Só quero passar por aqui rapidinho para falar que eu sinto muitíssimo por ter demorado tanto pra atualizar. Nesse espaço de tempo meu computador quebrou, eu passei por um tempo de desconexão com a história, odiei minha escrita por dias seguidos e ughhhh não tem nada pior para uma pessoa que escreve que isso :( Espero que vocês gostem do capítulo, eu sinto muuuuito se não ficou o melhor de todos, mas acredito que dei o meu máximo, só estou um pouco enferrujada !
Espero não demorar novamente e quero saber se vocês estão preparadas para uma última queda livre na história. Últimos capítulos, mas gostaria de vir aqui dizer que não está sendo nada fácil para Benky.
Beijos <3
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Skylar Howard estava sozinha na cama quando acordou.
Abriu os olhos preguiçosamente, tateando o lado de Benjamin por alguns segundos antes de perceber que estava completamente sozinha no quarto dele. Piscou até se acostumar com a claridade que os vidros da cobertura forneciam ao lugar, vestindo um roupão por cima da sua lingerie antes de caminhar até o banheiro da suíte para jogar uma água no rosto.
Sorriu sozinha ao encarar seu próprio reflexo no espelho, deixando um suspiro sair dos seus lábios assim que se lembrou da noite anterior.
Tinha passado a última semana acordando ao lado de Benjamin, variando entre o apartamento dele, dela ou uma suíte no hotel Marlowe, como cortesia de James. Os olhos azuis do homem sempre eram a primeira coisa que ela via quando acordava, passando mais tempo entre os lençóis do que normalmente.
Naquele lugar, ao menos, eles tinham paz. Paz de não precisar de seguranças para sair de casa ou para se acostumarem com todas as revistas que estavam estreando na capa, desde o dia do Memorial de Eva. Criando um refúgio só dos dois, onde eles riam das manchetes exageradas e dos programas de fofoca que falavam dos dois, confortáveis com o passo que tinham tomado de frente ao público.
Ouviu um barulho alto assim que abriu a porta de correr da suíte principal do apartamento de Ben, seguindo-o até a cozinha. Estava preparada para perguntar o que o homem estava aprontando ali quando se deparou com outros olhos azuis que ela conhecia bem, junto de um sorriso grande e uma expressão de criança travessa.
Penelope Elle Marlowe.
— Bom dia, auntie Sky! — a primeira falou animadamente, levantando os braços para que pudesse ser colocada no colo. — Nós fizemos um bolo para você!
— Oh, Penny. Eu achei que fosse uma surpresa — Ben comentou fingindo estar bravo, fazendo a garotinha colocar uma mão na boca e sorrir como um pedido de desculpas silencioso para o tio.
Skylar não escondeu a surpresa com a visitante inesperada no apartamento, pegando-a no colo e passando um dos braços por baixo de suas pernas. Os cabelos loiros da pequena escorriam pelos seus ombros, apenas com um pequeno laço branco no topo das suas madeixas. Suas bochechas sempre rosadas faziam com que a mulher quisesse mordê-las a todo momento, junto com seu sorriso que era de família.
A blogueira apostava que, se houvesse uma foto de Eva, Aaron, Ben e Penny juntos, os quatro teriam exatamente o mesmo sorriso. Os dentes alinhados, uma leve covinha em uma das bochechas e os olhos apertados como em um dia ensolarado.
Depois a loira deixou seu olhar ir até Benjamin, que ainda vestia a calça cinza de moletom que tinha dormido com e uma blusa branca que era um número a mais do que ele normalmente vestia. Os cabelos bagunçados, pelo travesseiros e pelos dedos de Skylar, davam um toque final no homem, que continuava extremamente sexy sem esforço nenhum.
Como se ele precisasse de algum.
— Eu queria comprar, mas a Penny insistiu que nós conseguiríamos fazer um — Ben falou com uma das mãos apoiadas na bancada da cozinha e um sorriso no canto da boca. — Então nós fizemos.
Ele não parecia tão seguro do que falava, mas o sorriso de Penny, nos braços de Skylar, fazia a bagunça da cozinha e o trabalho que tiveram com o bolo fazer a pena.
— Feliz aniversário, auntie Sky! — Penny falou, deixando um beijo no rosto da mulher. — Nós amamos você!
Sky arqueou as sobrancelhas em surpresa com a fala da pequena, colocando uma mão em suas costas quando ela escondeu o rosto na curva do seu pescoço.
— Ela acabou de dizer que me ama? — Sky gesticulou com a boca sem emitir som nenhum para Benjamin, que se limitou a dar risada e assentir. — Eu amo vocês também, P.
