Amélia - Filhos da Paixão #1

By rrbeatrice

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Esse é o primeiro livro da série Filhos da Paixão, spin-off da Série da Paixão. Amélia é o livro que dá inici... More

Sinopse
Prólogo
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo

Capítulo 1

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By rrbeatrice


Algum tempo depois...

Ainda com os olhos fechados estico o braço e desligo o despertador.

Esfrego o rosto e abro os olhos, a única luz no quarto escuro vem dos números brilhantes que indicam que são seis da manhã.

Levanto-me e vou direto ao banheiro, escovo os dentes e visto um shorts de corrida e uma regata branca.

Vou até a cozinha e paro ao ver a revista Forbes em cima do balcão. Os solteiros mais cobiçados do ano.

Estar na lista de jovens ricos e solteiros da revista pelo terceiro ano consecutivo me trouxe mais dor de cabeça do que eu poderia imaginar.

Pego a revista e a jogo no lixo antes de abrir a geladeira e pegar os ingredientes para meu smoothie.

Coloco os cubos de gelo, meia xícara de goji, pedaços de abacaxi e um pouco de água de coco no liquidificador e bato tudo até todos os ingredientes se misturarem e formarem uma bebida de um laranja forte.

Depois de despejar o conteúdo do liquidificador em um copo e beber tudo, prendo meu Ipod ao meu braço com a ajuda de uma braçadeira e saio para o ar fresco da manhã.

Coloco para reproduzir a minha seleção de músicas da banda Nine Inch Nails e começo minha corrida matinal ao som de Closer.

Closer é a música mais visceral, crua e perturbadora que eu conheço. Às vezes parece que foi feita pra mim, pra ser a trilha sonora da minha vida. Na verdade, muitas músicas dessa banda parecem ter sido escritas diretamente pra mim. Como por exemplo a próxima música da playlist. Eu me feri hoje, pra ver se ainda sinto. Eu foquei na dor,a única coisa que é real. A agulha abriu um buraco, a familiar velha picada, tento matá-la de todos os jeitos, mas eu me lembro de tudo.

Sim, eu me lembro de tudo.

Não vou fingir que sinto pena de mim mesmo, que eu fui o único a ter uma infância fodida, mas sim, eu me lembro de tudo. Tudo que me tornou quem eu sou hoje.

Duro. Frio. Incapaz de amar de verdade.

Não importa o tamanho da ferida, todas acabam virando cicatrizes no final. E o grande desafio é conviver com elas. Observá-las e senti-las todos os dias, uma lembrança constante do quanto você está quebrado além de qualquer reparo.

Gosto de correr o mais rápido que consigo porque tudo ao meu redor se transforma em um borrão. Como se o mundo que eu conheço já não existisse mais.

E nesse momento não existe mais nada. Apenas eu e o vento que esfria minha pele.

Depois de quarenta minutos estou de volta ao meu prédio e vou direto para a academia. A maioria das pessoas está acordando nesse exato momento, o que faz com que o local esteja deserto.

Faço vinte minutos de uma combinação poderosa que exercita todo o meu corpo e então vou tomar uma chuveirada antes de ir trabalhar.

Saio do banho e enrolo a toalha em volta da cintura. Vou até meu closet e passo os dedos pelos ternos e depois pelas camisas dobradas perfeitamente.

Escolho uma camisa clara e um terno Armani. De frente para o espelho faço o nó em minha gravata e abro a gaveta onde fica a minha coleção de relógios.

Antes de ir ao escritório paro em uma padaria e tomo café da manhã.

Entro em meu Aston Martin e sigo para o centro de Dallas, no Texas, onde fica a sede da Intelli.

Intelli é a empresa que eu e meu colega de faculdade, Logan, fundamos quando nos formamos. A Intelli desenvolve e fabrica computadores, softwares e vários outros produtos eletrônicos e é uma das maiores empresas do ramo de todo o país.

Ao chegar ao prédio de 40 andares localizado no coração da cidade, subo até meu andar e assim que saio do elevador vejo Karen, minha secretária, em sua mesa.

— Bom dia, Karen.

— Bom dia, senhor. Ah, bem, tem uma pessoa que...— Ela levanta apressada e contorna sua mesa parecendo preocupada.

— O que foi? — Pergunto, entrando em minha sala.

— É que tem alguém esperando pelo senhor. — A ouço dizer, baixinho, com certeza preocupada que eu lhe demita por deixar alguém entrar em minha sala sem minha autorização.

