I took you away from me. //ji...

By jjkpjm_13

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Onde Jeon Jungkook era um alfa festeiro, sem responsabilidades e que se achava pertencente ao mundo. Enquanto... More

avisos
2. Para outro homem.
3. Meu Combustível
4. Em busca do perdão.
5. A volta dos que não foram.
novo recomeço?
O meu verdadeiro eu.
Abrigo.
karma

1. aonde estava?

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By jjkpjm_13

Em uma noite chuvosa de sexta feira, o garoto de fios rosados se encontrava encolhido entre os lençóis de seda da cama, seu coração machucado clamava pelo calor de seu alfa, que havia saído a horas atrás sem lhe avisar. Por mais doloroso que seja admitir, o moreno não o fez apenas uma vez, era algo que acontecia com frequência, ou mais específico, todos os dias. A cada notificação em seu celular, o ômega abria um sorriso sincero, confiante de que seria seu alfa lhe avisando que estava voltando para si, mas nunca acontecia. Um barulho alto de um trovão ecoou, adentrando os ouvidos sensíveis do rosado e o fazendo levar as mãozinhas pequenas em uma
tentativa inútil de diminuir a dor. A dor de seu coração ferido, a dor de seu corpo necessitado pelo calor de seu homem, a dor de seus ouvidos, e a dor de sua marca queimando por uma traição.

E em um misto de todas aquelas dores jimin adormeceu, as marcas de lágrimas secas presentes em suas bochechas fartas e rosadinhas, o dando uma aparência ainda mais frágil  do que se era naturalmente. Em exatos três e quarenta e cinco da madrugada, o pequeno acordou com o barulho da fechadura sendo destravada, e já sabia quem seria. Chutou os lençóis para fora do seu corpo, se levantando em um pulo e correndo para o andar de baixo, quase tropeçando na escadaria, se não tivesse se segurado firmemente no corrimão.

- amor, onde estava? — o ômega perguntou, por mais que já soubesse onde o moreno estava, e o que estava fazendo. Caminhou até seu alfa, se encolhendo brevemente ao sentir o cheiro forte do álcool, as marcas de sabe se lá quantas fodas estavam estampadas em seu pescoço, seus cabelos bagunçados e suas vestes amassadas.

- achando alguém que me satisfaça melhor que você. — Aquelas palavras o acertaram fortemente, sentiu seu coração se despedaçar em milhões de pedacinhos e seus olhinhos pequenos lacrimejarem, o ômega se sentiu humilhado, maltratado, ferido por aquele que chamava de amor da sua vida.

o pequeno se sentiu farto, aturou todo aquele massacre psicológico por muito tempo, deu as chances que seu alfa precisava na esperança de ele mudar. Mas nunca acontecia, Jungkook pertencia ao mundo e Jimin entendeu isso, da forma mais dolorosa possível.

- Chega. — O ômega anunciou, fazendo o moreno o olhar com uma expressão confusa e sobrancelhas arqueadas. - A culpa nunca foi minha, Jungkook.

- O que você está falan...— O alfa foi interrompido quando o menor estendeu sua mão em frente à seu corpo, negando com a cabeça.
    
- agora eu vou falar! — Jimin gritou, alto e choroso. - Sabe quantas noites eu senti sua falta, Jungkook? Quantas vezes eu implorei para que o "meu" (fez aspas com os dedos) alfa estivesse comigo? — Lágrimas já escorriam por seu rosto, deslizando de forma torturante por seu pescoço até sumirem na gola de sua camisa larga. - Esperei por você, lhe dei quantas chances precisava, me culpei por não ser o suficiente, quando era você quem não me merecia.

caminhou até a escada, subindo os degraus e não demorando a chegar no topo. Virou-se, olhando nos olhos daquele que partiu seu coração. - Dizem que a marca da alma gêmea significa união entre aqueles que se amam, mas onde estava você quando eu precisei? — e então o pequeno girou seus tornozelos, sumindo da visão do alfa que estava estático, sem esbouçar reação alguma até então.

Adentrou o quarto do casal, e foi o suficiente para desmoronar. Ajoelhou-se, com suas mãos em seu rosto tentando abafar a dor que estava sentindo. E se houvesse alguém lá em cima que estava consigo, foi esse alguém que lhe deu forças para se levantar, Jimin puxou uma mala e a abriu choroso, jogando tudo o que era importante pra si. Não se preocupou com o resto das roupas, na mala tinha o suficiente para usar até se estabilizar em um novo lugar, em uma nova vida. Após terminar, fechou a mala e colocou uma calça jeans, já que até então não usava nada embaixo. Desceu as escadas, rumo a porta, quando sentiu a mão grande e forte segurar seu pulso.

- Você não pode ir embora! — O alfa disse em tom sério, mesmo que por dentro estivesse em total desespero. Havia se acostumado com Jimin atrás de si independente de ser bem tratado ou não, e agora havia quebrado a cara.

- Nunca mais encoste em mim. — O ômega puxou seu braço brutalmente, destrancando a porta e colocando sua mala para fora. - Acabamos aqui, Jungkook.