A pequena se afastou um pouco para olhar diretamente para os olhos da loira, assentindo repetidas vezes com seu nariz empinado no ar, exatamente como o da sua mãe. Se aos seis anos ela parecia ter o mundo em seus dedos, Sky nem podia imaginar como ela seria quando atingisse a maioridade.
— Por que você não vai pegar o presente da auntie Sky, P? — Ben sugeriu, vendo-a assentir. — Ela está querendo te acordar desde quando chegou aqui.
Skylar sorriu, colocando-a no chão e assistindo-a desaparecer pelo apartamento poucos instantes depois.
Vinte e sete anos.
A idade que as pessoas que desfilavam pela calçada da fama não queriam chegar. Ou melhor, não queriam ficar.
Aquele número era marcado por tantas lembranças negativas que Sky desejou pular direto para os vinte e oito, mesmo que algumas pessoas pudessem pensar que era uma besteira ela pensar assim. Não era o tipo de pessoa que tinha medo de envelhecer, de criar rugas ou qualquer outra coisa que viesse com a idade, mas nunca fora uma grande fã dos seus aniversários.
Talvez porque, desde que era pequena, seus pais não tinham muito tempo para comemorá-lo. Filha do CEO do principal jornal de Nova Iorque e de uma das socialites mais famosas dos últimos vinte anos, Sky cresceu soprando velas sozinhas na mansão da sua família. Sem amigos, porque ela não era a melhor pessoa do mundo, sem sua família, porque eles não tinham tempo para isso, mas com todo o resto que uma criança poderia desejar. Um parque privativo montado no seu jardim, inúmeros presentes e uma quantidade de doces que iria assustar qualquer dentista.
Era por isso que o bolo, troncho e pouco acabado, que estava em cima da bancada da cozinha de Benjamin era especial. Mais especial do que ele podia imaginar.
Sky olhou diretamente para Ben, entrelaçando seus dedos assim que ele estendeu sua mão em direção a ela, colocando-a entre suas pernas. Ela sorriu ao olhar para seus olhos azuis, usando uma das mãos para retirar um pouco de farinha que tinha ficado nos cabelos escuros do homem, enquanto ele usava as suas para abraçá-la pela cintura.
— Sobrou farinha para o bolo ou ela ficou todo no seu cabelo? — Skylar brincou, vendo-o sorrir antes de balançar a cabeça de um lado para o outro, para tirar os resquícios de pó dali. — Obrigada pelo bolo.
— Não agradeça ainda, nós não sabemos se é comível — Benjamin brincou, mas metade dele tinha medo de não ter colocado algo certo na receita. Levou uma das mãos até os cabelos de Sky, sorrindo antes de voltar a falar. — Vinte e sete... Você está ficando velha, linda.
Ela mostrou a língua para ele, recebendo um beijo demorado na bochecha, fechando os olhos enquanto apreciava o toque dos lábios de Ben na sua pele.
— Não sou eu que estou ficando com alguns cabelos grisalhos — ela comentou afiada, passando os dedos pelos fios de Ben, vendo-o sorrir.
— Eu achei que você gostava deles — respondeu, vendo-a sorrir sem mostrar os dentes antes de assentir. — Feliz aniversário, Sky. Nós amamos você.
Repetiu a mesma frase da sobrinha, vendo um enorme sorriso crescer no rosto da loira enquanto suas bochechas ficavam rosadas. Ela segurou o queixo dele com uma das mãos, juntando seus lábios enquanto ele a segurava pela cintura.
— E eu prometo te recompensar se o bolo não ficar bom — Ben murmurou quando correu os lábios até o lóbulo da orelha dela, fazendo-a se arrepiar enquanto colocava as duas mãos por trás do pescoço do homem. — Nós podemos comprar uma daquela confeitaria famosa da quinta avenida, só não diga a Penny que iremos fazer isso.
— Ben — Sky murmurou, colocando um dedo em cima dos lábios dele para mantê-lo quieto. — Eu amei o bolo. E mesmo se ele não for comível, ele já é o meu favorito. Não há confeitaria famosa da quinta avenida que mude isso.
Benjamin sorriu. O sorriso que fez Sky se desmanchar, juntando seus lábios assim que ele se inclinou em sua direção.
Ela já tivera tantos bolos de confeitarias famosas da quinta avenida que aquele com cobertura rosa prestes a tombar pro lado e com duas velas brilhantes no meio, feito por Penny e Ben, tinha um significado especial.
— Você está preparada, auntie Sky?
