All I Know

By Semiharmonizer

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Parecia que iria ser simples. Afinal, elas se amam. O amor deveria ser sempre o suficiente, não é? Então, por... More

Prólogo.
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By Semiharmonizer

HEEEEEEY ESTRELINHAS

gente os capítulos não vão ser muito compridos ok? Percebi que nessa fic se eu tento alongar as coisas eu me atrapalho e vocês ficam mais de um ano sem atualização né?

Então, vamos deixar as coisas simples.

Espero que gostem e até o próximo ;)

###############

Pov Karla Camila Cabello-Jauregui Iglesias-Vives.

Segurei meu filho um pouco mais forte em meu braço quando ele tentou ir para o chão. Ignorei os resmungos que ele soltou para conseguir prestar a devida atenção nas prateleiras na minha frente.

Por que fazer compras podia ser tão difícil?

Balancei a cabeça, pegando o cereal preferido de Lauren e o jogando no carrinho, para então pegar dois pacotes do que Dimitre e eu gostávamos.

— Ah, eu provavelmente deveria pegar mais desse — murmurei, me esticando para pegar a caixa com o conteúdo mais saudável que Lauren preferia e insistia para que nós comessemos também.

— Chocoati? — Dimitre pediu, apontando para uma caixa de cereal com bolinhas de chocolate.

— Só dessa vez — avisei, pegando a caixa e a colocando no carrinho com as outras, o fazendo bater palmas animado — Agora você fique aqui — pedi, o ajeitando na cadeira infantil do carrinho do supermercado — Certo, faz tanto tempo que não faço as compras do mês, o que mais precisamos? — perguntei retoricamente, encarando tudo que havia no carrinho.

Cereais matinais. Leite. Iorgute.

Sério que só peguei isso? Parece que estava nesse mercado há horas.

— Lista, mama — Dimitre respondeu e eu fiz uma nova careta.

— É, eu sei que sua mommy é muito mais inteligente e faz uma lista, mas eu esqueci — admiti, começando a andar pelos corredores, empurrando o carrinho com meu filho — Mas estamos fazendo isso justamente para sua mommy não precisar, certo? Estamos provando para a mommy que somos legais — lembrei.

Eu tinha plena consciência que não agi como a esposa que Lauren merecia durante os últimos meses - ou anos. Sendo assim, eu estava tentando fazer mais coisas em nossa casa. Era minha obrigação também e eu já tinha fugido muito daquilo, usando meu trabalho como desculpa.

— Você, mama. Mommy me ama — Dimitre disse com um largo sorriso, me tirando dos meus pensamentos, me limitei a rolar meus olhos.

Claro, minha esposa não passava meia hora sem abraçar nosso filho e dizer que o amava. Enquanto eu não ouvia o som dessas doces palavras há meses - ou anos. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos, caminhando até a seção infantil.

— Ok, vamos logo comprar seu shampoo que foi o que viemos pegar em primeiro lugar — avisei, parando em frente as prateleiras com produtos infantis.

A única coisa que me impediu de escolher os produtos pela cor foi já ter conhecimento do que Lauren costumava comprar. Mesmo assim, acabei deixando Dimitre escolher uma esponja de um novo desenho animado. Após isso fiz um esforço e parei o carrinhona seção de legumes e frutas do mercado e escolhendo algumas coisas.

No final das compras, precisei da ajuda de dois funcionários para colocar as coisas no meu carro.

— E ainda são dez horas, nós somos incríveis Dimitre — me vangloriei para meu filho no banco de trás que riu.

A risada dele lembrava a de Lauren. Eu achava isso fofo.

Dirigi tranquilamente até minha casa, franzindo o cenho ao ver o carro da minha esposa ali sendo que ela havia saído antes de mim. Dei de ombros, estacionando ao lado de seu carro e saindo do meu. Primeiro tirei meu filho do carro para então pegar o máximo de sacolas possível e seguir para dentro de casa.

— Ei Ei, eu abro — avisei meu filho que já tentava pular para alcançar a maçaneta.

— Obigado — Dimitre agradeceu quando abri, empurrando a porta para que entrássemos.

— Mila? Onde é que...

Ouvi a voz de Lauren morrer enquanto ela me observava adentrar a casa com tantas sacolas. Sua atenção logo foi desviada para o garotinho que abraçava suas pernas.

