Angel

By jauregaaays

170K 12.8K 19.4K

Na qual Lauren é uma alma vagante e começa a perturbar Camila. More

1 - complicated
2 - Ice
3 - idiot
4 - fake life
5 - care
6 - the curiosity not killed the cat
7 - bad boy or sad boy?
8 - shining in the Sun
9 - sweet memories and several boys
Q/A :)
10 - Hi, pleasure.
11 - Hi, pleasure. - Part.2
12 - shit, it had to be you, Keana?
13 - Shit, It Had To Be You, Keana? - Part. 2
14 - Shit, It Had To Be You, Keana? - Part. 3
15 - Shit, It Had To Be You, Keana? Part. 4
16 - Changes
17 - Stay Away From Me
18 - The Mystery Of The Hut
19 - Let's Go
20 - The Story Of Satan
21 - Satan Is Inoccent - End
22 - Death
24 - Epílogo

23 - Camila

3.9K 331 155
By jauregaaays

SEM REVISÃO.

***

Eu estava tão entediada aquele dia, vendo a água correr e os cardumes nadarem sobre minha cabeça. Todos os dias eram a mesma coisa, pois era extremamente inútil tentar falar com os vivos.

Sim, com os vivos. Depois de um bom tempo, vendo que eu conseguia atravessar paredes, e fazer coisas que obviamente humanos não faziam, eu percebi que estava morta. Mas, o mais estranho era que eu sequer me lembrava de como havia morrido. Na verdade eu não lembrava de nada além dela.

Todo meu cérebro era resumido em fatos sobre ela e eu sequer sabia quem era ela, mas podia descrever toda sua vida em questão de segundos. Isso não é estranho?

Tudo estava estranho desde o dia em que eu simplesmente acordei aqui. 12 de outubro? Eu não lembro, eu só lembro de esbarrar com alguns mortos como eu, e eles me disseram que agora eu era uma alma. Eu não gostava do termo, mas não podia ir contra ele. Afinal, era o que eu era agora, certo?

Me perguntaram onde estava o meu corpo. Que corpo? Eu não sei mesmo onde ele está. Me disseram que agora eu precisava esperar o descanso final, onde sua alma é julgada e você é levado para a luz, ou para as trevas...

Eu não queria ir para as trevas.

E nos primeiros dias eu fiquei com medo, medo de que o descanso chegasse e eu fosse julgada ruim, mas já fazem meses... Parei de ter medo há muito tempo e agora o que me consome é o completo tédio.

Os raios de sol foram sumindo aos poucos e só restou a escuridão naquela imensidão de água doce e azul. Por certo, a noite havia chegado.

Levantei-me do pedregulho cheio de musgo onde eu estava e coloquei as mãos na cintura. Por alguma razão, eu sempre voltava para cá quando queria ficar longe do mundo dos vivos. E eu de fato não sabia porquê, mas não tinha ninguém mais para perguntar, já que da última vez me disseram que nosso corpo estava onde nossa alma repousava. Bom, meu corpo não está por nenhum canto desse lugar.

Eu estava prestes à ir até a margem e ver as estrelas, quando um círculo estranho foi formado na água e eu fui puxada para dentro dele. Era o que me faltava, não é mesmo?

Sequer me assustei, estava morta, afinal. Por quais motivos eu ficaria assustada? Poderia ser o meu fim, e se fosse, eu também não tinha motivos para lutar contra ele.

Fechei meus olhos com força e esperei a dor eminente que o possível inferno poderia me trazer. Até porque, levando em conta que eu tinha certeza que era uma grande idiota na vida real, era para lá que eu deveria ir, certo?

Errado.

Senti meus pés pisarem em algo firme, o barulho de uma televisão? Abri meus olhos rapidamente para saber o que estava acontecendo. Estava em uma sala! Tinha sofás, uma mesa de centro, e uma garota...

Oh! Camila!!!

Sim, era ela! Bem ali no centro, com um caderno no chão, uma caneta e um lápis postos um em cima do outro, falando algo que até então eu não estava prestando atenção, pois meus olhos não conseguiam desviar do rosto dela. Ela era linda, assim como meus pensamentos diziam!