Ouviram a voz de Penelope e quebraram o beijo, mas não separaram seus corpos. Skylar apenas virou parte do seu tronco para trás para que pudesse observar o corredor que separava a sala e a cozinha dos outros dois quartos que havia no apartamento. Ben variava seu olhar entre o espaço vazio e o rosto da loira, mas suas mãos apoiadas nas costas dela estavam inquietas.
— Acho que estou, P — Sky respondeu confusa, com um pequeno sorriso no rosto assim que a pequena se revelou no seu campo visual.
Penelope tinha as duas mãos atrás do corpo e um enorme sorriso no rosto, o que a loira imaginava que fazia parte da surpresa, indo em direção aos dois em pequeno passos. Ben a incentivava a continuar, passando a língua nos lábios assim que Penny parou exatamente na frente deles, revelando uma pequena caixinha de veludo em suas mãos.
A primeira coisa que Sky fez ao colocar os olhos na caixa foi rir, buscando respostas no rosto de Benjamin logo em seguida. Enquanto isso Penelope sorria, carregando o presente como se fosse o bem mais precioso do mundo, exatamente como seu tio tinha dito para ela fazer mais cedo.
— Ben... — Sky o advertiu, vendo-o dar risada da expressão que estava em seu rosto.
Juntou seus lábios por um pequeno instante antes de se afastar da mulher, abaixando-se até que ficasse da altura de Penny e recebesse a caixinha de veludo das mãos da pequena. Ben murmurou um 'obrigado' baixinho, deixando um beijo carinhoso no topo dos cabelos loiros da sobrinha antes de se levantar, olhando diretamente para os olhos escuros de Sky.
— Desde o começo disso — Ben começou a falar, apontando para si mesmo e para Sky, na sequência. — Eu tinha todos os motivos do mundo para acreditar que isso não daria certo e que eu e você ou terminaríamos quebrados ou nas capas das revistas.
Ela sorriu e seus olhos brilhavam da forma que eles sempre faziam quando estavam juntos. Se ficassem em silêncio, talvez até conseguiriam ouvir as batidas do coração dela ao se chocar com sua caixa torácica, aumentadas pelas palavras dele e pela caixinha que sua mão segurava.
— Nós estamos nas capas das revistas e tenho plena certeza que o que aconteceu nas últimas semanas tirou um pedaço da gente mas... Eu acho que isso é o mais parecido com felicidade que eu já tive em minha vida — continuou, sorrindo. — Quem diria que eu iria amar a garota dos holofotes de Nova Iorque e quem diria que eu iria agradecê-la todos os dias por ter acreditado em nós?
Passou a ponta dos dedos no rosto de Skylar, fazendo-a fechar os olhos ao receber o carinho, nem percebendo quando uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto.
Naquele momento, ela se sentia vulnerável.
Não era intocável como a mulher que aparecia nas capas de revistas ou poderosa como parecia em todo programa de TV que participava. Não era a estrela dos comerciais, nem a famosa das redes sociais.
Ali, ela era só Sky. E aquela era a sua melhor versão.
— Feliz aniversário, Skylar — murmurou perto do seu ouvido, antes de deixar um beijo demorado no topo dos seus cabelos loiros bagunçados. — Eu amo você.
Se o ar já não entrava nos seus pulmões quando Penny tinha mostrado a caixinha de veludo, Skylar teve que forçar uma respiração assim que Ben revelou o que estava dentro dela.
Um anel de brilhantes que refletiam as luzes do apartamento por todo o cômodo, com um enorme diamante no meio.
Sky sempre fora uma apreciadora de jóias, mas sabia que dentro das suas caixinhas não havia nenhum outro anel como aquele. Feito a medida, ela poderia dizer por não ter o design conhecido de nenhuma marca do país, delicado e dono de vários significados que não estavam sendo ditos naquela sala, enquanto ele era segurado pelas mãos trêmulas de Benjamin.
— Minha mãe sempre foi completamente apaixonada por jóias e ela sempre disse ao meu pai que queria que Aaron e eu ficássemos com todas elas — Benjamin explicou, retirando o anel da caixinha enquanto o avaliava com seus olhos azuis. — Esse era um dos seus favoritos e quando o vi, eu sabia que queria que você ficasse com ele.
Ben sorriu desajeitadamente com as bochechas rosadas, subindo o olhar para Sky antes de estender a palma da sua mão em direção a ela.
A loira sorriu sem mostrar o dentes antes de apoiar sua mão em cima da dele, sentindo seus olhos encherem de lágrimas quando ele deslizou o anel pelo dedo anelar da sua mão direita, em silêncio. Voltou os olhos para o rosto dela assim que a jóia se posicionou perfeitamente nela, deixando um beijo carinhoso em sua mão.
