rápidos enquanto o grupo se aproximava, agora eles estavam a cerca de trinta metros de distância.

A pontaria de Steffen era inacreditável. Ele abateu três guerreiros, cada um com perfeita precisão, acertando e atravessando suas gargantas, bem na base de suas clavículas. Cada guerreiro caiu do lado de seu cavalo, já morto.

"Nunca!" Gwen gritou em resposta.

Ao mesmo tempo, Gwen pegou um segundo arco e disparou contra os homens também. Ela errou seu primeiro tiro. Então, logo se lembrou de tudo o que Steffen lhe ensinara. Ela tentou respirar, tentou relaxar e quando mirou novamente e atirou a flecha, ela ficou espantada ao vê-la voar e perfurar a garganta de um guerreiro. Ele estendeu a mão gritando e em seguida, caiu também.

Eles estavam tão perto agora que não havia tempo para Steffen ou Gwen disparar. Os cavalos se abateram sobre eles e no último segundo os dois pularam para fora do caminho para não serem pisoteados.

Os soldados, vestidos com suas armaduras, saltaram de seus cavalos, um deles lançou-se contra Gwen e o outro contra Steffen, derrubando e imobilizando ambos contra o chão. As costelas de Gwen foram machucadas quando ela caiu no chão. O atacante de Gwen apontou para ela com sua mão enluvada, preparando-se para esbofeteá-la e ela se preparou para o impacto, sabendo que ele quebraria a sua mandíbula.

Então, um grande rugido encheu seus ouvidos e Gwen viu quando Krohn saltou para a frente e afundou suas presas na garganta do soldado. O soldado gritou quando Krohn encontrou o ponto fraco entre as placas de sua armadura e prendeu-o ao chão, recusando-se a soltá-lo.

Gwen rolou para o lado e saiu de debaixo dele, com o mesmo movimento, ela agarrou a adaga do cinto dele e virou-se a tempo de mergulhá-la no outro soldado que investiu contra ela. Ela o apunhalou na barriga e ele gritou deixando cair sua clava, antes que ele pudesse golpeá-la na cabeça, com ela.

Ele caiu sobre ela totalmente inerte e o impacto foi doloroso. Mas Gwen resistiu e meteu o punhal mais fundo dentro dele, logo ele parou de se contorcer, já estava morto.

Ela o empurrou para baixo.

Outro soldado veio para cima dela com um chicote, prestes a atacar seu rosto, mas Krohn virou-se e pulou, atacando-o no ar. Krohn afundou as presas no pulso do soldado e arrancou sua mão ainda no ar, enquanto ela sustentava o chicote. O soldado gritou, caindo de joelhos e segurando o coto sangrento.

Steffen finalmente conseguiu libertar-se do outro cavaleiro e ao fazê-lo, ele desembainhou a espada e cortou a cabeça do cavaleiro, cuja mão havia sido dilacerada.

Um soldado atacou Gwen por trás, agarrando-a e puxando-a contra seu corpo, enquanto segurava um punhal contra a garganta dela.

"Eu espero que você lembre-se sempre de que eu lhe dei essa cicatriz, princesa." Disse ele com sua respiração quente no ouvido dela. Então ele estendeu a mão e trouxe o punhal para a bochecha dela.

Gwen preparou-se para o corte e sentiu o metal tocar sua pele, quando de repente, ouviu-se um grito: ela olhou para cima para ver Estopheles, voando rapidamente para baixo com suas garras estendidas, vindo em sua direção. Ela abaixou a cabeça quando o pássaro voou direto para baixo e arranhou o rosto de seu agressor.

Ele gritou, apertando os olhos e soltando o punhal.

Steffen avançou e esfaqueou o homem no peito. Então ele se virou e com o mesmo movimento, cortou outro soldado no estômago, bem antes que o homem viesse sobre ele com seu martelo de guerra.

Gwen, toda machucada, trêmula e coberta de sangue, olhava para todos os cadáveres e estava surpresa com todo o dano que tinha sido feito. O lugar era como um mini campo de batalha e de alguma forma, ela, Steffen e Krohn tinham sobrevivido.

