Ed x on 2016
Eu, alguns produtores, Stu e Benny conversávamos sobre o terceiro álbum que já estava quase todo finalizado, faltando talvez a parte mais importante que era que músicas entrariam nele.
Por mais difícil que seria de acreditar, o álbum contaria com músicas animadas e dançantes, mas claro que não deixaria as mais lentas de fora. Como o título, será dividido, e assim as pessoas poderão me ouvir em um clube e não apenas na cama com um cobertor e um grande pote de sorvete.
Até ai sabemos como será, o problema maior fica em escolher as melhores músicas, as que combinam perfeitamente em todos os sentidos.
_ Então temos Barcelona, Heart's Don't Break Around Here, Supermarket Flowers... _ com uma folha e uma caneta na mão, Stu ia anotando as decisões.
_ E Sweet Mary Jane?_ perguntou Benny.
_ Não acho que combina com a estética.
_ É verdade _ assentiu e meu celular tocou.
_ Só um instante _ abri o celular e atendi Audy. _ Oi.
_ Oi, como vai a reunião?
_ Ainda estamos indecisos.
_ E qual decidiram até agora?
_ Perfect, Heart's Don't Break Around Here, Save Myself, New Man e as que eu te disse ontem. Também não sabemos se vamos colocar 24 ou 16 músicas e... _ ela me interrompeu.
_ E How Would You Feel?
_ Ah, não falamos sobre ela. Na verdade eu perdi o arquivo.
_ Eu tenho ela. Você vai colocar? _ era clara a euforia e indignação em sua voz.
_ Gostou tanto dela assim?
_ Sabe que amo todas, mas essa é uma injustiça se não coloca-la.
_ Entendi _ eu sorria como um bobo pelo elogio dela, e mesmo tendo me afastado um pouco do pessoal, eles me viram daquele jeito sem entender muito.
_ Será que consegue chegar no café no horário?
_Eu não sei _ lamentei.
_Tudo bem se não der.
_Vou tentar. Qualquer mudança te ligo novamente.
_Ok. Continuem com a reunião.
_ Até logo.
_ Até.
Terminando a ligação, eu voltei a falar com o pessoal sobre toda a incógnita que tínhamos ainda.
Após meia hora, finalmente tínhamos decidido tudo e todos os detalhes. O próximo passo era sobre a tour que já começava a se preencher em mais diversos lugares.
_Oi gente _ ouvi uma voz conhecida e me virei. Era Audrey entrando no estúdio com algumas sacolas com o cheiro agradável de café.
_ Eu ia ligar para você agora.
_ Eu resolvi vir _ sorriu enquanto distribuía os copos e cumprimentava todos. _ E então, como ficou o terceiro filho?
_ Assim _ Stu entregou o papel e ela o café. Ela olhou cuidadosamente cada linha e sorriu ao terminar de ler.
_ Achei que ficou ótimo.
_ Decidimos colocar apenas 16 _ Benny falou.
_ Isso é injusto com os fãs Eddye. Jogue tudo para eles de uma só vez. Eu sofro por você arquivar músicas incríveis, imagine eles _ todos deram um riso.
_ Quem sabe um dia eu não junte todas essas músicas e faça um grande álbum.
_ Espero.
Mesmo com Audrey ali, a conversa continuou. Desde que comecei a ser mais aberto com ela em relação ao trabalho, ela vem agarrando, se interessando e me ajudando bastante, o que me deixa feliz por ver que ela realmente sempre me apoiou e sempre vai me apoiar.
Passando um bom tempo no estúdio sem perceber, ao sairmos a noite já tinha chego há muito tempo, e o famoso frio de Londres com o inverno próximo já preenchia o ar.
_ Que tal irmos beber em algum lugar? _ sugeriu Audy que estava animada desde cedo.
_ Uhn, pode ser _ concordou Beny.
_ Na verdade ainda tenho coisas do Ed para resolver _ disse Stu.
_ Só sobrou você Beny _ ela concluiu.
_ É... Espera que horas são? _ antes que alguém respondesse ele pegou o celular e viu. _ Me desculpe, não vou poder ir. Fiquei de me encontrar com um amigo meu e já está quase na hora. Desculpe, achei que era mais cedo.
_ Tudo bem _ ela ainda respondeu.
_ Acho que será só eu e você _ diagnostiquei.
_ Então eu vou indo _ falou Stu. _ Se vocês quiserem fazer algo amanhã eu topo.
_ Vamos sim _ ele riu.
_ Tudo bem, comemoração em dobro para amanhã. Nos falamos até lá. Tchau. _ acenou e entrou no carro.
_ Vou indo também. Amanhã combinado então?