— Eu queria tanto que minha mãe pudesse estar aqui nesse momento — continuou, vendo-a dar risada enquanto as primeiras lágrimas escorriam pelos cantos dos seus olhos. — Eu tenho certeza que ela gostaria de me ver feliz e você... Você me faz feliz.
Sky limpou as lágrimas com as pontas dos dedos, aumentando o sorriso antes de abraçar Ben, escondendo seu rosto na curva do pescoço dele, sentindo seu perfume invadir seus sentidos. Fechou os olhos, perguntando silenciosamente como tinha dado tanta sorte. Não pelo anel, que apesar de ser a coisa mais valiosa de toda sua coleção de joias, tinha um significado mais emocional do que monetário.
Ela sabia que aquele anel, que agora estava em seu dedo, não era um presente qualquer. Era algo que tinha vindo da coleção de Eva Marlowe, a pessoa que Benjamin mais tinha amado e mais amaria em toda a sua vida.
Para ela. Porque ele achava que Eva iria gostar que ela o tivesse.
Como ela tinha dado tanta sorte com Ben?
Com seu histórico de relacionamento fracassados, ela nunca achou que fosse chegar o seu momento. No fundo, talvez nunca tivesse acreditado que iria conhecer alguém que fosse amar e alguém que a amasse da mesma forma. Achou que era algo dos livros, comédias românticas e séries que acabavam com suas lágrimas tarde da noite.
Mas aprendera que aquelas histórias também podiam se tornar reais. Não tão fáceis quanto elas pareciam, mas elas saiam das páginas dos contos de fadas, com um adicional de algumas lágrimas e alguns gritos a mais.
— Por que você está chorando, auntie Sky? — Penny perguntou, levantando os olhos incrivelmente azuis para a mulher, que limpou o canto dos seus olhos antes de olhar para a pequena. — É seu aniversário, você não deveria estar triste.
Skylar sorriu, separando-se de Ben apenas para que pudesse colocar a menina em seu colo, sorrindo antes de deixar um beijo demorado na bochecha de Penelope.
— Eu não estou triste, meu amor — Sky respondeu com ela no colo, sentindo Ben passar um braço pela sua cintura, enquanto olhava diretamente para Penny. — Eu amei o presente, amei o bolo que vocês fizeram para mim e esse é o melhor aniversário de todos.
— Eu disse a você que ela ia amar o bolo, uncle Ben — Penny falou, apertando os olhos em direção ao tio. — Mas você não tem mais nada para falar a auntie Sky, uncle Ben? Como nós ensaiamos?
Ben ganhou cor nas suas bochechas com a fala da sobrinha, pigarreando de leve antes de sorrir, negando com a cabeça ao ganhar um olhar desconfiado de Skylar.
— Mas uncle, você disse que ia...
— Por que nós não cortamos o bolo, Penny? — Benjamin a interrompeu, fazendo com que a pequena esquecesse com um estalar de dedos o que falava antes, assentindo sem parar. — Sente na mesa, eu e a auntie Sky vamos levá-lo para você.
Penelope sorriu antes de ser colocada no chão, correndo para fora da cozinha antes que Skylar tivesse a oportunidade de questioná-la novamente.
— O que você está escondendo de mim? — Sky perguntou assim que o homem a abraçou pela cintura, deixando um beijo na ponta do seu nariz. — E por que você está fingindo que eu não estou falando com você?
Benjamin se afastou o suficiente para encarar seus olhos, colocando uma mecha do cabelo da mulher atrás da orelha, assistindo sua expressão suavizar-se em um sorriso. Passou seu polegar pelas maçãs do rosto de Sky, estudando cada parte do rosto que ele tinha em mente sempre que fechava os olhos.
Duas palavras.
Duas palavras e uma proposta de passar o resto da sua vida ao lado dela.
— Vamos lá, Ben — Sky chamou sua atenção de volta ao apartamento, juntando as sobrancelhas. — Você não é tão bom em manter segredos.
Ele sorriu, negando uma vez antes de encostar seus lábios na testa de Skylar, fechando os olhos enquanto sentia as mãos dela se apertarem ao redor do corpo dele. Ela nem precisava ser especialista para notar uma taquicardia no homem, com sua frequência cardíaca um pouco mais alta do que o normal.
— Tem certeza que não sou? — desconversou, vendo-a rolar os olhos enquanto sorria. — Quanto tempo mesmo nós passamos sem que ninguém nem suspeitasse que tinha algo entre nós dois?
— Metade do crédito é meu — gabou-se, sorrindo. — E você está fugindo do assunto.
— Só... — Ben murmurou, olhando para o rosto dela. — Não hoje.