— Hey amor, achei que ficaria mais tempo fora — comentei, tendo sua ajuda ao pegar algumas sacolas — Fui dar banho no Dimitre mais cedo e notei que o shampoo dele estava acabando então vi o que mais tava faltando em casa e fui fazer compras com ele — me expliquei enquanto seguia para a cozinha — Ainda tem umas coisas no carro — avisei, sem lhe dar chances para responder e saindo rapidamente dali para voltar a garagem.

Precisei de duas viagens para enfim colocar tudo na cozinha, soltando um suspiro orgulhoso de ter feito tudo sozinha. Ergui meu olhar quando acabei, encontrando minha esposa olhando atentamente para um pote de sorvete que tinha em sua mão.

— É seu preferido né? Dimitre pediu sorvete então comprei alguns — balancei ombros, pegando os outros potes para guardar no freezer.

Porém estava me sentindo um pouco incomodada por seu silêncio.

— É, é meu preferido — Lauren concordou, balançando levemente a cabeça — O que você quer, bebê? — perguntou a nosso filho que tentava puxar uma sacola.

— Dinho — murmurou, me fazendo rir levemente enquanto eu mesma pegava o salgadinho e lhe entregava, o vendo sair correndo da cozinha rapidamente.

— Wow, você comprou legumes? E frutas? — Lauren soou um pouco incrédula, mas riu em seguida, se encostando em um dos armários.

— Peguei algo errado? — questionei em confusão, coçando minha nuca — É que fazia tempo que eu não ia ao supermercado, mas acho que peguei tudo — murmurei olhando ao redor e vendo a quantidade de sacolas.

Acho que peguei tudo até demais.

— Não, não. Não pegou nada errado — Lauren garantiu, um pequeno sorriso nascendo em seu rosto — É que você está de férias há duas semanas e saiu diversas vezes com Dimitre, viu sua afilhada alguns dias, visitou sua irmã mais vezes, nos levou para jantar. Ajeitou a casa, e agora fez as compras do mês. E, meu deus, essa semana você notou que Dimmy cresceu e o comprou roupas novas! — exclamou quase incrédula, me fazendo cruzar os braços um tanto quanto envergonhada.

Era isso que mães e esposas faziam, certo? Acho que Lauren não me via dessa forma em algum tempo.

— E eu não tive que pedir por nada dessas coisas, você simplesmente foi lá e fez – explicou, ainda um pouco surpresa — Eu só tinha me esquecido um pouco como era realmente ter uma parceira em casa — confessou alguns tons mais baixo.

Mordi meu lábio inferior, pensando em suas palavras. Eu havia tirado férias justamente para conseguir voltar a fazer as coisas corretamente. Para ter minha esposa de volta, para não decepcionar meu filho novamente. Mas ainda era difícil lembrar o quanto eu havia a machucado por não estar presente. Era por isso que eu estava aqui tentando consertar minhas ações e provar para Lauren que ela poderia confiar em mim novamente.

— Eu sei — concordei com a cabeça, descruzando os braços e me aproximando dela — Eu não fui uma boa esposa ultimamente, sei disso. Mesmo nos últimos meses, quando achei que estava tentando. Eu apenas fazia o básico do básico — admiti, negando com a cabeça em vergonha — Mas estou tentando e não quero que você se derreta de amores só porque fiz as compras do mês ou porque levei nosso filho ao parque. Essas são minhas obrigações como esposa e mãe — garanti em um tom sério, notando o pequeno sorriso que Lauren me lançou — Eu quero que me perdoe quando sentir que pode confiar em mim novamente. E eu prometo que serei paciente — sussurrei, tocando em seu rosto com carinho.

Eu precisava ser paciente. Porque tinha plena consciência do motivo pelo qual minha esposa ainda hesitava. Ela já tinha ouvido as mesmas desculpas antes.

**

Bati meu pé com um pouco de força, sentindo o nervosismo tomar conta de mim enquanto eu encarava o envelope em minhas mãos. Ouvia algumas exclamações animadas pelo vestiário, porém também ouvia alguns armários sendo fechados com força juntamente com resmungos irritados e decepcionados.

Respirei fundo tentando buscar o ar em meus pulmões. Havia sido um ano difícil e complicado. Fui advertida e suspensa mais de uma vez. Quase fui expulsa do programa. Meu melhor amigo havia recebido alta alguns poucos meses atrás mas ainda se recusava a olhar em minha cara.