_ Claro. Vou conversar com o resto do time.
_ Tudo bem. Boa noite para vocês _ sorriu e entrou no carro.
_ Tchau _ eu e Audy acenamos.
_ E para onde vamos? _ ela me perguntou.
_ Não sei, você quer mesmo ir beber?
_ Quero.
_ Ok _ ri da sinceridade dela.
_ Podemos ir em m pub que fui uma vez bem legal. Eles tem cervejas artesanais.
_ Pode ser _ peguei na mão dela e fomos para o carro em direção a sua sugestão.
Chegando no lugar ele parecia bem cheio, ou o lugar era pequeno, de qualquer maneira parecia bem divertido. Ao entrarmos, copos de diferentes cores de cerveja era bem visto nas mesas com as pessoas rindo e conversando. Audrey quis telefonar para algum de seus amigos para vir mas a questionei de quem viria nos encontrar 21:00 horas da noite de uma terça-feira. Com algum esforço conseguimos achar uma mesa nos fundos e fomos para lá. O pub mesmo estando com muitas pessoas, a onde nos sentamos era um pouco reservado, perfeito para apenas bebermos e conversarmos. Passando um tempo olhando a variedades de cervejas decidimos pedir uma de café, aparentemente estranho mas estávamos ali para experimentar.
_ Eu adorei _ disse ela admirando o copo.
_ É gostoso.
_ Não soou muito confiante essa sua resposta.
_ Não é a melhor cerveja que já tomei.
_ Pegue outra e deixe essa que eu tomo.
_ Um espírito festeiro entrou em você hoje? _ a olhei curioso.
_ Não, eu apenas estou feliz por você _ com o seu olhar meigo e sincero o meu coração disparou. Que mulher incrível eu tinha. _ Com licença moça _ ela chamou a moça que nos atendeu. _ Eu gostaria de pedir outra cerveja. Já escolheu Eddye?
_ Ah, vou querer uma Heineken.
_ Tudo bem, já trago para você _ sorriu e saiu em meio a multidão. Mesmo depois do corte que Audy me deu, meu peito não tinha se pacificado ainda, ou seja, eu ainda a olhava de uma forma especial.
_ Me desculpe, eu estou animada por você. Nós passamos parte dessas férias viajando e reunido com vários artistas e produtores que achei simplesmente insano. E agora que finalizou tudo o que fez é... Isso é novo para mim.
_ Tudo bem _ peguei em sua mão. É a primeira vez que me acompanha em cada passo que dei em relação ao álbum, então é normal se assustar ou se admirar com a rotina que eu vivo, que sempre foi o oposto da sua.
_ É. Eu não me assusto, eu só acho tudo novo e diferente, um diferente bom.
_ Que bom que gostou da minha loucura _ eu sorri e apertei a sua mão. Como ela podia aceitar tudo com tanta facilidade?
_ Aqui está sua bebida _ colocou a cerveja na mesa.
_ Obrigado.
_ De nada.
As conversas seguintes não fugiram muito do assunto, na verdade estávamos planejando como seria a nossa rotina com a tour chegando. Hotel, cidade nova todos os dias, correria, entre outras coisas foi explicado, e ela pareceu se animar com cada fato que estaria para acontecer, tanto quem ser perceber Audy já tinha tomado vários copos e já estava bem mais alegre de quando chegamos.
_ Precisamos comer mais abacaxi de pizza quando estivermos na Austrália, e ir de novo naquele bar em York Nova _ seu rosto estava apoiado em suas mãos que pareciam que a qualquer momento iria cair.
_ Pizza de abacaxi e Nova York Audrey _ a corrigi tentando não rir.
_ isso, Nova Abacaxi _ e sem conseguir me segurar na última, dei risada.
_ O que foi engraçado?
_ Nada. Acho melhor nós irmos.
_ Mas já? _ resmungou como uma criança.
_ Sim, seu limite foi batido.
_ Ah... Tudo bem, vamos _ ajudei ela a se levantar perfeitamente e fomos saindo do pub. De repente ela gritou algo que não pude ouvir e correu disparado em meio ao pessoal em direção a uma parede com fotos. _ Olha que legal _ quando cheguei perto dela pude ouvi-la.
_ É bem legal.
_ Quando eu vim aqui nós tiramos uma foto, será que está aqui? _ ela ia procurando e eu não dei muita atenção pois sua visão não estava muito boa para identificar pessoas em meio a um milhão de fotos... Infelizmente não foi bem isso que aconteceu.
_ Aqui, achei! _ ela me cutucou e apontou para a foto.