— Não hoje — ela concordou a contragosto, deixando um beijo no canto dos seus lábios antes de ir até o bolo preparado por Ben e Penny, deixando-o sozinho assim que levou o doce em direção a Penelope.
E foi só quando Sky saiu da cozinha que Benjamin suspirou pesadamente, se xingando mentalmente por não ter feito exatamente como tinha ensaiado dezenas vezes antes da mulher acordar.
Não hoje.
Mas nada tiraria da sua cabeça que era ela.
Nada ia fazê-lo desistir de uma vida toda ao lado dela.
•••
Já se passava da meia noite quando fogos de artifício explodiram no céu, um pouco depois de Skylar Howard assoprar as vinte e sete velas que estavam em cima do seu bolo de três andares.
(Não tão bom quanto o de Ben e Penny, ela falaria isso com facilidade).
Quando Skylar Howard e Benjamin Marlowe chegaram ao local do evento, eles não sabiam o que deveria esperar.
Por ser uma festa produzida por Theo, Ben sabia que exagero era algo certeiro. Por ser uma festa para Skylar, sabia que não haveria freios para as ideias malucas do amigo.
Não que ele não confiasse em Theodore, seu sócio por quase seis anos e braço direito quando se tratava da E!events. Mas enquanto ele preferia o clássico, Theo apoiava o inovador sem pensar duas vezes. E, para a festa de aniversário de vinte e sete anos de Skylar Howard, ela pediu pessoalmente para que o Marlowe ficasse de fora das preparações.
'Você vai ficar estressado e eu vou ficar estressada, não tem ponto positivo nisso', ela tinha dito a ele assim que apareceu, sem avisar, no escritório da E!vents, entrando na sala de Theo antes que Ben pudesse reclamar. Mesmo assim, não deixou de preparar uma ou outra surpresa para Sky, por trás das cortinas com Theodore.
Por isso que os dois cuspidores de fogo logo na entrada da festa não surpreenderam o homem, que observou o fogo subir pelo ar antes de desaparecer na frente dos seus olhos, no momento em que ele atravessou o arco, onde três seguranças controlavam os convidados, e entregara o seu ingresso. Nem os quatro homens com pernas de pau que andavam de um lado para o outro da festa com bandejas nas mãos, que estava completamente decorada para se parecer com um circo.
Não havia animais ali porque Sky, ou qualquer outra pessoa da E!vents, não concordava com o uso deles para a diversão, mas os hologramas faziam um ótimo trabalho projetando dois leões rugindo ao lado de dois palcos baixos em forma de círculo. Algumas bailarinas desciam pelo teto penduradas em tecidos bem presos nas estruturas de ferro e garçons fantasiados de mímicos passavam entre os convidados.
Era exatamente por isso que a E!vents tinha uma boa fama.
Eles tinham literalmente produzido um circo para a festa de Sky. Com a estrutura, o espetáculo de acrobacias, malabares, maçã do amor e mágicos que tiraram coelhos holográficos das cartolas que tinham na cabeça.
Talvez fosse a festa do ano. Não só pelo trabalho impecável que a empresa de eventos tinha feito, mas pelo casal que se movimentava no ritmo da música que tocava sem se desgrudar ao lado da cabine do DJ, ocupada por Gale Langbroek, chamando a atenção de quem ainda não tinha se acostumada a ver os dois juntos.
Ele, que já não estava com a cartola de mágico que usava quando chegou ali, abraçava Sky pela cintura enquanto ela, usando apenas um body vermelho cheio de pedras brilhantes e uma meia calça clara que terminava onde suas botas pretas começavam, tinha a mão direita por cima da dele. Ele não sabia como ela não estava sentindo frio no meio de dezembro em Nova Iorque, mas aprendeu a não questioná-la quanto a isso, juntamente sobre o desconforto dos seus sapatos.
Skylar estava maravilhosa. Desde a fantasia que tinha feito exatamente para ela até os cabelos loiros que caiam pelos seus ombros, finalizados por algumas ondas que pareciam como as suas naturais.
E não havia uma pessoa sequer que não estivesse olhando diretamente para os dois.
— Está tudo exatamente como você sonhou? — Ben murmurou no ouvido dela, fazendo-a morder o lábio inferior antes de virar o corpo para frente do dele. — A estrutura, a música, o espaço...?
— Você ajudou o Theo nisso, não ajudou? — ela respondeu, apertando os olhos na direção do homem apenas para vê-lo sorrir antes de dar de ombros. — Alguém já mencionou que você é um workaholic?
— Algumas vezes — Benjamin confirmou, vendo-a dar risada em sua frente. — Só olhei o projeto algumas vezes e dei uma ou duas sugestões ao Theo. Só para garantir que estaria tudo como você queria.
