Contos de Natal (+Bônus de An...

By LyccaDadaVickyBiiah

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5 Dias de Natal com Biiiiaah_Cristina, LyccaSantos_, Dadull, e VickyFrancy13 (+Bônus) Day 1: " O Espírito d... More

Day 1 - The Spirit of Christmas [Adaptado para Vondy]
♪Day 02 - Lembranças Natalinas♪ - Vondy
Day 03 - "Presente de Natal"
Day 4 - Segredos no Natal
A V I S O
• Especial de Ano Novo • The Spirit Of Christmas |
#EspecialAnoNovo ♥ Reveillon sem ele ♥
Réveillon -Especial de Ano Novo

Réveillon Em Alto Mar (Vondy) - especial de Ano Novo

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By LyccaDadaVickyBiiah

♦Dulce♦

•~Sete dias para o ano novo~

Era natal e mais uma vez eu passaria com minha amiga e colega de apartamento, Anahi, enquanto ela parecia completamente animada e bêbada, eu me encontrava quase sóbria, empoleirada em sua poltrona de camursa cor de rosa. Pensando em como minha vida era vazia e o que havia feito para ser assim. Meus pais não faziam questão de virem me  visitar ou se que telefonavam, ou ao menos retornavam as minhas ligações, sempre que ligava eles estavam em alguma viajem, o que era apenas uma desculpa, então só me restava minha amiga que nunca me abandonou, nem mesmo em meus piores momentos. Além de minha vida amorosa ser a coisa mais abominável que poderia existir. Nunca encontrava alguém que realmente pudesse me interressar. Annie tentava me ajudar me apresentando a algund caras que conhecia, mas nada adiantava.

Talvez o problema fosse em mim e não neles.

Merry Christmas! Dulce! — vibrou a loira assim que o relógio marcou meia-noite em ponto. Ela veio me abraçar e tudo que fiz fora retribuir. O cheiro de álcool estava impregnado em sua roupa.

Eu não disse nada, estava sem animo para a festa. Só queria tomar um banho e ir dormir, só estava ali por causa dela.

— Por que não está feliz Chicletinho? — ela franziu o cenho, enquanto cravava as unhas grandes no tecido da poltrona, marcando um pequeno U.

— Estou cansada.

Ela curvo-se sobre mim, seus seios quase tocando meu queixo, o que era estranho.

— Cansada? Dulce você não fez praticamente nada hoje, além de ir ao supermercado comigo, não pode estar cansada a essa hora, principalmente você que só vai dormir as 3hrs da manhã. Aconteceu alguma coisa?

Me esquivei e neguei com um movimento de cabeça, enquanto ela olhava-me fixamente com seus olhos azuis turquesa cintilantes, moldados por longos cílios dourados.

Já falei que ela era bonita?

— Anahi só estou cansada e com dor de cabeça, preciso tomar uma ducha e ir me deitar, o trabalho está tomando muito de mim. — tentei ser o mais convincente, mas minha voz sooava mentirosa e eu não era capaz de manter meus olhos em seu rosto.

— Você está de férias!

Cosçei a nuca, arrancando alguns fios de meu cabelo vermelho.

— Eu sei, mas preciso estar preparada para quando elas acabarem, não posso perder tempo, Anahi.

A loira fez um beicinho e cruzou os braços.

— Mas é natal! E logo será o Ano novo você devia estar relaxada e não assim mal-humorada. — argumentou.

Olhei-a de soslaio.

— Não estou de mau humor!

Anahi bateu no encosto da poltrona por exatas três vezes.

— Touché! Eu sei por que está assim? — estralou como se tivesse acabado de descobrir a fórmula para se ter uma vida eterna.

Ergui uma de minhas sobrancelhas.

— Sabe?

Ela concordou.

— Está assim por não ter conseguido sair com o Stan! Acertei?

Arregalei os olhos.

— Claro que não Annie! Não tenho a minima intenção de sair com esse cara. — fui sincera.

Anahi rolou os olhos.

— Ah Dulce! Não vê que estou tentando te ajudar? Mas o problema é que você não se ajuda. Perdi a conta de quantos caras legais eu te apresentei e você rejeitou. — do que ela estava falando?

— Quais? O cara viciado em revistas pornôs ou o Tony perfeição? — retruquei irônica, tomando um generoso gole do meu vinho.

— Tá esses não valem, mas tinha uns que não eram tão ruins assim vai.

— É, até que tinha, mas não o bastante para mim Annie, não senti nada...

— Nem mesmo tesão?

Dei de ombros.

— Nem mesmo isso ou talvez só isso.

Eu de fato não estava me importando muito com o quesito homens, depois de tantas rasteiras e decpções, decidi me focar no meu emprego e em coisas mais importantes. Os que conheci eram sempre imaturos, nenhum parecia ter a menor ideia de como se lidar com uma mulher e tudo o que parecia mais importante era estar  dentro da minha calcinha. Os cérebro deles não era desenvolvido o bastante para me fazerem sentir as tais borboletas no estômago, lembro-me da primeira e última vez que estive verdadeiramente apaixonada por alguém, o que machucou por vários anos, já que ele nem se quer prestava atenção em mim.

Me neguei a lembrar desse passado, me fazia sofrer.

— Além do mais Anahi! Os homens são uns egoístas, só se importam com o que eles tem dentro das cuecas!

Anahi gargalhou.

— Mas é justamente isso que nos faz feliz. Vai me dizer que não sente falta de sexo?

— Um pouco, mas só um pouco.

Anahi cruzou os braços mais uma vez.

— já sei do que você precisa! É o meu presente de natal para você, bom talvez para mim também.

Franzi a testa.

— O que você está aprontando?

Ela rolou os olhos com as mãos na cintura.

— É uma surpresa! — inquiriu com um sorriso gigante no rosto.

Anahi não era boa com "surpresas" a última vez que inventara de me surpreende acabei parando em uma boate de strip-tease, onde homens super malhados dançavam com micro-sungas, além de estarem apesuntados com óleo corporal. Fiquei sem reação assim que me vi no palco rodeada por eles, na verdade Anahi estava mais preocupada com minha vida sexual do que eu mesma.

Ri com a lembrança.

— Você não é boa com surpresas! Se for me levar há uma boate masculina por favor me deixe preparar-me psicologicamente, ok?

— Não tem nada haver com isso, é muito mais interessante. — ela ergueu as sobrancelhas para mim.

Empertiguei-me na poltrona assustada com o que poderia estar se passando em sua cabeça naquele instante. Minha colega era louca, dela  podia esperar de tudo.

— Diga!

— Uma amiga minha, no caso uma conhecida, me indicou um lugar perfeito para passarmos nossas férias e comemorarmos o ano novo. Na verdade ela disse que a irmã dela é meio que dona de lá e que nos dará entrada vip e tudo o mais. E sabe o que é?

— Não faço a menor ideia, o que é? — indaguei ouvindo o entusiasmos em sua voz e seus olhos brilhando.

— Um cruzeiro!

Ah os cruzeiros, tantas atividades para se fazer dentro de um de barco gigante, nunca havia ido de verdade em um, todas as vezes em que fui tinha sido por causa do trabalho como jornalista turística, mas nunca pode de fato aproveitar nada, e o tempo de viajem nunca passava dos três dias, além de ter o enjôo.

— Anahi não sei se estou afim, os cruzeiros são legais, mas ultimamente ando querendo algo em terra firme, talvez devemos procurar algum lugar para viajar e que não dê muito trabalho.

— Você nem me deixou terminar de contar! — franziu o nariz arrebitado como sempre fazia quando alguém a interrompia. — Posso continuar sem você me interromper?

Me ajeitei na poltrona e apoiei minhas mãos atrás da cabeça e assenti.

— Este cruzeiro é diferente dos outros. Possui um tema. — ela falava pausadamente como se tivesse medo da minha reação. Ela me conhecia muito bem e sabia que existiam coisas que realmente não gostava de entrar no assunto, mas ela simplesmente o jogava sobre mim como se não fosse nada demais. — As pessoas embarcam nele para conhecer novas pessoas, para curtirem, para namorar, para esquecer dos problemas cotidianos. É um cruzeiro onde pode ser você mesmo ou talvez alguém que nunca imaginou ser. Pode soltar-se das amarras, ser desinibida e não se sentir-se culpada por nada. Viver, Dulce, viver.

Tentei juntar as peças em minha cabeça, mas nada se encaixava, tudo o que dizia se apricava a filmes, viver intensamente não era algo para se podia fazer na vida real.

— Do que se trata esse cruzeiro? Terapia?

Anahi foi até a cozinha e tirou do congelador duas garrafas de cerveja e entregou uma para mim e então sentou-se a minha frente. Destravei o lacre e tomei um generoso gole da cerveja, enquanto Anahi começou a falar.

— Trata-se de um cruzeiro...erótico.

Eu cuspi a maldita cerveja no carpete.

— Um o quê?