Paro abruptamente e encaro o homem sentado em minha cadeira. Vejo sua sobrancelha loira levantar, imitando o meu movimento.

— Está tudo bem, Karen. Pode ir. — Digo e a vejo ficar branca como papel.

Percebendo o mal entendido, lhe tranquilizo.

— Eu quis dizer que pode voltar para sua mesa. — Esclareço e ela parece aliviada.

— Sinto muito, senhor. — Ela diz antes de sair e fechar a porta.

— Secretária nova? — Ele pergunta.

— É bom que você tenha uma boa desculpa para estar sentado em minha mesa.

— Que tal isso...eu vim para lhe dar um chute nessa sua bunda branca e feia.

— E como exatamente você faria isso? — Pergunto, em um tom arrogante.

— O que, você acha que eu não conseguiria te dar uma surra se quisesse?

— Acho que você poderia tentar. — O provoco e então ele se levanta e vem em minha direção.

Um sorriso torto surge nos lábios de Chris e ele me dá um abraço.

— Não acredito que você me fez vir até esse chiqueiro para falar com você. — Ele diz, brincando. Tanto Chris quanto eu sabemos que esse prédio está muito longe de ser um chiqueiro. É um dos mais luxuosos do país.

— Você poderia ter ligado. — Digo e caminho para minha mesa.

— Para você ignorar minhas chamadas? Acho que não. — Chris diz, virando-se.

— Está tudo bem com o tio Vince e a tia Ella? — Pergunto.

— Está sim, obrigado por perguntar. Na verdade, vim aqui para lhe fazer um convite. Você sabe que o aniversário de mamãe é amanhã, não é?

— Sei. — Respondo, inclusive, já havia até mesmo comprado um presente.

— Meus pais queriam comemorar em uma viagem só os dois, mas eles mudaram de planos depois que Amélia ligou e disse que está voltando para casa. — Chris diz casualmente e eu fico tenso por um segundo a menção do nome dela, mas então me lembro que aquilo foi há quatro anos e as coisas mudaram.

— Amélia está voltando?

— Está sim, vai chegar hoje à noite. Por isso minha mãe decidiu que quer passar o aniversário com os filhos. Todos eles. Por isso estou aqui, para te informar que sua presença é esperada amanhã na hora do almoço.

Tia Ella sempre foi muito gentil comigo, mas estou longe de ser um filho para ela. Minha mãe de verdade não me quis, então por que ela iria querer? Por que qualquer um iria me querer?

— Sei que você deve estar ocupado comandando o seu império tecnológico, mas com certeza tem um tempinho para a sua família, não é? Quer dizer, se você dispensar uma ou duas das suas amantes, deve sobrar um tempinho para nós.

— Você fala como se fosse um celibatário. — Digo, me movendo de um lado para o outro em minha cadeira de rodinhas.

— Não se esqueça que você está naquela lista também. — Provoco. Chris odiou mais do que eu a atenção que recebeu depois de entrar para a lista dos solteiros mais cobiçados daquela revista idiota.

— Com certeza, se fossemos comparar os números, você estaria bem na frente, irmão.

— O que é que as mulheres com quem eu durmo tem a ver com o aniversário da tia Ella?

— Só estou dizendo que quero você lá amanhã. Minha mãe vai me matar se você não aparecer, mas antes que ela consiga fazer isso, eu venho aqui e pessoalmente mato você.

Penso em suas palavras. Seria tentador inventar uma desculpa para não comparecer a esse almoço. Eu poderia enviar o presente pelo correio e pronto. Assim não teria que ver Amélia.

Mas pensando a longo prazo, se ela está mesmo se mudando de volta para o Texas, vou acabar encontrando com ela uma hora ou outra. Adiar o inevitável seria burrice.

A última vez que eu a vi foi há quatro anos atrás, depois que ela confessou seus sentimentos por mim e eu, como o brutamonte que sou, a magoei.

Mas isso está no passado. Com certeza a paixãozinha boba que ela sentia por mim não existe mais, e a atração doentia que eu sentia por ela também não existe mais.

— Tudo bem, vou aparecer por lá amanhã. — Concordo e vejo alívio brilhar nos olhos claros de Chris.

— Ótimo. Vamos nos encontrar no restaurante preferido da mamãe. Não se atrase.

Música do capítulo: Everyday is exactly the same da banda Nine Inch Nails (a banda preferida do Nate)

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