Contra as leis do amor

Oleh morelocin

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"Sim, por você, eu vou tentar e recolher esses cacos até eu sangrar se isso fizer você ser... Lebih Banyak

NOTA
Prólogo
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze, pt. 1
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e quatro
Vinte e cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta
Trinta e um
Trinta e dois
Trinta e três
Trinta e quatro
Trinta e cinco
Trinta e seis
Trinta e sete
Fim
NA

Onze, pt. 2

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Oleh morelocin

Esboço um sorriso para amenizar o clima, não é exatamente o que eu queria para o nosso... encontro.

— Tá legal, vou tentar não ser inconveniente — suspiro e com um olhar brincalhão, provoco: — E eu não tenho uma resposta pra tudo, saberia disso se fosse mais inteligente.

— Viu só? Você não tem piedade — ele umedece seus lábios rosados com a língua, e eu calho a rir. — Vamos lá.

— Desculpe?

— Emma Phillips não pode ser tão segura quanto parece.

Seus olhos brilham com um ar de superioridade, cruzo meus braços e levanto uma das sobrancelhas deixando evidente a minha escuta.

— Você é tudo, menos o que parece. E eu gostaria de descobrir quem é essa de fato, princesa — seu argumento me deixa impactada como aquelas últimas falas dos filmes, com um breve traço de suspense. — Podemos recomeçar, se quiser. Sem rótulos.

— O que isso significa?

— Sem Brandon Campbell. Apenas um garoto quase adulto tentando conquistar uma outra garota quase adulta num encontro normal.

Não sei se dou mais risadas, ignoro o fato de ser uma alternativa idiota ou acato.

Você é espertinho, cara.

Mas, pela segunda vez sou salva pela chegada de nossos burritos e cerveja. Minha fome já estava me sufocando.

— Nesse “encontro normal” as pessoas também se alimentam, certo?

— Sabe que não pode fugir.

Pisco em sua direção, ciente de que não, não posso fugir.

Não irei.

Saboreamos nosso jantar – que seja, para mim, burritos mexicanos são ótimos. A cerveja é das caras e boas, mas não exagero no álcool. Eu não esperava nada especial de Brandon, então... É assim que um encontro deve funcionar, certo? De maneira leve. Taí uma palavra que em hipótese alguma compactuaria com nossa relação. Leve. Mas por incrível que seja, estamos fluindo assim.

— E então? — ele aponta para meu prato vazio.

— Aprovado! — reforço minha exclamação com um gesto de ‘ok’.

— Pelo menos nisso — Brandon se encosta na cadeira colocando um palito entre os dentes. Por que cada coisinha idiota que ele faz o deixa mais insuportável? — Já saiu com alguém antes?

Sua pergunta fora tão rápida e direta que o olho com estranheza. Dou uma risada, meio encabulada.

— Não quero ser imprudente, só qu...

— Está tudo bem — me permito em cortá-lo antes, tentando relaxar meus músculos. Não há mal algum em sua pergunta, eu é que fico zonza com sua presença nada trivial. — Já. Já estive com outras pessoas antes.

— Então, temos alguém experiente aqui — ele argumenta com um tom descontraído.

— Sem chance — retribuo. Me surge uma imensa vontade de questioná-lo também, independente do que seja, se estou aqui, tenho a chance de conhecer um Campbell que talvez ninguém tenha se aproximado. — E você? Já sei que não é bom em encontros. Dê uma razão.

— Muito simples. Nunca achei ninguém tão interessante a ponto de trazer para comer em um restaurante junto a mim em uma noite de sábado.

— Sou tão interessante assim aos seus olhos, senhor?

— Interessante é complemento, senhorita.

Abaixo a cabeça por uns segundos a fim de esconder minha cara de quem não sabe o que fazer ou dizer.

— De onde veio?

— Minnesota.

— O que a trouxe até aqui?

— Prince Hills.

— Dentre tantas outras universidades...

Engulo em seco.

