Amélia - Filhos da Paixão #1

By rrbeatrice

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Esse é o primeiro livro da série Filhos da Paixão, spin-off da Série da Paixão. Amélia é o livro que dá inici... More

Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo

Capítulo 6

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By rrbeatrice

Ele me achou.

Não que eu tivesse a ilusão de que ele não me descobriria aqui, Michael sabe que nasci no Texas, mas achei que teria mais tempo.

Mais tempo para contar para minha família, mais tempo para pensar no que fazer.

Quase não dormi de noite, fiquei o tempo todo dividida entre me atormentar por causa de Nate e por causa das flores de Michael.

Só consegui dormir um pouco depois que amanheceu. Acho que na verdade eu estava com medo do escuro, com medo de fechar os olhos e sonhar com Michael.

Sentada no balcão da cozinha brinco com um pedacinho de pele solta no canto da minha unha enquanto meu café esfria.

Penso no dia que conheci Michael e como ele pareceu a solução de todos os meus problemas. Como ele era encantador e charmoso.

Pela primeira vez achei mesmo que tinha encontrado uma pessoa especial que finalmente me faria esquecer por completo a sombra da paixão que eu tinha sentido por Nate.

E no começo foi bom. No começo foi maravilhoso. E de repente, tudo mudou.

Bem, na verdade não foi de repente, a verdade é que eu fui ignorando os pequenos sinais porque achava que estava apaixonada.

Achava que Michael tinha tido um dia ruim ou até mesmo que eu tinha feito algo para merecer aquilo. Sendo sincera comigo mesma, as vezes ainda acho que a culpa foi minha.

É por isso que é tão difícil contar para minha família, sinto tanta vergonha. Sinto que preciso contar para alguém sobre Michael, sobre tudo o que ele fez e o fato dele ter me encontrado aqui. Mas quem?

Se eu contasse para meu pai ou até mesmo para meus irmãos, eles ficariam possessos. Não duvido nada que eles iriam atrás de Michael e lhe dariam uma surra feia, e então eles estariam em apuros por minha causa.

Se eu contar para minha mãe, bem, ela contará para papai. E mesmo que não conte, sinto tanta vergonha só de pensar em lhe contar o que aconteceu.

Nesses momentos é que uma irmã mais velha viria a calhar, penso com um sorrisinho no rosto.

De repente tenho uma ideia. Kathleen seria uma ótima ouvinte. Eu poderia ligar para ela.

Ela não é mais velha e também não é minha irmã, mas é minha prima e nós sempre nos demos muito bem. Ela é incrível!

Eu tenho vários primos e primas, mas acho que Kathleen e eu sempre fomos mais próximas, mesmo ela morando longe.

Vou até meu quarto e pego meu celular, procurando pelo número da minha prima.

Oi, aqui é a Kath! No momento não posso atender, mas deixe seu recado e eu retorno o mais rápido que der. Tchauzinho.

Assim que ouço o beep deixo um recado.

— Oi, Kath! Como vai? Aqui é a Amélia...a sua prima. Faz tempo que a gente não se fala, não é? Espero que esteja tudo bem com você. Sabia que voltei pra Dallas? Pois é...me liga quando puder, pra gente bater um papo, sei lá. Tchau!

Encerro a chamada com um misto de alívio e apreensão. Acho que foi uma boa coisa a Kath não ter atendido. Eu fui impulsiva ao ligar para ela, não acho que teria coragem pra contar tudo agora.

Vou tomar um banho e coloco uma roupa de ginástica velhinha, a única que eu tenho. Decidi que como parte dessa nova fase da minha vida, vou começar a fazer caminhadas sempre que eu puder, talvez até comece a ir na academia umas duas vezes por semana.

Do meu chocolate eu não abro mão, mas acho que posso começar a me exercitar mais. Acho que pra isso vou precisar comprar um tênis melhor.

Pego meu celular, meus fones de ouvido e as chaves. Ao sair do apartamento vejo as flores horrorosas. Pego o vaso e jogo ele no lixo no lado de fora do prédio.

Começo a caminhar em direção ao parque próximo ao meu apartamento e coloco os fones de ouvido, escutar música sempre me anima quando vou fazer algo que na verdade não estou muito a fim de fazer.

Caminho até o parque e dou algumas voltas por lá. Recebi alguns olhares de alguns homens, mas não sei se foi porque eles me acharam interessante ou porque eu estava cantarolando as músicas que só eu estava ouvindo.

Depois de alguns minutos, vou até um comerciante na rua e compro uma garrafa de água gelada e começo a voltar para casa.

Passo por uma vitrine que chama minha atenção e paro abruptamente, quase fazendo a pessoa atrás de mim tropeçar.

— Desculpe. — Peço e olho para a loja de animais que chamou minha atenção e decido entrar.

Sinto o cheiro de ração assim que coloco o pé na loja. O sino em cima da porta faz barulho e logo uma mulher aparece com um sorriso simpático no rosto.

— Olá!