A loira assentiu a cabeça algumas vezes com um bico nos lábios antes de passar os braços pelos ombros do homem, juntando seus lábios sem se importar se seu batom ficaria grudado na boca de Benjamin. Tinha uma impressão que eles fariam muito aquilo naquela noite para se preocupar com um simples borrado.
Ela finalizou o beijo com alguns selinhos, abraçando-o pelo pescoço antes que os dois voltassem a se mexer de acordo com a música que explodia nos auto falantes.
— Quem é a mulher com Gale? — Benjamin questionou para Sky, que apertou os olhos para enxergar a cabine do DJ antes de sorrir.
— Ele não usou a palavra namorada ainda, mas eu tenho quase certeza que vamos sair em um encontro duplo em breve — respondeu, assentiu. — Kaya. E não vejo o Gale feliz assim em muito tempo.
Gale Langbroek dedicava tanto tempo para garantir que Skylar estava bem que, por vezes, ele deixava a própria felicidade de lado. Apesar de não ter se afastado nem um pouco dos amigos desde que colocara Ben na vida de todos eles, o norueguês sabia que agora havia uma pessoa a mais para olhar pela loira, o que o deu tempo suficiente para conhecer as pessoas que cruzavam o seu caminho.
Kaya era uma delas.
— E Mika? A última vez que eu a vi, vocês estavam virando os vinte e sete shots.
— Quase certeza que ela se perdeu em um dos cantos da festa com uma companhia e não está querendo ser achada — Sky sorriu ao falar, mordendo o lábio inferior assim que voltou o olhar para Ben. — O que me lembra que eu tenho um presente pra você.
Benjamin pareceu surpreso, arqueando as sobrancelhas antes de abraçá-la pela cintura, juntando seus corpos.
— Para mim? Não sou eu que tenho que te dar presentes hoje?
— Certeza que você já não me deu um enorme? — ela o questionou colocando a mão direita na frente do seu rosto, onde o anel de brilhantes refletia as luzes da boate. — Minha vez.
Puxou Benjamin com seus dedos entrelaçados para fora da pista de dança, sorrindo para as pessoas que cruzavam seu caminho e trocavam uma ou duas palavras com ela. Os convidados davam passagem para os dois, muitos deles levantando os celulares em direção ao casal da noite. Do mês, do ano.
Benjamin Marlowe e Skylar Howard. Assim como as revistas traziam, o casal do ano.
Quando eles passaram por um corredor um pouco mais escuro, guardado por dois seguranças que deram passagem a Sky assim que ela sorriu para eles, as mãos da loira foram diretamente para os cabelos do homem quando juntou seus lábios.
Ele não perdeu tempo, encostando o corpo dela na parede enquanto o escondia para qualquer outra pessoa com o seu. Desceu as mãos das costas dela para sua bunda, sentindo as polpas dos seus dedos queimar em contato com a pele de Sky.
— Isso é o presente? — Ben questionou com a respiração ofegante, vendo-a assentir levemente enquanto recebia beijos pelo seu pescoço. — Preciso dizer o quanto gostei dele?
Sky sorriu antes de entrelaçar seus dedos novamente, levando-o até a terceira porta entreaberta do corredor.
Benjamin se jogou na cama assim que entraram no quarto escuro, apoiando as duas mãos atrás do seu corpo enquanto observava Sky andar em sua direção. A luz da lua, visível pelas janelas de vidro do lugar, era a única coisa que permitia que os dois enxergassem, iluminando o corpo da mulher e espalhando-se pelas pedras brilhantes que compunham sua roupa.
E mesmo vendo dobrado, ele não resistiu a reagir a ela assim que Sky sentou em seu colo, colocando as pernas ao lado do seu corpo e apoiando as duas mãos no seu pescoço, com um sorriso malicioso nos seus lábios.
— Eu vou ter que pessoalmente parabenizar Theo, ele realmente pensou em tudo — murmurou contra os lábios dela, assistindo-a sorrir ainda mais quando ele desceu as mãos até a sua bunda, trazendo o corpo dela para mais próximo do seu.
— Essa foi, na verdade, minha ideia — Sky sussurrou de volta em referência a ideia da suíte preparada para os dois, tirando um sorriso sincero dos lábios de Benjamin. — E sim, eu penso em tudo.
Foi a última coisa que ela disse antes de juntar seus lábios novamente, utilizando suas mãos para se livrar da roupa que ainda estava no corpo dele enquanto Ben cegamente tentava procurar um zíper ou qualquer coisa para retirar o body que ela vestia. Foi só quando suas mãos finalmente encontraram algo e seus dedos habilidosos começaram a descer o tecido que Sky se afastou dele, levantando seu tronco de uma vez só, apoiando as mãos na barriga dele.