— Um cruzeiro erótico. — explicou novamente, fazendo uma onda de imagens surgirem em minha cabeça, imagens que me traumatizaram. — As pessoas vão para se conhecer, para transar sem compromisso. Olha que maravilhoso você poder sexo com alguém que procura o mesmo que você. Sem dor de cabeça alguma. Isso é o que eu chamo de tempos modernos, além do mais você não é obrigado a fazer o que não queira, pode fazer o que quiser que ninguém ira te julgar. É só relaxar e há várias opções de coisas a se fazer, o que acha?

— Acho uma tolice, Annie!

— Mas por que? — parecendo chateada.

— Me parece depravado demais, não é algo que combine comigo. Não sou o tipo de pessoa que transa com alguém que nem sequer sei o nome e não verei no dia seguinte. Mesmo esse alguém seja maravilhoso e que me fizesse tocar no céu. Estou fora.

—Dulce você nem tenta dar uma mão não é? Não vê o quanto que tento ajudar você? E não era você que ficava reclamando que suas experiências sexuais são horríveis e que os homens não sabem fazer você se sentir especial? Acredito que para um cara ir a um cruzeiro desse tipo ele tem que ser ao menos fantástico.

— Ou um viciado em sexo, um pervertido.

Anahi suspirou pesadamente.

— Amiga, olha, não estou falando de um boteco ou um motel beira de estrada, estou falando de um cruzeiro cinco estrelas, não é qualquer um que pode entrar, precisa-se de um convite exclusivo para isso e é tudo manitorado, poucas pessoas conhecem. É seletivo e existem leis próprias no lugar, vai por mim é bastante segurou, coisa para ser levada a sério.

Círculo o lacre da cerveja com o polegar e encaro os olhos ansiosos de minha amiga.

— Acho lindo seu esforço meu amor, meu bebê, mas não vai ter como te ajudar. Não quero passar minha virada do ano em um cruzeiro, ainda mais um cruzeiro erótico.

— Dulce você não vai sozinha, eu estarei lá. Você não vai ser obrigada a fazer sexo com ninguém, só não aguento mais ver você reclamando e se sentindo tão inútil e frustada por suas más experiências, queria passar um tempo com você e outras pessoas e fazer você pegar um bronzeado, pois está muito pálida, precisa de um sol nessa pele. Pensa com carinho, vai. — suplicou, fazendo beicinho.

— Tudo bem. — suspiro exausta.

— Além do mais também estou sem sorte, vai que nesse cruzeiro você finalmente encontre alguém que te faça sentir calor, que seja quente e abale as estruturas do seu edifício, han?

— Acho meio difícil conhecer o príncipe encantado em um cruzeiro erótico.

— E quem aqui falou em príncipe encantado?

~•~

Não sei como, mas Anahi conseguiu, ela ganhou, na verdade sempre ganhava, era uma amiga manipuladora, mas mesmo assim eu a adorava. Tentei ao máximo me manter firme diante de seus olhos pidões, mas não fui capaz e agora estávamos dentro de um táxi que nos levaria diretamente para a balça onde o tal cruzeiro estava ancorado. anahi parecia bastante animada ao meu lado no banco, enquanto cantava uma música antiga da Britney Spears, que no momento era sua cantora favorita. O taxista segurava o riso, enquanto eu simplesmente tentava ignorar o seu show.

Estava um belo dia de sol, um dia perfeito para um passeio na praia, se eu não tivesse indo para esse tal cruzeiro erótico, certamente estaria pousando em Miami Beach e muito mais empolgada. O táxi parou a alguns quilômetros da balça então pude ver o cruzeiro atracado, era realmente grande e bonito. Anahi saiu do táxi primeiro e fechou a porta atrás de si e então abriu a minha porta. Uma brisa fresca tocou meu rosto assim que coloquei-o para fora do veículo.

— Espero não me arrepender por estar fazendo isso. — ajeitando meus cachos desorganizados e fechando a porta com força demais atrás de mim.

Anahi tinha um imenso sorriso e seus olhos brilhavam como duas pedras de diamentes azuis, enquanto olhava em direção ao cruzeiro que logo embarcariamos.

— Dulce olha para onde vamos, acha mesmo que alguém sai dali decpcionado? Além do mais a viagem dura só até o réveillon, que é daqui uns 6 dias, então você nem vai perceber quando acabar. — ela realmente parecia entusiasmada, enquanto eu ainda tinha dúvidas sobre o buraco onde estava me metendo.

— Obrigado. — Anahi paga e agradecer o taxista pela viagem e assim pegando nossas malas já no chão. — Vamos? Já estão nos chamando.

Um homem alto gritava e pedia para os passageiros se juntassem em uma fila indiana a frente do cruzeiro. Anahi e eu entramos nessa fila, enquanto uns dois outros homens trajando uniforme levaram nossas bagagens. Minha amiga estava ansiosa, enquanto segurava em suas mãos os tais convites e a fila andava lentamente. Na ponta um homem e uma mulher uniformizados recolhiam os passes e entregavam ao respectivos a chave do quarto onde estavam hospedados.

— Olha só Dulce nós tiramos a sorte grande. — ela sussurrou se referindo aos belos homens que embarcavam no cruzeiro. Senti minha bele ruborizar e não pude segurar a risada. — Disse que valeria a pena, não disse?

Revirei os olhos.

— Mas eu ainda acho isso tudo uma loucura. — sussurrei de volta, enquanto a fila dava mais alguns passos, haviam dois pequenos grupos a nossa frente.

Assim que chegou a nossa vez, Anahi entregou os passes ao homem que nos desejou uma boa viagem a bordo do extraordinário Passion At Sea, que era um nome bastante específico para se dar a um cruzeiro daquele tipo. Anahi pegou a chave do quarto que ficaríamos juntas e finalmente nós entramos e ficamos impressionada com o tamanho do lobby e o resto, nem parecia que estávamos sobre a água e sim em um hotel. .

Talvez não fosse tão mal assim.

— Uau! — disse Anahi boquiaberta, parecendo com uma criança que entrava pela primeira vez em uma loja de doces. — Esse lugar é incrível! Estamos no paraíso, olha essas pessoas, olha tudo isso, parece que estamos em um filme em Hollywood! Só faltam as câmeras.

Uma mulher de pele morena e cabelos curtos se aproxima de nós lentamente, ela usava o mesmo uniforme preto dos funcionários dali e levava anexado ao peito o nome do cruzeiro tecido em uma linha dourada. Minha amiga e eu paramos de falar imediatamente ao sentir sua aproximação.

— Olá senhoritas. — Nós duas respondemos em uníssono enquanto a mulher se tornava gentil e amigável. Será que ela sabia que estávamos em um cruzeiro erótico? — É a primeira viagem de vocês a bordo do Passion At Sea?

— Sim é nossa primeira viagem. — respondeu Annie.

A mulher que não parecia passar dos trinta anos abriu um sorriso.

— Então sejam bem vindas a essa nova experiência garotas. — ela estendeu a mão para cumprimentar cada uma de nós. — Sinto-me lisonjeada em acompanhá-las em um tour pelo cruzeiro para conhecerem, vocês topam?

— Claro. — respondi.

— Sou Mitzah a guia de vocês, sigam-me. — ela começou a andar e nós a seguimos trocando olhares cúmplices. — Passion At Sea fora criado a 30 anos atrás, o criador do cruzeiro era um romântico incurável e queria algo novo, fora do tracional, então foi assim que nasceu o grande sonho que estão vendo agora.

Ela nos levou a uma escadaria que levava para a sala de jantar, uma sala ampla e digna de filme, grandes lustres no teto, cadeiras e mesas com estofados vermelhos e uma comida que cheirava perfeitamente bem e várias opções de vinhos caros. Então ela nos levou para o salão de jogos, onde funcionava um pequeno cassino, com máquinas cassa níqueis, sinucas e outros tipos de atividades. Nos levou ao bar, a área de laser, onde haviam piscinas grandes e espreguiçadeiras de madeira, tobogãs imensos. Mitzah continuou a nos contar a história de cada espaço assim que os apresentava, cada um deles. Anahi adorou as pequenas lojas que ali funcionavam, era como um mini-shopping, também haviam os salões de beleza e estética e uma academia. Fiquei impressionada que tudo aquilo funcionasse em um barco.

— O que estão achando da viajem?

— Fantástica! — respondeu Annie por nós duas.

Mitzah sorriu e ajeitou seu uniforme.

— Querem conhecer os dormitórios?

Eu e Anahi nos entre olhamos.

— Sim. — respondemos em uníssono.

~•~

— Esse quarto é enorme, Anahi! É inacreditável. — incrédula com o que via. Aquele quarto era do tamanho do nosso apartamento inteiro. — Quanto você pagou por toda essa loucura?

Ela deu de ombros.

— O dinheiro não importa, o que importa é o que vamos desfrutar.

Mitzah entrou no quarto com dois homens trazendo nossas malas e as colocando no piso.

— O quarto está a gosto de vocês? — perguntou ela.

Me ajeitei na cama macia e espaçosa.

— Está perfeito.

Quando olho para minha colega ela está comendo bombons que estavam em uma tigela de cristal em cima do aparador, ela para assim que percebe que todos estão olhando em sua direção.

— Posso? — pergunta com a boca cheia.