— Olá, querida! Como posso ajudar?

— Vocês têm gatos para adoção? — Pergunto.

— Ah, temos sim! — A mulher diz, empolgada. — Felizmente não temos muitos, parece que ter um gatinho agora virou moda. Muitas pessoas aparecem aqui procurando um todos os dias.

— Posso ver eles?

— Claro, claro! Venha.

A mulher então me leva para o fundo da loja onde vejo várias gaiolas para animais e sinto meu coração se apertar um pouco. É por isso que normalmente não venho nesses lugares, dá vontade de levar todos.

— Pode escolher. — Ela diz e eu vou andando devagarinho, cumprimentando todos os gatinhos. Alguns são bem pequenos e outros já estão maiorzinho.

Sei que nesse tipo de situação não somos nós que escolhemos, mas sim os gatinhos que nos escolhem, então caminho calmamente esperando para ser escolhida.

Até que paro em frente a uma gaiola com um gatinho amarelo com o focinho e o peito brancos. Ele ou ela se aproxima sem medo e começa a cheirar meu dedo.

— Oi, amiguinho!

O gatinho cheira muito curioso o meu dedo e então dá algumas lambidinhas.

— Ah, acho que ele gostou de você. — A mulher diz, dando um sorrisinho.

— Posso pegar ele no colo?

— Claro! — Ela diz e abre a gaiola, pegando o gatinho e entregando pra mim.

— Qual o nome dele?

— A gente chama ele de Bolinha porque ele sempre dorme encolhidinho como uma bola.

— É macho então?

— Acho que sim, não sei quantas semanas ele tem exatamente, mas deve ter umas 5 ou 6 semanas.

— Ele é tão lindo! E está me olhando de um jeito...ah, é esse, eu quero ele.

— Na verdade, acho que é ele que quer você.— Ela diz e eu concordo.

Depois de escolher o Bolinha, compro um saco de areia perfumada, pázinha, ração, uma bandeja de plástico para ele ir no banheiro e várias outras coisas que ele possa precisar.

Meu filho vai ser muito mimado, ah se vai!

Peço para entregarem as coisas no meu apartamento, pois saí de casa com pouco dinheiro. No caminho de volta para o apartamento, seguro Bolinha bem juntinho do meu peito para ele não se assustar com os barulhos dos carros e começo a pensar em um nome para ele.

Olho para seu pelo amarelinho e tenho uma ideia.

— Já sei! Você vai se chamar Parmesão, porque é amarelinho como o queijo.

Quando chegamos em casa deixo Parmesão no chão para ele explorar o lugar que vai ser seu novo lar.

Alguns minutos depois ouço uma batida na porta.

— Deve ser as suas coisas. Que rápido! — Digo para o gatinho que está tomando água de um pratinho que coloquei no chão.

Mas quando abro a porta dou de cara com Logan e sua cara fechada.

— Oi!

— O que foi que aconteceu com você? — Ele pergunta, parecendo irritado e entra no apartamento.

— Cuidado pra não pisar no Parmesão.

— Pisar no que? — Ele pergunta, olhando pro chão.

— No meu gatinho.

— Seu gato se chama Parmesão? Que tipo de nome estranho é esse?

— É que ele é amarelinho como um...

— Não importa, Amélia. Eu vim aqui pra saber o que foi que aconteceu ontem, porque você disse pro Nate que prefere ficar comigo? Ele foi me ver hoje e disse um monte de merda, que se você queria a mim tudo bem, mas se eu te machucasse ele quebraria a minha cara.

— Eu não disse que preferia você, não com essas palavras. Eu posso ter dado a entender que...ah, não importa. É melhor assim.

— Como assim? Eu deixei vocês dois sozinhos e cheios de tensão sexual rolando. Por que vocês dois não estão juntos agora? Vocês dois se gostam!

Olho para Logan e então penso que essa não é uma relação tradicional entre assistente pessoal e chefe. Desde o começo Logan tem agido mais como meu amigo que meu chefe e eu gostei disso, mas agora sua intromissão está me irritando.

— Por que isso te interessa? — Pergunto, cruzando os braços.

— Porque sim! Eu conheço Nate há muitos anos e nunca o vi olhar pra alguém do jeito que ele olha pra você. E quando eu vi o jeito que você olha pra ele...

— Eu não olho de jeito nenhum pra ele.

— Ah, olha sim! Eu sou um cara muito observador, esqueceu? Vocês se gostam e eu quero que meu amigo seja feliz, mas agora você estragou tudo porque ele acha que você gosta de mim. — Ele diz, irritado, colocando as mãos na cintura.

— É melhor desse jeito, Logan. Nate não gosta de mim, ele apenas me deseja, isso ficou bem claro ontem. E quer saber? Você tem razão, eu ainda gosto dele, tá? E é justamente por isso que eu tive que dar um fora nele ontem, porque se eu não tivesse feito isso, a essa altura, eu estaria nua na cama dele e com o coração quebrado mais uma vez quando Nate se cansasse do meu corpo e fosse para a próxima conquista.