— Algo errado? — Benjamin perguntou com a respiração entrecortada, apertando os olhos azuis em direção a Sky. — Não me diga que você precisa estar em algum outro lugar...
Ela sorriu bobamente, negando duas vezes com a cabeça antes de deixar seu olhar ir até o anel de brilhantes em seu dedo, como se ainda fosse difícil acreditar que tudo aquilo tinha acontecido em um dia só.
— É só que... — Skylar começou a falar, sorrindo. — Eu estava pensando em algumas coisas e eu acho que nós precisamos falar sobre elas.
— Você tem certeza que precisamos falar dessas coisas agora?
Ele subiu uma das suas mãos pela coxa descoberta dela enquanto a outra oscilava entre a base da sua coluna e sua bunda, fazendo-a engolir em seco enquanto se contia para manter as suas paradas no peitoral dele.
— Você tem vontade de ser pai? — Sky perguntou de uma vez, olhando no fundo do seus olhos. — I mean... Você já pensou nisso alguma vez na vida?
— Oh — Ben pareceu ter sido pego de surpresa, deixando uma risada quase nervosa sair dos seus lábios enquanto ele escorregava suas mãos de volta para as costas de Skylar. — Você tem certeza que essa é a situação ideal para falarmos sobre isso?
Sua voz estava firme, mas Sky sabia que ele não tinha se incomodado com a pergunta pela expressão suave que tinha no rosto, com os olhos azuis brilhando em sua direção e a ponta dos dedos fazendo carinho em sua pele. Ele esperava que o assunto fosse surgir em algum momento, mas não esperava que fosse na festa de aniversário dela, com os dois mais bêbados do que o mundo achava aceitável, e muito menos naquele momento.
— Nós devemos reconhecer o risco que podemos estar correndo — ela deu de ombros, apertando os lábios um contra o outro enquanto ele sorria sem mostrar os dentes. — Passei o dia pensando em como você é com a Penny e imaginar isso um dia... Tira meu fôlego.
Ele percebera, pela forma arrastada que ela falava, que Sky devia ter ensaiado pelo menos duas vezes para falar aquilo. Notava, pela forma que ela mordiscava o canto dos seus lábios que ela estava nervosa, tranquilizando-a com um sorriso.
— Eu amo crianças, Sky — ele respondeu, ainda sorrindo. — Eu acho que não sabia o quanto uma pessoa pode mudar sua vida até a Penny nascer. E é claro que eu já pensei nisso, mas não é assim tão fácil.
Ela juntou as sobrancelhas em curiosidade, sentindo-o passar o polegar carinhosamente pela sua coxa, para que ela pudesse relaxar a sua expressão.
— Não é nenhum problema, pelo menos não havia nenhum da última vez que fui ao médico — tratou de consertar o que tinha dito com um sorriso bobo no rosto, vendo-a relaxar. — Mas tudo o que aconteceu com minha mãe, minha relação com meu pai... Eu tinha oito anos quando minha morreu ao meu lado, eu dei um soco na cara do meu pai na minha festa de vinte e um anos e passei metade da minha vida brigando com ele. Esse tipo de coisa acaba deixando uma marca e eu acho que meu limite ainda é esse assunto. Criar um família.
Sky assentiu quando ele terminou de falar, sorrindo sem mostrar os dentes. O assunto tinha ficado em sua cabeça desde que o vira com Penny, pela manhã, e não deixou sua mente até aquele momento. Não sabia se estava perdendo sua sanidade por pensar em uma família quando eles ainda nem tinham completado um ano juntos, mas uma das coisas mais sábias que tinha escutado da sua mãe era sobre como o tempo era relativo.
Tinha passado tanto tempo com Tom, mas nunca tinha pensado nas mesmas coisas que pensava para o seu futuro como era com Ben. Com Tom, era divertido pensar em como eles estariam em um ano ou dois.
Com Ben, ela via o resto da sua vida ao lado dele.
E isso deveria significar algo.
— Eu não pensava muito no assunto e juro que fechava meus ouvidos toda vez que alguém começava a falar sobre — ela confessou, sorrindo. — Mas, bloody hell, você tem me feito pensar muito nisso nos últimos dias.
Imitou o sotaque inglês dele ao falar, vendo-o dar risada junto a ela. Ben aproximou o rosto do dela, deixando um beijo demorado no topo dos seus cabelos que já não mais contavam com a cartola preta, que tinha se perdido junto a dele no meio da festa.