— Meus pais se divorciaram — justifico com imparcialidade. — Eu buscava por tranquilidade. Um lugar em que ninguém pudesse saber meu nome, onde eu fosse finalmente crescer academicamente.

Seu semblante demonstra total foco em minha expressão, minhas palavras. Como se ele compreendesse. Como se ele estivesse interessado na minha vida.

— Cannyville não é tão ruim — dou um gole na minha cerveja e sorrio, Brandon suspira e voltamos com o clima mais descontraído. — Mais alguma pergunta?

— Todos os dias surgem novas perguntas a seu respeito, mas aqui, com você, elas somem.

É. Eu o entendo perfeitamente.

— Todos os dias? Hum.

Ele ri.

— O que acha de uma volta no parque?

— Legal.

— Quanta animação.

Reviro os olhos enquanto ele estende a mão para que eu me levante, mas claro que tudo soa como brincadeira, (até agora). Passamos pela porta barulhenta e seguimos até atravessar para o outro lado, onde está o parque da cidade. Muitas luzes, crianças, carrinhos de algodão doce... Essas coisas.

Ninguém se atreve a dizer nada.

— Tem vontade de... ter filhos? — Brandon pergunta com dificuldade, como se aquilo fosse impertinente. Caminhando em sincronia, sem olhar um para o outro, vejo que a questão tem a ver com o cenário a nossa frente – bebês choramingando no colo enquanto suas mães compram balões.

— Nenhuma.

— Sério? — nos fitamos e vejo sua surpresa.

— Sim — dou uma risada baixa. — Ter filhos é um gasto eterno.

Mais silêncio.

— E você? Não me disse muita coisa a seu respeito, Campbell.

— O que quer saber de um cara sem graça como eu? — automaticamente paramos na ponte que liga um lado a outro do parque, contemplando o lago que segue abaixo.

Dou uma gargalhada interiormente.

Cara sem graça? Para mim, ele pode até ser. Mas ao mesmo tempo não é. Que garota hesitaria em saber nem que seja a cor preferida dele?

— Verdade. O que um cara como você tem de interessante? — concordo com nítido sarcasmo.

Ele abaixa a cabeça e ri baixo, tirando um maço de cigarro da jaqueta em seguida.

— Vá em frente. Se isso contribui para nossa relação futura, serei sincero com você.

Suspiro, sem nem saber o que dizer. 

— Por que começou a fumar?

— No começo era só por diversão, mas depois virou isso aqui — ele apontou para o maço quase vazio.

Vício.

— Mora sozinho?

— Sim.

— Onde está sua família?

Por um segundo, vejo seus olhos vacilarem e sua boca abrir e fechar lentamente. Tento dar mais espaço a ele, esperando que o mesmo justifique essa reação um tanto quanto ‘anormal’.

— Meu pai mora longe daqui. Minha mãe... — ele respira fundo tentando processar o momento. — Se foi.

Meus batimentos entram num ritmo lento, minha mão se levanta prestes a apertar seu ombro, no entanto, rompo qualquer gesto. Em contraste a isso, permaneço calada, deixando os segundos passarem até absorver sua resposta.

Droga.

— Eu lamento por isso, Brandon.

Nossos olhos se encontram, deixo meu sorriso sincero confortá-lo daquele mísero acontecimento.

— Está tudo bem — ele dá o último trago no cigarro antes de jogá-lo para longe e se aproximar de mim, com o dedo a traçar meu rosto. — Já se passaram quatro anos.

Toda minha lógica desaparece quando o abraço. Sem avisar. Nossas diferenças se vão, nessa atitude pouco esperada.

Não vou mentir que fiquei curiosa pelo fato de descobrir isso, mas não quero pressioná-lo nem deixá-lo mais tenso.

Me desvencilho de seus braços encarando seu rosto.

— Que tal um sorvete?

Sorrimos.

Compramos picolés mesmo, e assim continuamos a caminhar pelo parque. Admirando a mais pura natureza que nos cerca. Assuntos desenvoltos, sem pressa.

Apenas nós.

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