— Podem fazer o que quiserem, esse quarto é de vocês até a estadia acabar, aproveitem.

Anahi voltou a comer e assim me jogando um bombom.

— Mas aqui existem algumas regras infelizmente. O Passion At Sea é conhecido por ter uma temática particularmente sensual e adulta, vocês devem estar apar disso. O intuito desse cruzeiro é proporcionar uma experiência de sexo tranquila e relaxante, mas não toleramos exageros e fornecemos quartos para uma prática mais intima desse tipo de relação. Além de termos um cronograma de festividades até o réveillon, darei a vocês um mapa de todos os acontecimentos de cada noite que começara apartir desta primeira noite com o baile de máscaras para quem procura por algo novo, anônimo.

— Hum...parece interessante, sempre achei máscaras sexys. — minha amiga parecia flertar com os carregadores logo atrás de nossa guia como uma pervertida.

— E as meninas devem trajar apenas lingerie e os homens roupas sociais, como ternos ou smokings.

Meu queixo caiu. Lingerie!

— Ficou ainda mais interessante! — Anahi bateu palmas notando minha cara de surpresa. — Mas nós duas não temos máscaras e muito menos uma lingerie que preste.

— Nós fornecemos as máscaras na hora da festa, que será feita perto do Swice Club's Bar apartir das 18hrs, as lojas estarão abertas para que quiser comprar alguma lingerie se preferirem, agora eu terei que me retirar, com licença e tenham uma boa noite. — junto aos dois, Mitzah deixa o quarto. Assim que a porta se fechou minha amiga pulou sobre a cama e vibrou.

— Meu Deus esse lugar é incrível! Um baile de máscaras erótico! Nós temos que ir! — ordenou entusiasmada.

— Não sei se quero andar por ai em trajes íntimos, muito menos na frente de estranhos. — disse abraçando um travesseiro macio de pena de ganso.

— Então você vai passar a noite toda trancafiada nesse quarto, enquanto todos estão se divertindo e transando?

— É melhor. Vai que quando saimos desse quarto demos de cara com pessoas transando em meio aos corredores.

Ela se esparramou na cama e rolou os olhos, enquanto separava as pontas de seus cabelos com os dedos.

— Deixa disso Maria, a gente não pode perder esse baile, por favor! E ninguém está obrigando você a ter relações íntimas com um estranho, você escolhe. É só um baile de máscaras, além do mais eu não vim a a esse cruzeiro para ficar toda coberta de tecido. Sabe que a roupa é a prisão do ser humano, temos que nos libertar dela.

Supirei com a cabeça no travesseiro, sabendo que não tinha outra escolha.

~•~

Saímos do quarto esbarrando com poucas pessoas no caminho, a maioria deveria ser bem reservada antes dos eventos acontecerem. Nós pegamos o elevador e ficamos cada vez mais maravilhadas com o lugar e apontavamos para os lugares que mais nos encantavam. Tudo parecia perfeito em tons de vermelho, preto e dourado, tudo parecia reluzir, parecia ter sido construído por anjos. Os quadros abstratos pendurados nas paredes davam ao lugar uma aparência de clube secreto. Tudo me fazia sentir vontade de desvendar todos aqueles secredos.

Talvez desse uma boa matéria para o jornal.

— Temos que pagar o salão? — questionei Annie quando nos aproximavamos de uma grande construção em vidro onde várias mulheres se penteavam para o evento de máscaras.

Tudo parecia custar uma fortuna e eu não sabia se Anahi tinha dinheiro o bastante para gastar.

— Temos, mas já disse que na questão do dinheiro não há nada com que se preocupar. Nem sei porque é assim controladora! Confia em mim.

Estreito meus olhos em sua direção.

— Não sei se devo.

Anahi rola os olhos.

— Confie está bem? Tenho algo especial comigo. — dando uma piscadela sugestiva.

— Pegou o cartão de crédito do seu pai? — interpretei sua reação.

Ela gargalhou e confirmou com um aceno.

— Seu pai irá te matar quando ver o nome desse cruzeiro no extrato e pesquisar.

— Ai! Dulce, acha mesmo que meu pai se importa? E não é como se ele achasse que ainda sou virgem, ele sabe onde estou e como sou uma mulher adulta e responsável ele sequer se importou. Só disse para que eu relaxasse.

Suspirei aliviada.

— Você quase me fez ter um treco.

Ela riu.

— Não seja tão tolinha!

— Ah vai se ferrar Anahi Portillas!

— Sei que sou o amor da sua vida todinha. — foi sua resposta antes de entrar com seu nariz empinado no salão.

Horas se passaram e eu contava cada segundo até que dissessem que meu cabelo estava pronto. Não quis mudar muito, só pedir para retocarem o tom, já que as raízes já começavam a aparecer, não quis cortar muito e nem algo muito extravagante. A mulher que escovava meu cabelo com um baby-liss tinha mãos de fada e me fazia sentir relaxada, quase dormindo na cadeira.

Faltava pouco para a festa começar quando terminamos no salão, além de ter o combo completo de maquiagem, manicure e pedicure. Anahi ainda insistiu que passassemos em uma loja para comprarmos novas lingeries para usarmos no baile. Passamos mais algumas horas para decidimos que peça usariamos e no final optei por um conjuntinho todo branco e com um corpete, para não sentir-me muito nua e vulgar. Na parte de trás do conjunto haviam duas pequenas asas de anjo que cintilavam, eu queria passar a imagem de pureza e não de uma pessoa desesperada por sexo.

— Por que não usa algo...mas atraente? — minha amiga perguntou no banheiro, enquanto terminava de colocar seu conjunto.

— Por que não quero parecer apelativa.

Pude imaginar seus olhos se virarem como sempre.

— Já que pensa assim, não vou mandar em você, hoje estou em perfeita paz. Mas pelo menos troca esse batom rosa por um vermelho e todas as atenções estarão nos seus lábios e não em sua bunda. Vai por mim.

Aceitei sua recomendação, indo até o espelho e retirando o batom rosa dos lábios e o trocando por um vermelho o que deu um pouco mais de vida ao meu rosto. Em poucos minutos Anahi sai do banheiro pronta e com uma lingerie cor de rosa choque que combinava perfeitamente com ela e sua maquiagem, além do belo cabelo, seu loiro ainda mais platinado. Calçei minhas sandálias de salto e tentei me equilibrar nelas. Saímos pela porta como duas estrelas em um filme e as pessoas nos corredores nos olhavam.

O local estava cheio e uma fila enorme se formava na entrada. Tudo coberto por um pano vermelho que me deixava ainda mais intrigada. Máscaras negras brilhantes foram coladas no vidro. Eu e minha amiga com todo o entusiasmo do mundo entramos na fila. Me senti deslocada por ser a "mais vestida" todas a minha volta eram lindas, exuberantes em seus conjuntos cintilantes e pequenos, enquanto eu era uma garota comum e meio baixinha. Isso não se apricava a Anahi que era praticamente uma modelo, alta, loira e de belos olhos azuis.

— As máscaras são grátis. — nos dissera quem eu reconheci como Mitzah, nossa guia que usava uma máscara que cobria metado do seu rosto, como no "Fantasma da Ópera". Com um sorriso nos lábios procurei por uma que combinasse com a minha lingerie, encontrei uma branca perolada com pequenos brilhantes e plumas, ela parecia ser feita justamente para o conjunto de peças íntimas que usava.

Minha amiga escolheu uma dourada e nós finalmente podemos adentrar o misterioso manto vermelho. Abri minha boca assim que vi o tamanho daquele bar, a música tocava alta, tão alta que o chão reverberava sobe nossos pés. Era como uma boate, com luzes coloridas e vabor que deixa a visão meio turva, talvez para manter ainda mais o mistério. Tirando a música que era lenta e sensual, a voz sooava rouca, melosa como se a pessoa que cantava estivesse entrando em seu estado de prazer absoluto em um ato sexual, era convidativo.

Engoli em seco, tentando não pensar nesse tipo de coisas e minha melhor amiga me puxou em meio do salão me levando ao tal bar, onde me obrigou a experimentar um drink, enquanto flertava com o barman máscarado e de camisa aberta. A bebida entrou queimando em minha garganta, agridoce e com um leve gosto de morango, era atraente, até mesmo afrodisíaco, que me fez suar. A primeira dose se tornou uma segunda, uma terceira e quando vi já estava terminando meu 5° drink de morando. Estava meio perdida e sozinha no bar, tão tonta que nem pude perceber que minha amiga havia me abandonado. Todos já haviam encontrado seus pares, menos eu que me sentia sozinha, alguns homens tentaram puxar conversar, eram sexys, mas não tinham o fator X que procurava.

Até ele chegar...

~•~

Christopher

Não entendia uma porcentagem do que eu fazia ali, apenas sei que fui obrigado por meus dois amigos retardados, mas legais. Poncho era o mais normal entre nós três, mas estava solteiro, por algum motivo ele ainda não havia achado a tal tampa da sua panela, anos atrás eu riria da cara dele por essa besteira de encontrar o par perfeito, por que em uma fase da minha adolescência eu era um perfeito babaca. Mas agora, no meu aniversário, que é justamente no dia primeiro de janeiro, uma espécie de ironia do destino, eu completaria meus tão esperandos 25 anos e como meus amigos eram generosos comigo me enfiaram nesse cruzeiro, é um lugar bacana, mas que não fazia meu estilo.