— Eu acho que isso é uma coisa que a gente pode pensar nos próximos meses, anos... Não sei — falou, vendo-a assentir com o rosto bem à sua frente. — Quando chegar a hora e nós acharmos que estamos prontos para isso, nós podemos dar esse passo.
— Não é a coisa mais irônica do mundo você encontrar uma pessoa na vida que te faz repensar tudo o que você acredita antes? — Sky sorriu colocando as duas mãos por trás do pescoço dele, vendo-o assentir enquanto olhava para o fundo dos seus olhos. — Como você fez isso comigo?
Ele deu de ombros, escorregando as mãos pelas costas dela, levando-as até a sua cintura, juntando seus lábios em um selinho delicado.
— Como você fez comigo? — devolveu a pergunta com os lábios juntos do dela, vendo-a rir e tombar a cabeça para o lado assim que ele seguiu com a boca em direção ao seu pescoço.
Sky sabia que sua festa ainda duraria mais algumas horas, mas apostava que ninguém iria questionar a ausência dos dois.
Levou sua mão para a calça dele e fechou os olhos firmemente no momento em que ele desceu o zíper do body que estava em seu corpo, tocando na ponta do seu queixo com o polegar antes de juntar seus lábios novamente.
Não tinham pressa, nem se importavam com nada mais que não fosse aproveitar a presença e o calor um do outro. Benjamin tateava as costas de Sky como se soubesse o ponto exato que faria com que todos os pelos da mulher se eriçassem, junto com um gemido que ela não conseguiria controlar, fazendo sorrir.
Mas foi antes de chegar até a ele que um barulho chamou sua atenção, fazendo-o abrir os olhos de uma vez só, afastando Sky de perto de si.
Benjamin levantou em um pulo da cama e colocou o corpo de Sky atrás do seu quando ela fez o mesmo, enquanto olhava fixamente para onde ele parecia ter vindo. Não conseguia ver ninguém ali, mas a porta do banheiro entreaberta apenas a alguns passos de distância da do quarto fez com que ele engolisse em seco antes de acender a luz.
Pediu, silenciosamente, para Sky ficasse onde estava, empurrando a porta de rodinhas com tudo para surpreender quem estivesse ali. Mas se deparou o vazio do banheiro e uma poça d'água com algumas pegadas próximo da saída.
— Ben? — Sky chamou antes dele voltar ao quarto, com as sobrancelhas juntas em confusão enquanto observava as pegadas que desapareciam no meio do caminho. — O que foi, Benjamin?
— Alguém estava aqui — Ben concluiu, dando uma volta de chave na porta antes de virar-se para ela. — O barulho, a porta entreaberta... Alguém estava aqui.
— Benjamin — Sky o chamou, séria. — Não havia ninguém aqui.
O homem desviou seu olhar para a porta agora trancada e para a porta do banheiro, enquanto seu cérebro trabalhava sem parar. Ele podia apostar toda a sua herança de família que havia alguém ali, junto com os dois.
Alguém que tinha escutado tudo o que diziam. Alguém que tinha visto tudo o que eles fizeram.
— Você está vendo coisas — Sky tentou consolá-lo, apoiando as suas duas mãos nos ombros do homem, vendo-o relaxar assim que começou a massagear os músculos da região. — Só eu e você, Ben.
— Você tem certeza que não tem como outra pessoa ter entrado aqui? — ele a questionou pela última vez, vendo-a assentir firmemente, antes dele tocar as próprias têmporas enquanto tentava relaxar. — Eu acho que apenas estou vendo coisas então.
Sky sorriu sem mostrar os dentes, abraçando-o pela cintura e deixando um beijo carinhoso no seu maxilar travado que aos poucos relaxava assim como o resto do seu corpo.
— Nós podemos continuar de onde paramos? — ela o questionou baixinho, assistindo um sorriso crescer no seu rosto antes que ele enrolasse seus dedos nos cabelos dela, olhando diretamente para seus olhos escuros.
— Seu pedido é uma ordem.
Foi a última coisa consciente que ele disse antes que o corpo dos dois voltassem aos lençóis, antes das juras de amor e dos murmúrios que não se esforçavam para silenciar.
Nenhum dos dois pensou nas pegadas deixadas no chão do quarto. Ou na porta entreaberta antes que Benjamin a trancasse com uma chave.
Nenhum dos dois sequer cogitou pelo resto da noite que talvez Ben não estivesse vendo coisas.
Se ao menos Sky tivesse o escutado, eles saberiam o que viria a seguir. Ou pelo menos uma pequena noção das manchetes da semana seguinte.
E, talvez, teriam tempo para procurar abrigo antes que tempestade que se aproximava os encontrasse. Ou não, já que ela tinha saído diretamente de dentro deles.