Assim que os efeitos da poção polissuco começaram a se desvanecer, Tina exclamou.
Newt!
- Sim, eu sei! - Ele respondeu. Chegaram perto de uma coluna onde se ostentavam inúmeros cartazes com o rosto dele e os dizeres Urgence! Un sorcier suivi, Newt Scamander, est entrée au Ministère des Affaires Magiques!
No mesmo instante ouviram a voz de Theseus gritar:
- Newt!
- É seu irmão? - Tina, que corria a seu lado, perguntou.
- Sim. Devo ter mencionado nas cartas sobre nossa relação conturbada.
- NEWT!! - Theseus gritou, ainda mais forte. Eles atravessaram uma porta rumo ao corredor do outro lado.
- Ele quer te matar? - Tina indagou, ofegante.
- Frequentemente.
- CHEGA!! - Ouviu-se o grito do auror enquanto inúmeras caixas de arquivos sendo carregados em carrinhos por funcionários demasaidamente lentos foram atiradas em sua direção. Porém, Tina agiu rapidamente e impediu que as caixas os atingissem, fazendo com que elas flutuassem ao seu redor. Eles pararam de correr e olharam para Theseus que estava no outro extremo do espaço, a varinha baixa e respirando forte.
- Ele precisa controlar seu temperamento. - Tina disse, e num movimento tão rápido e manejado de sua varinha que Newt mal conseguiu visualizar, ela empurrou Theseus para uma cadeira, amarrando-lhe os pulsos às suas costas e mandou a cadeira para longe, seu rosto vermelho de fúria sendo o último vislumbre deles. Newt ficou encantado com o poder e a facilidade com que Tina impediu seu irmão, além de se sentir um pouquinho vingado por todos os anos que Theseus lhe aprontava alguma brincadeira do tipo. Ele não pôde se conter e exclamou:
- Esse pode ter sido o melhor momento da minha vida!
Tina olhou para ele, admirada, um sorriso apreciador vindo pousar em seu rosto. Entretanto eles não tiveram tempo de falar mais nada e saíram correndo. Haviam muitas coisas a se resolver.
*
Um ano depois
Newt estava no acampamento de criaturas magicamente ampliado em seu porão. Ao terminar de escovar os dentes do Leucrotta ele se espreguiçou, sentindo todos os músculos em seu corpo protestarem contra o tempo demasiado longo em que ele permaneceu na mesma posição, as costas curvadas e metade do corpo dentro da enorme boca do animal. Ele seguiu para o pequeno galpão quando ouviu sons abafados de passos e coisas sendo mexidas no andar de cima e seu coração deu um leve salto. Tina estava em casa.
Faziam apenas 3 meses que eles haviam se casado e ele mal podia acreditar. A princípio, ele achou que ela aceitara em decorrência de Queenie ter se aliado à Grindelwald e, desde então, ela se recusou a voltar para Nova York, sob as palavras de Não vou voltar para lá sem Queenie. Não obstante as tragédias ocorridas com Credence e a irmã, Tina e Newt conseguiram se resolver e se reconectar de tal forma que em poucos meses eles adentraram num tórrido romance que, rapidamente, Newt tratou de transformar em um casamento.
Ele nunca se imaginou casado e constituindo família, mas com Tina isso lhe parecia tão natural e necessário que quando ele deu por si ela já estava ali fazendo parte de sua vida e de suas criaturas. Inúmeras mudanças ocorreram com ele desde então, ele se viu cada vez mais desejoso da presença e do seu caloroso corpo, especialmente considerando-se o fato de que, com apenas dois meses de casados Tina foi enviada a uma missão na Ucrânia, deixando-o temeroso, cheio de saudades dela e dos sons que ela fazia quando eles faziam amor, tornando suas noites cada vez mais solitárias.
Newt estava se lembrando da vez em que eles corriam pelo Ministério Francês e que ela amarrou Theseus a uma cadeira quando ela descia as escadas chamando por ele. A lembrança lhe rendeu um riso incontido, mas também um arrepio e um calor que lhe subiu às faces. E se ele pedisse para ela amarrá-lo da mesma forma? Newt automaticamente se repreendeu, ela o acharia um pervertido, com certeza. Mas a lembrança da destreza que ela demonstrava com os feitiços de amarrar o deixava definitivamente desconfortável em suas calças.