Minhas mães estavam movendo céus e montanhas por mim. Garantindo que eu ficasse bem. E no fundo da minha mente eu sabia que não havia sido expulsa porque era uma Iglesias. Porém, não sei até onde meu nome poderia me ajudar. Meu nome não me salvaria se eu tivesse me ferrado no teste do primeiro ano.

E, sinceramente, eu não fazia idéia de como minha esposa estava aguentando. Era difícil sequer a encarar sabendo de todas as noites que voltei bêbada para casa ou as que eu nem sequer voltei. Ou quando simplesmente fui direto ao aeroporto quando fui suspensa novamente e peguei o primeiro avião com assento vagos que partiria em meia hora.

Só tive coragem de ligar para minha esposa quando já estava em Chicago.

Lauren poderia ter terminado tudo, mas não o fez. É por isso que me esforcei mais do que qualquer um aqui nos últimos meses, aguentando as piadas, os olhares, e cada tarefa ridícula do Dr Shepherd que, sempre que possível, me impedia de entrar em uma sala de cirurgia.

— Passei! — ouvi Ariana comemorar na minha frente, e pude ver os pulinhos animados — Troye!?

— Ah há! Sou um residente do segundo ano, se segurem novatos! — ele gritou animado, a fazendo rir — Lexie?

— Meu bem você acha que eu e minha memória fotográfica não iríamos passar? — ela se gabou divertida, rindo — Mila?

— Não abri — respondi baixo, balançando o envelope em minhas mãos, notando os olhares cuidadosos dos três.

Eu também devia muito aquele trio. Foram eles que me empurravam para fora do Joe's diversas noites. Que me levavam em segurança para casa e me defendiam pelos corredores desse hospital. Troye sempre era o primeiro a aguentar as horas em que eu me recusava a sair do bar, ou do hospital. Ariana me arrastava para casa e só ia embora quando tinha certeza que eu estaria segura. Lexie arrumou diversas discussões com o cunhado, Dr Shepherd, em meu favor.

Eram bons amigos.

— Estou um pouco apreensiva. Não tive um bom começo aqui, não sei se levariam isso em conta no teste — expliquei, me escorando no armário atrás de mim — E não sei se eu seria capaz de repetir meu primeiro ano novamente. Não sei se iria aguentar isso também — confessei em um tom mais baixo.

Repetir meu primeiro ano seria admitir que todos os que falavam mal de mim nesse hospital estavam certos.

— Ei — Ariana se sentou ao meu lado — Você é uma médica excelente, Camila. É uma das melhores da nossa turma, você sabe as coisas. Você trata bem seus pacientes e vai ser uma cirurgia incrível. Não deixe o medo e a culpa privarem diversas crianças de terem uma pediatra como você — incentivou, arrancando um sorriso fraco dos meus lábios.

— Ela tá certa, Mila — Troye concordou, se escorando no armário — Sem falar que, sua esposa e suas mães também merecem que você pare de beber e resmungar pelos cantos e seja a melhor residente do segundo ano que esse hospital já viu — lembrou entre uma repreensão e um incentivo.

— Eu aceito perder esse título se for pra você — Lexie sorriu em minha direção.

Encarei meus amigos antes de tomar uma grande respiração e finalmente abrir o envelope. Desdobrei o papel cuidadosamente, sem evitar o sorriso largo em meu rosto. A reação necessária para que meus amigos comemorassem junto comigo.

— Quem topa uma comemoração no Joe's? — Ariana convidou, um pouco receosa ao me olhar.

— Acho que aquele bar já está cansado da minha cara — brinquei com bom humor, me colocando de pé — E tem uma pessoa que preciso contar sobre isso — balancei a carta de aprovação, antes de sair rapidamente do vestiário, praticamente correndo até meu carro.

Estacionei de qualquer jeito em frente minha casa, andando apressadamente para dentro e encontrando minha esposa no sofá, a aparência distraída enquanto mudava os canais da televisão.

— Lauren — chamei sua atenção, mal contendo minha animação quando me coloquei em sua frente.

— Hey baby, o que foi? — perguntou sem muita empolgação, deixando o controle de lado para me encarar.

Seus olhos estavam desfocados de mim e senti meu coração se apertar por isso. Era minha culpa que ela não conseguia sentir animação apenas por me ver em casa. Isso doía.