— Essas merdas não existem. — escutei-a murmurar e ir até a cozinha, quando ela sumiu por entre os corredores, eu notei que estava na casa dela!

Céus! Eu estava na casa de Camila!

Alguns minutos depois eu resolvi ir até ela, mas quando dei alguns passos e me aproximei da tevê, ela começou a chiar.

Camila de repente apareceu na sala novamente e desligou a tevê, eu me perguntei o que ela estaria fazendo na cozinha e fui até lá. Me aproximei do micro-ondas para ver o que tinha lá dentro, e ele misteriosamente começou a apitar.

Voltei para sala enquanto Camila passava por mim e ia para cozinha, a tevê voltou a chiar quando eu me agachei próxima à ela e movi a caneta sobre o lápis e coloquei uma de minhas iniciais. Camila chegou e desligou a tevê, vendo o exato momento em que eu movi o objeto.

Foi então que...

Céus.

Fechei os olhos com força, minha cabeça parecia que ia explodir e logo eu estava dentro de uma ambulância embaixo d'água, o lugar onde eu ficava sempre. Então ao longe eu vi pessoas se  aproximando, me pegando e levando para superfície.

Minha cabeça doeu mais forte e um clarão surgiu diante de mim.

Vamos cuidar de você. — um homem idoso disse, tocando minhas mãos. Ele estranhamente me lembrava Dinah. Eu estava em maca ou coisa assim, mas eu definitivamente não estava em um hospital. — Não se preocupe, Camila já está vindo.

Mais um clarão.

Eram Lucy e... Aquela era Camila quem ela estava beijando?

Meu coração pareceu se partir em pedacinhos, os olhos dela de encontro com os meus quando senti mãos grandes em meus ombros. Olhei para o lado e...

Louis.

Outro clarão.

É tão bom saber que eles ainda se importam. - comentou, respirando fundo e balançando a cabeça. — Prazer, Louis Tomlinson.

— Lern Jergui.

— Lern Jergui?

— Sim.

Pisquei os olhos tentando parar com aquela sensação estranha, mas tudo que eu enxergava era branco e a dor não parava de maneira alguma.

"Vocês são soulmate"

Camila então surgiu, estávamos em um campo cheio de flores e ela estava deitada ao meu lado, observando o céu das 9h da manhã. Ela era tão linda que doía, e ali, parada, observando-a, coisas dentro de mim aconteciam inexplicavelmente.

Logo ela me olhou e sorriu.

— O quê? — ela perguntou, alegre.

Eu fiquei de lado, de frente para ela, sorrindo de volta.

— Nada, eu só estou — toquei seu rosto, mas então todo o corpo dela se desfez em neve. — te admirando...

Então o campo florido transformou-se em um rio com uma espessa camada de gelo por cima. Vi Louis se aproximando, e ele parecia mais aflito que o normal.

— Ah, você! Não se preocupe, nós vamos te resgatar logo. — ele falou, suas mãos abertas no ar pedindo para que eu tivesse calma.

Franzi as sobrancelhas sem entender, do que ele estava falando, afinal?

— Me resgatar? Mas eu estou bem aqui. — respondi o óbvio, Louis revirou os olhos e negou com a cabeça.

— Não, bobinha, você está lá! — apontou para o centro do rio, onde eu pude me ver tentando sair entre as fendas do gelo.

Minha cabeça doeu de repente com uma força desproporcional, e agora eu estava naquela sala onde o idoso estranhamente parecido com a Dinah falou comigo, e lá estavam Camila, a própria Dinah, eu, um cara que eu não-

Bom dia, flor do dia! — aquele cara estranho disse, em outra cena. Ele também parecia-se com Dinah. — Trouxe seus remédios. Você precisa disso para ficar viva. Sabia? — ele sorriu, adicionando algo em alguns tubos. — É, eu sei que você sabe. Logo não precisará disso, Camila está chegando.