- Do que você está rindo? - A voz ligeiramente divertida o sobressaltou. Ele estava tão imerso em seus pensamentos sobre Tina sendo dominante sobre ele que não viu que ela já estava ali bem à sua frente, sorrindo e certamente esperando por uma saudação de bom retorno minimamente agradável.
- Me desculpe, amor - Ele respondeu e se adiantou para cercar a cintura esguia da esposa enquanto ela o recebia jogando os braços ao redor de seu pescoço, uma das mãos indo pousar imediatamente em sua nuca, a fim de brincar com os cachos ali. - Eu estava pensando em você.
- E porque a risada? - Ela levantou a sobrancelha.
- Eh… eu estava lembrando do dia que você amarrou Theseus em uma cadeira.
Tina deu uma sonora gargalhada: - Já pensou o quão bizarro é você amarrar seu futuro superior no trabalho a uma cadeira?
Newt se aproximou ainda mais, roçando os lábios sobre os dela em um sussurro e confessou: - Eu só sei que, além de ter sido um dos melhores momentos da minha vida, foi bastante excitante ver você demonstrando toda essa habilidade com cordas…
Tina levantou a sobrancelha novamente e aproximou os lábios sob o ouvido do homem: - Não sabia que meu marido iria gostar de que eu fosse a dominante… senão já teria proposto isso a muito tempo…
Newt sorriu: - Eu também não sabia até…
Mas Newt foi impedido de concluir seu pensamento ao sentir a mão de Tina que estava pousada em sua nuca agarrar os cachos que que ali habitavam e puxar seu cabelo bruscamente, fazendo seu pescoço se arquear. Ele gemeu, já sentindo seu membro endurecer rapidamente em resposta e Tina notou, ao passar a mão livre sobre o tecido entre suas pernas.
- Vejo que gosta… - ela murmurou e o soltou, apenas para jogá-lo sobre a cadeira que ele costuma usar na sua escrivaninha para tomar anotações e manuscritos em geral, e, com a mesma destreza que ele outrora a vira usar contra Theseus, ela amarrou-lhe os pulsos contra as costas do assento. Ele forçou os pulsos contra as cordas, as sentiu cortarem levemente sua pele e suspirou com a sensação da dor bem-vinda.
Ele levantou o olhar para a mulher à sua frente que ostentava uma expressão séria e lasciva, que se tornava ainda mais excitante somado ao seu habitual casaco de couro e a varinha em riste em sua mão. No entanto, por alguns momentos Tina interpretou incorretamente o rubor intenso no rosto do marido e as lágrimas que se acumulavam no canto de seus olhos.
- Tudo bem, Newt? Se você quiser paramos aqui mesmo e...
Newt balançou rapidamente a cabeça, interrompendo seu devaneio: - Está tudo bem amor… Pode continuar.
Tina ainda pareceu incerta por um momento e veio sentar em seu colo de frente para ele, seu centro aquecido diretamente sobre seu comprimento endurecido. Embora ele não pudesse sentir devidamente o calor dela por conta das camadas de roupa, ela podia sentir facilmente a dureza distinta entre suas pernas. Ela sorriu e o provocou, mexendo os quadris sensualmente, arrancando um suspiro débil do marido. Ela cessou brevemente o movimento dos quadris apenas para unir os lábios aos dele num beijo luxurioso que os deixou ofegantes. Tina deixava os dedos deslizarem sobre os lados do pescoço e a nuca de Newt, notando, satisfeita, que isso provocava arrepios em sua pele. Era impressionante o poder que ela tinha sobre ele naquele momento e decidiu fazer bom uso disso.
Tina continuou a exploração de seu corpo com os lábios, começando a sugar um ponto pulsante em sua garganta, enquanto os dedos desabotoavam sua camisa e descobriam o peito tonificado e coberto de cicatrizes. Newt suspirou quando as mãos dela se arrastaram sobre sua pele, seguida pela boca talentosa que cobria de beijos e lambidas cada cicatriz exposta. Ele deu um gemido baixo de dor ao forçar os pulsos contra as cordas mais uma vez, fazendo com que Tina erguesse a cabeça, lhe oferecendo um sorriso diabolicamente angelical.