Logan olha pra mim com algo estranho nos olhos e odeio pensar que talvez seja pena. Ele solta um suspiro cansado e esfrega a bochecha, onde posso ver que sua barba começa a crescer.

— Não é só desejo que ele sente por você, Amélia.

— Como você sabe? Ele te disse isso?

— Não, mas eu já vi Nate com várias mulheres que ele desejava. Pra você ele olha com algo mais, não sei explicar. Nate é...bem, ele é um cara complicado, você deve saber mais do que eu disso. Ele é bem teimoso e não demonstra os sentimentos com muita facilidade.

— Isso é porque ele não tem sentimento nenhum. — Digo, emburrada.

— Isso é o que ele quer que você pense, mas está longe da verdade. Apesar de achar que ele me odeia agora, Nate é um amigo muito dedicado, do jeito dele é claro. Ele já me ajudou muito com os dramas da minha família. Você só precisa ter paciência com ele, Amélia.

— E arriscar meu coração no processo? Não, obrigada!

— Você não acha que valeria a pena?

— Talvez, não sei. Não vou me arriscar a descobrir. Eu acabei de sair de um relacionamento complicado, Logan, não posso correr o risco de me entregar para Nate e ele continuar sendo frio e insensível e depois me descartar para sair com outra modelo da Victoria Secrets. Eu pensei muito e decidi que vou ficar solteira pro resto da vida. — Digo decidida e ele me dá um sorrisinho.

— Pro resto da vida? Isso é muito tempo.

— Eu sei, mas é o que eu decidi.

— Esse seu antigo namorado deve ter feito um belo de um estrago. — Ele diz e eu penso, você não faz ideia.

— Sabe, ao contrário da crença popular, nem todo homem é igual, Amélia.

— Não sei não.

— Só porque esse seu outro namorado te magoou não quer dizer que Nate fará o mesmo. Não acha meio radical desistir dos homens depois de apenas um relacionamento fracassado?

Talvez, penso. Mas meu relacionamento com Michael foi muito mais além do fracasso, foi um desastre épico. Claro que não posso dizer isso para Logan.

— Se Nate quisesse ficar comigo, ele teria dito quando me declarei para ele quatro anos atrás.

— Quatro anos atrás você era menor de idade. Tente entender a situação. Nate é mais velho e amigo da sua família, o que pensariam dele se ele tivesse se relacionado com uma garota de 17 anos? Mas agora é diferente, você é adulta.

— Então por que é você que está aqui e não ele? Se ele me quisesse mesmo do jeito que você acha, ele me procuraria e me diria com todas as letras o que sente.

— Deus do céu, vocês dois são teimosos como uma mula. Se merecem mesmo! Já não expliquei que com Nate o buraco é mais embaixo? Ele não sabe como expressar os sentimentos, por isso estou me esforçando tanto aqui, Amélia, pra dar um empurrão inicial no relacionamento de vocês.

— Você está sugerindo então que eu tome a iniciativa? Que eu coloque meu coração na linha de batalha sem saber se ele vai voltar inteiro ou destroçado?

— Isso mesmo!

— Você já se apaixonou alguma vez na vida, Logan?

— Já, acho que sim, não sei.

— Se você tivesse se apaixonado de verdade você saberia que sim e me compreenderia. Eu não estou podendo mais com drama e decepções, Logan.

— Você está supondo que vai se decepcionar, quando na verdade não tem como saber. E se você se arriscar e se jogar de cabeça e acabar sendo a melhor coisa que você já fez? — Logan diz e se aproxima, colocando a mão em meu ombro.

— Quem sou eu pra te dizer como viver sua vida? Ninguém. Mas eu tenho a nítida sensação de que o que você e Nate sentem é algo que vale a pena, por isso estou aqui, excedendo meus limites como chefe e amigo.

Logan me encara com seus olhos penetrantes e suas palavras vão se repetindo na minha cabeça.

— Prometo que vou pensar sobre o assunto. — Digo por fim, depois de vários segundos de silêncio.

— Ótimo.

— Mas você tem que prometer que vai parar de bancar o cupido. — Digo e ele sorri largamente.

— Fechado. Isso é estressante demais e além do mais, não acho que fico bem de frauda e com uma aljava nas costas. — Ele diz e eu rio.

Logan então me abraça e beija meus cabelos.

— Sempre quis ter uma irmã para proteger, deve ser legal.

— Por favor, se quer ser meu amigo, por mim tudo bem, mas já estou cheia de irmãos superprotetores em casa, não preciso de mais um. — Digo e ele ri e assente.

— Até segunda, Amélia.

— Te vejo no escritório. — Digo e acompanho Logan até a porta.

Depois que fico sozinha com Parmesão no apartamento, começo a pensar no que Logan me disse.

Ele acha que eu devo arriscar, mas ele não sabe como é estar com o próprio coração em jogo.

Eu sei.

Música do capítulo: Shake It Out da banda Florence + The Machine.

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