Engoli e reprimi esses pensamentos para deixar um sorriso largo em meu rosto. Ela merecia boas notícias sobre mim. E não apenas meus resmungos sobre outra suspensão ou meus tropeços bêbada pela casa.

— Eu passei! — contei alegremente, erguendo a carta em minhas mãos — A prova dos internos, do primeiro ano sabe? Passei! Eu finalmente serei uma residente do segundo ano — exclamei, me sentando ao seu lado e finalmente tendo um sorriso em seu rosto também.

Orgulhosa.

— Camila, isso é incrível! Meus parabéns, amor — elogiou, puxando meu corpo para um abraço.

Suspirei pelo por isso, sentindo seu cheiro se infestar em mim. Sorri por isso, o contato quente de sua pele, por como ela parecia feliz por mim. Mesmo que, pelos últimos meses, a última coisa que eu tenha feito foi deixa-la feliz.

— Laur? — a chamei baixo, me afastando do abraço — Eu sei que eu agi como uma babaca os últimos meses e...

— Camz, não precisa, eu sei que foi um ano difícil — me interrompeu, mas neguei com a cabeça.

Ela ainda era compreensível e eu nem sequer merecia isso.

— Sim, precisa — a contrariei, segurando suas mãos — Porque eu sei que não foi nada como você esperava esse nosso primeiro ano de volta aqui e eu sei que agi mal — admiti, engolindo em seco ao lembrar tudo de errado que fiz nesse casamento — Talvez Austin nunca mais seja meu amigo, talvez Normani nunca mais olhe na minha cara, talvez minhas mães continuem se decepcionando, talvez todo aquele hospital me odeie pra sempre — soltei o fôlego, sentindo algumas lágrimas em meus olhos — Mas nada disso são motivos para eu agir como agi, e pressão nenhuma deveria me manter longe de você — continuei, notando os olhos marejados de minha esposa — Então eu peço perdão pra você e digo que vou estar aqui do jeito certo e pra valer — prometi sincera, tocando em seu rosto para secar suas lágrimas — Eu vou tentar todos os dias provar que sou a mulher pela qual você se apaixonou. Eu posso estar no meu segundo ano de residência e posso enlouquecer com isso, mas eu estarei aqui e serei sua família. E talvez a gente possa finalmente aumentar ela também e dar aquele priminho para Hayley né? — completei, gostando do sorriso que nascia no rosto da minha esposa.

— Isso soa bom, muito bom — ela concordou, sorrindo mais quando aproximei meu rosto do dela.

— Eu amo você Lauren — declarei apaixonada.

— Também te amo — minha esposa respondeu baixo, mas ainda sim senti meu coração acelerar enquanto beijava seus lábios.

Ficaríamos bem.

*

Balancei a cabeça para afastar as imagens, mesmo que aquela época me fizesse sorrir. Nós ficamos bem. Minhas amigas finalmente conseguiram adotar Zendaya semanas depois e eu estava lá. E após alguns meses Lauren estava grávida de nosso filho. Ficamos bem e eu também consegui estragar tudo depois.

— Ei — Lauren chamou minha atenção e foquei meus olhos nos seus — Obrigada por estar aqui — sussurrou, deixando um selinho em meus lábios.

Sorri por aquilo, era sua forma de dizer que estava tudo bem e ela também estava tentando ajudar nossa família. Eu gostava disso. Não precisava ouvir aquelas palavras agora. Eu poderia esperar. Eu iria esperar por ela.

Porque ela havia parado de gritar, de soltar comentários sarcásticos ao me ver. De me expulsar da cama sempre que eu retrucava. Ela estava mais calma até mesmo com nosso filho. Lauren estava tentando, assim como eu. E isso era o suficiente para que eu esperasse anos até ouvir que ela me amava também.

— Enfim, o que vai fazer hoje? — perguntei interessada, querendo mudar o assunto e o clima entre nós.

— Hm, nada demais. Por quê? — correu os dedos por meu braço em um carinho leve e despreocupado.

— Prometi para minhas mães que levaria Dimitre para ver elas. Poderíamos almoçar por lá, o que acha? Elas estão com saudades de você — sugeri, tendo um aceno de concordância como resposta.

— Ok, eu guardo tudo aqui e você troca nosso filho e avisa suas mães? — indicou as sacolas com a cabeça e eu rapidamente assenti.

— Pode deixar — garanti, beijando seu rosto mais uma vez antes de sair da cozinha.

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