- Perdão… esqueci de avisar que quanto mais você forçar os pulsos, mais as cordas apertarão...
Newt arfou quando ela voltou ao seu trabalho, agora os dedos delgados desfazendo habilmente os fechos da calça. Ele apenas teve tempo de erguer ligeiramente os quadris para ajudá-la a puxar a roupa, agora coberto apenas pela fina camada de sua camisa aberta. Tina morde o lábio, parecendo indecisa de como começar a desfrutar do delicioso corpo disposto à sua frente. Ela decide então por se ajoelhar entre as pernas abertas de Newt e deixou as mãos correrem na parte interna das coxas, sentindo os músculos fortes se contraírem em reação ao contato. Quando chegava perto do membro endurecido e latejante, recuava as mãos, deixando o marido cada vez mais ansioso pelo seu toque, mas ao mesmo tempo ele relaxava gradativamente.
- Melhor? - Ela perguntou.
Newt assentiu e mordeu o lábio ao sentir a boca de Tina passeando sobre a pele na parte interna de suas coxas, pousando tão levemente feito asas de pássaro. Ela subiu aos poucos até seu rosto pairar próximo à ereção palpitante, um sorriso desonesto e provocante em seus lábios rosados.
- Posso provar você? - Ela sussurrou, deixando um dedo magro deslizar sobre a pele quente de seu pênis.
Newt quase se desfez ali mesmo com a mera sugestão. Nesses 3 meses juntos, eles haviam feito amor com frequência, a despeito do último mês em que Tina passara longe. Ele mesmo já a havia provado inúmeras vezes, deliciando-se com seu sabor requintado. A lembrança dela remexendo os quadris procurando atrito contra sua língua foi o que o ajudou a aguentar os tortuosos dias longe dela. Ainda assim, Tina propondo a retribuir o agrado era uma novidade…
Que ele jamais recusaria.
Foi apenas o tempo de assentir e Tina iniciou depositando beijos suaves, iniciando desde a base e seguindo um caminho lento até a ponta de onde já saía uma gota transparente. Newt fechou os olhos, saboreando a sensação dos lábios de sua esposa sobre ele, que se tornou ainda mais intensa quando sentiu o deslize de algo quente e úmido. Tina agora o lambia em movimentos lentos apenas para, em seguida, envolver os lábios ao redor do membro que latejava, de tão duro. Ali, Newt soube que estava completamente perdido. Ele fechou os olhos com força e gemeu alto ao senti-la iniciar o movimento de sucção, uma mão envolvendo a base enquanto ela o sugava, a cabeça balançando para cima e para baixo. Ele tinha certeza que não ia aguentar e estava se preparando para avisá-la quando, em meio à névoa de sua excitação, ele ouviu um barulho estalado e a boca de Tina foi substituída por sua mão macia, que agora o acariciava suavemente.
- Newt, amor… olhe pra mim - Ela disse, a voz rouca de desejo, e ele obedeceu.
Newt apertou a mandíbula ao ver Tina entre suas pernas, sorrindo toda inocente enquanto, ocasionalmente, sua língua explorava-lhe o membro duro, sem deixar de olhá-lo no fundo de seus olhos. Newt jamais havia visto algo tão excitante.
- Tina, amor… - Ele suplicou, o rosto afogueado. Ela abriu a boca e o sugou novamente, os olhos ainda presos no dele, provocando-o até o fim. - Por Merlin, não me olhe assim…
- Assim como? - Sua boca o soltou brevemente, a voz arrastada e quente, a mão sem deixar de acariciá-lo.
- Com essa carinha inocente... - Ele respondeu, ofegando, e ela sorriu. - Eu não vou aguentar...
Tina se levantou de repente e Newt notou que embora ele estivesse em tamanha vulnerabilidade, ela continuava completamente vestida, ainda que o vermelho de sua boca houvesse se intensificado, assim como o rubor em seu rosto e seus olhos brilhando como fogo na água. Definitivamente os olhos de salamandra.
- Tira essa roupa… - Ele grunhiu, tentando por tudo não forçar mais os pulsos que continuavam amarrados. Tina ergueu uma sobrancelha. - Por favor… - ele implorou.