As mulheres de fato eram sexys, simpáticas e procuravam apenas um pouco de sexo casual comigo e com esse baile as tímidas se soltavam de uma maneira estranha. Porém nenhuma era o bastante para mim, era exigente. Todas as que puxavam assunto me pareciam artificiais, precisava de uma que fosse verdadeira, que me fizesse me atrair com ela por ela através primeiramente do seus olhos o resto vinha em conjunto.

Estava ali parado, procurando, enquanto meu amigo mais debil mental, Christian conversava com duas loiras peitudas que lhe davam frutas na boca. Rolei os olhos assim que ele me lançou uma piscadela, era bastante fraco para mulheres. Poncho havia desaparecido como uma fumaça, certamente tendo mais sorte do que eu. Suspirei, era para curtir, mas nada me ajudava, além de não estar disposto a transar com qualquer uma que tivesse um corpo bonito. Então foi então que a vi, ali sentada na outra ponta do bar, com o olhar vagando pelo salão, completamente sozinha.

De longe ela já parecia linda, mas de uma forma normal, tinha tudo o que procurava, como se Deus tivesse a desenhado de acordo com o que  desenhava em minha cabeça. Esperei até ter certeza se devia me aproximar. Não era normal aquele meu medo de me aproximar de uma mulher. Terminei minha dose de johnnie Walker, depositando o copo sobre a mesa, olhando para ela que dispensava mais um cara que tentava se aproximar.

Como assim? Você é Christopher Uckermann! As mulheres fazem filas para terem a oportunidade de estarem ao seu lado, porque está com tanto medo?, meu cérebro estralou, lembrando-me da facilidade que tinha sobre as mulheres, mas naquela noite eu era somente o Ucker, e o Ucker não tinha tanta coragem como o Christopher. Além dela não saber quem eu sou e estou disfarçado nessa máscara estilo zorro.

Continuo a olhá-la. Chega o momento em que a vejo encolher os ombros, notando que estava sendo observada. Tomo fôlego e me a próximo dela, sento-me no banco ao seu lado, recebendo olhares de outras mulheres. De perto ela parecia mais espetacular ainda, uma peça do paraíso, ela usava uma meia calça que ia até metade de sua panturrilha, uma espécie e liga branca como o resto de sua roupa, estava presa em sua coxa me tentando a puxá-la com os dentes.

Sentia-me duelando entre meus dois lados, duelando entre o conquistador, atraente e pervertido Christopher Uckermann e o timido, brincalhão do Ucker. Notei que a ruiva vingia não me ver, ela olhava para um lado totalmente oposto a onde eu estava sentado, seus cabelos ruivos não naturais estavam ondulados, ondas nas quais eu teria o prazer de afundar. Seu cheiro era doce, mas não enjoativo, sim atraente com ela inteira. Esperei um tempo até colocar meu lado Uckermann em ação.

— Estava aqui me perguntando o motivo de uma garota como você estar assim tão sozinha.

Então com um pouco mais de confiança ela olhou para mim, seus olhos através da máscara eram incríveis, de um castanho mel brilhante, intensos como um furacão, e os lábios, vermelhos assim como suas bochechas. Morango era minha fruta favorita e seus lábios se assemelhavam a essa fruta o que fizera sentir-me ainda mais tentado a provar de sua boca.

~•~

— Porque minha melhor amiga safada me abandonou aqui as moscas. — respondi para não parecer uma mal-educada. Na verdade ele era incrivelmente lindo, fazia com que todos ali se tornassem homens comuns demais, toda a beleza parecia estar nele, até mesmo o cruzeiro ficava sem graça diante de sua imagem. A máscara preta tomava boa parte do seu rosto, tudo que tinha uma boa visão eram de seus olhos e boca, que eram incríveis por sinal.

Ele sorriu, o sorriso mais lindo que já vi. Minhas bochechas se esquentaram de uma forma que não acontecia desde a minha primeira ilusão amorosa na adolescência.

Eu estaria finalmente me libertando?

— Sua amiga é muito má, mas conheço pessoas piores. — sua voz era rouca, sensual tinha a habilidade de  me deixar calma. Mesmo ele tendo que aumentar o tom sobre a música que tocava alta, agora eletrônica e pesada.

— Dúvido.

Ele balança a cabeça e ajeita o chapéu que usava sobre a cabeça.

— Meus melhores amigos me trouxeram aqui contra a minha vontade e agora terei que tolerá-los transando no mesmo quarto que usarei para dormir, não tem nada pior que isso. — sorrir.

— Parece que temos uma coisa em comum. Minha amiga também me obrigou a vir a esse lugar, dizendo a mim que estou precisando transar um pouco para ver se relaxo do meu mal-humor. — dou de ombros. Realmente ele era um estranho e eu estava ali falando de sexo.

— Meus amigos dizem o mesmo. Então não estamos sozinhos nesse barco. Seria maluco se eu perguntasse seu nome.

Me ajeitei na cadeira e pisquei.

— Acho que perderia a graça não acha? — ele dá de ombros.

— Você tem razão, mas como irei me referir a você? Não quero ter de te chamar de "você" o tempo todo.

Fiquei pensativa.

— Pode me chamar de Mari. — sugeri.

Ele franziu a testa.

— Mari não combina muito com você, prefiro ficar com anjo. — tocando nas asinhas em minhas costas.

Sorri, eu gostava, nenhum homem chegou a me dar um apelido assim tão verdeiro. Talvez o magnetismo masculino que ele me transmitia e o álcool em minhas veias me fazia sentir-me mais a vontade, além do mais ele não parecia ser exatamente um maníaco em sexo. Na verdade me era familiar.

— Gostei de anjo.

Ele estralou os dedos e piscou em sua máscara.

— Você vai me dizer o seu ou vai preferir fazer suspense? — indaguei girando os blocos de gelo semi-derretidos em meu copo. Me encolhi assim que ele tocou de leve minha coxa.

— Fico com o suspense. Se não fosse um baile de máscaras talvez, usar o nome acabaria com todo esse clima de mistério. Talvez se nessa noite conseguir uma boa avaliação sua anjo talvez eu possa conseguir tirar essa máscara do seu rosto.

Sorri mais uma vez, sentindo meus pelos arrepiados.

— Então é isso que você mais deseja? Tirar minha máscara, somente ela? — provoquei, meio surpresa, curvando-me sobre ele. Pela primeira vez estava flertando, flertando de verdade, não estava sendo uma catástrofe de graus gigantescos, estava sendo leve, sensual e sem nada forçado. Seus lábios estavam tão próximos aos meus que achei que fosse me beijar, mas não aconteceu.

— Isso também depende de você.

Passamos um bom tempo conversando, tínhamos mais em comum do que imaginavamos, apesar de não revelar muito para manter o excitante suspense. Os casais estavam cada vez mais a vontade a nossa volta, tudo ali arremetia sexo, prazer, liberdade, os beijos, os toques e o modo que cada um andava, mas não era como estar assistindo a um filme pornô ao vivo, era só sexys e atraente, principalmente o homem ao meu lado. O clima entre nós não ficou só na base do flerte, conseguiamos entrar em outros assuntos e ele tinha duas faces, uma sedutora e outra brincalhona. Cheguei a conclusão de que o apelidaria de zorro somente por causa de sua máscara assim com ele havia feito em relação a minhas asas.

— Esse lugar está um pouco barulhento! — disse perto do meu ouvido, se referindo ao movimento e o som das pessoas cada vez mais agitadas. — O que acha de irmos a outro lugar?

Não tinha certeza se devia confiar nele e em sua voz rouca e sensual, mas não podia perder a chance de passar algum tempo assós com ele.

— Uma boa ideia. — levantei-me meio tonta da cadeira, já que ele havia me ajudado a secar algumas garrafas e taças de drinks que ele teve questão de me apresentar, alguns eram bons e outros não desceram por minha garganta com tanta facilidade.

— Teria algum problema segurar a sua mão? — perguntou naquele seu tom maravilhoso de voz.

— Você não está me pedindo para que fique de quatro então tudo bem. — brinquei segurando a mão que ele me estendia. Quando caminhavamos para fora do bar avistei minha amiga conversando com um homem moreno, mesmo de longe pude ver seu sorriso de orelha a orelha e seu gesto com os dedos que para mim significava: "vai fundo".

Zorro me levou para seus lugares favoritos no cruzeiro, até o salão de jogos. Nós jogamos nas máquinas cassa níqueis, mas nenhum de nós dois teve sorte, por mais tempo que passassemos jogando. Então fomos jogar sinuca. Eu sempre adorei jogar sinuca com meus tios e era muito boa nisso, mas deixaria em secredo para não estregar o encanto. Zorro desafiou alguns homens que ali jogavam, ele também era bom, era agiu, rápido e certeiro, mas não mais do que eu. Conseguiu vencer três rodadas seguidas, até finalmente começar a se gabar, já tão totalmente alto quanto eu.