- O QUE? VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR! VOCÊ TEM A MINHA MARCA, JIMIN — Jungkook falou alto, fazendo o rosado se encolher e levar a mão aos ouvidos. - Não pode ir, porra. Não pode!

- uma marca insignificante, isso que ela é. Me diz, você lembrou dela quando estava fodendo outra pessoa, Jungkook? — O alfa engoliu em seco, estava entrando em desespero pela possibilidade de não ter mais seu ômega em seu lar, consigo.

- eu imaginei que não. — E essa foi a última palavra dita, antes do ômega puxar sua mala e sair do lugar, deixando o alfa sozinho, como sempre deveria ter ficado.

Jimin não deu tempo a Jungkook, entrou em seu carro após colocar a mala no banco de trás, ligando o veículo e o conduzindo para longe daquele que tanto lhe magoou.

O dia já havia amanhecido quando finalmente o ômega chegou em Busan, a sua cidade natal e o lugar onde viveu toda a sua infância e adolescência. O carro estacionou em frente à grande casa colorida em um amarelo pastel, com janelas grandes e brancas. Continha um jardim bonito e com alguns anões e bichinhos de porcelana, que tanto marcaram a infância do rosado.

Desceu do automóvel, abrindo a porta traseira para puxar sua mala dali, segurando-a pela alça e se direcionando até a porta da casa, a qual bateu algumas vezes e esperou ansioso. Não demorou para que a porta logo fosse aberta, revelando a figura pequena e bochechuda de Park Hyosun, sua sobrinha.

- Jiminnie oppa? MAMÃE O JIMINNIE OPPA TÁ AQUI — berrou, fazendo o rosado sorrir como a muito tempo não o fazia. Logo a pequena saiu da frente, revelando a figura da mulher já na meia idade, que continha um sorriso grandioso e olhos espremidos, assim como o sorriso de Jimin. Ao  ver seu filho mais novo depois de tantos anos.

- Jimin? Meu Jimin? Filho? — A Park mais velha falou desacreditada, se aproximando e envolvendo a cintura de seu filho em um abraço forte e o apertando, matando toda a saudade que se acumulava em seu coração de mãe. - Sim mamãe, sou eu. — Se permitiu chorar, não de tristeza como o vinha fazendo diariamente, mais de felicidade, por encontrar o abrigo que precisava nos braços de sua progenitora.

- Onde está Jungkook? por que não me avisou que viria? Meu filho, eu deveria ter preparado algo pra você, eu... — Jimin a interrompeu sorrindo e negando com a cabeça, deixando um beijo carinhoso na testa da mulher.

- eu não avisei porque foi de ultima hora, mamãe. E mesmo assim a senhora não precisaria preparar nada, sua presença já é reconfortante. E quanto a Jungkook, não, ele não veio, e nunca vai vim. Não estamos mais juntos, mamãe.

- o que? mas meu filho, vocês têm a marca da alma gêmea. Como assim não estão juntos? por que? diga a mamãe. Como você está com isso tudo, meu doce? — O puxou para dentro de casa, e logo Hyosun trouxe a mala do tio junto com ela, já que não estava pesada.

- Aturei muitas coisas ao lado de Jungkook, mamãe. Mas cheguei ao meu limite, eu não podia continuar com alguém que não me amava na mesma intensidade.

- mas como assim, querido? O que Jungkook fez? — perguntou, sentando-se no sofá e o puxando para por a cabeça em seu colo, acariciando seus fios sedosos e rosados. - Jungkook não me amava, me deixava sozinho em noites frias, aonde eu apenas precisava do calor de meu alfa para me aquecer. Cansei mamãe, cansei! cansei de ter a marca queimando em meu pescoço, denunciando suas traições. Eu não acho que eu merecia isso, eu... — desabou nos braços de sua mãe, chorando como nunca antes, ao lembrar de tudo que havia suportado calado, por amor a seu homem, mas matando a si mesmo aos poucos.

- oh meu bebê, eu não acredito que ele fez todas essas barbaridades com você! oh meu filho, você não merecia isso, você é um garoto tão bondoso, um ômega tão carinhoso e doce. Eu sinto muito meu pequeno, meu deus eu devia ter evitado, sou sua mãe, eu lhe entreguei para um monstro, me perdoe. — O ômega negou rapidamente com a cabeça, segurando o rosto de sua mãe e a beijando novamente na testa.

- não, mamãe! A culpa não foi sua, não foi minha, a culpa foi apenas dele! Eu me culpei muito por tudo, eu me achei insuficiente, eu mudei meu jeito para tentar agradá-lo, quando o tempo todo era ele quem não me merecia. A culpa é só dele mamãe, só dele. — Ela assentiu, enxugando suas lágrimas e se levantando, antes de beijar o topo da cabeça de seu filho.

- você deve estar cansado de viagem, meu garoto. A mamãe vai preparar alguma coisa para você se alimentar, uh? você pode ir indo para seu quarto, está do jeitinho que você deixou quando foi embora. Oh meu deus, meu filho voltou. — ela estava tão alegre, tão cuidadosa, ele perguntou-se como pode confiar tanto em um alfa para sair de longe daquela que cuidou de si por toda a sua vida.