Tina poderia ter apelado à mágica para se livrar das roupas rapidamente, mas ela sabia que o marido gostava de ver a pele pálida sendo descoberta aos poucos. Ela viu o brilho nos olhos dele aumentar a cada peça de roupa retirada e, por fim, quando estava completamente nua seus olhos pareciam querer engoli-la por inteiro.
- E agora? Você não pode me tocar… - Ela provocou, mordendo o lábio.
Newt se remexeu um pouco na cadeira. Ele queria tocá-la, senti-la mais que tudo, porém a lascividade de ser impedido de fazer exatamente o que mais queria o excitava até o fim.
- Se você chegar mais perto posso fazer algo ainda melhor...
Tina se aproximou vagarosamente, colocando-se novamente entre as pernas de Newt, mas dessa vez em pé, e tocou suavemente suas têmporas enquanto ele cobria a região da barriga de beijos e leves mordidas fazendo-a se contorcer devagar, até que, mais uma vez ela se sentou em seu colo, agora a umidade de sua abertura pousando diretamente contra a carne endurecida e quente. Ela gemeu baixinho e o beijou, deixando a língua invadir sua boca com demasiada veemência, enquanto o tomava na mão e deslizava a ponta inchada contra si mesma várias vezes, reunindo umidade, até que finalmente afundou sobre ele. Newt gemeu alto ao sentir seu calor aveludado cercando-o tão deliciosamente mas Tina sequer parou para se ajustar e imediatamente começou a remexer os quadris e agarrou-se ao pescoço do marido, sugando aquele ponto abaixo da orelha que sabia que o descontrolava.
Tina iniciou o deslize completo sobre seu comprimento, finalizando com movimentos circulares dos quadris, permitindo-o que ele a penetrasse profundamente. No entanto, ela sentia falta de uma conexão mais profunda, então rapidamente pegou a varinha na escrivaninha pequena ao lado deles e, sem perder tempo, soltou os pulsos de Newt, que sentiu o formigamento do sangue correndo de volta aos dedos mas sequer se importou: ele imediatamente agarrou a curva do traseiro de Tina e impulsionou os próprios quadris para cima, indo ao encontro dos movimentos dela, arrancando gemidos altos de seus lábios rosados, o nome dele ecoando pelo lugar.
Newt enterrou o rosto no vale entre seus seios e, antes que pudesse se conter, ele a carregou em seu colo, ainda embainhado dentro dela, e a depositou na escrivaninha. Seus troncos se afastaram brevemente e ela olhou para o ponto onde seus corpos permaneciam unidos. Newt tocou um dos seios macios, chamando sua atenção e ela o olhou, os olhos cintilando na escuridão, o fogo neles cada vez maior e Newt não resistiu mais… agarrou a curva de seus quadris e a puxou bruscamente contra ele, penetrando-a cada vez mais furiosamente. Tina mordeu o lábio com força e, de repente, seu orgasmo se fez presente quando ela se agarrou desesperadamente ao marido, as costas arqueadas e dedos dos pés enrolados.
- Isso, Tina… sim… - Ele sussurrou contra a boca dela, antes de segui-la para o abismo.
Tina permaneceu ali agarrada a Newt, ofegante, enquanto recuperava os sentidos. Newt ergueu a cabeça da curva de seu pescoço, onde ele respirava fundo, sentindo seu cheiro almiscarado, um sorriso desonesto em seu rosto afogueado.
- Fizemos uma bagunça! - Ela riu e se mexeu ligeiramente, fazendo com que o membro agora amolecido saísse dela - Ops…
- Ok… Vamos subir, preciso lhe fazer um pouco de chá. - Newt riu, enquanto procurava as peças de roupas jogadas pelo chão.
- Precisa? - Tina levantou uma sobrancelha - Tão britânico...
Newt cercou sua cintura com um braço e a desceu da escrivaninha. - Você sabe muito bem que é só uma desculpa para ficarmos juntos… Senti sua falta. - Ele disse, depositando um beijo rápido em seus lábios.
- Eu também… - Tina respondeu. E num tom provocante acrescentou: - Que tal um 2º round depois do chá?
Só se me deixar retribuir a gentileza e amarrar você naquela cama… - Newt murmurou contra a boca dela, antes de puxá-la para um beijo que prometia reacender o fogo agora baixo. Tina era o motivo de seus desejos mais ardentes, afinal.