Então estávamos de volta naquele lugar de antes, e haviam outras pessoas do lado da minha maca também. Shawn e...

Lucy.

Você pode, por favor, parar de gritar? — eu lembro de pedir para ela, vendo-a andar histérica de um lado para o outro no quarto.

Você pode, por favor, parar de falar nessa garota? — ela resmungou, rubra de raiva. — Toda hora você fala sobre como ela é especial e etc. O que você tanto vê nessa tal de Camila?

Então de repente tudo veio como um raio.

As brigas, o ciúme, as ameaças, as drogas, o medo...

O acidente.

Sinuhe chorava copiosamente no canto da sala, tremendo, os olhos esbugalhados, a mão sobre os lábios e o trauma gravado em sua memória.

Na sua frente, Alejandro estava impendurado por corda no pescoço, o rosto roxo, o corpo imóvel.

Céus.

Meus olhos se abriram e eu estava...

No colo de Camila?

Vou te ajudar a encontrar seus pais novamente, ok? — ela sorriu, indo até uma porta de madeira com a maçaneta de ouro. — Bem vinda de volta, Lauren.

E tudo ficou branco de vez, mas agora era por conta da minha retina mal acostumada com o sol que entrava da janela do quarto de... Hospital.

Eu não podia acreditar.

Eu estava... Viva?

Movi meus dedos, bem devagar, sentindo meus ossos. Era tão boa a sensação, eu estava... Estava sentindo aquilo de novo, aquela vibração dentro de mim dizendo que tudo aquilo era real, eu era real. Respirei fundo, sentindo o ar preencher meus pulmões, e sorri ao expirar e ver meus pulmões baixarem.

Ouvi o barulho de um "pep" constantemente ao meu lado, girei a cabeça com dificuldade para ver do que se tratava. Um cardiógrafo. E ele analisava e traçava todo o meu cardiograma ali naquela tela.

Eu estava viva!

Observei o quarto, e meus olhos marejaram ao ver a quantidade de flores, balões e desenhos que o decoravam. Os desenhos com certeza eram de Taylor. E no canto, um jarro com rosas vermelhas.

Todas elas eram artificiais.

De repente alguém abriu a porta e eu me encolhi automaticamente, sentindo um pouco de dor. Oh meu Deus, ela estava tão linda.

Camila surgiu, com os cabelos presos em um coque, uma camisa que eu reconhecia ser minha, e uma rosa vermelha de plástico nas mãos. Ela caminhou até o canto do quarto, onde o jarro com as outras se encontrava, sem olhar em minha direção, e colocou a rosa lá.

— O que essas rosas significam? — eu me vi perguntando, Camila estava tão concentrada em algo que rondava sua mente que, sem sequer prestar atenção, ela respondeu:

— Bom, enquanto essas rosas não murcharem, eu não vou sair do lado de Lauren até que ela acorde. — ela estava tão magra, as maçãs de seu rosto muito mais visíveis e bolsas roxas coloriam sua pele abaixo de seus olhos.

— Então eu acho que você não vai precisar mais delas. — eu disse, e acho que finalmente consegui chamar a atenção dela.

— O quê? — seus olhos se arregalaram ao me ver acordada, abrindo e fechando a boca tentando dizer algo que nunca vinha.

— Você não vai me dar as boas vindas? — eu sorri e vi seus castanhos tão preciosos ficarem banhados de lágrimas.

— Lauren!

****

oi gente k

Continue Reading

You'll Also Like

1.1M 53.4K 73
"Anjos como você não podem ir para o inferno comigo." Toda confusão começa quando Alice Ferreira, filha do primeiro casamento de Abel Ferreira, vem m...
46.3K 4.7K 22
Com a iminente destruição de Krypton, seu planeta natal, Jor-El e sua mulher procuram preservar a raça enviando a filha recém-nascida para a Terra. A...
423K 42.7K 47
O que pode dar errado quando você entra em um relacionamento falso com uma pessoa que te odeia? E o que acontece quando uma aranha radioativa te pica...
1.2M 122K 60
Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.