A cada novo degrau da escada uma sensação de nostalgia e segurança dominava seu corpo, lembrou-se de quando descia aquela escada escorregando pelo corrimão junto de suas irmãs, de quantas vezes passou por aqueles corredores correndo, enquanto sua mãe iria atrás para fazê-lo tomar banho, e de repente sentiu falta, sentiu falta de sua infância, de quando sua única dor era a de um joelho ralado ou de barriga após comer alguma besteira na rua.

Abriu a porta de seu quarto, que ainda continha o pequeno quadro pendurado, escrito "aqui dorme um super-herói", sorriu sozinho, adentrando o cômodo e vendo tudo do jeitinho que ele havia deixado, sua cama perfeitamente organizada, seus livros de desenhos e quadrinhos, seu balde de brinquedos exatamente no mesmo lugar, tudo do seu jeitinho.

Sentou-se em sua cama, relembrando o quão gostoso era deitar ali e ser colocado para dormir por aquela que lhe trouxe ao mundo, de quando sua mãe lhe contava histórias até que ele pegasse no sono, e lhe prometia nunca deixar ninguém quebrar seu coração.

lembrou-se de quando chorava ao pensar que haviam monstros embaixo de sua cama, e atualmente descobriu da pior forma possível que os verdadeiros monstros são aqueles que estão com você, que dizem te amar e no final te destroem por completo.

Foi tirado de seu raciocínio ao ouvir a voz fina da garotinha parada na porta, olhando para si de forma serena. - Jiminnie oppa? a vovó disse pra te chamar para comer...

- oh, já estou indo hyo! obrigada. — ela sorriu e saiu saltitante, o que o fez rir baixinho, porque a infância é realmente algo lindo de se admirar. Se forçou a sair da cama, indo atrás de sua sobrinha e sentindo o cheiro gostoso que vinha da cozinha. Ah, aquele cheiro ele jamais confundiria. A torta de maçã de sua mãe era e sempre seria a melhor, lhe veio a memória de quando era criança e tirava notas ruins em matemática, sua mãe fazia torta de maçã e lhe dizia que não importa a nota que ele tirasse, ele era um filho maravilhoso e seria capaz de conseguir passar de ano.

Direcionou-se para cozinha, adentrando o cômodo aconchegante e logo avistando aquele manjar dos deuses que era seu doce preferido, partido em uma fatia perfeita em um prato branco com detalhes de bolinhas pretas.

O ômega segurou o garfo entre a mãozinha pequena, pegando um pedacinho da fatia e suspirando ao ver o quão cremosa era. Levou até seus lábios, fechando os olhos e gemendo em deleite ao sentir o gosto adocicado em sua boca.

- sempre será o melhor doce, obrigada mamãe! — agradeceu e elogiou a torta de sua mãe, não demorando a partir outro pedaço e o levar aos lábios novamente. Foi quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso, largou o garfo no prato e pegou o smartphone, vendo que haviam mais de 50 mensagens de Jungkook e 37 ligações perdidas. Não entendia o que o alfa tanto queria falar consigo, já que até um dia atrás ele o tratava como lixo.

Apagou as notificações, vendo que não demoravam para chegar outras novas, mostrando que o alfa estava online e não parava de lhe mandar mensagens.

Seu celular tocou ao som do assobio de DNA, poderia ter rejeitado a ligação do alfa, mas resolveu atender e dar um fim naquilo, já que não parecia ter ficado claro o bastante para Jungkook.

- O que você quer? — Disse curto e grosso, o que fez o alfa do outro lado da linha sentir seu peito acelerar, em um misto de alívio, magoa, e arrependimento. O mais forte arrependimento.

- Jimin? onde merda você tá? você sai assim, não me diz pra onde vai, eu sou seu alfa! Me diz onde você tá, eu to indo te buscar — Jimin não resistiu em rir das palavras do alfa, uma risada seca e amarga.

- quem é você para reclamar disso? o cara que saia todas as noites e deixava seu namorado sozinho? a única diferença, Jungkook, é que eu não tenho um namorado, não mais.

- o que? O que você tá falando? nós temos a marca, Jimin! Para com isso, vai. Me diz onde você tá e eu vou te buscar — pediu suplicante, a verdade é que o alfa já entrava em pânico com a possibilidade de ter perdido seu ômega, para sempre.

- me deixe em paz, Jungkook. Vamos seguir nossas vidas, cada um para um lado. Me deixe ser feliz

- Jimin, me descul... — O ômega desligou, ele não aguentaria ouvir o alfa terminar de falar, se Jungkook lhe pedisse desculpas enquanto ele estava frágil, Jimin com certeza o perdoaria. Portanto ele não o deixaria falar, Jimin amava seu alfa, mas tinha amor próprio.

E não iria se entregar novamente para alguém que não o deu valor.


notas finais:

primeiro capítulo, estou muito nervosa e curiosa para saber o que acharam. Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar e comentar para dar apoio a fanfic. Amo vocês e obrigada por tudo💜💜

nochu

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