Podia existir algo mais sexy do que ele passando giz na ponta do taco?

— Quer jogar anjo? — se aproximou de mim me entregando um segundo taco.

— Mas...eu não sei jogar. — menti.

Ele sorriu abertamente.

— Posso ser seu professor se você quiser. — piscando. Seria divertido ver alguém me ensinar o que eu já sei.

— Eu quero!

Então fomos a mesa onde ele passou o giz nos dois tacos e finalmente começou a me "ensinar" suas técnicas de jogo. Errei uma jogadas de proposito só para ele achar que eu era  de fato inexperiente, então sempre dava uma dica, eu não compreendia, somente de mentira. Tudo ficou melhor quando ele se juntou as minhas costas para me mostrar a direção certa. O corpo quente dele contra as minhas costas, as mãos grandes sobre as minhas. Seu perfume era familiar, na verdade amava aquele perfume, mas não conseguia recordar de onde o conhecia.

— Não curve muito os braços, fique nessa posição que você terá uma visão melhor da bola branca, se manter as costas retas seus movimentos serão mais precisos e você encaçapara as bolas vermelhas e verdes, tenta. — explicou bastante perto do meu ouvido e eu já estava pegando fogo de novo.

Fiz o que me pediu e não encaçapei somente as duas e sim todas as outras bolas. Tempos mais tarde jogamos para valer e eu finalmente assumir que era uma profissional, mas ele não ficou chateado.

Agora nos dois estávamos na ponta do navio, somente nós e as estrelas e a garrafa de vinho que havíamos roubado da cozinha em uma missão quase digna de filme. Por mais que conversassemos ainda tínhamos sobre algo a que conversar. Me sentia em um dos meus filmes favoritos.

— Seria imprudente se perguntasse mais sobre você? — sua voz inundou meus pensamentos, então eu olhei bem para seus olhos castanhos que estavam ainda mais escuros. Não fazia ideia de quanto tempo estávamos juntos, só sabia que ele era uma ótima companhia.

— Depende do que irá perguntar?

Como eu poderia estar tão interressada em alguém por tão pouco tempo? Meu coração batia no peito somente com o menor movimento dele, me sentia de novo como aquela adolescente que sonhava com seu príncipe encantado, aquele que mudaria sua vida para sempre, mas que quando ela o encontrou seu príncipe não poderia ser seu.

Não queria me iludir. Eu estava em um cruzeiro erótico, com certeza Zorro estava ali por sexo e quando tudo isso acabar talvez nem chegue a vê-lo novamente, era como um sonho, uma coisa criada por minha cabeça, foram tantos anos tentando me preservar, tantos anos tentando não quebrar como a primeira e a última vez em que me apaixonei de verdade por alguém.

— Você mora aqui em Miami? — pergunta.

Suspiro.

— Sim, moro a um tempo. E você?

— Moro em todos os lugares possíveis, adoro viajar, conhecer coisas novas, sair da rotina, mas não quero falar sobre mim, quero saber mais sobre esse anjo que caiu bem na minha frente. — sorri tímida. — Você tem namorado?

Estreitei o olhar.

— Se eu tivesse estaria com ele, não em um cruzeiro onde pessoas vão para transar e conversando com um estranho. — tomei mais um gole do vinho furtado.

Ele acenou.

— É faz sentido. Do que você trabalha?

Ajeito minha meia calça.

— Sou jornalista. E você?

— Não tenho trabalho fixo, mas canto nas horas vagas, também sou striper.

Meus olhos se abrem assim que ele termina de falar.

Zorro gargalha.

— O negócio do striper é brincadeira.

Faço beicinho.

— Nossa acabou com a minha alegria. — faço um beicinho de brincadeira e o faço rir mais uma vez de modo despojado. — Mas você canta isso é demais!

Zorro se levanta e me estende a mão.

— É relaxante! Vamos dançar?! — ele estufou o peito.

Levantei-me sem equilíbrio.

— Dançar?

Ele deu de ombros.

— É, gosto dessa música está ouvindo?

Não ouvia música alguma, o isolamento acústico do cruzeiro não permitia.

— Não tem música. — disse recebendo as mãos dele em minha cintura. Ele aproximou a boca ao meu ouvido e suspirou.

— Essa é a graça, invente, crie ou relembre de uma música e imagine você sendo transportada para um outro lugar. Feche os olhos anjo. — fiz o que ele me pediu e fui transportada para outra época, senti a música, ouvi ela sendo transmitida e eu era mais uma vez aquela adolescente desengonçada e com os cabelos coloridos, eu dançava com ele de novo, meu coração estava prestes a explodir. Desde aquela época era uma tortura lembrar seu nome.

Depois que paramos de dançar estávamos tão tontos que precisamos nos escorar nas paredes de embarcação o frio da brisa atravessava minha pele quase nua, Zorro estava mais uma vez tão perto, sua respiração sobre minha pele, meu coração batia tão forte que eu podia escutá-lo.

— Seria loucura se eu te beijasse agora? — já não podia evitar nada, podia estar ficando completamente louca, mas não me importava de estar louca por ele.

— Seria loucura se você não me beijasse agora.

O beijo se iniciou calmo, a boca dele macia e deliciosa sobre a minha, sua língua umideceu meu lábio inferior, nossa conectividade parecia tão perfeita. Senti seus braços se envolverem em minha cintura, enquanto minhas mãos agarravam sua nuca, não tentei tirar sua máscara para não acabar com a magia. Ele beijava como um Deus, o beijo era ao mesmo tempo doce e calmo era elétrico, excitante. Queria tê-lo para mim, ao mesmo tempo estava assustada por tudo ter acontecido tão rápido. Conhecia aquele cheiro, conhecia aquele calor, conhecia aquele frio e as borboletas, porém também conhecia a dor que vinha depois. O beijo se tornou intenso e nossas mãos exploravam cada canto.

Minha mente guerreava com as sensações prazerosas que me causava.

— Anjo... — sussurou ele contra meus lábios antes de voltar a tomá-los. Suas mãos foram dos meus quadris até minha bunda. Meu corpo estava em combustão, minha virilha ardente como o sol no verão. O gosto dele era incrível.

Me angulei para ter mais dele. Queria sentir mais, tê-lo por inteiro, ter sua mão em todas as partes do meu corpo. Nunca tive essa experiência, queria aproveitá-la cada vez mais e mais. Nossas bocas pegavam fogo.

O sentimento forte tão forte que me deixou apavorada. Quando vi estava o afastando de mim, o que aconteceria depois? Ele iria embora? Acabaria depois do sexo, era somente isso, sexo? E eu queria me enganar com isso? Não. Aquela dor estava voltando, as lembramças de todas as vezes que chorava sozinha me deixava apavorada e foi que finalmente cheguei a conclusão de quem Zorro parecia, ele se parecia com ele.

— Anjo...— sua voz era fraca pela falta de fôlego, ele não entendia o motivo de estar me afastando. — Não vai. Podemos conversar? O que eu fiz de errado?

Meu queixo tremeu.

— Não...não posso.

Ele estava confuso.

— Juro que não tentarei te beijar, só não vá. Sou meio impulsivo desculpa.

— Nã-o...a eu quis...estou...não posso fazer isso...não posso.

Ele tentou tocar-me, mas eu me afastei por impulso.

— O que aconteceu?

— Você...você aconteceu. Não você...ele.

Ele? Ele quem?

Balançei a cabeça cada vez mais confusa comigo mesma. Eles não eram a mesma pessoa, não podia ter medo, mas não conseguia. O sonho mais uma vez se tornou o pesadelo e quando vi já estava correndo desesperada para longe dele e de todas as lembranças que me trazia.

— ANJO! — ele gritou, mas eu não voltaria.

~•~

♦Christopher♦

Só lembro do vulto dela sumindo como fumaça, não tive nem tempo de alcançá-la, ela simplesmente tinha sumido. Se não fosse pela máscara que havia deixado para trás acreditaria que ela era apenas uma criação da minha cabeça. Deviam ser quase meio dia e eu ainda estava com o meu terno e segurando a máscara que escondia seu rosto de mim, havia contado toda a história para meus amigos, desde quando a vi no bar sozinha até a parte em que sumiu.

— Então simplesmente se mandou? Assim do nada? — perguntou Christian enquanto secava os cabelos espetados e azuis com uma toalha de rosto.

Me ajeitei na cama.

— Do nada. Nós estávamos entrando num clima, tava tudo indo certo, mas só foi beijá-la para tudo simplesmente desmoronar. — não conseguia entender, mas queria.

Por que você fugiu anjo?

— Vai ver que ela era virgem. — opinou meu amigo Christian, vestindo uma cueca box. Eu não acreditava muito naquela hipótese, anjo não tinha cara de ser virgem.

Poncho resolveu protestar em sua cama.

— Acho que se ela fosse virgem não estaria em um cruzeiro erótico. — opinou.

— Com certeza não foi por isso. Ela começou simplesmente a falar de um cara, ela disse que o problema era ele.