Mas ela tinha relaxado muito cedo: Krohn começou a rosnar de novo, Gwen virou-se e ouviu outro grande estrondo.

O horizonte ficou cheio de soldados, centenas deles, todos vestindo a armadura amarela e verde dos Nevaruns.

O coração de Gwen parou quando ela percebeu que aqueles poucos cavaleiros que haviam matado tinham sido apenas parte de uma pequena força expedicionária, uma pequena amostra do que estava por vir. Agora um exército inteiro, em pleno vigor, se preparava para atacá-los. Não havia nenhuma maneira de que eles pudessem se defender e não havia lugar nenhum para onde pudessem correr.

Steffen avançou destemidamente, levantou o arco e preparou-se para disparar. Ela estava impressionada com seu cavalheirismo, com seu destemor, mas ela sabia que aquela era uma batalha perdida.

"Steffen!" Ela exclamou.

Ele se virou e olhou para ela, então ela colocou a mão em seu pulso.

"É melhor não." Disse ela. "Nós não podemos ganhar. Eu preciso de você em outro lugar. Saia daqui. Corra e avise Thor, avise a Legião. Diga-lhes que me encontrem, onde quer que eu esteja. É isso que eu preciso que você faça."

"Minha senhora, eu não posso deixá-la." Protestou ele, com os olhos arregalados, falando mais alto para que ela o ouvisse, enquanto o exército se aproximava.

"Você deve ir." Ela insistiu. "Eu exijo que você faça isso. Se você realmente se preocupa por mim, você fará isso. Você é mais útil em outro lugar. Sem você, eu não posso mandar uma mensagem para Thor. Você é minha última esperança. Vá. VÁ!" Ela gritou com firmeza.

Steffen virou-se e saiu através dos campos, correndo.

Gwen ficou ali parada sozinha, encarando o exército que se aproximava, apenas Krohn estava ao seu lado e embora ela tremesse por dentro, ela se recusava a demonstrá-lo. Ela permaneceu ali, de pé, com uma postura erguida e digna, recusando-se a correr. Krohn rosnava para os homens, sem mostrar um pingo de medo e ela estava determinada a igualar a sua bravura. O que tivesse de ser, seria. Pelo menos ela iria enfrentar isso orgulhosamente.

Momentos depois eles a alcançaram. Primeiro ela ouviu a estampida dos cavalos, dando voltas ao seu redor; em seguida, vieram as centenas de homens carrancudos, furiosos investindo contra ela, segurando cordas grossas e preparando-se para prendê-la. Krohn atacou, implacável e corajosamente, ele arrancou a mão do primeiro homem que pegou Gwen.

Mas outro soldado levantou um porrete desceu-o com força nas costas de Krohn. Gwen ouviu um enorme estalo. Soou como se as costelas de Krohn estivessem sendo quebradas, mas de alguma forma, Krohn conseguiu girar e morder a mão de seu atacante, mais uma vez.

Krohn pulou para outro soldado, afundando suas presas em sua garganta e apertando a mordida, enquanto o soldado gritava. Outro soldado golpeou-o com uma maça, mas ainda assim Krohn não soltou o guerreiro, até que finalmente, outro soldado lançou uma rede sobre ele, prendendo-o.

Todos os soldados, simultaneamente, pararam seus cavalos diante de Gwen; um grupo deles desmontou e desfilou em direção a ela. Um deles os liderava e quando ele chegou mais perto, levantou a viseira. Ela o reconheceu, era o homem do confronto na Sala de Armas. Ele era o homem a quem ela havia sido prometida, o homem arranjado por Gareth para ser seu marido.

"Eu disse que ia voltar." Disse ele com o rosto sério. "Você teve a sua chance de vir pacificamente. Agora, você deve aprender da maneira mais difícil, como é o poder dos Nevaruns."

Gwendolyn mal pôde ver a luva grossa da armadura que veio por trás dela e desceu em direção ao seu rosto, ela ouviu o terrível golpe do metal contra seu crânio, sentiu o zumbido em seus ouvidos e seu corpo derrubou-se, inconsciente, sobre o campo de flores.

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