_ Esse dia foi bem legal, foi quando a Jenny ficou bêbada e eu e o Simon tivemos que levá-la para casa _ riu provavelmente lembrando do dia.
_ Simon?
_ É esse aqui, o meu ex lembra? _ sem perceber ela falou algo que talvez não fosse esquisito, mas que soou.
_ Ah, entendi. Ah, vamos agora?
_ Ok_ segurei a sua mão finalmente e passamos pelas pessoas saímos do pub.
No carro e durante quase todo o percurso nós ficamos em silencio. Não é que eu tenha ficado bravo com ela sobre o Simon, foi só bem estranho eu descobrir que ela esteve lá com ele. Talvez não tenha sido intencional e ela apenas lembrou que o lugar era bacana... De qualquer jeito, não posso questioná-la neste estado.
_ Chegamos _ depois de um bom tempo eu disse alguma coisa.
_ Eddye eu fiz alguma coisa? _ a sua animação de minutos atrás tinham ido para o espaço, e uma feição duvidosa e triste estava em seu rosto.
_ Não Audrey, está tudo bem _ sai do carro e ela permaneceu no lugar ainda pensativa. _ Ei?_ abri a porta. _ Consegue sair sozinha?
_ Acho que sim _ se levantou e no primeiro passo deu uma leve bambeada onde a segurei.
_ Vamos, eu te ajudo _ subimos as escadas e entramos em casa. A acompanhando, acendi as luzes e fui até o quarto, onde tirei os seus sapatos e pedi para ela se deitar.
_ Eddye? _ seu olhar ainda era o mesmo.
_ Quer mais uma coberta?
_ Não.
_ Tudo bem, vai descansar, ok _ me virei para se retirar do quarto mas ela me puxou.
_ Espere... _ olhei para trás e vi sua expressão de culpa. _ Me desculpe. Não foi minha intensão te levar lá pelo Simon. Eu nem me lembrava de que foi lá que nos conhecemos... Eu só estava feliz pelo ótimo dia que foi hoje e queria te levar para comemorar em um bom lugar... Sinto muito se te magoei.
_ Eu não estou chateado, só estou me sentindo estranho _ me sentei na cama onde fiquei de frente para ela.
_ Mesmo assim me desculpe _ pegou a minha mão. _ Eu te amo, eu te amo muito mesmo, tanto que dói. Eu não sou capaz mais de viver sem você... Você me perdoa?
_ Audrey eu... _ ao olhar atentamente para os seus olhos, notei que estavam se enchendo de lágrimas e seu rosto a ficar vermelho. Era mesmo possível que ela estivesse chorando por isso?
_ Me perdoa? _ me perguntou novamente e minha única reação foi abraçá-la. Como não desculpar alguém assim? Eu sabia que jamais ela faria algo desse tipo para tentar tirar alguma prova de amor ou alguma coisa estranha que as mulheres fazem para no final se sentirem melhores. Realmente nunca seria algo que aconteceria, e ver ela nesse problema em seu estado alcoólico, me fez pensar da noite em que fui atrás dela, onde bêbado disse coisas verdadeiras que ela acreditou. E por todas essas razões que nunca ficaria bravo com ela.
_ Eu não consigo ficar bravo com você _ em meio aos meu braços, ouvi ela assoando o nariz. Ela continuava a chorar.
_ Então não vai em deixar? _ olhou para mim com o rosto vermelho e molhado.
_ Não Audy _ a puxei de volta para o abraço com um sorriso no rosto.
_ Tem certeza? Sei que o que aconteceu não foi certo.
_ Não foi sua culpa Audy. Eu não vou te deixar, nunca _ olhei em seus olhos e eles pareciam ter cessado a correnteza que veio _ Eu te amo, ok. Não se esqueça disso _ dei um beijo demorado em sua testa. _ Vai dormir. O dia foi cheio hoje. _ ela acenou com a cabeça e se acomodou nas cobertas, onde eu me levantei e as organizei corretamente para ela ficar mais confortável. _ Boa noite _ acendi o abajur e fui saindo do quarto.
_ Eddye? Onde vai? Você disse que não me deixaria _ ao ouvir aquilo um enorme sorriso apareceu em meu rosto. Essa mulher era a coisa mais insana, estranha, linda, amável e incrível da minha vida... Ela me deixava tão vulnerável e louco...
_ Vou apagar as luzes _ e fazendo o que eu não pretendia, apaguei as luzes dos cômodos e voltei para o quarto, onde ela se encontrava me esperando acordada. Eu me deitei ao seu lado e com um pulo, ela se encaixou em meus braços, assim finalmente fechando os olhos e adormecendo quase que instantaneamente em meu peito.