— Ela tem namorado, pronto! — enfatizou Chris.

— Mas ela me garantiu que não tinha.

— Ela pode ter mentido.

Dei de ombros.

— Não sei. Mesmo assim vou procurar por ela, vou entender por que fugiu assim, preciso de uma resposta, pelo menos uma que seja. Tem que ter uma explicação!

Christian jogou sua toalha sobre mim.

— Se você quiser passar seus momentos de sossêgo procurando por alguém que talvez você tenha fantasiado vá em frente, mas pelo menos tome um banho antes, você esta fedendo a gambá cara.

~•~

Depois que tomei meu banho e troquei de roupa, comecei a minha busca por Anjo. Por ironia do destino parecia que boa parte das mulheres  ali tinham o mesmo tom do cabelo dela, mas nenhuma era ela, eu saberia se a encontrasse? Elas não tinham o mesmo olhar, o mesmo perfume. O cruzeiro era grande e o número de ruivas ficava cada vez maior, talvez devesse de fato desistir, mas eu não queria, precisava encontrá-la de alguma forma, nem que passasse toda aquela viagem procurando a mulher mais maravilhosa que surgiu na minha vida.

~•~

Dulce

Entrei no quarto assustada e confusa, tudo que fiz foi me livrar daquela lingerie arruinada por causa de um único maldito beijo. Não entendia aquela repentina sensação e a vontade de voltar correndo para os braços dele era enorme, mas não queria me aprofundar naquela merda. A imagem que via no espelho me causou repulsa. Meus cabelos vermelhos desgrenhados, o rímel borrado por causa das lágrimas, minha boca vermelha e inchada por causa do beijo, ainda sentia o gosto dele, suas mãos aquecendo minha pele. E por causa disso me enfiei no banheiro e me limpei por várias horas, sorte minha era que Anahi não havia levado seu pretendente para nosso quarto.

Em um roupão me sentei na cama e enfiei o rosto entre os joelhos e comecei a chorar, chorar como uma criança estúpida. Como alguém poderia me causar algo tão forte assim em apenas uma noite? Naquela noite Anahi voltou para o quarto tarde, seus cabelos loiros bagunçados e sua roupa quase destruída. Mesmo bêbada, ela me repreendeu por ter ido dormir sozinha e não com aquele "mascarado gostoso".

Eu sonhei com o Zorro aquela noite.

— Minha cabeça doi. — reclamou Annie mais uma vez, completamente de ressaca, mas não podia repreendê-la já que também havia bebido mais do que esparava, o pior de tudo era que tinha passado a noite toda com tensão sexual. Pensando no idiota, manipulador do Zorro, tentei ao máximo odiá-lo, mas era impossível quando a sensação de seus lábios nos meus voltavam a minha mente.

~•~

No dia 4 da viagem nos fomos até uma ilha no México, chamada, Cozumel. Era um lugar lindo, todo moldado por um enorme mar de água cristalina, foi permitido a nós nadarmos com os botos e conhecemos o sub-marino, mas eu e minha amiga preferimos pegar um bronzeado na praia. Coloquei meu biquíni azul e meu chapéu, iria curtir a viagem e tentar não me preocupar com o tal Zorro. Desde o dia da festa qualquer homem que tivesse qualquer traço parecido aos dele faziam meu coração palpitar.

— Esse lugar é incrível. — assumiu Anahi passando o protetor solar nas pernas.

— Sim é lindo. — estavamos deitadas em duas cadeiras de praia anexadas a areia, tomando suco de laranja batizado com tequila e vodca.

Os mexicanos eram homens sexys e atraentes e como sempre Anahi não perdia o tempo para dar em cima de todos os homens que chamavam sua atenção, ela podia fazer isso, já que era incrível e sexy.

Nós comemos mariscos, admiramos as gaivotas, nadamos com os botos, conversamos com caras legais, mas não tão legais como aquele que parecia uma droga e que eu estava viciada. Quando estávamos no quarto começando a nos arrumar para o segundo baile e me perguntei se reconheceria o Zorro sem a máscara, será que o encontraria novamente? Depois de pensar bastante decidi que ter medo era pior, já era adulta e tinha que superar essa ideia absurda de principe encantado.

— Vai com esse hoje! — minha amiga loira já estava trajando uma lingerie vermelha fogo ainda menor do que a do primeiro baile e na cama havia um conjuto preto, mas sensual e provocativo do que o meu de anjinho.

— Não sei se tenho coragem de mostrar ainda mais meu corpo Annie.

Ela rolou os olhos terminando de aplicar mais batom aos lábios.

— Pensei que já tivéssemos passado dessa fase e você não pegou ninguém, precisa mudar, mostrar seu outro lado, ok? Você vai usar esse conjunto com as botas e pronto, está me ouvindo?

— Sim. — respondi analisando o sutiã de renda preta nas mãos.

— E você vai encontrar o seu...Zorro? Não é? — assenti.

— Mas se eu me vestir assim ela não vai me reconhecer.

— Claro que vai, assim você vai chamar ainda mais a atenção dele.

~•~

Ali estávamos nós de novo, naquele salão. Procurei por Zorro imediatamente, necessitava pedir desculpas por meu ato idiota, talvez aquela altura ele nem queira mais saber de mim. Olhei para todos os rostos e nada dele, Anahi já havia encontrada seu par da noite passada, enquanto eu estava ali me sentindo sozinha mais uma vez. Talvez ele aparecesse na festa ou estaria com outra esquentando a cama dele. Pedi um drink e comecei a beber e como se Deus tivesse me escutado ele apareceu, seus olhos foram até meu rosto como um radar.

Ele parecia ainda mais bonito em um terno prateado, sem o chapéu e com os cabelos penteados para trás, sua máscara era mesma da noite passada. Ele andou a passos rápidos até mim e sentou ao meu lado, não conseguia olhar profundamente em seus olhos tinha vergonha pelo showzinho.

— Acho que te devo um pedido de desculpas. — começo a dizer.

— É.

Suspirei e me virei para ele.

— Aconteceram umas coisas no meu passado que me assustam até hoje e fica meio difícil para mim...— seus lábios impediram que terminasse a frase. O beijo foi mais intenso e não fui capaz de evitar, não ia mais impedir, só deixaria rolar, não tinha nada que me faria evitar aquele contato com ele. Envolvi minhas mãos em seu pescoço e arranhei sua carne. As sensações prazerosas só pioravam.

— Só espero que você não saia correndo desta vez. — sussurrou ele contra meus lábios. Roçei o meu nos dele.

— Não vou fugir, não sou mais tão anjinha do que antes. — dizendo isso voltei a beijá-lo, cada vez sentindo mais fogo e sendo recarregada a mil volts. Suas mãos passeavam pelo meu corpo e eu queria arracar logo aquelas roupas. Mordi de leve seus lábios.

— Que ótimo! — seus lábios foram em direção ao meu pescoço e traçavam um caminho até o lóbulo da minha orelha. Já não me importava mais com o fato de estarem todos nos olhando. — Vamos para outro lugar.

No caminho para seu quarto não paramos de nos beijar nem mesmo por um segundo, batiamos nas paredes, tropeçavamos e nada disso nos impedia de parar. Seus lábios eram cada vez mais deliciosos a medida que continuava a beijá-los, queria sentir mais dele, muito mais.

— Anjo...chegamos ao meu quarto. — explicou entre o beijo, então o passei para o seu pescoço enquanto ele abria a porta.

— E os seus amigos? — parei de repente ofegante e com os lábios ardendo.

— Eles deixaram o quarto só para mim, já que sou o motivo de estarem aqui. — ele abriu a porta e com um sorriso sexy nos lábios me colocou em seu colo e fechou a porta com um golpe só. O quarto dele chegava a ser ainda maior do que onde estava com Anahi e haviam três camas e uma delas era de casal, justamente nessa cama que ele me joga.

Dei um gritinho e comecei a rir.

— Anjinho travesso você!

Puxei sua gravata e comecei a brincar com ela.

— É muito travesso, tão travesso que está precisando ser castigado. — mordo o lábio inferior tentando parecer sexy. Zorro faz um barulho engraçado com a boca.

— Você vai receber o castigo que merece. — e lá se vai mais uma calcinha. Zorro maldito. Ele aliviou o peso sobre mim e começou a tirar minhas botas em uma tortura lenta.

Depois que termina volta a ficar sobre meu corpo, devorando mais uma vez meus lábios, modiscando-os, sugando-os e me deixando completamente louca de prazer, iria me enlouquecer a qualquer momento. Sussurrava coisas em meus ouvidos me deixando anestesiada, se sua sua voz conseguisse alcançar outros lugares certamente me faria ter um orgasmo. O clima ficava cada vez mais quente, até mesmo com o arcondicionado no volume mais baixo. Ele me beijava, tocava-me e me deixava fervendo como uma panela no fogão.

Se aquilo fosse um sonho eu não queria acordar. Nós estávamos praticamente nus e entregues um ao outro. Meu corpo estava eletrizante, nossas peles colocadas pelo suor, mas o impressionante de tudo era que as máscaras se mantiveram em nossos rostos, mas já não aguentava mais, tinha que ver o rosto dele e ele desejava ver o meu. Enquanto ele me beijava fui até sua nuca e desatei o nó que prendia a máscara e ele fez o mesmo com a minha e assim que vi seu rosto dele o clima pesou.

Não podia ser!

— Tudo bem? — ele perguntou notando minha mudança brusca.

Não! Não!

— Chris...topher? — o nome dele finalmente saiu dos meus lábios. Aquilo só podia ser carma, não era possível. Pensei que finalmente havia me livrado dele, mas não ali estava eu transando com meu pior castigo.

Ele demorou para me reconhecer.

— Espera...Dulce!? — ele parecia tão surpreso quanto eu.

Ah não! De novo não!

— SAI DE CIMA DE MIM! — ordenei expulsando ele para fora de mim, literalmente. Dulce você é uma verdadeira anta, repreendi-me indo ir me vestir.

Ai meu Deus! Ai meu Deus! Anahi iria me matar.

— Dulce vamos conversa? — a voz dele surgiu atrás de mim e eu pedi para ele se afastar.

— Que merda é essa!? — minha voz saiu como um rugido feroz. — Por que?! Por que!? Justo você! Caramba de todos os milhares de homens aqui eu vou me envolver justamente com você!? Por que!? Que inferno! Você tá tentando me matar é isso?

Ele arregalou os olhos incrédulos sem entender minha reação.

— Dulce fica calma.

— FICAR CALMA! — praticamente gritei. — Como posso ficar calma com você aqui? Me explica? Quando achei finalmente que tinha me livrado de você, olha o que acontece!! Foram tantos anos! Tantos, mas você insiste em ficar na minha vida! — me sentia num filme de terror irônico.

— Dulce escuta, a veia do seu pescoço vai explodir...— ele tentou me tocar, mas por um impulso acertei um tampa no seu rosto.

— Não chegue perto de mim! Oh me desculpa. Eu sou uma estúpida. — saiu do seu quarto correndo, mas ele corre atrás de mim.

— Dulce volta aqui! Você não vai fugir de mim! Não dessa vez!

Corri tão rápido cega por minhas lágrimas e me tranquei no quarto e fechei a porta antes que Christopher nu chegasse.

— Dulce! — ele bateu com força na porta.

Eu soluçava e chorava como uma criança. E me xingava de burra idiota, queria morrer.

— VAI EMBORA!

Toc! Toc!

— Abre por favor eu estou pelado e está frio aqui fora! Me desculpa por ainda estar vivo se você quiser que eu pare de viver eu me jogo no mar e morro afogado, mas fale comigo por favor!

Ouvi ele suspirar e algumas vozes femininas e risadas.

— Não por favor sem fotos! — ouvi ele pedir, mas também ouvir os clicks. — Satisfeita agora? Você acaba de destruir minha reputação!

— VAI EMBORA!!!!

Então ele finalmente desiste e me deixa em paz com a minha dor e raiva.

~•~

Christopher♦

— Então você transou com a melhor amiga da sua ex? — perguntou Christian sem acreditar na história que havia contado. Concordei mais uma vez. — Então aquela deusa ruiva...

— Era a Dulce.

Seu queixo despencou.

— Como isso é possível? A última vez que a vi ela era uma garota calada, magrela e meio bizarra, não se parecia em nada aquela gostosa que vi você arrastando para o quarto.

— Cala a boca! Não fala assim dela!

O de cabelos coloridos ergueu as mãos para o alto.

— Então quer dizer que todo esse tempo você estava arrastando uma asa para Dulce Maria! O destino é estranho, mas o sexo foi bom?

Cai com a cabeça no travesseiro e suspirei, lembrando-me dos minutos antes dela surtar.

— Isso não é da sua conta imbecil. — baguncei seu cabelo.

— Ou! Sabe como demoro para deixá-lo assim paspalho.

— Então não me enche.

Chavez balançou a cabeça e voltou a rir.

— Caralho! Não pode existir alguém mais azarado que você! — ele bateu duas vezes na minha perna. — De todas as garotas gostosas e sexys desse cruzeiro olha só quem você justamente levou para cama! Dulce Maria!

Ele ficou pensativo de repente.

— Ei! Se Dulce estar aqui, Anahi deve estar também. Como me lembro elas são tipo...inseparáveis.

— É cara com certeza ela estar aqui.

— Agora você ainda vai ter que tolerar sua ex. — ele bateu palmas. — Nasci para ver isso acontecer.

— Para de ser idiota, Anahi e eu nos tornamos bons amigos mesmo após o termino.

— Se você diz. — olhou em direção a Poncho que não dizia nada. — E ai Poncho o que você acha disso tudo?

O moreno cosçou sua cabeça e tomou um gole da sua água mineral. Ele parecia tão nervoso quanto eu.

— Christopher preciso te contar uma coisa. — meu amigo começou a dizer, enfiando as mãos no bolso da calça do moletom.

— Diga.

— Durmi com sua ex. Bom duas vezes.

Fiquei paralisado, enquanto Christian ria cada vez mais alto.

— Isso só melhora! — vibra como se tivesse ganhado na loteria. — Isso resolve tudo! Poncho pega a Annie e você a Dul e fica tudo de boa certo?

Cosço minha nunca. Não me importava com quem dormia ou não com uma ex minha, isso não significava nada para mim, então não tinha problema nenhum em Poncho estar com Annie.

— Esse não é o caso Christian! O problema é a Dulce. Ela é muito fiel a Annie e como namorei com ela e o pior de tudo ela perdeu a virgindade comigo certamente deve achar que ainda temos um elo. Na verdade Anahi é como sua irmã e continuar comigo seria como estar traindo ela entende?

— Sim, mas e você? Tem algum sentimento pela Anahi ainda?

Neguei.

— O que aconteceu ficou no passado, acabou assim que me mudei para Seattle, não sinto nada além de carinho.

— Christopher não está chateado comigo por ter ficado com ela? — Poncho interrompeu cabisbaixo.

— Está tudo bem, não tenho direito de controlar ninguém, está livre. Meu problema agora é Dul.

— Então você realmente está doidinho na dela é isso?

— Completamente! Ela me deixa maluco. Não consigo entender porque não notei ela antes. Vou lutar, não importa.

~•~

Dulce♦

— Dulce que cara é essa? Parece que viu um fantasma. — minha melhor amiga aplicava creme para rugas no rosto porque viu um pé de galinha inexistente em seu rosto de boneca.

Você não tem ideia Anahi.

— Dulce! Estou falando com você. — estralando os dedos em minhas bochechas.

Balançei a cabeça.

— Oi?

Ela fizera uma careta devolvendo o excesso do creme anti-rugas ao pote.

— Posso saber o que você tem? O seu Zorrinho te pegou de jeito? Você não me contou como foi, como ele é o nome?

Tudo que eu tentava era esquecer, não por ter sido uma má experiência, O sexo em si tinha sido mágico, o melhor que tive em anos, mas o fato de ter sido Christopher me deixava sem chão. Foram tantos anos tentando tirá-lo do coração e de minha cabeça que receber essa surpresa só arremessava tudo por água baixo. Ele continuava tão lindo, tão sexy, tão malditamente tentando foder com a minha mente com um sorriso. Christopher meu amor impossível! Quem diria que em um cruzeiro erótico atrás de uma máscara ele finalmente me enxergaria. Irônico. Eu amava tanto ele, queria estar sempre com ele, eu o via andando sempre com aquele ar charmoso, ele ganhou meu coração assim que o vi pela primeira vez, mas só havia um problema, ele namorava a minha melhor amiga. Anahi nunca me perdoaria se soubesse quem era o tal Zorro e o que havíamos feito.

— Anahi não quero lembrar disso! — respondi depois de um tempo, fazendo com que a loira franzisse a testa.

— Foi tão ruim assim?

Suspirei.

— Me deixa esquecer, só isso.

~•~

Christopher♦

Fiquei esperando Dulce aparecer por horas, mas ela não saia do quarto de jeito nenhum, precisava esclarecer a ela o que sentia e que Anahi não tinha direito de interferir na vida dela assim, mesmo com todo aquele carinho que existia entre elas, se ela realmente se importasse com ela com certeza não interferiria em sua felicidade.

— Você vai mesmo esperar? — perguntou meu amigo Poncho.

— Vou. Não saiu daqui sem falar com ela.

Meu amigo colocou a mão sobre meu ombro.

— Boa sorte.

Esperei por vários minutos até que ela saiu, tão linda naqueles shorts azuis e os cabelos vermelhos presos. Ela se encolheu quando me viu e aumentou os passos tentando fugir, mas eu estava cansado de vê-la fugir.

— Dulce por favor me escuta um minuto!

Ela suspirou e cruzou os braços.

— Tudo bem! Fale!

Limpei a garganta.

— Sei que está assim por causa da Annie e pelo fato de sua amiga ter sido minha namorada num passado, sei que ela é muito importante para você, mas não mais que sua própria felicidade, devia pensar em você e não nela. — ela balançava a cabeça. — Mas por que não? O que existe entre nós é forte, foram poucos dias Dulce, você vai deixar tudo por causa dela?

Ela piscou.

— Não posso...ela é a única pessoa que se importa comigo...de verdade. Meus pais preferem minhas irmãs do que a mim, não quero perdê-la, Christopher por favor só esqueça o que aconteceu. — ela soluçava e as lágrimas caiam em cascata por suas bochechas.

Tive o enorme desejo de abraça-la.

— Não da para esquecer. Eu te amo.

— Você não pode me amar por causa de uma noite Christopher.

Neguei com cabeça.

— Eu sempre gostei de você. Eu não entendia direito, Anahi me deixou confuso, mas hoje sei que por sua causa o meu namoro com ela durou tanto tempo, por que o bem que sentia não vinha dela, vinha de você.

— Men-tira. — fungou, tentando secar as lágrimas. — Se você realmente gostasse de mim não me faria sofrer todos esses anos sabendo que você não podia ser meu, não ficaria beijando ela na minha frente todas as vezes que estava junto com vocês, você não entende o que é estar apaixonado por alguém que demonstra todo o amor do mundo para seu melhor amigo, isso nunca você iria entender!

— Dulce eu não sabia disso.

Ela riu nervosa.

— Você nunca sabe de nada.

— Mas olha, nós podemos tentar, se conversamos com Anahi tudo pode mudar.

Ela negou.

— Não, não!

Puxei ela para perto de mim, mas felizmente ela não me bateu, segurei seu rosto a forçando a olhar para mim.

— Se seu medo é ficar sozinha posso te prometer uma coisa...eu nunca deixarei você sozinha. — então eu a beijei para fazê-la acreditar em minhas palavras e que não queria deixá-la ir. O beijo era sofrido, desesperado, não queria perdê-la mais uma vez, principalmente agora que tudo fazia sentido.

Então veio o barulho de vidro quebrando.

— Dulce...Christopher.

~•~

Dulce♦

Me afastei de Christopher assim que ouvi a voz dela, Anahi tinha aquele olhar traído, vazio. Ela balançou a cabeça três vezes como se não acreditasse no que via. O desespero tomou conta de mim, eu não podia perdê-la, mas também não podia perder Christopher. Nunca estive tão confusa quanto agora, meu coração estava em pedaços. Os cacos do copo que ela havia derrubado estavam esparramados no chão assim como meu coração. Me sentia destruída pela forma como me olhava e quando ela virou as costas e correu para o quarto corri atrás dela.

— Anahi! — começei a correr, vi Christopher gesticular a boca, mas não chegou a me impedir, quando cheguei ao quarto Anahi estava virada e respirando profundamente.

— Era ele...não era?

Solucei.

— Posso te explicar tudo.

— Dulce só me responda. — ainda de costas para mim. — Christopher era o seu amor no passado?

Suspirei.

— Era. — respondi me sentindo um lixo. — Anahi eu prometo não chegar mais perto dele se você prometer não me abandonar. — solucei desesperada. — Se você ainda sentir algo por ele...

Ela virou-se para mim.

— Então é isso que você acha? — ela fez uma pausa e secou o nariz molhado pelas lágrimas. — Que ainda sinto algo por Christopher? Dulce o que aconteceu entre nós não significa mais nada para mim, nada, somos somente amigos e nada mais.

— Mas...ele foi o seu primeiro.

— Eu sei, mas isso não significa nada. Dulce o que você acha que sou? Uma egoísta, possessiva. Se eu soubesse o que você sentia por Christopher eu deixaria ele para você, com certeza o que sentia era mais forte do que aquela minha atraçãozinha adolescente. Por que me escondeu tudo isso? Por que todos esses anos sofreu calada?

— Por que ele fazia você feliz e eu não queria te magoar, perder você. Achei que fosse capaz de esquecer, mas não fui, ele ainda tá dentro do meu coração, mas não posso estar com ele sabendo de toda a história que escreveram juntos, não posso.

Anahi andou pelo quarto.

— Não sabe quanto doi ouvir você dizer isso, eu sempre fiz tudo para você ficar feliz, mas você resolveu se torturar e tudo que podia ter feito era ter sido sincera. Tudo faz mais sentindo agora. Sabe como me sinto? Me sinto a pior amiga do mundo, obrigado Dulce por me fazer esse favor.

— Me perdoa... — implorei, mas ela não me deu ouvidos.

— Dulce eu preciso de um tempo, preciso de um tempo para ver se nossa amizade ainda terá um futuro. — foi tudo que disse antes de sair do quarto fechando a porta com força e me destruir por completo.

~•~

Era véspera de ano novo, a última noite a bordo do Passion At Tea e os preparativos para festa estavam indo de vento em polpa, mas eu não estava empolgada, como poderia estar feliz, se minha melhor amiga, a única pessoa que esteve ao meu lado desde que tinha 6 anos me odiava? Ela não dormiu no nosso quarto, passou o dia todo fora, enquanto eu chorava em posição fetal como uma criança que havia perdido seu brinquedo favorito, que no meu caso era ela. Lembranças inundaram minha cabeça, lembrei de nossas brincadeiras no parque e o modo como colocava band-aids em meus joelhos ralados e como adorava me dar brinquedos dela de presente.

Anahi sempre cuidou de mim mesmo sendo apenas alguns meses mais velha. Sempre fora meu porto-seguro, a pessoa na qual confiava meus maiores segredos e eu estraguei tudo mentindo, a fazendo sentisse mal por existir, queria minha amiga de volta, queria Christopher ao mesmo tempo, mas eu seria capaz de escolher entre o amor da minha vida e minha irmã do coração?

Fui até o banheiro e lavei meu rosto, certamente ela ficaria mais irritada ainda em saber que passei a noite toda chorando. Tentei esconder meus olhos inchados com corretivo, e também parecer mais normal. Anahi passou no quarto, mas se quer me direcionou uma palavra, nem me olhou, eu também não tentei. Ela se arrumou ao meu lado, mas também não disse nada, somente saiu levando suas malas. Me arrumei para festa, vesti um vestido cintilante prateado que nós haviamos comprado em nossa última ida ao shopping, arrumei meus cabelos e vesti meus saltos pretos. Me sentia tão sozinha.

Enquanto os outros se divertiam eu pegava meu drink e seguia em direção a proa do barco e iria passar a virada do ano ali vendo as estrelas e bebendo, sozinha, só com meus pensamentos. Foi impossível não chorar, talvez tivesse destruído ainda mais a péssima vida que tinha.

Então ouvi um barulho e quando olhei para trás ali estava ela em seu vestido branco, linda como sempre. Ela fico calada e se sentou ao meu lado.

— Anahi...— tive coragem de dizer. — me perdoa, você é uma amiga incrível eu...

Ela ergueu as mãos e eu me calei.

— Dulce não estou chateada com você.

Estreitei os olhos.

— Não?

Ela acenou com a cabeça.

— Não. Eu perdôo você, mas só se você prometer nunca me esconder nada. — eu concordei abraçando-a. — E mais uma coisa sua chata...não deixa o Christopher por minha causa, também tenho um carinho grande por ele e sempre soube que você era a pessoa certa para ele, então não deixe ele, ok? Dê uma chance. Além do mais eu já tenho o Poncho.

Ergo as sobrancelhas surpresa.

— Melhor eu ir vocês precisam conversar. — ela diz assim que Christopher aparece. Sinto meu coração acelerar, principalmente quando ela nos deixa assós.

Ele estava cada vez mais bonito isso não podia ser possível? Quando sentou ao meu lado, seu perfume entrou em minhas narinas. Ele passou o braço por cima dos meus ombros e sorriu.

— Você ainda não desistiu de mim não é? — deitando sobre seu peito.

— Claro que não, nem seu eu quisesse, mas e você? Desistiu de mim? — perguntou enquanto acariava minha bochecha com o polegar.

Sorri e dei um selinho nele.

— Nem depois de quase 8 anos isso aconteceu, acho difícil de acontecer.

Ele me envolveu apertadamente entre seus braços.

— Posso te beijar agora? Ou você ainda vai ter motivos para fugir de mim?

— Por hoje não. — então nos beijamos, foi um beijo doce, carinhoso e apaixonante. Então começaram os fogos de artifício e nossos amigos apareceram para estragar o clima.

— Feliz ano novo pompinhos! — Christian surgiu do nada ao nosso lado. Ele nunca mudava, pensei que aquela sua energia vinha por causa da adolescência, mas disso eu estava enganada.

Vi Anahi com Poncho e eles pareciam felizes, na verdade todos nós estávamos felizes.

— Olha a bomba. — foi tão rápido e quando conseguimos perceber Christian estava pulando na água gelada e espirrando em nós. Ele sumiu por alguns minutos e surgiu assim de repente da mesma forma que sumiu. — Essa água tá fria pra cacete! — gritou batendo o queixo e todos nos rimos.

— Te amo. — Ucker sussurou meu ouvido.

— Também te amo. — respondi.

|Fim|

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by: VickFrancys13 espero que vocês tenham gostado.

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